Nossa Família imPerfeita escrita por Rayanne Reis


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796197/chapter/11

—Oi, pai, queria conversar comigo? – Henry olhou para o pai que estava sentado atrás da escrivaninha. Ser chamado ao escritório do pai quase sempre era sinônimo de repreensão. E havia um grande motivo para ele ser repreendido.  

—Sim, filho. Entre. – Colocou os papeis, que estava analisando, de lado e indicou que o filho se sentasse.

—Estou encrencado? – Engoliu em seco e passou as mãos no cabelo, um hábito que aprendeu com o pai.

—Não. Só quero conversar. Saber como estão as coisas na escola. – Edward o encarou com aquele olhar que dizia: nem tente mentir, eu já sei de tudo. – Briga na escola, Henry?

—O que te contaram? - Como os pais não apareceram na escola, Henry achou que o diretor deixaria passar batido o incidente na escola.

—Não importa o que me contaram. Eu quero saber a verdade. – Henry, suspirou.

—Eu dei um soco no nariz do Travis. – Edward balançou a cabeça, digerindo a informação. Henry nunca foi de brigar. Se tinha agredido alguém, deveria ter uma boa explicação, embora nada fosse justificável. – Ele e a turminha dele estavam implicando comigo porque eu sou virgem. – Confidenciou, envergonhado. - Estou indo para a universidade, pai. E semana que vem é o baile de formatura. Todos vão fazer isso. E eu não quero.

—Ei, isso não é motivo de vergonha. Não é porque as pessoas da sua turma já fizeram sexo que você também tem que fazer. Você não tem que fazer nada só porque alguém quer que você faça. É o mais novo da sua turma e não deve se deixar influenciar.

—Quantos anos você tinha? – Sussurrou a pergunta.

—Quinze. – Edward revelou e se levantou indo sentar ao lado do filho. – Henry, eu tive muitas, muitas mulheres antes da sua mãe. – Henry fez uma careta, ele não precisava daquela informação. – E confesso que me arrependo. O sexo é algo importante e que eu acho que deve ser feito com alguém especial. Com alguém por quem você tenha sentimentos. Eu queria que a sua mãe tivesse sido a única mulher da minha vida, mas quando eu tinha a sua idade, eu pensava completamente diferente e fui por influência de amigos. Entendo a pressão que está sentindo e te digo que não deve ceder. Você vai se arrepender disso depois. Faça apenas quando estiver preparado e quando for isso que realmente quer.

—Não vai me dizer para esperar até o casamento? – Henry perguntou, sorrindo.

—É o que eu gostaria. Só que acabei de te dizer para não fazer nada apenas porque alguém quer. Isso incluí, sua mãe e eu. Eu posso te dar conselhos e te orientar, mas a decisão deve ser sua. Sei que fiquei bravo com o Combo por ter engravidado a sua irmã, mas a verdade é que eles são adultos e podem fazer o que quiserem. Eu não devo me intrometer, apesar de me intrometer sempre. – Edward respirou fundo. – Não quero que cometa os mesmos erros que cometi quando tinha a sua idade. Eu não tinha liberdade para conversar com os meus pais sobre esses assuntos, mas saiba que pode conversar comigo sobre qualquer coisa, filho. Estarei sempre aqui para te apoiar, em tudo.

—Eles dizem que eu sou gay. Porque nunca fiquei com nenhuma menina.

—E você é? – Edward queria dar todo apoio ao filho. A resposta de Henry não mudaria em nada o amor de Edward pelo filho, mas ele saberia que não seria da mesma forma com todos e ele não queria que o filho sofresse.

—Não. Eu gosto de uma garota. – Ele sorriu ao pensar nela. – Mas eu não quero ter um relacionamento agora e os meus pais me ensinaram que eu devo tratar uma garota como eu quero que as minhas irmãs sejam tratadas. Eu não gostaria que ninguém ficasse enrolando as minhas irmãs. Quando tiver um relacionamento, quero que seja algo sério. Quero me dedicar a ela e no momento, eu mal sei o que quero para a minha vida.

—Como assim?

—Não sei se quero ir para a faculdade, agora. – Confidenciou esperando pela fúria do pai, mas Edward apenas colocou a mão sobre a do filho, o incentivando a continuar. – Tenho medo de não gostar da universidade, de fazer o curso errado e de ficar longe de vocês. Sei que se esforçaram muito para que eu entrasse para alguma universidade da Ivy League e eu não quero decepcionar vocês.

—Vocês nunca nos decepcionam, filho. É claro que queríamos que você fosse para Brown, mas se não é isso que você quer, tudo bem. Henry, você só tem 16 anos, não precisa definir toda a sua vida agora. – Edward se ajeitou na cadeira. – O que acha de tirar um ano sabático?

—E o que eu faria?

—O que quisesse. Poderia viajar, fazer algum curso, estagiar na empresa para saber se quer mesmo fazer parte do mundo corporativo. Poderia ajudar na ONG, descobrir algum talento. Eu indicaria gastronomia. É uma ótima terapia.

—Certeza que não tem problema se eu não for para Brown?

—Queremos que você seja feliz. Faculdade é ótimo, mas não é garantia de nada. Nem de sucesso e muito menos de felicidade. – Henry respirou, aliviado. Era como se tivessem tirado um peso enorme dos ombros dele. – Agora me conte sobre essa garota. Quem é ela? – Henry corou e encarou os próprios pés.

—Julie. – Edward não lembrou de nenhuma Julie da turma de Henry.

—Quem é essa Julie? – Tinha que investigar se ela era uma boa garota.

—A Julie, pai. – Ele levou alguns segundos para entender a quem o filho se referia.

—Sua prima? – Henry se levantou da cadeira.

—Ela não é a minha prima. Sei que consideramos o Dom e a Lauren como parte da família e eles são quase que como nossos tios, mas eles não são. E a Julie não é minha prima. – Edward fez um gesto com as mãos pedindo para o filho se acalmar.

—Tudo bem, ela não é sua prima. – Edward deu um sorrisinho. – Você gosta dela, é? O Dom queria que a Agnes namorasse o Adam, ele sempre quis fazer parte da família. Acho que ele ficaria feliz se você namorasse a Julie. Ela é uma boa garota. Gosto dela.

—É, mas eu não acho que ela gosta de mim. Ela deve me ver como um nerd bobo.

—Só se ela for uma boba. Você é incrível, filho. Tenho certeza de que a Julie gosta de você.

—Ela mora no Canadá. – Lauren e Dom tinham voltado para Vancouver, mas pretendiam voltar para os Estados Unidos. – E da última vez que nos vimos, brigamos o tempo todo. – Revirou os olhos se lembrado das brigas deles. Ele gostava dela, mas ela o irritava bastante.

—Sabe, conheço dois amigos que também eram assim.

—E o que aconteceu com eles? – Perguntou, curioso.

—Casaram e tem nove filhos.

[...]

—Precisa de ajuda? – Hayley observou o irmão se esforçando para enxergar as notas das músicas.

—Obrigado, mas não precisa. Só estava olhando se anotei certo.

—Está enxergando bem? – John levou as mãos ao rosto para ajeitar os óculos, mas se lembrou que não estava usando.

—Eu sempre esqueço. A mamãe disse que os novos vão ficar prontos amanhã.

—Lucy fez um belo trabalho. – Hayley conferiu se o irmão tinha tudo o que precisava. – Vou ficar ali no canto, se precisar de qualquer coisa é só me chamar.

—Vejo que a aula ainda não começou. – Os dois se viraram para a entrada. – Eu... O que aconteceu com o seu olho? – Com passadas rápidas o homem se aproximou e agachou em frente a John para poder ver melhor o olho roxo dele.

—Minha irmã me acertou... – John nem teve a oportunidade de terminar de falar, o homem alcançou Hayley e segurou o braço dela com força.

—Por que fez isso com ele? – Questionou gritando com ela e Hayley tentou se desvencilhar dele.

—Me solta.

—Solta a minha filha agora. – Bella ordenou, empurrando o homem. – O que pensa que está fazendo? E quem é você?

—A sua filha o agrediu. – Apontou para John.

—Não foi ela. – John gritou. – Foi um acidente. Estava jogando bola e sem querer a Lucy me acertou.

—Você não tem que dar explicações a ele. – Bella se colocou à frente dos dois filhos, os protegendo. – E você, saia daqui antes que eu chame a polícia. – Apontou para o homem desconhecido. 

—Eu não vou a lugar nenhum e fique à vontade para chamar a polícia. Como deixaram isso acontecer? E quem é essa Lucy?

—É a minha irmã mais nova. – John explicou, agarrado a Hayley. – Ela não fez por querer.

—Não fale com ele, John. – Hayley abraçou o irmão. – Mãe, quer que eu ligue para o papai?

—Não precisa, filha. Me esperem no escritório, por favor. – Hayley não queria deixar a mãe a sós com aquele homem.

—Não vou fazer mal a sua mãe, garota. – Robert notou a preocupação dela. – Não estou aqui para causar confusão. Eu só quero o bem do John. – Olhou com carinho para o garoto.

—Vou ficar olhando pelas câmeras. – Hayley avisou. – Vem, John. – Ela arrastou o irmão e Robert esperou os dois saírem para falar com Bella.

—Meu nome é Robert Miller. – Bella o olhou de cima a baixo e antes de fazer a pergunta, ela já tinha a resposta.

—Qual a sua relação com o meu filho?

—Acredito que ele seja meu filho. – Bella tentou soar firme.

—Não. O pai do John é o meu marido, Edward Cullen.

—Sei que a senhora e o seu marido adotaram o John há alguns anos, mas ele não é o filho de vocês.

—Escute, sr. Miller. – Bella apontou o dedo para ele, o homem não deveria de ter mais de 30 anos. – John é o meu filho. Não me interessa quem o gerou, ele é meu filho e ninguém vai dizer o contrário. Eu amo o John desde o primeiro momento em que o peguei em meus braços, quando ele foi largado em uma caixa como se fosse um objeto qualquer.

—Eu não o abandonei. Não sabia da existência dele até poucas semanas atrás. Eu jamais teria abandonado o meu filho. Eu o quero. – Bella cruzou os braços e o encarou.

—John é um Cullen. Você terá que passar por cima de todos nós.

—E o que a senhora sugere, que eu vá embora e esqueça que tenho um filho? – Bella levou as mãos a cabeça.

—Ele é meu filho, sr. Miller. – Ele assentiu.

—Não quero causar confusão, Sra. Cullen. Mas também não quero ficar longe do John. – Bella respirou fundo, a cabeça dela estava a ponto de explodir.

—Preciso conversar com o meu marido. – Robert sorriu.

—Obrigado. Só me responda uma coisa, ele é feliz?

—Sim. John é um garoto maravilhoso e nós o amamos.

—O olho roxo...

—Ele estava brincando com os irmãos. Nós nunca machucaríamos o John. – Robert tirou um cartão do bolso.

—Eu só quero conhecer o meu filho, não quero causar confusão ou magoá-lo de alguma forma. Se puder ter a oportunidade de passar alguns minutos com ele... – Bella o olhou em dúvida.

—Eu entro em contato com você, enquanto isso, fique longe dos meus filhos.

[...]

—Acha que ele está dizendo a verdade?

—A semelhança é impressionante, Edward. – Bella lamentou.

—Isso não quer dizer nada, ele também se parece muito comigo.

—Por que ele mentiria? O que achou sobre ele?

—Ele realmente é Robert Miller. – Edward virou a tela do notebook. – Tem 28 anos e esteve no exército durante 6 anos. Faz poucos meses que voltou para Seattle, antes disso estava morando na Califórnia. Ele trabalha em uma oficina de carros e não tem passagens pela polícia. Teve algumas condecorações no exército e aparentemente é uma boa pessoa.

—Alguma coisa sobre uma ex-namorada?

—Não, mas vou continuar investigando. Eles devem que eram muito jovens quando conceberam o John.

—Ele disse que não sabia da existência do John. – Edward começou a andar de um lado para o outro.

—O que faremos?

—Talvez ele só queira fazer parte da vida do John como a Lucy. Nunca tivemos problemas com ela. Acho que devemos conversar com ele, chegar a um acordo.

—E se ele tentar roubar o John?

—É claro que não deixaremos os dois a sós. Ele pode vir visitá-lo aqui.

—E se o John quiser ir com ele? – Bella não tinha pensado nessa possibilidade.

—Eu não quero. – Os dois se assustaram quando a porta foi aberta. – Desculpa por estar ouvindo atrás da porta.

—Eu assumo a culpa. – Agnes encontrou no escritório junto com os irmãos.

—Posso continuar com vocês? – John segurou as lágrimas e Bella foi até o filho e o abraçou.

—Eu te amo, filho e não vamos te abandonar. Nunca. Nós ainda não sabemos se esse homem é mesmo o seu pai biológico. – Eles nunca esconderam nada dos filhos. – E se ele for, você não é obrigado a conhecê-lo. Não vamos te forçar a nada, meu anjo.

 -Se ele vier aqui, a gente solta o Fish nele. – Lucy avisou e John riu. – Desculpa ter quebrado os seus óculos.

—Foi um acidente, Lulu. Eu quero conhecer ele, mas não quero ir embora com ele. Eu sou um Cullen e uma ovelhinha.

—Precisamos fazer isso. – Hayley deu um gritinho de empolgação e estendeu a mão direita.

—Fala sério, Hay. – Tyler se apoiou em uma cadeira e colocou a mão em cima da irmã.

—O que vamos fazer? – Amanda não entendeu, mas estendeu a mão mesmo assim.

—Se acostume com nossa excentricidade, irmãzinha. – Agnes se uniu aos irmãos e os demais os seguiram.

—Ovelhinhas unidas... – Hayley sorriu.

—Jamais serão vencidas. – A família completou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa família é incrível.

Feliz ano e que 2021 seja um ano maravilhoso.

Bjs e até mais.