Nossa Família imPerfeita escrita por Rayanne Reis


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.

Boa leitura!



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Edward desceu do carro, esticou os braços e respirou fundo. Por mais que morassem afastados da cidade, era diferente de estar no campo e poderem se conectar com a natureza.

—Era disso que estava precisando. – Passou o braço em volta dos ombros da esposa. – Paz, tranquilidade, silêncio e... – Bella o interrompeu e ergueu três dedos.

—3...2...1

—LUCYYY!!! Caí fora esse quarto é meu.

—Cala a boca, Hayley. – Lucy gritou de volta com a irmã.

—Colin, a perna do Tyler. – Henry alertou o irmão. – A cabeça do John.

—Quem sabe na próxima. – Edward teve uma semana muito estressante e queria um pouco de tranquilidade, mas tranquilidade e nove filhos... não dava para ter as duas coisas.

Os filhos tinham quebrado algum tipo de recorde no quesito instalação do caos. Os gêmeos estavam em um canto de mãos dadas tentando se manterem afastados das confusões dos irmãos. Henry estava com Colin sobre os ombros e John procurava pelos óculos, agachado no chão, enquanto Connor ajudava Tyler com as muletas, que tinham caído. Agnes tentava manter Hayley e Lucy longe uma da outra.

—Hayley, só tem cinco quartos, você não pode ficar com um só para você. – Agnes apelou para o lado racional da irmã.

—Eu sei. – Revirou os olhos e bufou. – Eu vou dividir com a Mandy.

—Tudo é você e a Mandy. – Lucy gritou e a pequena tinha pulmões impressionantes.

—Chega, Lulu. Eu divido o quarto com você.

—Ela vai ficar conosco? – Connor não esperava ter que dividir o quarto com os cunhados.

—Ah, Combo. – Tyler bateu com uma das muletas no pé dele. – Você fica comigo e com o Henry. achando que isso daqui é um cabaré?

—John, Tom e Colin ficam com o outro quarto. – Agnes resolveu o problema.

—Eu quero ficar com o papai e a mamãe. – Colin reclamou tentando se soltar do irmão.

—Se você ficar conosco, como a mamãe e eu vamos namorar?

—Edward! – Bella deu um tapa no ombro dele.

—Vocês não precisam namorar. – Colin esticou os braços e foi para o colo do pai. – Vocês já têm um bebê. Eu. – Se agarrou ao pai e Edward beijou os cabelos dele.

—Mas você vai crescer um dia, precisamos de outro bebê. – Edward tinha feito vasectomia quando Colin nasceu, então não corriam o risco de ter outro bebê, pelo menos não pelo meio convencional.

—A Agnes empresta o dela.

—Problema resolvido então. – Virou para os demais filhos. – Não quero saber de mais brigas nessa casa. Vou sair para pescar e quando voltar espero que tenham resolvido tudo. – Eles resmungaram um “sim, pai”. – Excelente. Alguém quer ir comigo?

—Eu vou, papai. – Colin parecia que não iria desgrudar do pai o final de semana todo.

—Vamos pegar um peixe grandão? – Sacudiu o pequeno o fazendo rir.

—Vamos pegar um tubarão. – Cobriu a boca com as mãos. – Desculpa, papai. Tubarão, não. – Deu um beijo na testa do pai. Todos sabiam do medo que Edward tinha do animal.  

—Querido, está na hora de superar esse medo. – Bella colocou a mão no braço dele. – Nenhum tubarão me devorou.

—Ainda, Isabella. Ainda. – Ela revirou os olhos e foi verificar os quartos. – Mais alguém quer ir comigo?

—Eu adoraria, pai, mas... – Tyler apontou para a perna.

—Eu que... – Henry puxou Tom pelo braço.

—Você quer conhecer a casa? Eu te mostro, irmãozinho. Vem John.

—Não gostamos de maltratar os animais. – Hayley avisou e as irmãs concordaram com ela.

—Então somos só nós dois, campeão. – Edward lamentou olhando para Agnes.

—Connor vai com vocês. – Connor forçou um sorriso e olhou alarmado para a noiva.  

—Tem certeza que não precisa de ajuda com alguma coisa?

—Pode deixar, princesa. Colin e eu nos viramos com o barco. Ele é forte, não é mesmo?

—Eu sou. – Declarou convicto.

—Eu vou com vocês. – Ele não podia ser um covarde para sempre. O sogro não o mataria na frente de Colin, ou mataria?

—Divirtam-se. – Agnes deu um beijo na bochecha do noivo. – Vocês não estão indo caçar, vai ficar tudo bem. Seja gentil com o papai.

—Eu sou sempre gentil com ele, meu amor. Se eu não voltar, diga ao nosso filho que eu o amo. – Deu um beijo rápido na noiva e seguiu atrás do sogro.

[...]

—Por que estão molhados? - Agnes levou as mãos a cintura e olhou do noivo para o pai.

—Combo quis se refrescar um pouco. - Edward deu um tapinha no ombro do genro e ele balançou a cabeça concordando. 

—Colin! - O pequeno levou um susto e tentou sair de fininho, mas a irmã o agarrou pela camisa. - Me conte o que aconteceu lá no rio. 

—O Combo é um lerdo e caiu do barco. Aí ele ficou gritando igual uma menininha e o papai mandou ele ficar em pé e o Combo ficou assim. - Colin ergueu as mãos e fingiu estar se afogando. - Socorro! Eu não sei nadar. Aí o papai foi lá e puxou ele e eu fiquei rindo. 

—Pai! - Agnes se virou, furiosa. - Passou de todos os limites. O Connor não sabe nadar, ele poderia ter morrido. Quer que o seu neto fique sem pai? - Ela começou a andar de um lado para o outro. - Isso é um absurdo. O Connor não abusou de mim, eu participei ativamente da concepção dessa criança. Não pode ficar com raiva dele. 

—Posso sim. - Edward cruzou os braços. - E foi um acidente, não tive nada a ver com isso. 

—Quer mesmo que eu acredite nisso? 

—Colin, você me viu empurrando o Combo? 

—Não, papai. 

—Viu só? E você não estaria sugerindo que eu ousei colocar o seu irmão em perigo tentando virar o barco, ou estaria? - Ela olhou bem para o pai e depois para o irmão. Colin poderia ser comprado facilmente, mas ele não mentia bem. E Connor se mantinha em silêncio, tremendo de frio.  

—Mãe. - Choramingou buscando ajuda. 

—Eu disse para você assustá-lo com o Fish, não o jogar no rio. - Bella repreendeu o marido e Agnes a encarou em choque.

—Mãe! 

—Ah, querida, ele mereceu. Um dia você vai entender. 

—Em minha defesa. Eu não joguei ninguém no rio. O Combo caiu e eu gentilmente entrei na água para ajudá-lo. E devo acrescentar que onde estávamos não tinha nem dois metros de profundidade. Era só ele se colocar de pé que estava tudo certo. 

—Pai, não importa a profundidade. - Respirou fundo e tentou explicar a situação sem perder a calma. - O Connor não sabe nadar e deve ter entrado em pânico. 

—Um adulto que não sabe nadar… - Edward bufou. - E se meu neto cair em uma piscina, o que ele vai fazer? Sinceramente, Agnes, deveria ter pensado melhor antes de… 

—Vou fazer aulas de natação, senhor. - Declarou quase fazendo uma reverência ao sogro. 

—Você realmente deveria, amor. Todo mundo deveria saber nadar, mas isso não significa que o meu pai deve falar o que você tem ou não que fazer.

—Tudo bem. - Deu de ombros. - Não vou dizer o que ele deve fazer, mas se pudesse, eu diria que é melhor ele trocar de roupa antes que pegue uma pneumonia. 

—Antes… - Agnes tocou no ombro do noivo. - Meu pai te empurrou? - Connor estremeceu e eles não souberam dizer se era de frio ou de medo. 

—Foi tudo muito rápido e… bem… eu não sei… ele estava sentado ajudando o Colin a segurar a vara e eu estava do outro lado. 

—Eu peguei um peixe. - Colin informou, mas ninguém considerou relevante o fato e o ignoraram. 

—Ele deu um colete para o Colin. - Connor falou encarou os próprios pés. 

—É claro que dei, ele é uma criança e é meu filho. Você deixaria o seu filho entrar em um barco sem colete?? - Olhou para cima. - Deus, tenha piedade do meu pobre neto. 

—Vou subir para me trocar, mas lembre-se, senhor, do que eu disse lá no rio. 

[...]

—Segure firme ou o peixe vai te puxar para a água. - Edward mantinha os braços em volta do filho e o ajudava a segurar a vara, lutando contra o peixe que puxava do outro lado. 

—Aí eu vou virar o Aquaman, papai. - Colin riu e os dois ouviram um barulho de algo caindo na água. 

—O Combo caiu. - Colin lamentou, agora o cunhado seria o Aquaman e não ele. 

—Socorro! - Connor agitava as mãos e os pés enquanto tentava se erguer. - Socorro. - Edward primeiro encarou o genro com desdém, mas parecia que ele estava engolindo muita água. 

—Fique em pé, Combo. 

—Não sei nadar. Me aju…

—Fique em pé, Connor!!!

Ele sumiu por alguns segundos e Edward se jogou na água e o ergueu com dificuldade, Connor estava assustado e debatia desesperadamente.

—Fique em pé, garoto. - Ordenou e deu tapinhas nas costas dele o segurando firmemente pelos ombros. – Connor, olha para mim. Você está seguro, filho. Pronto, já passou. Está tudo bem. - Connor se sentiu um tolo por ter feito tanta histeria, a água não chegava ao peito dele.

—O senhor me derrubou? - Ele se manteve segurando nos braços do sogro. 

—Não. Eu estava com o Colin e você caiu sozinho. - Edward falou pausadamente. – Respire.

—Como? 

—Do jeito tradicional. Puxe o ar para dentro e depois empurre para fora. - Respondeu, tentando distrai-lo

—Como foi que eu caí.?

—Foi você que caiu e não eu.  Me diga você.

—Me desculpe por ter engravidado a sua filha antes de nos casarmos, mas eu a amo e estamos no século 21. 

 -Não importa o século. Um pai sempre vai proteger a sua filha. Você traiu a minha confiança. Como vou saber que não vai abandoná-la? 

—Eu posso ter te decepcionado como genro, mas nunca vou decepcionar a Agnes ou o meu filho. Eu amo os dois mais do que tudo e jamais os abandonarei. Eu o respeito, o admiro e o senhor é a minha inspiração. Eu quero ser pelo menos metade do marido e do pai que você é. 

—Não. Você tem que ser melhor do que eu. A minha filha merece alguém que não cometa os mesmos erros que eu cometi. Eu amo a minha esposa e os meus filhos com todas as forças, mas eu não sou perfeito… você tem que ser. É difícil perceber que ela não é mais a minha garotinha, que não é para os meus braços que ela vai correr quando estiver com medo. 

—Eu juro que sempre iria protegê-la, mas, senhor Cullen, ela sempre correrá para os seus braços. A Agnes o ama muito e temeu pela sua reação, não queria te decepcionar. 

—Eu quero levá-la até o altar, não importa onde ele será. 

—Assim será. 

—Vamos ver se essa promessa você irá cumprir. - Resmungou o ajudando a voltar para o barco.

—Eu nunca prometi que não iria dormir com a sua filha antes do casam… - Edward empurrou Connor e ele caiu na água. Ele que levantasse sozinho dessa vez.

[...]

—Pai, uma coisa é envergonhar a Hayley no cinema ou invadir a nossa privacidade, outra é jogar o meu noivo no rio. Consegue perceber o quão perigoso isso foi?

—Não tive nada com isso. Eu salvei a vida dele. Deveria me agradecer e não ficar brigando comigo. – Agnes respirou fundo.

—Obrigada, pai por ter salvado a vida do meu noivo.

—É claro que eu salvei a vida dele, não vou deixar o meu neto crescer sem um pai. E você terá o melhor marido do mundo. Vou garantir que ele nunca a magoe. – Prometeu segurando as mãos da filha. – Eu te amo, meu anjo. Você é a minha garotinha linda e nunca irá machucá-la. Eu juro. – A puxou para um abraço e Agnes chorou. – Eu só me preocupo com você, quero que fique bem.

—Eu sei, papai. Eu vou ficar bem, tenho um pai maravilhoso para me ajudar. – Edward beijou a testa dela. – Eu te amo.

—Eu te amo mais. Você sempre será a minha vida. Você e o Chris. – Tocou a barriga dela. – E todos os outros que vierem.

—Vai ser o melhor avô do mundo.

—Será?

—Já é o melhor pai. – Edward a apertou mais. – Preciso ir ver o meu noivo.

—Vou fazer um chocolate quente para ele. – Agnes sorriu agradecida. 

—Eu também quero um. – Colin exigiu e só então os dois se deram conta de que não estavam sozinhos.

—Chocolate quente para todo mundo. Vai lá chamar os seus irmãos. – Edward pediu e Colin saiu correndo.

—Não acredito que jogou o Connor no rio. – Bella sussurrou repreendendo o marido.

—Meu amor, acha mesmo que eu teria a coragem de fazer isso com ele? – Fingiu inocência.

—Edward Cullen, eu te conheço como a palma da minha mão.

—Bella, eu não fiz nada de errado, mas se tivesse feito, seria bem justo. Eu dormi com você, e nós já éramos casados, e o seu pai me deu um tiro. Um tiro. Eu poderia ter morrido.

—Foi um acidente.

—Ah, você acredita no seu pai, mas não acredita em mim?

—Você é impossível. -  Bella não sabia o que pensar. Edward nunca diria a verdade, só restava acreditar nele.

—E você me ama mesmo assim. – Sorriu a beijando.

—Devo ser maluca.

—Desde que seja maluca pelo seu marido, não vejo o menor problema. – Deu um beijo estalado nela. – Vou trocar de roupa, também estou molhado, apesar de ninguém ter notado e perguntado como estou. Vida de herói não é nada fácil. Cada dia é um filho diferente que preciso defender.

—Ainda bem que você é o nosso super herói. Agora troque de roupa antes que fique doente.

—Quer me ajudar? Acho que meus dedos estão congelados...

—Isso é para você aprender a não jogar ninguém na água.

—Acidente, meu amor. Foi um acidente.

—Quero ver você contar essa história para os nossos netos.


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Notas finais do capítulo

Edward jogou ou não jogou o Combo no rio?

Quero aproveitar e desejar um Feliz Natal. Muita paz, saúde e alegrias. Fiquem seguros.

Bjs e até mais.