Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 33
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

BOM DIAAAA
Depois do surto do sábado (recebemos até pedido de participação especial de um certo apresentador aí pra resolver o bo), chegou mais um capítulo fresquinho pra vocês, com uma resposta que estamos esperando há algum tempo.

Beijos,
Mavelle



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“Edwina: Já tem alguma notícia?”

Quando Kate percebeu o telefone vibrando com uma mensagem, soube na mesma hora que era de Edwina. Tinham avisado a todos da família que descobririam nesse dia de manhã se Charlotte estava bem, mas ela já tinha dito que estaria dando aula na hora da consulta, então provavelmente ia falar com eles antes.

“Kate: Edwina são 7:40

Kate: A médica ainda não chegou

Edwina: Vou ter que dar aula daqui a 20 minutos

Edwina: Inferno de ser professora nova no departamento

Kate: Fique por tempo o suficiente e você vai poder empurrar os professores novos pra os horários da manhã

Edwina: Está sugerindo que eu fique aqui para sempre?

Kate: Se você quiser...

Kate: Mas apareça pra visitar

Edwina: Pra sempre eu não sei se quero não

Edwina: Toda vez que eu digo “para sempre” algo dá errado

Edwina: Vide eu e a Heather

Kate: QUE

Kate: VOCÊS TERMINARAM?

Edwina: É

Edwina: Três semanas depois de chegar aqui, eu descobri que a amiga dela daqui era muito mais amiga do que eu pensava e que aparentemente eu estava num relacionamento aberto e não sabia

Kate: Caramba Eddie

Kate: Sinto muito

Kate: Mas você tá bem?

Edwina: Foi bem ralado nos primeiros dias, mas agora tô bem melhor

Edwina: Antes que você pergunte, eu expulsei ela do apartamento (porque ela claramente tem onde ficar) e eu arranjei uma colega de quarto nova

Kate: Mais que certa

Edwina: Fiz uns amigos no departamento e vou sair com eles na sexta feira

Kate: Ainda bem que você está melhor

Kate: Mas por que você não me contou?

Kate: Pelo que você disse, já faz um mês

Edwina: Eu não sei

Edwina: Acho que quis tentar lidar com um término sozinha pela primeira vez

Kate: Acho que é bom aprender a ficar sozinho e que isso é parte do processo de amadurecer, mas saiba que pode sempre conversar comigo

Kate: E se você não quis me trazer seus problemas por achar que já tem coisa demais pra cima de mim, por favor traga

Kate: Eu uso seus problemas pra me distrair dos meus

Edwina: Tá tudo bem por aí?”

Kate ficou olhando as mensagens por uns momentos, tentando decidir se contava para a irmã ou não.

— Se você estiver pensando em contar o que eu acho que está pensando, vá em frente. - Anthony disse, o que a assustou.

— Você estava lendo minhas mensagens por cima do meu ombro? - ela perguntou.

— Não, mas eu sabia que você estava falando com a Ed e aí você fez essa cara, como se estivesse pensando se fazia alguma coisa ou não. Imaginei que tivesse a ver com o que conversamos ontem. - ambos desviaram o olhar para ver Charlotte, que estava desenhando numa mesinha próxima de onde estavam sentados.

— É exatamente isso. Nós não tínhamos falado sobre comentar com outras pessoas, então estava indo te perguntar o que você acha.

— Não acho que seja bom envolvermos muito mais gente nisso pra ninguém criar expectativas, mas, se ficar só nela, não vejo problema. E, eu não sei porque, mas tenho a sensação de que ela tem uma opinião forte sobre o assunto.

Kate deu um meio sorriso.

— Ela tem mesmo.

— Eu quero saber o que ela diz?

— Acho que não.

— Eu acho que posso concordar com o posicionamento dela.

— Também acho que sim, mas autodepreciação tá fora de moda.

“Edwina: Kate?

Edwina: Agora eu tô preocupada

Kate: Calma

Kate: Tá tudo bem sim

Kate: É que talvez eu tenha uma novidade que ainda tem que ficar em segredo um tempo

Edwina: MEU DEUS VOCÊ TÁ GRÁVIDA AAAAAAAAAAA

Edwina: VOU SER TITIA DE NOVOOOOO

Edwina: KATE VOCÊ ACABOU DE MELHORAR O MEU DIA EM 5000%

Kate: NÃO MULHER

Kate: TÁ DOIDA

Edwina: Aff

Kate: Por que que todo mundo quer que eu tenha outro filho?

Edwina: Porque você faz bebês/crianças de excelente qualidade

Edwina: Apertáveis e amáveis demais

Edwina: E isso porque a gente nem tem como atestar pela qualidade da outra metade do material genético

Kate: Hm kk

Edwina: Esse “hm kk” foi pra minha justificativa de querer mais sobrinhos?

Edwina: Eu acho uma justificativa aceitável

Kate: Não

Kate: Foi pra última mensagem, na verdade

Edwina: PERAÍ

Edwina: KATHARINE GRACE SHEFFIELD BRIDGERTON VOCÊ DESCOBRIU QUEM FOI O DOADOR DE ESPERMA

Kate: Ainda não tenho certeza

Kate: Então por favor não fale nada

Kate: Mas eu acho que sim

Edwina: Meu Deus do céu

Edwina: Até sentei aqui

Edwina: Mas eu pensei que você não quisesse mais saber quem era depois do Anthony

Kate: E não queria

Kate: Foi meio que acidental

Edwina: Como que você descobre isso acidentalmente?

Edwina: E quem você acha que é?”

Kate então tirou discretamente uma foto de Anthony, que tinha ido ver o desenho que Charlotte estava fazendo. Ele parecia genuinamente orgulhoso do que estava vendo.

“Kate: *Foto*

Edwina: Awwwww

Edwina: É por esse tipo de conteúdo que eu converso com você

Kate: Idiota

Edwina: Mas sério, quem?

Kate: Eu mandei a foto certa

Edwina: CALMA

Edwina: O QUE?

Edwina: O ANTHONY?

Edwina: O QEUEJ

Edwina: ME EXPLICA DIREITO KATHARINE

Kate: Ele me perguntou quem era o pai dela ontem porque estávamos falando dele adotar ela oficialmente

Edwina: MEU DEUS

Edwina: Vocês tão surto atrás de surto

Kate: Aí eu contei da noite que eu sei que engravidei e ele me contou a versão dele dessa mesma noite e acabou que era muito parecida com a minha

Edwina: AAAAAAAAA

Edwina: E aí?

Kate: Nós vamos fazer um teste de paternidade em algum momento das próximas semanas

Kate: Te deixo saber quando tivermos alguma previsão

Edwina: Me conte mesmo

Edwina: Caramba

Edwina: Tô tão impactada que esqueci até sobre o que é a aula que vou dar agora

Kate: Algo sobre moscas?

Edwina: Haha, muito engraçada

Edwina: É sobre besouros

Kate: Droga, errei

Kate: Que horas acaba sua aula?

Edwina: 9:40

Kate: 9:39 eu mando mensagem avisando no que deu pra você não ficar pensando que eu mandei e você não viu

Edwina: Obrigada

Edwina: Agora vou dar minha aula em paz

Kate: Vá lá

Edwina: Tô torcendo que dê tudo certo

Edwina: E manda um beijo pra minha sobrinha favorita

Kate: Ela é sua única sobrinha

Kate: Mas vou mandar sim”

Kate guardou o telefone dentro da bolsa e se encostou na cadeira. Tinha acabado de dar 8 horas e a dra. Dawson os chamaria a qualquer momento. Lottie pegou o papel e a caneta e voltou para onde eles estavam, devolvendo os materiais de desenho para a mãe, que sempre os levava na bolsa por saber que era uma das coisas que a filha mais gostava de fazer quando estava entediada. Devíamos ter falado com o Benedict há mais tempo, Kate pensou enquanto a sentava no seu colo.

Como tinham previsto, Benedict tinha dito que a ensinaria alguma coisa, nem que fosse que ele não pintava na parede, e já tinha dado duas “aulas” para ela. Ele era bastante paciente e não se importava que ela mais bagunçasse o seu ateliê do que realmente pintasse alguma coisa.

Considerando que a exposição dele na Galeria do Museu Nacional começaria na segunda-feira e o quanto ele gostava de ter o lugar em ordem, Kate estava começando a achar que seu cunhado era um santo.

— Tava falando com tia Eddie? - a menina perguntou.

— Sim. - Kate respondeu. - Ela mandou um beijo pra você e disse que está torcendo que você esteja bem.

— Mas eu tô bem.

— Eu acredito em você, mas vamos só deixar a dra. Dawson confirmar, ok? - a menina assentiu. - Quer mandar um beijo pra Tia Eddie? Acho que ela está precisando de um pouco de carinho.

— Tudo bem com ela? - Anthony perguntou.

— Mais ou menos. Ela e a Heather terminaram.

— Sério?

— Sim. Já faz um mês, inclusive.

— Um mês? - ele parecia surpreso.

— Pois é. Eu digo mais depois. Quer dizer, quando eu convencer ela a me contar mais e ela me explicar o que aconteceu, eu digo.

— Espero que ela esteja bem. Deve ser complicado decidir fazer algo com alguém e acabar sozinho numa cidade estranha.

— Sim. Ela podia ainda estar em Edimburgo, onde ela já tem vários amigos e conhece bem a cidade.

— Pelo menos, ela tem o emprego e vai fazer o doutorado sem desembolsar nada.

— Sim. Daqui a uns quatro anos, ela volta pra cá.

— Ou não.

— É. Eu acho mais fácil ela resolver ir de novo pra Edimburgo. Ela já disse várias vezes que acha difícil morar aqui depois do incêndio.

— Você acha difícil morar em Londres? - Anthony perguntou. Nunca tinha perguntado como ela se sentia sobre isso.

— Não, mas eu entendo porque ela se sente assim. - Kate engoliu em seco. - Eu não morava mais em casa, mas ela tecnicamente sim e tinha dito que vinha passar o fim de semana em Londres. Nós quatro sempre saíamos para comer quando ela vinha da faculdade, mas, como ela teve que ficar no campus por uma razão qualquer, eles ficaram em casa naquele sábado.

— Então ela acha que, se não tivesse ficado na faculdade naquele dia, talvez pudesse ter evitado o que aconteceu?

— Sim. - ela respondeu, abraçando Charlotte. Quando quer que falasse sobre o assunto, a única coisa que queria fazer era segurar a filha perto de si, como se aquilo fosse impedir que algo de ruim pudesse acontecer com ela. A ironia de que estavam naquele lugar porque coisas ruins tinham acontecido, não escapava a ela.

— Pura cerda. - Anthony disse. O começo da expressão já tinha escapado quando percebeu a atenção da filha sobre si, então teve de improvisar.

Kate começou a rir.

— O que é pura cerda? - Charlotte perguntou. Podiam sempre confiar nela para notar as coisas que ela provavelmente não devia notar.

— É uma marca de escova de dentes que é mais macia. Eu estava tentando lembrar o nome desde ontem.

Desta vez, Kate engoliu o riso, mas sorriu.

— Isso mesmo. - ela concordou. - Obrigada por lembrar, amor.

Charlotte estreitou os olhos. Aquela conversa não fazia sentido algum.

— Charlotte Sheffield. - a recepcionista chamou.

Kate sentiu o coração se acelerar. Finalmente descobririam se ela estava bem mesmo ou não.

Assim, os três se levantaram e foram para a já familiar sala da dra. Dawson.

***

“Eloise: E aí, Anthony?

Daphne: Vai falaaaaa

Colin: Eu tô muito perto de ter um infarto, conta logo

Anthony: Vocês vão me ver daqui a meia hora

Anthony: Não dava pra ter esperado?

Daphne: Não

Eloise: Não

Colin: Não

Benedict: Não

Hyacinth: Não

Francesca: Não

Gregory: Não

Gregory: Quero saber também

Anthony: E vocês três não deviam estar na aula?

Daphne: Ave maria, tu só não reclamou com o Benedict

Colin: Favoritismo descarado mesmo

Francesca: Só tenho aula mais tarde

Hyacinth: Vim no banheiro, então apressa aí

Benedict: Gregory?

Gregory: Fui expulso da sala

Gregory: Mamãe já sabe e eu estou definitivamente encrencado, não precisam me dar sermão

Eloise: Garoto, não tem nem uma hora que a aula começou

Gregory: Eu sei, quebrei o recorde da escola saindo depois de 11 minutos do começo da aula

Colin: Que orgulho

Colin: Quer dizer, se orienta Greg

Hyacinth: Bora Anthony, se não vão começar a achar que eu tô com dor de barriga

Anthony: Pelo bem da sua reputação na escola eu digo – K

Colin: KATEEEEEE

Daphne: VAI VAI DIZ

Anthony: Disclaimer: Anthony tá dirigindo e pediu pra eu falar – K

Anthony: E a Violet já sabe – K

Anthony: Ela tá bem – K

Anthony: O transplante foi um sucesso – K

Anthony: Vamos precisar voltar uma vez a cada 6 meses pelo próximo ano e uma vez por ano por mais 4 anos – K

Anthony: Mas ela tá bem – K

Anthony: A médica disse que a chance de recidiva é bem baixa agora por causa do transplante – K

Eloise: AAAAAAAAAAA

Daphne: Graças a Deusss

Hyacinth: Oporra agora vou ficar com fama de cagona e chorona, mas vale a pena

Colin: AINDA BEMMMM

Francesca: Melhor notícia do anooooo

Benedict: Que incrível!

Gregory: AEEEEEE

Anthony: Obrigada pelo apoio de vocês esse tempo todo – K

Anthony: Fez toda a diferença do mundo pra gente – K

Eloise: Para que se não eu choro mais do que já tô chorando

Anthony: Não estaríamos aqui sem você, Elô – K

Anthony: Muito obrigada de verdade – K

Eloise: Quantas vezes eu já te disse que não é pra me agradecer por isso?

Eloise: Era a maior chance de ela ficar bem, então não era uma opção não fazer isso

Eloise: Eu faria de novo por ela e por qualquer um de vocês e sei que é recíproco

Colin: Você sempre pode contar com as pessoas dessa família se precisar de um órgão ou de babás

Colin: O único pagamento que a gente pede é outros sobrinhos

Benedict: SIM POR FAVOR

Benedict: A Lottie não aguenta mais a gente

Daphne: Eu apoio, hein?

Francesca: Eu também

Francesca: Somos 9 tios e tias e só uma sobrinha, a coitada realmente não aguenta mais tanta atenção

Eloise: Nove?

Francesca: A gente + Simon + Edwina

Colin: Tá vendo gente, muito pouco sobrinho pra tios doidos demais”

Kate pegou um lencinho de papel que estava na bolsa e secou as lágrimas que tinham caído enquanto contava para os cunhados e bloqueou o telefone, guardando-o na bolsa. Devolveria a Anthony quando chegassem no trabalho, mas, no momento, não precisariam dele. Estavam indo deixá-la na escola e os dois fizeram questão de descer do carro para ir falar com a professora.

— Agora eu posso brincar no escorrego de novo, né? - Charlotte perguntou a Kate assim que chegaram na frente da sala, onde a professora já estava esperando por ela. Esperta é ela, Kate pensou. Sabe que só pela própria palavra não vai poder brincar, então quer que eu confirme na frente da professora. Como se não fôssemos querer que ela voltasse a brincar.

— Pode sim, meu amor. - ela respondeu. - A dra. Dawson disse que podia voltar a brincar normalmente.

— Então essa mocinha está liberada? - a professora perguntou, a abraçando de lado.

— Sim. - Anthony disse, passando a mão pela cintura de Kate, que passou a mão pelas costas dele e encostou a cabeça no seu ombro. Finalmente estava tudo bem. Então ele olhou para Charlotte. - Se comporte, ok, bebê?

— Eu vou pra aula! - ela reclamou, como se ele estivesse lhe fazendo um pedido óbvio, então olhou para a professora. - Eu me comporto, né, tia?

— Bom... - a professora começou a dizer.

— Não, não. - Kate interrompeu. - Não vamos fazer uma reunião de pais agora.

— Eu só teria coisas boas a dizer, garanto.

— Mesmo assim. Acho que não é o momento.

— Tchau, mamãe e papai. - Charlotte disse, já entrando na sala.

Os dois riram, se despediram da professora e andaram de mãos dadas até o lado de fora.

— Eu não acredito que acabou e que ela realmente está bem. - Kate disse assim que entraram no carro.

— Eu sei. - ele pegou a mão dela e a beijou, um sorriso crescendo no rosto. Sabia que provavelmente não conseguiria parar de sorrir pelo resto do dia. - Ainda parece um sonho. Se eu estiver dormindo, por favor não me acorde.

— Se fosse um sonho, não teríamos de ir trabalhar. Isso é o que está me provando que estou acordada. Isso e o fato de ninguém ter duas cabeças ou uma cauda e pelos carros não estarem voando.

Ele sorriu para ela e ligou o carro. Eles foram em silêncio até a Bridgerton, mas, ao chegarem lá nenhum dos dois desceu do carro.

— Eu queria te perguntar uma coisa. - Anthony disse.

— O que é?

— Você parou para pensar em algum momento o que faria se ela não...

— Não ficasse bem? - Kate perguntou e ele assentiu. - Não parei pra pensar nisso. De verdade. Você pensou?

— Não no que eu faria, porque eu definitivamente não faço ideia e não quero nem pensar. Mas eu tinha pedido ao meu pai que tomasse conta dela enquanto eu não chegava, se as coisas não dessem certo.

Kate arquejou e sentiu as lágrimas chegando aos seus olhos. Aquilo era, em medidas semelhantes, mórbido e doce. Ele tinha tentado se assegurar de que, caso algo desse errado, ela teria quem olhasse por ela no outro plano.

— Você não tinha me dito isso.

— Eu sei. Não queria admitir essa possibilidade. Quando eu contei para ele, não parecia que eu estava dizendo que aquilo poderia realmente acontecer.

— Eu entendo. Contar ou pedir alguma coisa para alguém que não está mais aqui é completamente diferente de falar com alguém que vá te responder e dizer pra tirar isso da sua cabeça.

— É isso que você teria feito se eu tivesse te dito isso?

— Acho que não. Era um medo válido e que não tinha como simplesmente dizer para deixar de lado, já que, até que ela fosse liberada, ainda poderia acontecer. Mas eu nunca achei que ela não fosse ficar bem. Mesmo nas noites sem dormir, quando parecia que ela simplesmente não melhoraria, eu sabia que ela ficaria bem.

— Como? - Anthony parecia um pouco confuso. Queria acreditar que tudo acabaria bem (e, graças aos céus, tinha acabado bem), mas, em alguns momentos tinha sido difícil manter a esperança.

Ela respirou fundo.

— Ok, isso é provavelmente a coisa mais piegas que eu vou falar na minha vida e não espere que eu repita isso, mas eu tinha certeza que ela ia ficar bem porque ela é um reflexo do nosso amor. E eu sei que não faz sentido de verdade e que não tem nada a ver porque, não importa quão verdadeiro isso seja, muitos casais perdem seus filhos, mas eu me agarrei a esse pensamento.

Ele apenas a encarou por uns momentos.

— Eu acho que nunca escutei nada tão piegas e tão certo quanto isso.

— Você sabe que não devia concordar comigo quando eu tô falando coisas sem sentido, né?

— O que eu posso fazer se faz sentido pra mim também? E depois de ontem à noite, faz ainda mais sentido.

— Nossa, nem tinha parado para pensar por esse lado.

— Viu? - ele sorriu para ela. - Vamos?

Ela assentiu e os dois saíram do carro, indo direto para o elevador.

— Te vejo no almoço? - Kate perguntou, quando estavam se aproximando do andar dela e lembrando de devolver o telefone a ele.

— Claro. - ele a beijou de leve. - Vamos comemorar.

— Certo. - as portas do elevador se abriram e ela sorriu. - Até mais tarde.

Ela saiu do elevador e foi para a sua sala, respirando fundo enquanto se sentava. Acabou, ela pensava. Acabou e dessa vez é de verdade. Mal tinha se sentado quando ouviu uma batida na porta.

— Entra.

— Kate, posso falar com você? - Posy perguntou, já entrando na sala e fechando a porta atrás de si.

— Claro. - ela disse, já ligando o computador. - O que você precisa?

— Primeiramente, como foi?

— Bem. Temos que voltar em seis meses, mas ela está liberada. E a médica disse que a possibilidade de acontecer de novo é muito pequena, então eu estou escolhendo acreditar que acabou de verdade dessa vez. - Kate disse e dava para perceber só pelo tom de voz dela que tudo estava muito mais tranquilo do que antes.

— Ainda bem!

— Ainda bem mesmo. Acho que finalmente vou conseguir voltar a dormir direito à noite.

Posy sorriu, mas logo ficou séria.

— Posso te pedir um favor?

— Se aproveitando que eu estou de bom humor, Posy? - Kate fingiu estar magoada. - Eu jamais esperaria isso de você. - Posy revirou os olhos. - Vai, diz. O que você quer de mim? 

Ela respirou fundo.

— Acho que já comentei com você sobre a Sophie, né?

Kate pensou por um momento.

— É a sua meia-irmã que meio que desapareceu, certo?

— Sim. - Posy sorriu. Kate sempre tinha sido atenciosa com esse tipo de detalhe. - Bom, ela está voltando para Londres e vai ficar comigo por uns tempos, então me pediu ajuda para ver se eu conseguia arranjar um emprego para ela aqui. Qualquer que fosse. Só, se possível, longe da minha mãe.

— Olha, o mesmo que você. - Kate sorriu. - Vou ver o que posso fazer.

— Obrigada.

Depois disso, a manhã foi bastante ocupada, mas, para Kate, se passou num instante. Não podia dizer o que tinha feito de verdade, mas sabia que tinha passado a manhã sorrindo, porque Charlotte estava bem e isso era tudo o que importava.


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Notas finais do capítulo

(sim, estamos falando de Sophie Beckett)



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