Nossa Família imPerfeita escrita por Rayanne Reis


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796197/chapter/15

Agnes parou segurando a maçaneta da porta do quarto dos pais e olhou para os irmãos.  

—A mamãe não está 100% recuperada. Então, não façam bagunça. Vamos entrar em silêncio e nos comportar. – Avisou olhando diretamente para Colin e Lucy.

—Abre logo, eu quero ver a mamãe. – Lucy ordenou e Agnes bufou. Não adiantaria tentar controlar os irmãos. Ela mesma estava com dificuldades para não se jogar nos braços da mãe. Foram dias angustiantes.

—Minhas ovelhinhas. – Bella ergueu o braço que não estava apoiado na tipoia. – Venham até aqui. – Os filhos a abraçaram com cuidado.

—Sentimos a sua falta, mamãe.

—Também senti a falta de vocês. Muita. – Fungou segurando as lágrimas. – Como passaram esses dias? Quero ouvir tudo. – Bella procurou uma posição confortável para ouvir todos os relatos dos filhos.

—A vovó nos deu sorvete.

—O vovô nos carregou de cavalinho.

—Assistimos Dirty Dancing...

—Ficamos acordados até tarde...

—Nos divertimos muito.

—O vovô me deu ótimos conselhos e disse que devo seguir o meu coração.

—Com quem você deixou os seus irmãos? – Edward cutucou a filha mais velha.

—Temos avós maravilhosos. – Agnes abraçou o pai. – E pais ainda mais maravilhosos.

—Não reconheço as pessoas de quem eles estão falando. – Os pais nunca agiram daquela forma com ele, mas Edward estava feliz que eles e os sogros tratassem os netos com mais amor e atenção.

—Galera, vamos dar espaço pra mamãe, por favor.

—Não, Agnes... – Os irmãos protestaram.

—Por que não vão fazer os seus exercícios e tomar um banho? Vejo vocês mais tarde. Preciso tirar um cochilo. – Bella sugeriu e os filhos aceitaram o acordo. – Amo vocês. Não se esqueçam disso.

—Também amamos você, mamãe.

[...]

—Posso entrar? – Henry não queria incomodar a mãe, mas precisava conversar com os pais. 

—Claro, filho. - Edward colocou o livro de lado e Bella fechou o notebook, estava se atualizando sobre as notícias da ONG. 

—Algum problema, querido? - Bella deu um tapinha na cama, indicando que ele deveria sentar. 

—Depende de como vocês vão receber o que tenho a comunicar. - Ele se sentou na cama dos pais e foi como se todos os medos dele tivessem ido embora. Ele e os irmãos se sentiam seguros no quarto dos pais. - Decidi tirar um ano sabático. Quero conhecer alguns lugares e depois ajudar na ONG. - Bella apertou a mão do filho. Ela nunca tinha pressionado os filhos para ajudarem na ONG e ficava muito feliz quando eles decidiam ajudar por livre e espontânea vontade. - No ano que vem eu vou para Brown, isso se eles me aceitarem. – Ainda não tinha lido as respostas das Universidades, mas estava confiante de que passaria em todas para qual se candidatou. Ele era inteligente. - Quero ser professor. 

—Professor? - Edward ficou surpreso, mas tinha que reconhecer que a profissão combinava com o filho. Henry ajudava os irmãos com os deveres e tinha uma didática excelente. 

—Sei que não vou ganhar muito dinheiro, mas é o que quero fazer. Quero ajudar as pessoas. Matemática é legal. - Os pais fizeram uma careta, nenhum dos dois achava matemática legal. - É exatamente essa a expressão que quero mudar nas pessoas. Matemática é legal, sim. Mas geralmente é ensinado de uma forma bem maçante e as pessoas passam a odiar. 

—Se é isso que você quer, tem o nosso total apoio, filho. - Bella inclinou dando um beijo na testa dele. - Como tomou essa decisão? 

—O Tom me ajudou. 

[...]

—Burro, burro, burro. - Thomas bateu com o livro na testa. 

—Ei! Vai se machucar desse jeito. - Henry largou o sanduíche e tirou o livro das mãos do irmão. - Qual o problema? 

—Eu sou burro. - Thomas lamentou enquanto se segurava para não chorar. 

—Você não é burro. 

—Sou, sim. O professor disse que nunca viu um asiático que fosse horrível em matemática. 

—Primeira regra: não ligue para estereótipos. - Henry puxou a cadeira sentando-se ao lado de Tom. - Segunda regra: nunca mais diga que você é burro e nem nada do tipo. Você só está com dificuldade para aprender a matéria. Para sua sorte, eu sou muito bom com números. Vejamos. - Henry folheou o livro analisando o que o irmão estava aprendendo e depois leu os exercícios. - Certo. Imagine o seguinte, estamos jogando basquete. Você e eu contra o Tyler e o John. Sabemos que apesar do John não ser muito bom no basquete. - Tom riu, concordando com o irmão. -  Ele e o Tyler ganham de nós com muita facilidade. Vamos supor que o jogo esteja em 52 a 22 para eles. 

—Estamos perdendo feio.

—A primeira coisa a fazer é calcular a diferença de pontos. Que seria de… - Thomas olhou alarmado para o irmão. - Vamos colocar no papel. - Aconselhou e o garoto anotou os números, um embaixo do outro. - Dois menos dois? 

—Zero. E cinco menos dois é 3. Então, dá 30.

—Isso mesmo, Tom. Parabéns! - O garoto sorriu, triunfante com a pequena conquista. - Sabemos que no basquete tem três tipos de pontuação. Então vamos supor que só faremos cestas de dois pontos e que eles não vão fazer mais nenhum ponto. Quantas cestas precisamos fazer para ganhar o jogo? - Thomas começou a entrar em desespero e Henry colocou as mãos nos ombros dele. - Vamos por partes, tudo bem? A diferença é de 30 pontos e cada cesta vale dois pontos. Se cada cesta valesse um ponto, precisaríamos de 30 cestas, como valem dois, precisamos da metade. 

—Eu divido 30 por 2? - Perguntou, incerto. 

—Exatamente. - Henry observou o irmão fazer as contas nos dedos. 

—Dá 15. - Anunciou depois de alguns minutos. Ele não era rápido no raciocínio, mas com o pouco de prática pegaria o jeito. 

—Muito bem, Tom. Só que se fizemos 30 cestas, vamos igualar com o número de pontos deles. E nós não queremos empatar e sim ganhar, então vamos precisar de… 

—Fazer mais uma cesta. Precisamos fazer 16 cestas de 2 pontos para ganhamos deles.  - Henry ergueu a mão para que Thomas pudesse tocar.

 -Bate aqui, cara. 

—Eu consegui. - Sorriu, orgulhoso. 

—Claro que conseguiu. Você só precisa ter calma e focar. Quer ver? E se ao invés de fazermos cestas de 2 pontos, fizéssemos de 3? - Tom fez as contas com rapidez e confiança.

 -Para ganharmos precisamos de 11 cestas de 3 pontos. - Henry o aplaudiu. 

—Você é inteligente, irmãozinho. - Bagunçou os cabelos do irmão. - Agora vamos aos exercícios? Vou te ajudar e você verá que matemática não é tão difícil assim. 

[...]

—Vocês não se importam que eu seja professor? – Henry não queria magoar os pais.

—Queremos o que for melhor para você, campeão. – Edward garantiu abraçando o filho. – E lembre-se, você só tem 16 anos, não precisa fazer nenhuma decisão permanente. Se quer ser professor, maravilha! Se quiser mudar daqui uns anos, mude. Estaremos aqui para te apoiar no que decidir. Sempre. 

—Obrigado, pai. E desculpa incomodar vocês. Vou deixar você descansar, mãe. – Bella segurou a mão dele.

—Fique mais um pouco. – Ela não conseguia acreditar que o bebê dela estivesse tão grande e definindo uma carreira. – Será que podemos ver em quais universidades você entrou? – Henry riu e pegou o celular. – Só de curiosidade. – Pediu e ele abriu o primeiro e-mail.

[...]

—Dez aceitações. – Edward comentou com orgulho e abraçou o filho que estava deitado no meio dos pais.  – Isso só prova que eu tenho os filhos mais inteligentes.

—Estou tão orgulhosa. – Bella deu um beijo na testa do filho. – Seus alunos terão muita sorte por ter você para ensiná-los.

—O que vocês estão fazendo? – Colin se jogou em cima do irmão.

—Toma cuidado com a mamãe. – Henry o repreendeu.

—Eu pulei em você e não na mamãe. – Retrucou se aconchegando no pai.

—Eu também quero deitar aí. – Lucy subiu na cama dos pais procurando um espaço ao lado da mãe.

—O que eu disse a vocês? – Agnes colocou as mãos na cintura e encarou os irmãos. Ela tinha se distraído por alguns segundos e os perdeu de vista.

—Deita aqui, irmãzinha. – Colin ignorou a repreensão da irmã.

—Tive uma ideia. – Edward se levantou. – Chamem seus irmãos e peguem os colchões infláveis e cobertores. Vamos todos nos deitar na sala.

—Posso pedir pizza? – Hayley perguntou ouvindo a conversa no corredor.

—Não se esqueça que o Tyler está em casa e ele precisa de uma só para ele. – Henry a lembrou e foi até a irmã para ajudá-la com os pedidos.

[...]

—Filho, você precisa de um terno novo para o baile. – Bella precisava atualizar o quadro de atividades da família. Os médicos recomendaram repouso total, mas ela não conseguiria ficar parada

—Eu não vou ao baile.

—Você não pode não ir ao baile. – Hayley acertou o irmão com uma almofada.

—Ai. – Resmungou jogando a almofada de volta e acertando Amanda. - Eu não tenho uma acompanhante.

—É só pedir qualquer garota para ir com você. Fala sério, cara. É só você estalar os dedos e vai conseguir várias acompanhantes. – Tyler olhou para a caixa de pizza vazia, uma não seria o suficiente para ele.

—Não sou como você, Ty. Eu não levo jeito para conversar com as garotas.

—Você não precisa abrir a boca. Olha só pra você. – Apontou exasperado para o irmão.

—Você é praticamente um galã de cinema. – Agnes completou. – Mas não é isso que importa. Você é gentil e qualquer garota aceitaria ir ao baile com você.

—Você é um Cullen. Nós Cullen não temos medo de nada. – Tom declarou e os irmãos concordaram. Antes de ser um Cullen, ele sentia muito medo. Agora, não mais.

—Acho que não tem nenhuma garota da minha turma que eu queira levar ao baile.

—Aposto que gostaria de levar a Julie. – Edward provocou e Henry corou.

—Pai!

—Desculpa. Acho que falei o que não devia.

—Você gosta da Julie? – Hayley se colocou de pé. – Você não pode gostar da Julie.

—Tio Dom vai te matar. – John murmurou, preocupado com o irmão.

—Ela é uma fofa. – Agnes sorriu em apoio.

—Sabia que você gostava dela. É só ela chegar que você fica todo bobo. – Tyler provocou o irmão, o fazendo corar ainda mais.

—O papai só está brincando. Eu não gosto da Julie. – Henry sussurrou sem convencer ninguém.

—Vocês não podem namorar. – Hayley decretou. – Quando vocês terminarem, eu vou ter que parar de falar com ela e ela é uma das minhas melhores amigas.

—Vocês podem continuar amigas.

—Não. Minha lealdade está com você. – Henry foi até a irmã e a abraçou.

—Pode ser leal a mim e ainda ser amiga da Julie. E não precisa se preocupar. Nós não vamos namorar. Ela nem me nota.

—Homens! – Hayley resmungou. – Vocês nunca notam nada. Ei! Por que vocês ficaram felizes com um possível namoro do Henry com a Julie e implicaram comigo quando eu fui assistir um filme com o Franklin?

—Nós conhecemos e gostamos da Julie, já esse Frankstein... – Edward achou melhor não completar a frase.

—Por que só os nossos na... amigos ganham apelidos?

—Qual poderia ser o apelido para Padma? – Edward levou a mão ao queixo.

—Nem começa, pai. – Tyler protestou. – E por falar na Padma. – Se virou para o irmão. – A prima dela é do segundo ano da sua escola. Posso ver se ela vai estar livre no dia do baile e você vai com ela.

—Você tem conversado com a Padma? – Bella perguntou enciumada. 

—Achei que gostasse dela.

—Eu gostava. Até ela partir o seu coração e de deixar triste.

—Ela não partiu o meu coração. Foi uma decisão conjunta o nosso término. – A decisão foi mais de Padma do que dele, mas a família não precisava saber dos detalhes. – Relação a distância não funciona. Quem sabe daqui uns anos. – Ele ainda era apaixonado por ela. – Ela soube da minha cirurgia e me mandou mensagem e temos conversado. Vou pedir para ela conversar com a prima dela e te falo, irmãozinho.

—Não precisa, Ty.

—Precisa sim. Você tem que ir ao baile por mim. Sabe que eu sempre quis ir ao baile de formatura, mas por causa de um preconceituoso, meus sonhos foram frustrados e tive o meu coração dilacerado. Agora você, sonho de qualquer pai, se recusa a ir ao baile. Esse mundo é muito injusto.

—Agora eu entendo quando vocês reclamam dos meus discursos. – Agnes resmungou se desviando de um pedaço de pizza que foi jogado por um dos irmãos.

—Tudo bem. Eu vou ao baile. Peça a Padma o telefone da prima dela e eu mesmo falo com ela.

—Esse é o meu irmãozinho. – Tyler colocou o braço no ombro dele. – Vou te passar umas dicas de sedução. – Sussurrou para que os pais não ouvissem.

—Fiquei perdida nessa história. – Eram muitos nomes para Amanda gravar. – Quem é Julie?

—Ela é filha do tio Dom e da tia Lauren. Só que eles não são nossos tios de verdade, só de coração. – Lucy explicou.

—E você gosta dela, Henry? – Ele corou e procurou por um assunto mais interessante.

—Agnes, o que foi decidido sobre o local da festa do casamento? – Os olhos de Agnes brilharam e Henry sabia que o plano dele tinha dado certo.  

—Eleonor foi sozinha e já fechou o local.

—Como ela foi capaz? Era para decidirmos juntas. Aquela... – Bella se controlou para não xingar na presença dos filhos.

—O local é bonito, mas ela não tinha o direito de decidir sem o meu aval.

—Posso pegar o Fish? – Colin se levantou e John o puxou para ele se sentasse de volta.

—Absurdo! E o que mais? Conte tudo, irmã. – Henry a incentivou.

—Precisamos ensaiar a nossa apresentação. – Edward os lembrou e eles começaram a planejar a apresentação para alívio de Henry. Por ora, ele estava a salvo da curiosidade da família quanto aos sentimentos dele por Julie. Mas, é claro, que eles não esqueceriam o assunto. Eles eram os Cullen, não deixavam nada passar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Henry vai ser um ótimo professor, isso se Dominic o deixar vivo (claro que teremos confusão). Pobre Agnes, mal sabe o que a aguarda.

Bjs e até mais.