Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oiii!
Voltei depois do leve surto do final do capítulo passado haha, mas, como disse respondendo os comentários, tudo acontece por uma razão. Então fiquem com esse presentinho de último capítulo do ano.
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Beijos,
Mavelle

Música: Why Did It Have To Be Me - ABBA



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— Puta merda. - Anthony disse, ecoando o que Kate tinha dito.

As palavras de Alejandro menos de uma hora antes se repetiam na cabeça de Kate. “Relaxem. Aquela pedra está presa ali há centenas de anos.”

Presa ali há centenas de anos. E agora os prendia daquele lado.

Ela estava bem perto de começar a rir de desespero. Ou isso ou chorar.

— Senhor e senhora Bridgerton? - Alejandro gritou.

— Estamos aqui. - Anthony gritou de volta, se aproximando da pedra.

— Graças a Deus estão vivos. Não posso perder outros turistas.

— Isso devia nos tranquilizar? - Kate sussurrou para Anthony.

— Eu não faço ideia. - ele respondeu, usando o mesmo volume.

— Alejandro, como vamos voltar?

— A agência vai providenciar um resgate, mas provavelmente só vai estar pronto pela manhã. - ele respondeu.

— Vamos ter que passar a noite aqui? - Anthony perguntou.

— Sim, sinto muito. Eu posso jogar algumas coisas para vocês, como sacos de dormir, água, comida e material pra começar uma fogueira.

— Você quer dizer jogar pedaços de madeira para nós? - Kate perguntou. - Se é isso que quer dizer, eu prefiro não fazer a fogueira. Um dos pedaços de madeira poderia bater na cabeça de alguém e aí seria pior.

— Você é muito mãe, meu Deus. - Anthony disse, só para provocá-la. Ela o empurrou na direção da montanha.

— Sem fogo, então. Vou trazer água, comida e sacos de dormir.

— E uma lanterna, por favor. Obrigada. - Kate disse. - Grite quando voltar.

— Irei! Ah, e tem um armário encostado numa das paredes da caverna. Tem lençóis e umas barrinhas de cereal lá.

— Ok.

Os dois voltaram para a caverna. Kate foi inspecionar o armário e logo percebeu que haviam realmente alguns lençóis e algumas provisões, mas, pelo menos, eles tinham algumas coisas para comer na mochila. Isto é, se não estivessem completamente ensopadas e destruídas.

— Você acha que devíamos contar para alguém que estamos presos numa caverna no Peru? - Anthony perguntou. - Meu Deus, nunca imaginei que fosse dizer essas palavras numa frase só.

— Nós podíamos contar para nossos irmãos e para a sua mãe, mas a) só serviria para preocupar eles, e b) não temos sinal.

— Nós podemos morrer aqui. - ele disse, num tom sério. - Se morrermos...

— Não vamos morrer. - ela disse.

— Não tem como saber disso. Se morrermos, nunca vamos ter tido a oportunidade de nos despedir de verdade.

— O que você sugere?

— Nós podíamos gravar um vídeo e mostrar para eles quando chegarmos em casa.

— Tipo um vlog? Tipo “PASSAMOS 12 HORAS PRESOS NUMA CAVERNA E OLHA NO QUE DEU”? - Kate perguntou, em tom de brincadeira.

— É. - ele disse, já rindo.

Ela pareceu deliberar por um momento.

— Ah, vamos. Não é como se tivéssemos mais o que fazer aqui mesmo.

Ela pegou a câmera e deitou no chão. Anthony apenas seguiu sua deixa e fez o mesmo.

— Oi. - os dois disseram ao mesmo tempo. Então se olharam e começaram a rir.

— Eu não consigo. - Kate disse, ainda rindo, e já entregando a câmera para Anthony. - Desculpa. Eu não consigo falar com uma câmera e fingir que estou falando com alguém.

— Eu estou bem aqui. - ele disse, um pouco indignado.

— Mas o que eu vou falar pra você que não seja óbvio? - ela perguntou, já virando para ele. - “Oi Anthony, eu sei que você sabe que nós estamos presos numa caverna, já que você está aqui comigo, mas estamos presos numa caverna esperando resgate.”

— Achei que ficou perfeito. - ele sorria. E aí voltou a falar com a câmera. - É isto, são 16:45 agora, estamos presos numa caverna, mas, pelo menos, a vista é bonita. - ele virou a câmera para o lado de fora. E, após alguns segundos, virou para Kate. - Apesar de eu achar essa mais bonita ainda. - Kate não conseguiu evitar que seu rosto ficasse levemente ruborizado, o que só fez com que um sorriso convencido surgisse no rosto de Anthony.

— Minha vista é ainda melhor, eu tenho certeza. - ela sorriu e ele parou o vídeo. - O que foi?

— Essa é a primeira vez que eu te elogio e você não responde com um “você também não está nada mal”.

— Assim como você não ia dizer que eu estava certa, eu não ia dizer que você estava bonito. - ela deu de ombros. - Você já é convencido demais, não precisava que eu confirmasse aquilo que já sabe.

Ele estava para comentar, mas Alejandro chamou a atenção deles. Tinha retornado com algumas provisões, que jogou por cima da pedra. Além disso, informou-os que a agência iria reembolsá-los.

— É o mínimo do mínimo. - Anthony disse, baixinho. Sabia mais do que o suficiente sobre contratos e poderia muito bem processá-los (e a agência sabia disso também, por isso o reembolso). Ele não tinha vontade de enfrentar um processo judicial internacional e todas as complicações que isso traria, então, se ambos saíssem dali ilesos, aceitaria o dinheiro e iria embora. Mas se algo acontecesse a Kate… que Deus o ajudasse, mas não haveria ninguém que pudesse impedi-lo de processar a empresa.

— Espera. - Kate disse, checando as provisões. - Só tem um saco de dormir? - ela perguntou, levemente preocupada.

— É um saco para duas pessoas. E era o único que tinha na agência. Hoje um grupo gigante veio acampar e só sobrou esse. - Alejandro explicou, já se desculpando. - Por isso eu mandei a barraca também. Vai ajudar a manter o vento fora.

Eles se despediram e, enquanto Alejandro ia embora, Kate e Anthony voltavam para a caverna, agora com um walkie talkie para poderem se comunicar com o pessoal, caso tivessem algum problema. Enquanto Anthony começava a tentar armar a barraca, Kate foi organizar o que tinham no armário.

Só então foi que notou o tamanho do saco de dormir.

Era minúsculo.

Certo, era maior que um saco de dormir normal, mas não cabiam dois adultos ali. Duas pessoas, Kate pensou, sarcasticamente. Só se for eu e a Lottie. Definitivamente não é grande o suficiente para nós dois ficarmos confortáveis, especialmente porque Anthony tem 1,80.

— Acho que temos um problema. - ela disse.

— A situação inteira é um problema. Não tem como piorar muito daqui. - ele disse, ainda sem se virar.

— Não teria tanta certeza.

— Uma garrafa de água furou? - ele finalmente virou. - Ah. - Essa foi sua única reação. O universo realmente quer que fiquemos juntos, só pode, Anthony pensou. Primeiro a cama minúscula do alojamento e agora isso... Talvez eu devesse escutar o desgraçado. Mas, ao invés de algo provocativo, como gostaria, ele disse a única coisa que achava que poderia tranquilizá-la. - Vamos dar um jeito. Tem a barraca e os cobertores no armário, qualquer coisa usamos para nos cobrir ou para forrar o chão da barraca.

— É. Vai dar certo de um jeito ou de outro, não vai?

— Claro que vai.

***

Cinco horas mais tarde, ambos estavam se arrependendo de ter nascido.

Depois que o sol se pôs, por volta das 18 horas, o vento tinha começado a soprar com mais força, apesar de não ter voltado a chover, com a graça dos céus. Eles comeram um pouco logo depois que escureceu e depois entraram na barraca, que estava contra uma das paredes da caverna para que não precisassem receber vento por um dos lados. Tinham decidido cobrir o chão com o saco de dormir e se enrolar com os lençóis, mas isso não estava resolvendo a situação. Então decidiram tentar realmente ficar no saco de dormir (que, de alguma forma realmente conseguia comportar duas pessoas) e se cobrir com um dos lençóis. A situação tinha melhorado um pouco, mas ainda estavam com frio.

— Eu tô com tanto frio. - ela disse, chegando ainda mais perto dele. Ele a abraçou, tentando passar um pouco de calor para ela. - Agora a ideia de ser acertada por um pedaço de madeira parece valer à pena em troca de fogo.

Anthony riu um pouco, mas também estava quase congelando. Inferno de caverna e inferno de vento, ele pensou.

— Eu não acho que essas roupas molhadas estejam ajudando a nos aquecer. - ele disse.

— Também acho que não.

Eles tiraram as roupas, colocando-as do lado de fora da barraca, e voltaram para a mesma posição que estavam antes no saco de dormir, sendo que apenas com as roupas íntimas. Eles estavam abraçados e só aproveitando o calor um do outro dentro do saco de dormir. Kate estava brincando com o cabelo do peito de Anthony, mas parou do nada.

— Posso te perguntar uma coisa? - ela perguntou, olhando nos olhos dele.

— Uma? - ele perguntou, levantando uma sobrancelha.

Ela revirou os olhos.

— Você levaria uma cotovelada se não fosse impossível eu me mexer sem pegar vento.

— Eu estou brincando. Pergunte.

— Por que você me pediu para casar com você? Por que não contratar uma atriz ou sei lá?

— O que você quer dizer?

— Por que tinha que ser eu?

Os olhos dele brilharam e ele sorriu. Ao invés de responder a pergunta dela, começou a cantar.

I was so lonesome, I was blue / Eu era tão solitário, estava triste

I couldn't help it, it had to be you and I / Não tinha o que fazer, tinha que ser você e eu

Always thought you knew the reason why / Sempre achei que você soubesse o porquê”

Ela riu.

— Se quiser me fazer uma serenata, acho que esse não é o momento certo.

— E por que não?

Ele continuou a cantar.

Nights could be empty, nights could be cold / Noites podem ser vazias, noites podem ser frias

So you were looking for someone to hold / Então você estava procurando alguém pra abraçar

That's only natural / Isso é natural

But why did it have to be me? / Mas por que tinha que ser eu?”

Ela estava rindo de verdade agora.

— Por que você tá rindo? - ele perguntou, sorrindo. - Eu sou um cantor tão ruim assim?

— Não, não. Você é um ótimo cantor. É que eu lembrei que você tinha uma banda na escola.

— Por favor, não traga A Colmeia pra essa conversa. - ele disse, muito sério, olhando nos olhos dela, apesar de seu olhar ser divertido. - Ou pra qualquer outra. Tipo, nunca.

— Ok, entendi. - ela disse, com um sorriso nos lábios.

Eles ficaram em silêncio por alguns momentos.

— Sobre sua pergunta - Anthony disse, olhando nos olhos dela de novo -, honestamente, eu não tinha pensado direito nisso até o momento em que falei em voz alta, mas comecei a refletir e percebi que não poderia pedir para nenhuma outra pessoa.

— Por que?

— Porque você é a única pessoa que eu não iria enjoar de ter por perto. - ela parecia surpresa. - Nós estivemos perto um do outro nossas vidas inteiras e ainda assim nos gostamos e encontramos assunto pra conversar todos os dias. Eu sei que minha ideia foi apressada e talvez um pouco impensada, mas não tem mais ninguém com quem eu poderia fazer isso. - ele fez uma pausa e sorriu de lado. - E também não tem ninguém com quem eu preferiria estar preso e quase congelando numa caverna no Peru.

— Então eu sou a pessoa que você escolheria para morrer congelada com você? - ele assentiu, puxando ela mais para perto. - Eu consigo pensar em um milhão de coisas que eu preferiria fazer que não congelar até as nossas mortes prematuras no meio do nada.

— Eu nunca disse que gostaria que isso acontecesse. Inferno, eu nunca achei que fosse estar numa situação como essa, mas você seria a pessoa que eu escolheria ter comigo nesse momento.

— Eu escolheria o Bear Grylls. A essa altura, já estaríamos de volta no hotel tomando um banho quente.

— Não conta, Kat. Não conhecemos ele, então, das pessoas que conhecemos, seria você.

— A gente conhece ele. - Anthony olhou para ela, levantando uma sobrancelha. - Ele tem livros publicados pela editora.

— Sim, mas isso não quer dizer nada.

— Sempre que ele precisa resolver alguma coisa na Bridgerton, ele faz questão de falar comigo.

— Faz é? - ele parecia estar com ciúmes.

— Ele é casado. E eu também, caso tenha esquecido. - ela disse, mostrando a ele a mão com a aliança. Normalmente, também estaria usando o anel de noivado, mas achou melhor não trazê-lo numa viagem em que a maior parte do tempo seria passada fazendo trilhas. - E você chegou convenientemente na minha sala da última vez que ele esteve lá.

— Sim, eu lembro, mas nunca se sabe. Nós tínhamos um combinado, talvez outras pessoas tenham também.

Kate notou o uso dele de tínhamos e algo nisso a fez se sentir bem. O acordo estava inválido naquele momento, mas ainda havia a chance de voltar a valer quando chegassem em casa. De alguma forma, o jeito que ele falou a fez pensar que esse não seria o caso.

— Anthony, ele parabenizou a gente pelo noivado. E mandou aquele vaso estranho que a gente usa pra jogar as chaves da casa.

— Ok, ok, o Bear Grylls sabe que existimos. De qualquer forma, depois dele - Anthony disse, olhando ela nos olhos -, você seria a pessoa que eu preferiria ter aqui comigo. E eu posso pensar de meio milhão de coisas que eu prefiro fazer com você do que congelar.

— É? - ela perguntou, mordendo o lábio inferior. - Tipo o que?

Os olhos dele começaram a brilhar de um jeito malicioso.

— Tipo isso. - ele beijou seu pescoço e, a partir daí, começou a deixar uma trilha de beijos ascendentes. - Ou isso. - ele beijou seus lábios de leve. - Ou ainda isso. - ele mordeu a orelha dela de leve e ela começou a rir e se contorcer.

— Ai, por favor não! - ela disse, ainda rindo. - Eu tenho cócegas na orelha.

Ele tinha um sorriso malicioso no rosto e ela tinha certeza de que ele estava armazenando a informação para o futuro.

— Certo. - ele fez uma pequena pausa. - O que você preferiria fazer comigo?

— Eu preferia ter um pouco de contato pele a pele. - ela disse, já passando suas mãos pelas costas para soltar o sutiã, tirando-o e jogando-o para onde o resto das roupas molhadas estava. A calcinha dela logo foi para a mesma pilha.

— Puta merda.

Ela então praticamente sentou no colo de Anthony e começou a beijá-lo. Ele então tocou seus seios e ela gemeu contra a sua boca, o que fez com que ele parasse de beijá-la e colocasse a boca em um deles. Kate estava definitivamente gemendo depois disso. Ela podia sentir a ereção dele pelo tecido da cueca e decidiu que aquilo só estava no seu caminho, então começou a tirar. Ele a parou, apenas para levantar um pouco e terminar de tirar, antes de voltar a beijá-la. E então ela parou o beijo por um momento.

— Você se importa em ir devagar? - ela disse, enquanto ele beijava seu pescoço. - Faz um bom tempo desde a minha última vez.

— Se te serve de consolo, pra mim também. - e era verdade. Desde que eles tinham concordado em ficar juntos, Anthony não tinha procurado outra pessoa. Além de não ter tido tanto tempo livre com tudo o que estava acontecendo na vida deles, ele sentia que seria como trair Kate, mesmo que não estivessem juntos de verdade.

— Eu quero dizer mais de um ano. Eu tentei algumas vezes depois que a Lottie nasceu, mas foi péssimo.

— Ei. - ele pegou o rosto dela nas mãos. - Tudo bem. Não precisamos fazer nada agora.

— Eu quero, só...

— Vai devagar?

— É. Me beija.

***

— Você tá bem, Kat? - Anthony perguntou enquanto Kate se aconchegava nele, praticamente deitando em cima dele.

— Sim. - ela disse e sorriu. - E eu estou bem aquecida agora.

— Se tivermos que passar outra noite aqui, deveríamos pedir para Alejandro jogar a madeira para fazermos uma fogueira?

— Não. Se um desses pedaços bate na cabeça de alguém, teríamos uma emergência médica. Então acho que talvez seja mais seguro nos aquecer assim. Além disso, nossas roupas provavelmente vão estar secas amanhã.

— Então, com todo esse discurso bonito sobre segurança, o que você quer dizer é que não se importaria de se aquecer comigo? - ele disse, com um sorriso sugestivo no rosto.

— Não, não me importaria. - ela sorriu.

— Então estamos de acordo. - ele respondeu, apoiando o queixo no cabelo dela e a abraçando.

— Você acha que deveríamos nos preocupar com o fato de que estamos completamente nus e que um time de resgate vai vir de manhã?

— Eu acho que o sol nasce cedo por aqui. E se não nascer, tudo bem. Vai aparecer na mídia local, mas quem liga?

— Casal de turistas doidos espera nu pelo resgate. - ela se afastou um pouco para pegar o telefone na mochila. - Estou colocando um alarme pras 4 da manhã para podermos colocar nossas roupas de novo. Casar é responsável, mas não acho que esperar o resgate assim é.

Ele olhou para ela, parecendo um pouco surpreso.

— Obrigado por se lembrar. Eu honestamente tinha esquecido disso.

E era verdade. Desde o email o avisando disso, a investigação tinha sido comentada uma vez na reunião com o conselho, em fevereiro. Desde então, o problema não tinha sido mais citado. Ele estava parcialmente torcendo que isso fosse um delírio coletivo, mas sabia que não era. Tinha cometido erros e agora devia arcar com as consequências.

— De nada. - ela disse, já guardando o telefone na bolsa e voltando a se aconchegar para aproveitar o calor do corpo dele. Eles ficaram uns momentos assim, num silêncio confortável.

— Eu queria te perguntar uma coisa. - Anthony disse.

— O que é?

— O que aconteceu pra você ter que pedir uma calça emprestada ao Benedict?

Kate começou a rir. Muito.

— Ah meu Deus. - ela falou, secando as lágrimas que escorriam pela lateral do rosto. - Primeiro, parabéns pela paciência. Eu não teria aguentado esperar 5 meses para perguntar.

— Obrigado. - ele disse, com um sorriso convencido no rosto. - Precisou de muita força de vontade.

— Segundo, como você consegue pensar nisso agora? - ela colocou a perna por cima da dele, como que querendo provar um ponto. Ele apenas a puxou para mais perto.

— Bom, eu estou me sentindo vulnerável. Acho que minhas inseguranças podem estar se mostrando.

— E o Benedict é uma delas?

— Não, mas pensar por que você precisaria de uma calça emprestada dele sim.

— Você está com ciúmes?

— Um pouquinho. - ela voltou a rir. - Não posso?

— De quem você está com ciúme? Do seu irmão por eu ter pedido ajuda a ele ou da picotadora do escritório?

— A picotadora?

— Sim. Na minha segunda semana na Bridgerton, o antigo chefe de marketing pediu pra eu sair no meio da reunião e destruir a ideia que eu tinha dado na picotadora da sala dele.

— O que? - a raiva era perceptível na voz dele. - Eu não acredito!

— Ele era um merda, mas que Deus o tenha. - Ou que o diabo o carregue, Anthony pensou. - De qualquer forma, eu fui fazer isso, mas eu não tinha muita experiência com picotadoras e estava tentando não chorar, então eu me distraí e ela puxou uma parte da minha calça, que basicamente ficou aberta até a altura da coxa. Eu quase comecei a chorar, mas lembrei que o Benedict tinha roupas extras na sala dele. Aí eu pedi uma calça pra ele e pedi que não perguntasse nada. Até hoje ele acha que eu transei com o Russell.

— Credo. Por que não contou a verdade?

— Porque pra mim era menos mal ele achar que eu fiquei com o velho do que achar que eu era burra.

— Você estava nervosa, e com razão. Mas...

— Como funcionou?

— É. Quer dizer, se você usasse uma das minhas calças, já seria complicado, e Benedict é 5 centímetros mais alto que eu.

— Ele me entregou um cinto também, mas, se não tivesse, eu teria grampeado a calça.

— A calça dele deve ter agradecido ele lembrar do cinto, então.

Ela sorriu.

— Definitivamente.

— Então foi só isso mesmo?

— Sim.

— Ótimo. Acho que teria que matá-lo se fosse qualquer outra coisa.

— Anthony! - ela protestou e ele começou a rir.

Ainda ficaram acordados por um bom tempo, conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. E, quando finalmente adormeceram, foi um nos braços do outro.


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Notas finais do capítulo

EXTRA: A Kate falando com o Bear Grylls e o Anthony sendo um noivo levemente ciumento
https://homecomingalligator.tumblr.com/post/638771517506961408/kate-e-bear-grylls



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