—Temos um problema. - Bella anunciou, analisando o quadro de atividades da família. - A aula de artes da Hayley e na hora da aula de futebol do Colin e do ensaio da peça do John. E temos que ver as atividades extracurriculares da Amanda e do Thomas. 

—Eu posso buscar a Hayley e o John. Você pega o Colin e busca os gêmeos na escola. - Edward passou os braços em volta da cintura da esposa. 

—Você vai ter que buscá-los. Tenho que levar o Henry na entrevista com a faculdade e depois levar a Lucy ao dentista. 

—Já está na hora do Henry tirar carteira. - O garoto estava muito ocupado com os estudos e ainda não tinha tentado fazer a prova de habilitação. 

—Precisamos de ajuda. - Bella declarou, suspirando. 

—Vou encontrar alguém. - Edward beijou o pescoço dela. - Não precisa ficar tão tensa, vamos dar um jeito. Somos incríveis juntos. - Agarrou a cintura da esposa e ela se aconchegou nele. - Você está tão linda. - A virou de frente para ele e a beijou. 

—Amor, aqui não. - Bella protestou sem nenhuma convicção. - As crianças já estão descendo. 

—Você sabe muito bem que eles não acordam cedo sem um empurrãozinho. 

—Temos que sair cedo para deixar todo mundo a tempo na escola. 

—Agnes pode nos dar uma mãozinha. 

—Ela vai deixar o Tyler no aeroporto. - Edward ergueu a esposa e a colocou sentada sobre a mesa. - Faz tempo que não fazemos isso. - Se colocou sobre ela infiltrando as mãos dentro da blusa dela. 

—Fizemos ontem. - O lembrou mordiscando a orelha dele. 

—Não aqui. - Edward só queria provocar a esposa, mas se tivessem a casa só para eles…. 

—Estamos atrapalhando? - Os dois ergueram a cabeça e se depararam com os nove filhos os encarando. 

—Também quero deitar na mesa. – Colin avisou tentando subir, mas foi impedido por Henry.

—Nós estávamos...

—É que... – Edward desistiu de tentar encontrar uma explicação. – Quem vai querer panqueca?

—Eu quero, pai. – Edward levou as mãos ao peito. Ele já deveria estar acostumado, mas ouvir um filho o chamar de pai pela primeira vez era sempre muito emocionante.

—Com muita calda de chocolate, filho? – Beijou os cabelos de Thomas e ele abraçou o pai. Era tão bom se sentir amado. Amanda estava feliz em ver que o irmão já se sentia parte da família, ele sorria sem parar e aquilo aquecia o coração dela.

—Tyler, querido, preparei uns lanchinhos para você. – Bella colocou vários potes em cima da mesa.

—Mãe, eles não vão me deixar levar tudo isso. – Protestou sentindo uma fisgada no tornozelo. A dor foi tão forte que ele teve que se sentar para não cair.

—Está tudo bem, Ty? – Agnes colocou a mão no ombro dele.

—Foi só uma câimbra. – Ele poderia ter contado a verdade, mas tinha vergonha de admitir o que realmente estava acontecendo. – Já vai passar. – Olhou para a mochila pendurada no gancho, mas não havia nada lá que pudesse ajudá-lo, teria que suportar a dor por mais algumas horas.

—Tem certeza? Você parece tão pálido. – Hayley estava preocupada com o irmão.

—Você que é pálida. Já pensou em pegar um pouco de sol? – Provocou, tentando mudar de assunto.

— Acho que deveria de ficar mais alguns dias. – Bella levou as mãos a testa do filho. – Não está com febre.

—Mãe, eu estou bem. E não posso ficar. O treinador já foi legal o suficiente me dando o final de semana de folga.

—Não gosto de te ver longe. Eles não cuidam direito de você. – Bella balançou a cabeça. –  Mas não vou cometer o mesmo erro novamente, separei várias perguntas para a entrevista de hoje. – Ela tirou uma pequena lista do bolso da calça.

—Mãe! – Henry cobriu o rosto com as mãos. – Não vou escolher a universidade pela qualidade do refeitório deles. E, por favor, não me envergonhe. Melhor ainda, eu posso ir sozinho. – Ele só tinha 16 anos, mas estava indo para a universidade, tinha que ser tratado como um adulto.

—Acho essa reunião desnecessária, você vai para Brown. – Edward sorriu orgulhoso. – Por que perder tempo com universidades medianas?

—Ei! Eu estudo lá. – Agnes reclamou fazendo uma careta ao sentir o cheiro de bacon. Os enjoos estavam acabando com ela.

—É bom ter mais opções. – Bella queria que o filho fosse para uma universidade perto de casa e não que se mudasse para o outro lado do país. – Temos que ver o que as outras tem a oferecer. – Tirou o prato de bacon de perto de Agnes. – Se garantir o bem estar dos meus filhos é envergonhá-los, farei isso com o maior prazer. – Henry se encolheu na cadeira. – Não vamos pressioná-lo. – Sussurrou para o marido.

—Só quero o melhor para ele. Nosso garoto é muito inteligente, é claro que vai ser aceito nas melhores universidades. Ele poderia até ir para Oxford.

—Inglaterra? – Bella não suportaria ver o filho no outro lado do mundo.

—Seria uma boa experiência para ele. Eu gostei muito do tempo que passei fora do país. E você também já morou fora.

—Ele é só um garoto. Não vai se mudar para o outro lado do oceano. – Deu as costas para o marido e foi abraçar o filho.

—Mãe, eu posso deixar o Henry na escola e depois buscar o Thom e a Amanda. – A escola deles era perto do apartamento dela.

—Obrigada, filha. Você é maravilhosa. – Deu um beijo na testa dela.

—Se precisarem de ajuda é só falar. Sabem que eu amo meus irmãozinhos lindos. – Ela realmente os amava, mas tinha que confessar que tinha segundas intenções ao oferecer ajuda. Os pais não poderiam matá-la se precisassem dela.

—Abram caminho para as melhores panquecas do mundo. – Edward anunciou fazendo os filhos comemorarem.

[...]

—Obrigado pela carona, Agnes. – Tyler pegou a mochila.

—Espera. – Colocou a mão no braço dele. – Sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa, não sabe?

—É claro. – Sorriu agradecido pelo apoio.

—Tem algo que queira me dizer? – Os dois ficaram em silêncio, se encarando.

—Final de semestre deixa qualquer um maluco, não é mesmo? – Ele não era o único que tinha um segredo.  

—Estarei aqui se precisar. – Abraçou o irmão e ele deixou uma lágrima escapar.

—Também estarei aqui, Baixinha. – Bagunçou os cabelos dela e ela deu um soco de leve no ombro dele.

—Vaza daqui. – Ter irmãos era maravilhoso, mas muito cansativo.

—Também amo você. – Saiu mancando um pouco e Agnes franziu a testa, tinha algo de errado com o irmão e ela precisava descobrir, mas antes precisava lidar com os próprios problemas.

[...]

—Vocês não precisam entrar. – Amanda se agarrou a mochila e olhou em volta, para os colegas que deixaria em breve, ela não sentiria falta deles, odiava a escola.

—Queremos conhecer seus professores.

—Nós não vamos ficar aqui. – Protestou sem obter sucesso. Thomas estava nas nuvens e caminhava de cabeça erguida, queria ver alguém mexer com ele agora.

—Não vejo a hora de ir estudar na outra escola. – Ele tinha ficado encantado com a escola que os irmãos frequentavam, e ele só tinha visto por fora quando deixaram Hayley e John na porta.

—Vocês vão amar. – Bella garantiu, seguindo ao lado dos filhos. – Mas, antes precisamos garantir que vocês estão tendo uma boa educação e que estarão nivelados com a outra escola.

—Minhas notas não são boas. – Thomas confidenciou, envergonhado. – Eu sou meio burro. – Chutou uma pedrinha e Edward o parou.

—Você não é burro, filho. Se estiver com alguma dificuldade vamos te ajudar. Podemos contratar professores particulares. Não precisam se preocupar. Faremos tudo por vocês. – Passou o braço em volta dos dois. – Vocês são nossas ovelhinhas e nunca abandonamos o nosso rebanho.

[...]

—Lucy, me ajuda. - Colin entrou correndo no quarto da irmã e se jogou debaixo da cama dela.

—O que aconteceu? - Perguntou tentando tirá-lo de lá, o puxando pelas pernas.

—A Hayley quer me matar. - Avisou se encolhendo mais.

—Por que ela quer te matar? - Lucy também foi para debaixo da cama.

—Eu quebrei o iPod dela. - Revelou e Lucy balançou a cabeça.

—E por que quebrou o iPod dela? Sabe que não pode mexer nas coisas da Hayley. - Falou como os pais falaram com ela tantas vezes.

—Eu só queria mexer um pouco. Aí não consegui ligar e joguei ele no chão e quebrou.

—Ela vai acabar com você. - Avisou o abraçando de lado. Os dois brigavam bastante, mas eram também muito unidos e um protegia o outro.

—Lulu, você tem que falar com ela. – Implorou se encolhendo.

—Colin! – Hayley gritou abrindo a porta do quarto do irmão e não o encontrando.

—Ela está chegando. – Sussurrou e Lucy foi até o corredor.

—Viu o Colin? – Perguntou segurando o iPod quebrado.

—Talvez. – Ergueu o queixo encarando a irmã.

—Não estou com paciência, Lucy. E não quero envolver o papai e a mamãe nisso, eles estão bem estressados hoje.

—O que aconteceu?

—Eles descobriram que alguns garotos batem no Thom lá na escola e querem tirar eles de lá logo.

—Eu pego o Fish. – Colin avisou saindo de debaixo da cama. – Ninguém bate nos nossos irmãos.  

—A mamãe nos proibiu de usar o Fish. – Lucy lamentou se sentando no chão do corredor com os irmãos ao lado dela.

—Já ficaram sabendo? – Henry se juntou aos irmãos.

—Nós quatro somos muito sortudos. Sempre tivemos a mamãe e o papai ao nosso lado.  – Hayley suspirou pensando em como os outros irmãos haviam sofrido e em quantas crianças ainda sofriam sem ter ninguém para defendê-los ou lutar por eles.  

—A mamãe ficou uma fera e eles estão brigando com a escola até agora.

—Ele vai ficar bem. – John garantiu se aproximando. – Eu já passei por isso.

—O bom de estarmos na mesma escola é que vou poder ficar de olho em todo mundo. – Hayley era muito parecida com a mãe e tinha o instinto de sempre proteger os irmãos.  

—Eu quero ir pra sua escola. – Colin abraçou a irmã e ela se lembrou de que estava brava com ele.

—Você quebrou o meu iPod. – Resmungou exibindo o equipamento.

—Não fui eu. – Colin fez sua melhor cara de inocente. – Deve ter sido a Agnes.

—O que tem eu?

—Você se mudou pra cá? – Lucy desviou o foco da conversa para que Colin pudesse escapar.

—Desculpa se gosto de passar um tempo com a minha família. O papai está chamando para jantar e por favor, não comentem nada e nem pensem em pegar o Fish, já passamos da época de usá-lo para ameaças e vinganças.

—Nós nunca o usamos, só o Fish II. – Henry a lembrou.

—Ei, a mamãe proibiu de usar o Fish II, ela nunca falou nada sobre o Fish III. – Lucy comentou com um sorriso travesso. 

—Ninguém mexe com um Cullen e saí impune. – Hayley também sorriu.  

—John, me ajuda aqui. – Agnes pediu para o único irmão que ela considerava sensato.

—Vamos deixar o papai e a mamãe cuidarem disso. Mas ficaremos atentos e se for preciso, usaremos nossas melhores armas.

—Ovelhinhas unidas... – Hayley começou.

—Jamais serão vencidas. – Colin gritou e Hayley saiu correndo atrás dele, ele precisava pagar por ter quebrado o iPod dela, só um Cullen poderia implicar com o outro.