Nossa Família imPerfeita escrita por Rayanne Reis


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.

Boa leitura!



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—Pode explicar, de novo, o porquê eu vou ficar com a dupla dinâmica? - Henry olhou para Colin e Lucy que corriam entre os carros no estacionamento do hospital.

—Papai disse que eles precisam ficar juntos. - Agnes explicou massageando as têmporas. Tinha sido um dia muito agitado e ela estava exausta.  

Tá, mas, por que eu que tenho que ficar com eles? E, cadê eles? - Os dois olharam em volta e viram os irmãos tentando subir em uma árvore. 

—COLIN! LUCY! Desçam já daí. - Hayley gritou indo atrás dos dois. 

—Não posso ficar me estressando. - Colocou as mãos no ventre. - Não faz bem para o Chris. 

—Ele é um Cullen, tem que se acostumar com as loucuras dessa família. E você não pode ficar usando a sua gravidez como desculpa.

—É claro que posso. Tenho que tirar o máximo de vantagem que conseguir. – Mostrou a língua para o irmão.  – Enfim, não posso ficar cuidando deles e o Tyler ainda está se recuperando. - Tyler fingiu estar fraco e Henry deu um soco no ombro do irmão. 

—Estou convalescendo, não posso ficar correndo atrás deles. 

—E a Hayley não tem paciência com a Lucy. – Continuou a explicação. - Então sobra você para ficar com eles. - Henry gemeu cobrindo o rosto com as mãos. 

—Que seja. Mas o John vem comigo. - Puxou o irmão pelo braço. 

—Fechado. Você, John, Lucy e Colin vão para casa do vovô Charlie. Tyler, Hayley, Mandy e Tom vão para casa do vovô Carlisle.

—E você?

—Vou para a minha casa com o meu noivo. – Cruzou os braços encarando o irmão, o desafiando a falar alguma coisa. – Mais alguma pergunta?

—Vamos passar em casa primeiro?

—Sim. Façam uma mala para três dias.

—A mamãe só vai ficar fora por dois dias. – Amanda desencostou do carro.

—Eu sei, mas é melhor vocês ficarem fora por mais um dia para que ela tenha tranquilidade quando voltar. Vocês sabem como a mamãe é. Ela não vai conseguir descansar se estivermos em casa.

—Ela vai mesmo ficar bem, Agnes? – Tom segurou a mão da gêmea.

—Vai. A mamãe é forte, jovem e saudável. É normal sentirem medo, mas não precisam se preocupar.

—Ela vai precisar de muito amor e carinho. – Tyler completou.

—Isso nós temos de sobra. – Colin avisou. Ele estava com a blusa suja de terra.

—Preciso me livrar de vocês. – Acenou para Connor.

—Queria poder dizer o mesmo. – Henry reclamou cruzando os braços. – Vamos lá, seus pestinhas. – Ajudou os irmãos mais novos a entrar no carro de Connor.

[...]

—Meus amores. – Renée abriu os braços para poder abraçar os quatro netos de uma vez. – A vovó sentiu tanta falta de vocês. Como está a mamãe?

—No hospital. – Colin tentou sair dos braços da avó.

—Ela está bem, vó. Foi só um susto. O papai está com ela.

—Que o seu pai não ouça isso, mas eu não poderia querer ninguém melhor para a minha menina.

—O papai é muito convencido. – Colin conseguiu se afastar da avó.

—Sim, ele é. Mas é também um marido maravilhoso. E um ótimo pai.

—O melhor pai. – Colin pegou um vaso chinês da avó.

—Cuidado com isso, garoto. – Charlie pegou o vaso das mãos do neto.

—Oi, vovô.

—Vocês dois estão aqui. – Olhou de Colin para Lucy.

—Não gostou, vovô? – Lucy cruzou os braços e Charlie apressou em negar.

—É claro que gostei. Vocês quatro são meus netos favoritos. – Piscou para os netos e Lucy ergueu os braços para o alto.

—Então carrega a gente de cavalinho. – Charlie coçou a cabeça.

—Desculpa, querida, mas machuquei as costas.

—É que você já tá bem velho, né, ?

—Colin! Não é velho que fala. É idoso. – Lucy repreendeu o irmão.

—O vovô Carlisle não é idoso.

—Nós temos a mesma idade. – Charlie se defendeu.

—Jura? – Lucy perguntou espantada. – Achei que você fosse beeeeem mais velho.

—Isso é algum tipo de punição? – Charlie perguntou olhando para Henry.

—Não deveria ter ofendido o papai com o lance da Agnes.

—Vou me lembrar disso da próxima vez.

—Vovó Renée, eu acho que a vovó Esme vai dar sorvete pros meus irmãos. – Lucy comentou como quem não quer nada.

—Ah, é? – Renée fingiu não entender o plano da neta.

—É, sim. Eles vão se divertir bastante.

—Então também temos que nos divertir. – Piscou fazendo os netos comemorarem. – Querido, pode pegar o sorvete. – Charlie assentiu e ergueu Lucy a colocando nos ombros.

—Eu também quero, vovô. – Colin foi atrás dos dois reclamando.

—Desculpa, vó. Vou tentar controlar os dois. – Henry prometeu sem muita convicção.

—Não precisa se preocupar com isso. Precisa focar nas suas provas finais. Criei a sua mãe, consigo lidar com os seus irmãos.

—A mamãe aprontava muito? – John perguntou ainda abraçado a avó.

—Sua mãe me deixava de cabelo em pé. Sempre aprontando com o seu pai e com o seu tio. E devo dizer que ela ainda continua aprontando.

—Ela está bem, vó. – John a tranquilizou.

—Uma mãe sempre se preocupa. Nossos filhos sempre serão nossos bebês, não importa a idade. – Fungou, secando as lágrimas. – Agora me falem sobre vocês. Como foi com o seu pai biológico?

—Legal. Sabia que não fui abandonado por que me odiavam? O papai disse que ainda sou muito novo para ouvir toda a história, mas o sr. Miller disse que foi para me proteger e que ele não sabia que eu existia. Eles não me odiavam, vovó. – Comentou com os olhos marejados.

—Ninguém odeia você, meu anjo. Você é um garoto maravilhoso. Aquelas outras pessoas que eram ruins, mas nem elas te odiavam. – Ele não estava certo disso, mas o importante era que a família o amava e ele sabia a origem dele. – E você, Henry, já recebeu resposta das universidades?

—Algumas, mas ainda não abri. Quero esperar a mamãe estar recuperada para abrirmos juntos.

—Ele vai ser aprovado em todas. – John cutucou o irmão.

—Eu ainda não sei o que quero fazer da vida.

—Erramos muito com a sua mãe nessa parte. – Renée lamentou ter permitido que o marido obrigasse a filha a fazer um curso que ela odiava. – Faça aquilo que o seu coração desejar. Não precisa fazer nada para agradar os seus pais. Sei que eles vão te apoiar no que decidir. E eu também.

—Obrigado, vó. Agora, será que não é melhor ir ver se o vovô ainda está vivo? – Apontou na direção da cozinha.

—Provavelmente eles já devoraram todo o sorvete. Vamos antes que seja tarde demais. 

[...]

—O que aconteceu com a sua perna? – Joshua olhou com desdém para o primo.

—Cadê a Lucy? – Apesar da diferença de idade entre Matthew e Lucy (ele tinha 14 e ela 8), os dois eram grandes amigos e parceiros de travessuras.   

—Lucy está com os nossos outros avós. – Tom explicou.

—E eu machuquei o tornozelo e tive que fazer uma cirurgia. 

—Ninguém me contou que você tinha se machucado. – Emmett reclamou da falta de informação sobre os sobrinhos. – O que mais está acontecendo naquela casa maluca?

—Acho que é por isso que ninguém te conta nada, pai. – Jane resmungou acenando para as primas.

—Vejamos. – Hayley levou a mão ao queixo. – Agnes está grávida.

—O quê? – Emmett piscou várias vezes assimilando a informação.

—Tio Edward já matou o Combo? – Matthew torcia para que sim. 

—Ele não quer que o Chris cresça sem pai. – Tom concordava com a decisão do pai.

—Já tem nome? Com quantos meses ela está? E por que ela não desceu?

—Sim. Vai ser Christopher Edward, é claro que só vamos chamá-lo pelo primeiro nome, o segundo foi só para amaciar um pouco o papai. Acho que está com quase quatro meses. E talvez ela não tenha descido para evitar ouvir críticas. – Hayley saiu em defesa da irmã mais velha.

 -Não estou criticando. – Emmett se defendeu.

—Está sim. – Rosalie o repreendeu. – Como está a Bella?

—Bem. Deslocou o ombro, quebrou algumas costelas, mas está bem. – Amanda torcia pela rápida recuperação da mãe.

—Nossa! Eu queria tanto morar com vocês. Cada dia é uma aventura diferente. – Matthew sorriu para os primos.

—Vamos deixá-los pelo menos entrar, por favor. – Esme abriu espaço para os netos entrarem. – Como vocês estão, meus amores? – Beijou e abraçou os quatro.

—Eu fiquei tão preocupada, vó. – Hayley confidenciou e Rosalie a abraçou.

—Sua mãe é forte, vai ficar bem.

—É, a Bella é dura na queda. – Emmett conhecia muito bem a cunhada. – Não duvido nada que amanhã mesmo ela já esteja de pé. Quando o seu pai a deixou cair e ela rachou a testa...

—Essa história eu não conheço. – Amanda achava que Hayley já tinha contado todas as histórias sobre a família.

—Eles eram adolescentes e tentaram recriar a cena de Dirty Dancing. – Carlisle se lembrava muito bem do desespero que Charlie sentiu quando soube que a filha tinha se machucado. Foi preciso muito esforço para impedir que Charlie esganasse Edward.

—O que é isso?

—É um filme mega antigo. É bem legalzinho, na verdade. – Hayley se virou para a avó. – Podemos assistir, vó?

—É uma ótima ideia, querida.

—Vou preparar a pipoca. – Carlisle avisou. – Vocês vão ficar?

—Não. As crianças têm aula, amanhã.

—Pai, ainda é cedo. A vovó vai deixá-los assistir filme e comer pipoca.

—Sua avó não era tão legal quando eu era criança. – Emmett resmungou e Esme apertou a bochecha do filho.

—Pais são para corrigir os filhos e avós são para estragá-los.

—Avós são bem mais legais. – Jane suspirou e se despediu das primas.

—Me manda mensagem quando a sua mãe estiver em casa. – Emmett deu um abraço nos sobrinhos.

—Podem nos ligar a qualquer hora. – Rosalie avisou e Hayley sorriu, agradecida. – Amo vocês. – Acenou se despedindo.

—Eles são legais. – Tom constatou. – Mas são tão diferentes de nós.

—Acho que nós que somos diferentes do resto do mundo. – Tyler ajeitou as muletas. – Vou ajudar o vovô com a pipoca.

—E nós vamos procurar pelo filme. Será que tem na Netflix? Vocês sabem mexer com isso, não sabem? – Esme não entendia muito de tecnologia.

—E aí, vô? Como andam os negócios?

—Vão bem. Seu tio tem feito um excelente trabalho, mas precisamos encontrar o próximo presidente.

—Tenho interesse. – Carlisle quase deixou a vasilha com a pipoca cair no chão.

—Como é? – Colocou a vasilha em cima do balcão.

—Eu gostaria de trabalhar pra vocês. Não sou tão inteligente quanto o Henry, na verdade, eu não sou nada inteligente, mas aprendo rápido, se me explicarem várias vezes e bem detalhadamente.

—Tyler, eu sei que você é inteligente. Mas não posso aceitar que você venha trabalhar conosco.

—E por que não?

—Porque você iria morrer de tédio. Você não nasceu para ficar trancado em um escritório. Tem que fazer o que ama.

—E se a minha carreira tiver acabado? Eu acabei complicando a minha lesão e acho que ferrei com tudo, vô.

—Não diga isso. – Colocou a mão no ombro do neto. – Você vai se recuperar. Precisa seguir as orientações dos médicos e tudo ficará bem. Você é o melhor jogador de basquete que eu já vi.

—Quantos jogos de basquetes já viu? – Perguntou rindo. – Bem que eu gostaria de ser o novo Jordan. Ou o novo LeBron.

—Tyler, um dia um garotinho vai estar conversando com o seu avô e sabe o que ele vai dizer? – Tyler negou. – Que ele sonha em ser o novo Tyler Cullen. Não desista do seu sonho. Eu o proíbo. – Apontou o dedo para ele e pegou a vasilha com a pipoca. – Nunca desista dos seus sonhos. Eu acredito em você. E torcerei por você, sempre.

—Obrigado, vô. – Deu um abraço nele.

—É o que eu deveria ter feito com o seu pai. O apoiado. Estou feliz por ter uma nova oportunidade.

—Esquece o passado, vovô. Se as coisas tivessem sido diferentes, o papai talvez não teria casado com a mamãe e eu não estaria aqui. Tudo tem um proposito.

—É, mas eu poderia ter facilitado um pouco as coisas.

—Isso é. – Os dois riram. – Desencana, vô. Está tudo certo e estamos todos bem. É melhor levarmos essa pipoca antes que a Hayley dê um chilique.

[...]

—Esse filme é tão lindo. – Hayley secou uma lágrima e Tom bocejou.

—Eu achei um tédio.

—Jura que o papai e a mamãe tentaram fazer aquela cena da dança? – Amanda riu imaginando a cena.

—Na primeira vez deu errado. A Bella quebrou o nariz. – Esme balançou a cabeça. – Mas no baile deu certo.

—Aquele baile foi incrível. – Tyler era muito grato ao pai por ter organizado o baile para ele. Ele não chegou a ir ao baile da escola. O pai do par dele não deixou a filha ir com Tyler. A filha não iria sair com um garoto negro, foi o que ele disse. Tyler ficou muito triste, mas a família o ajudou a superar.

—Ei! – Hayley olhou para a irmã. – Você disse papai e mamãe. – Amanda encolheu, envergonhada.

—Eles são meus pais.

—E nós somos seus avós. – Esme passou o braço em volta da neta.

—Eu não consigo entender isso. Como podemos ser todos iguais para vocês?

—Vocês não são todos iguais. – Carlisle desligou a televisão. – Vocês são diferentes e são nossos netos. O sangue não é tudo. Quando a Bella disse que estava grávida, nós amamos o Henry no mesmo instante. E o mesmo aconteceu quando eles disseram que iam adotar a Agnes.

—Não dá para explicar. – Esme completou. – O que você sente pelo Chris?

—Estou empolgada por ter um sobrinho. Acho que quando ele nascer eu vou amá-lo.

—E se o Tom tiver um filho, você acha que vai amá-lo mais?

—Não. Os dois serão meus sobrinhos. – Amanda riu. Era mesmo difícil de explicar, mas ela entendia.

—O amor é algo inexplicável, não é mesmo? – Esme beijou os cabelos da neta. – Agora é hora de irem dormir. Já está tarde.  

—Só vou ligar pra vovó Renée pra saber se a Lucy e o Colin estão bem. – Hayley avisou e Tyler riu. – O que foi?

—Você se parece tanto com a mamãe.

—A Agnes também. Ela mandou uma mensagem perguntando se estamos bem.

—Ovelhinhas unidas devem permanecer unidas. Sempre. – Amanda olhou para os irmãos esperando uma confirmação.

—Sempre. – Os três concordaram. Eles sempre se apoiariam.


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Notas finais do capítulo

Essas Ovelhinhas são uns amores. Charlie que lute para acompanhar o ritmo dos netos.

Bjs e até mais.