Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 3
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Oi!!
Primeiramente, muito obrigada à Snowflake pelos comentários, gostei muito de receber seu feedback ♥
Resolvi postar o capítulo da semana hoje (sexta) porque semana passada postei o capítulo na quinta, mas, a partir da semana que vem, vai ser postado no sábado.
Sem mais delongas, espero que gostem! Sintam-se à vontade para comentar e dizer o que estão achando.

Beijos,
Mavelle



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— Você casaria comigo?

— Oi? - foi a única coisa que ela conseguiu falar.

— Você casaria comigo? - Anthony repetiu, ainda mais sério.

Kate ficou em silêncio um momento, tentando processar o que estava acontecendo.

— Você está me pedindo para casar com você para provar para o conselho que você é responsável? - ela falava e cada palavra parecia mais absurda.

— Sim.

Ela simplesmente o encarou, tentando ver se ele estava brincando, mas ele estava muito sério. Eu estou realmente sendo pedida em casamento, ela pensou.

Enquanto crescia, Kate nunca tinha pensado muito no assunto casamento ou filhos. Sua melhor amiga, Daphne, queria muito ter sua própria família e já falava de seus planos desde que tinha 12 anos: ela iria conhecer alguém, se apaixonar perdidamente, e ter uma casa grande com 5 filhos e três cachorros (Trovão, Jacob e Apolonia). Com o passar do tempo, o plano se tornou mais realista e mudou para dois filhos e um cachorro, mas continuava lá e mais perto do que longe de se realizar, agora que ela estava noiva. Quando Simon a pediu em casamento e Daphne disse que tinha sido ainda melhor do que como ela imaginava que seria, Kate não pode deixar de pensar que nunca pensara em como esse momento seria, se algum dia acontecesse.

E, apesar de nunca ter pensado sobre, definitivamente não era assim que imaginava.

— Como casar com uma mulher com quem você não namora é sinal de responsabilidade? Só é uma prova maior ainda que você é impulsivo.

— Ninguém pode saber com certeza que não estamos namorando fora nós dois. Nós podemos simplesmente dizer que estamos namorando há mais ou menos um ano e teriam que acreditar.

— E como você sabe que eu não estou em algum aplicativo de namoro ou algo do tipo?

— Repete isso e pensa se isso se aplica a qualquer um de nós dois.

Ela parou por um momento e - era verdade. Nenhum dos dois teria aplicativos de namoro. Se bem conhecia Anthony, ele preferia conhecer alguém à moda antiga - indo num bar ou, como era o caso agora que não bebia mais, numa cafeteria.

— Merda, você está certo.

— Eu geralmente estou. - ela revirou os olhos e ele riu. - Enfim, se você concordar, nunca mais precisa se preocupar com nada para você ou para a Lottie.

Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. Anthony devia conhecê-la melhor que isso.

— Você quer que eu me case com você por dinheiro? - ela se sentia ofendida.

— Desculpe, eu me expressei mal. - Anthony disse. - Era mais como uma forma de agradecimento, eu acho. Eu sei que o que eu estou pedindo é inusitado e difícil, para dizer o mínimo, então seria uma forma de te agradecer.

— Ok. Entendi.

— Eu não preciso de uma resposta agora. Você pode pensar sobre o assunto ou só bater na minha cara, dar as costas e ir embora. De qualquer forma, eu vou fingir que essa conversa nunca aconteceu até você decidir falar sobre isso.

— E se eu decidir nunca falar sobre isso?

— Então nunca aconteceu. - ele respirou fundo e olhou o relógio.

— Precisa ir?

— Eu tenho 10 minutos. Do que você queria falar mesmo?

— Então... - ela fez a folha deslizar para mais perto dele e só bastou uma olhada na folha para perceber. Antes mesmo que ela começasse a falar, ele já tinha percebido.

— O plano do conselho deu errado, não foi?

— Sim. - ela confirmou.

— Quem poderia ter previsto isso? - ele perguntou, sarcasticamente, já olhando para ela com um sorriso.

— Realmente, quem? - ela sorriu de volta.

— Ok. Você vai para a reunião amanhã reapresentar o plano, certo?

— Você precisa que eu vá? - ela perguntou, já um pouco aflita.

— Não, eu não preciso que você vá. Seria bom se você estivesse lá, mas tudo bem se não puder. Por que?

— Eu tenho que levar a Charlotte numa consulta amanhã. - ela pareceu apreensiva, o que preocupou Anthony.

— Está tudo bem com ela?

— Provavelmente não é nada. - ela disse, mas mordeu o lábio inferior. - Só vou levar alguns exames que a médica pediu depois da última consulta.

— Tenho certeza de que vai estar tudo bem.

— Eu espero que sim. Inclusive, posso sair amanhã entre as 2 e as 3?

— Claro. - ele assentiu.

— Muito obrigada. - ela olhou para o relógio e se levantou. - Acho que já vou. Você precisa ir para a sua reunião e eu tenho mais coisas a fazer.

— Espera. - ele recolheu suas coisas e se levantou, já dando a volta na mesa e parando ao lado dela. - Vou sair agora, também.

— Ok.

Anthony abriu a porta e eles saíram, indo juntos até o elevador. Ele ia sair do prédio, então apertou o botão do térreo, enquanto Kate ia voltar para a sua sala, no 7° andar. Eles estavam em um silêncio confortável até as portas se abrirem no andar dela.

— Tchau. - ela disse, sorrindo para ele, que segurava a porta do elevador para ela.

— Tchau. - ele sorriu enquanto a porta fechava.

***

Mais tarde naquele dia, Kate estava na sala, assistindo televisão com Lottie no sofá enquanto Newton, o cachorro delas, dormia no cantinho. Ela refletia sobre seu dia enquanto Dora, a aventureira perguntava onde estava… seja lá o que ela estivesse procurando que estava na frente dela. Eu queria muito ter estado errada sobre a forma de marketing e ter quebrado a cara, mas estava certa. Com sorte, Anthony vai conseguir convencer o conselho amanhã e poderemos começar a mudança na nossa abordagem. E eu recebi um pedido de casamento ou estou ficando louca? Ela fazia cafuné na cabeça da filha, que estava deitada com a cabeça dela em seu colo, tentando fazer com que ela dormisse. Durma, por favor. Amanhã vai ser um longo dia e eu tenho muito o que fazer antes de dormir. Depois de um tempinho, ela finalmente adormeceu e Kate a colocou no quarto dela. Deu-lhe um beijo na testa e ficou no quarto por uns poucos momentos, se certificando que a menina estava mesmo dormindo. Está tudo bem, não é? Vai ficar tudo bem.

Ela voltou para a sala e seu telefone começou a tocar. Quando foi olhar, era uma chamada de vídeo com sua irmã Edwina. Faziam pelo menos duas semanas que ela não falava com a irmã de verdade e sentiu uma pontada de culpa. Elas sempre foram muito próximas, mesmo com os 3 anos de diferença, e desde a morte dos pais eram tudo uma para a outra. Kate tinha certeza que Eddie iria provocá-la por terem passado tanto tempo sem se falar, como uma boa irmã, então já atendeu a chamada com um sorriso estampado no rosto.

— Oi.

— Oi. Tinha esquecido que tem uma irmã? - Edwina respondeu, já provocando.

— E você? Também esqueceu que eu existia?

— Eu mandava mensagem de bom dia todos os dias e você só respondia com uma figurinha de coração. Depois de uns dias, começou a repetir. Eu significo tão pouco para você a ponto de não valer a pena nem procurar figurinhas novas?

— Meu Deus, como você é dramática. E você me faz parecer a pior irmã de todos os tempos. Em minha defesa, das últimas duas vezes que eu tentei fazer o que você fez agora, você atendeu, disse “dissertação” e desligou. Eu resolvi que seria melhor esperar você ligar depois disso.

— Ok, eu realmente estava surtando com isso, mas - ela fez uma pequena pausa dramática e sorriu - eu finalmente terminei de escrever. Enviei para a minha orientadora mais cedo.

— Sério? - Kate tinha um sorriso se formando no rosto.

— Sim! - Edwina começou a rir. - Agora vai começar o bate volta de todas as correções que ela quiser que eu faça e aí eu vou voltar a querer arrancar meus cabelos.

— Mesmo assim, Eddie. - ela tinha lágrimas nos olhos. - Você já terminou a base de tudo. Eu estou tão orgulhosa!

— Não chora! - agora também haviam lágrimas nos olhos de Edwina. - Você sabe que se você chorar eu choro.

Kate riu, já limpando as lágrimas dos olhos.

— Eu tenho o direito de chorar. Eu vi, mesmo que de longe, o quanto você se esforçou para fazer isso nos últimos dois anos. Inclusive – ela fez uma pequena pausa -, por que você não saiu para comemorar?

— Por que eu enviei para a Pauline tem 10 minutos. Achei que já estava meio tarde para sair agora. Além disso, é quinta feira.

— E o que é que tem? Quinta feira é o aquecimento da sexta.

— Eu dou aula amanhã de manhã. É a última aula antes do recesso de fim de ano, então acho que ninguém vai prestar atenção de verdade, mas não quero estar bêbada.

— Ah. Tudo bem então. Mas amanhã saia com seus amigos.

— Ok, mamãe. - Eddie revirou os olhos. - Eu vou sair com meus amigos, beber e me divertir e ser jovem.

— Muito bem. Saia com seus amigos antes de voltar para casa.

— Claro. Três semanas não são muito tempo, mas, mesmo assim, vou sentir falta deles. E eu chego domingo, ok?

— Certo. Vem com a Francesca dessa vez?

Francesca Bridgerton, irmã mais nova de Daphne e Anthony, tinha começado a estudar na Escócia no ano anterior, também em Edimburgo, mas numa faculdade diferente da que Edwina fazia mestrado. Elas tinham se encontrado no aeroporto voltando para casa no ano anterior, mas tinham pegado voos diferentes e, desde então, sempre combinavam de ir e voltar juntas. Apesar de não serem tão próximas, as duas gostavam de ter essa companhia enquanto viajavam.

— Sim. Ela já me chamou para ir almoçar lá na casa da Violet quando chegarmos. E estender o convite para vocês, claro.

— Nós vamos. A comida da Violet não é algo que eu deixe passar - Kate parou um momento e então começou a andar na direção da cozinha. - Você se importa se eu fizer o almoço de amanhã enquanto converso com você?

— Caramba, eu preciso comer. - ela se levantou também e foi ver a geladeira.

— Você ainda não jantou? - ela perguntou, já apoiando o telefone na bancada da cozinha. - Já são 9 e 15.

— Eu sei. E não, não jantei. - ela pegou algumas coisas que achou na geladeira e colocou na mesa.

— Quando foi a última vez que você comeu?

— Acho que era meio dia. Mentira, eu tomei uma xícara de café perto das 6.

— E café enche o estômago de quem?

— Eu sei, eu sei. - Edwina suspirou, já pegando um pão. - Sabe, enquanto você estava grávida, eu achava que quando a Charlotte nascesse você ia começar a se preocupar menos comigo, mas parece que só aumentou o cuidado.

— É claro - Kate disse, se afastando um pouco para pegar uma panela para cozinhar a carne, que ela já tinha temperado. - Vocês duas são minhas bebês, não importa o quanto você diga que já cresceu.

— Eu decidi parar de dizer que cresci na sua frente, porque sei que só vai resultar em você me dando um abraço e dizendo que ainda sou um bebê.

— Bom, é verdade.

— Falando em bebês, como está a Lottie? - ela perguntou, já mordendo o sanduíche que tinha montado. - Você tinha comentado semana passada que ia levar ela no médico.

— Ela está bem. Só cansada, como eu tinha comentado. A médica acha que é anemia, então passou uns exames e eu vou voltar amanhã com os resultados.

— Só você ou vai levá-la?

— Só eu. Se eu levá-la, vou ter que sair ainda mais cedo do trabalho e chegar mais tarde, já que precisaria pegar e deixar ela de volta na creche.

— Ah sim. E só deixaram você sair?

— Sim. Eu falei com o Anthony sobre isso hoje. - ela falou, já ligando a panela.

— Você tem muita sorte por ser amiga do seu chefe. Na verdade do seu chefe ser seu amigo.

— Mesmo que não fosse, todo mundo aqui é compreensivo quanto a isso, principalmente porque eu sou mãe solteira. Bom, quase todos. Tem aquela pequena fração que me chamou de puta pelas costas 3 anos atrás.

O rosto de Edwina ficou vermelho. Ela definitivamente estava com raiva.

— O que?

— É. Posy descobriu e me contou na época.

— E você nunca fez nada sobre o assunto?

— Não, mas não adianta chorar pelo leite derramado. E pouco me importa. Para eles, qualquer mulher que gosta de sexo e/ou tem relacionamentos casuais é puta. - ela deu de ombros. - Se eu for me estressar com isso ou deixar isso me abalar, eles ganham.

— Você nunca tinha me falado sobre isso.

— Não? Desculpe. Não era por não confiar em você, mas uma questão de eu tentar mostrar pra todo mundo que estava bem.

— Me enganou direitinho. Eu sabia que não tinha sido mil maravilhas, mas não imaginava que diziam coisas assim para você.

— Não diziam para mim. Diziam pelas minhas costas.

— Para mim, não tem diferença se era pelas costas ou na sua frente. Que povo retrógrado.

— Eu sei. De qualquer forma, acho que o pior já passou porque ela é fofa demais para que qualquer um lembre do detalhe de que eu não tenho ninguém. É bem mais fácil de lidar agora.

— Ainda bem. - Edwina disse e voltou a comer o sanduíche. Elas ficaram num silêncio confortável por uns momentos, enquanto Eddie terminava de jantar e Kate fazia a comida. - Ei.

— Oi. - Kate

— Eu já vou, ok? Estou esgotada.

— Ok. Falo com você amanhã, então?

— Sim. Me diga como foi a consulta com a Lottie.

— Certo. E você vá se divertir.

— Tá bem. Eu te amo.

— Também te amo, Eddie. Tchau.

— Tchau.

Kate desligou a chamada e voltou a se concentrar em concluir o almoço que levaria no dia seguinte, pensando que, definitivamente, seria uma sexta-feira longa.


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