Among the Wildflowers escrita por Nonni


Capítulo 6
Aquele da bagunça no armário.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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“Ele dormiu?” A voz preocupada de Regina soou do outro lado da linha, e mesmo que estivessem a quilômetros de distância, Robin podia claramente imaginar a forma como o cenho dela estava franzido. 

“Dormiu faz alguns minutos.” Suspirou, sentando na poltrona ao lado do berço, sentindo-se um pouco esgotado. “São os dentes, tenho certeza.” 

“Eu deveria estar aí.” resmungou, tirando um sorriso de Robin. O homem queria poder estar próximo para enchê-la de beijos. 

“Roland está bem, caipira.” a tranquilizou mais uma vez, ouvindo-a suspirar do outro lado. “E você já está voltando amanhã.” 

“E ele tem você.” ela respondeu, mais para tranquilizar a si mesma, sabendo que Robin era o pai mais incrível que podia ter pedido para seus filhos. Ouviu uma risada fraca do marido, olhando o relógio na cômoda e vendo que se passavam das 00h30. Teria que acordar cedo no outro dia para acompanhar Anna em mais uma reunião referente a uma parceria da Locksley Construções com a Crowley Arquitetura, e depois pegaria um voo de volta para casa. 

Faziam quatro dias que estava em Nova Iorque a convite de Anna e Rose para uma conferência no ramo de arquitetura e engenharia. A princípio, ficara bastante receosa por sair de Crowley Cornes e deixar Olívia, Robin e Roland, que estava quase completando 8 meses, para trás. Se tornou tão caseira nos últimos anos, estava tão acostumada com seus espoletinhas, que quatro dias estavam parecendo uma verdadeira eternidade. Sem falar na saudade que estava do marido. Como podia dormir bem sem a presença dele ao seu lado? Sem enroscar as pernas nas dele e esperar que ele esquentasse seus pés gelados? 

“Estou morrendo de saudades.” deixou escapar, mordendo o interior da bochecha. 

“Eu também, amor meu. Não consigo dormir direito sem seus pés gelados, é como se eu não tivesse um propósito.” ele brincou, arrancando uma risada da morena. 

“É só dos pés gelados que sente falta, senhor turrão?” perguntou, não querendo desligar tão cedo a ligação, embora soubesse que devesse. Ambos estavam cansados, mesmo que dormir talvez não fosse tão fácil, sabendo que seu bebê estava com febre em casa.

“Do seu cheiro, da forma como você se esparrama pela cama, do som da sua respiração, da forma como você me abraça, das suas pernas entrelaçadas com as minhas. A lista continua…” foi sincero, e o coração realmente apertou de saudade. O quão bobo era? 

“Você não existe…” ela respondeu, os olhos marejados. “Nosso bebê dormiu mesmo?” quis se certificar, e Robin levantou-se, dando uma espiada no berço. Depois de tanto chorar, Roland dormia tranquilo, e felizmente a temperatura tinha baixado. 

“Ele dormiu, meu amor. Mas vou ficar de olho o restante da noite, não se preocupe.” assegurou, ouvindo passinhos discretos e vagarosos no chão de madeira. “Sua espoleta acordou.” avisou e virou-se a tempo de ver Olívia na porta do quarto, os pés descalços e sem meias, as mãozinhas esfregando os olhos. Ela se aproximou do pai e pediu um colinho, sendo muito bem recebida. 

“O mano me acordou.” falou apenas, deitando a cabeça no ombro de Robin e fechando os olhos. “Com quem você está falando, papai?” Regina ouviu ela perguntar, torcendo para que o sono de Olívia não tivesse ido totalmente embora. Normalmente, quando sua menina perdia o sono a noite, era uma luta para voltar a dormir. 

"Com a mamãe." Robin a respondeu, dando mais uma olhada em Roland, enquanto Olívia pegava o telefone e colocava no viva voz. 

"Oi, mamãe." a menina falou, Regina notando o quanto ela estava sonolenta. Deuses, faria de tudo para estar lá com eles agora. 

"Oi, Via. O que está fazendo acordada?" perguntou.

"O Ro tava chorando um montão e aí eu acordei." explicou, deitando novamente a cabeça no pescoço do pai, entregando o telefone para que ele segurasse. Saindo do quarto do filho mais novo, Locksley deixou a porta aberta e seguiu para seu quarto, com Olívia fazendo um relatório sobre os acontecimentos desde que havia acordado. " com muita saudade, mãe." Um bico se formou nos lábios dela ao dizer a frase. Robin a havia depositado na cama e fizera seu caminho para o quarto da menina rapidamente, atrás de um par de meias. "O papai foi buscar meias, porque meus pés estão parecendo duas pedrinhas de gelo.” soltou uma risada, fazendo Regina sorrir também. “Agora ele voltou." 

"Parece que vai ter outros pés gelados pra te fazer companhia hoje, papai turrão." Regina zombou, e Robin riu, sentando-se na cama e puxando Olívia para seus braços. 

"Fazer o que? São as mulheres da minha vida." beijou o topo da cabeça da filha e ouviu Regina soltar um bocejo. 

"A mamãe tá com sono…" Olívia comentou. 

"Eu acho melhor todos irmos dormir. Quanto mais rápido dormimos, mais rápido a mamãe vai estar aqui." Robin sugeriu, vendo os olhos da filha brilharem e um sorriso se abrir. 

"Então eu quero dormir muito rápido!" falou depressa, fazendo ambos os pais rirem. 

"Essa eu quero ver." Regina comentou. "Boa noite, espoleta. Dorme com os anjos, filha. A mamãe te ama." 

"Boa noite, mamãe. Te amo muito mais. Até amanhã." Se aconchegou no travesseiro do pai, e Robin tirou a ligação do viva voz. 

"Boa noite, meu amor. Nos vemos amanhã." Robin começou a se despedir. 

"Amanhã eu só vou dormir depois de muitos beijos." Ela brincou, um sorriso a deslizar pelos lábios. 

"Você tem a minha palavra." Ele respondeu. 

Quando deitou-se e sentiu os pés da filha, já sem as meias que havia colocado, buscarem calor em suas pernas, o loiro riu. 

Tal mãe, tal filha. 

 

***

 

O aeroporto lotado fez Robin se atrasar para chegar ao portão de desembarque. As mãos ansiavam por finalmente poder tocar a esposa, depois de dias que pareceram séculos. Era loucura, ele sabia. Acreditava ser impossível sentir tanta a falta de alguém, mas não ter Regina o fazia sentir-se perdido. Precisava dela, como um carro precisava de gasolina para funcionar. Acordar ao lado dela, senti-la, beijá-la, ouvir sua risada, seus suspiros, seus resmungos, era a vida dele. Não sabia mais viver sem ela, e nem lembrava de como vivia antes dela também. 

Por isso, quando a cabeleira castanha apareceu entre a multidão, o sorriso de covinhas deu as caras. A mulher usava calça jeans e camisa xadrez, a cara de sono de quem dormira durante a viagem a denunciava. Os passos, marcados pelo som das botas contra o chão, se tornaram apressados assim que ela localizou sua imensidão azul no meio de todo aquele tumulto. 

Quando estavam próximos o bastante, Regina largou a mala e se atirou nos braços dele, o nariz afundando no pescoço do loiro, sentindo o cheiro que lhe trazia segurança, que lhe trazia a sensação de lar. Os olhos marejaram e ela se afastou, roçando a ponta dos narizes para logo depois depositar um beijo casto nos lábios finos. 

"Oi, turrão." disse risonha ao se afastar e Robin devolveu o sorriso, puxando-a para outro beijo, as mãos subindo e descendo pelas costas dela delicadamente. Como se fosse possível, sentiu ela se apoiar ainda mais nele. 

"Oi, minha caipira. Fez boa viagem?" perguntou ao se afastar, vendo ela assentir com a cabeça. 

"Tudo bem. Só preciso de um café e dos meus filhos. Podemos ir?" Fez um beicinho que Robin não aguentou e teve que beijar. 

"Um café e seus filhos, então." sorriu pra ela, puxando a mala da mulher com o braço livre, visto que Regina havia se enroscado no outro. 

Com um copo grande de café, Regina e Robin fizeram seu caminho para o carro, o homem atualizando a mulher sobre como Roland havia passado a manhã e a forma como Olívia não via a hora de ter a mãe em casa. Em meio a beijos, os dois conseguiram chegar ao carro e dar partida rumo a Crowley Cornes. 

Regina estava finalmente indo para casa. E mesmo que estivesse acostumada, não estava preparada para o que ia encontrar.

 

*** 

 

O jogo passava em alto volume na TV. Henry e Zelena dividiam uma bacia de pipoca, vez ou outra xingando os jogadores. Lola dormia em cima do sofá. Olívia, entediada com os desenhos que pintava e não conseguindo acalmar a ansiedade para finalmente ver a mãe, sentiu os olhos brilharem ao observar Roland perder a paciência com o brinquedo que tinha em mãos e começar a engatinhar pela sala em direção a cozinha, sem chamar a atenção do avô e madrinha. 

Sempre disposta a fazer folia com o irmão, a menina sorriu e o seguiu até o cômodo, vendo ele virar-se e lhe dirigir um olhar sapeca. Os cachinhos castanhos estavam uma bagunça, os braços gorduchos trabalhando rápido ao se aproximar do armário das panelas. 

"Você quer brincar de cozinhar, Ro? Ou quer fazer bagunça?" ela perguntou, chamando a atenção da criança, que sorriu, arteira. A menininha se deixou derreter, seu coração sempre ficava muito feliz quando Roland fazia aquilo. 

No começo, quando ele nasceu e pareceu necessitar de muita atenção de seus pais, a menina não conseguiu evitar sentir ciúmes. Em um dia, ela era a única paparicada da casa, mas depois, com a chegada de Roland, as coisas mudaram um pouquinho. Foi difícil no começo, mas com o passar dos dias, e até meses, Olívia entendeu que agora não eram mais quatro, e sim cinco. E que a única coisa que havia mudado, era o aumento do amor. 

"Eu acho que podemos tirar algumas panelas." Sentou com a bunda no chão, pensativa, se arrastando até o irmão, que já tinha as mãos gorduchas na porta do armário, o abrindo, com a ajuda de Olívia. A menina esperava que a mãe e o pai não ficassem bravos. "Sem barulho, Roland. Se não, o vovô e a dinda Zel vão nos descobrir aqui." o menino a encarou seriamente, antes de começar a arrastar as panelas para fora do armário, totalmente animado, soltando risadinhas arteiras. 

A primeira prateleira foi totalmente esvaziada, o chão sendo tomado por diversos tipos de panelas, de diversos tamanhos. Olívia tinha um escorredor de plástico na cabeça, e Roland, sentado dentro do armário, soltava sorrisos para a irmã que fazia caretas. O garotinho achou uma tampa de plástico e levou até a boca, sem saber se ria ou se mordia.  

Foi exatamente nessa bagunça que Robin e Regina encontraram os filhos, os dois parados no batente, mais uma vez embasbacados com uma bagunça provocada por Olívia. Em um primeiro momento, eles nem perceberam a presença de Roland, mas então o garotinho soltou uma alta gargalhada e tudo fez sentido. Henry e Zelena estavam parados atrás do casal, não sabendo explicar como aquela bagunça toda havia começado. 

"Que pestinhas!" Regina ouviu Zelena falar em um sussurro atrás dela.

Embora devesse se sentir brava e repreendê-los, os olhos de Regina marejaram, o coração transbordando amor. Tinha a filha mais espoleta do mundo, e, ao que parecia, um garotinho que seria igual a irmã. E constatar isso fez ela soltar um suspiro de alívio ao perceber que estava finalmente em casa. 

Com sua família. 

O suspiro chamou a atenção da menina de 6 anos, que parou de fazer caretas pro irmão e olhou em direção da porta, não demorando nem um minuto para se levantar e correr para os braços da mãe, o escorredor de massa caindo com um baque no chão. Regina a recebeu nos braços e beijou todo seu rostinho, arrancando risadas que fizeram seu coração palpitar. 

"Você preparou essa bagunça pra me receber, dona Olívia?" brincou, olhando a filha que riu travessa. Os olhos castanhos se estreitaram, antes de atacá-la com muitos outros beijos.

"Eu e o Roland, mamãe." acariciou a bochecha de Regina, olhando fundo nos olhos da mãe. "Tava com saudade, não aguentava mais nenhum dia sem você." 

"Nem eu, meu bebê. Nem eu!" Regina confidenciou, beijando a ponta do nariz da filha e a arrumando em sua cintura, seguindo até o armário da pia e não conseguindo segurar o sorriso ao ver seu menino arteiro com a cabeça pra fora, muito intrigado. “Ei, você! Seu garotinho arteiro!” a morena exclamou. 

Assim que viu a mãe, aquele sorriso banguela se abriu, e Roland não sabia o que fazer, totalmente animado. Sentando com a filha no chão, Regina colocou Olívia ao seu lado, enquanto esticava as mãos pro bebê, que riu e gritou, saindo o mais rápido que suas perninhas e bracinhos conseguiram do armário, ansioso pelo colo de sua mãe. 

Regina beijou todo o rostinho dele, o som de risadas altas tomando a cozinha. Afastando-o dela, a mulher inspecionou a boquinha e os dentes que começavam a apontar, certificando-se que seu garotinho estava bem. Estar ali, segurá-lo nos braços, ouvir suas risadas, era como um calmante pro seu coração. 

"Você deu trabalho ontem, Roland? Você deu trabalho pro papai?" E mais uma série de beijos e risadas se seguiu. 

Robin não conseguia desviar os olhos da cena, metade encantado com os amores de sua vida, metade embasbacado pela bagunça de panelas pelo chão. Naquela altura de sua vida, já deveria estar acostumado, parecia que seus filhos sempre herdariam o gene espoleta da mãe. O loiro levou os olhos para Henry e Zelena, que sorriram amarelo, embora estivessem se divertindo com a situação. A ruiva, parecendo envergonhada, assegurou que arrumaria tudo depois. 

Mas a verdade é que não foi necessário nenhuma arrumação, visto que Robin e Regina ficaram por longos minutos ali, enquanto Olívia e Roland faziam toda a bagunça possível com os potes. 

Suspirando, Regina tombou a cabeça contra o ombro de Robin, sentindo ele afundar o nariz nos cabelos castanhos. Roland mordia a tampa de um pote, enquanto Olívia misturava banana e açúcar em uma panela, levando vez ou outra o alimento na boca do irmão. Na sala, ainda era possível ouvir os xingamentos de Henry e Zelena para a TV. 

Deixando um beijo nos lábios do marido, Regina sorriu. Era bom estar em casa. 

 

*** 

 

Por causa da bagunça com as panelas e muita alegria por a mãe estar de volta, as duas crianças acabaram por dormir antes mesmo das 21h da noite. Regina ainda ficou por muitos instantes ninando Roland em seu colo, tentando matar a saudade do filho. O menino dormiu nos braços da mãe, como sempre agarrado a uma mecha de cabelo, o que não foi diferente para Olívia. Antes de dormir, a menina ainda fez questão de tagarelar sobre tudo o que havia feito naquele dia até o momento da bagunça com as panelas. Depois fez um interrogatório sobre a dinda Rose, a dinda Alice e os avós Anna e Richard, além de, claro, encher a mãe de perguntas sobre seus feitos em Nova Iorque. A morena tagarelou com a filha até que a mais nova não aguentasse mais e adormecesse, e, assim como com Roland, Regina ficou a velar o sono da filha por longos minutos. 

Quando desceu as escadas procurando Robin, a cena que viu no sofá da sala a fez abrir mais um sorriso naquele dia. Esparramado no sofá, com Lola deitada a seus pés, Robin tirava um cochilo. O peito subia e descia levemente, a cabeça escorada em uma das mãos. A arquiteta só conseguia achá-lo adorável. Parece que não foram só as crianças que se entregaram antes das 21h...

Sabia que o marido tivera longos quatro dias, e sabia também que foram dias puxados, ainda mais quando Roland teve febre na última noite. Mesmo assim, o empresário não reclamara em nenhum momento, cumprindo com maestria o seu dever de pai, assim como Regina fazia tantas vezes como mãe. A mulher amava a forma como os dois somavam juntos, como se apoiavam. 

Ela seguiu até Robin e beijou sua testa, ouvindo-o suspirar baixinho. Também afagou os pelos de sua velha companheira Lola e seguiu para cozinha, vendo o pai parado na frente do fogão, fervendo um chá. A morena se aproximou dele, chamando sua atenção e recebendo um sorriso, deixando um leve beijo na bochecha do homem.

"Estava com saudades do seu chá, papai." Disse, fazendo-o rir. "Por que não se senta e deixa que eu termine aqui?" sugeriu. 

"Eu ainda sou perfeitamente capaz de ferver um chá, filha." reclamou, embora tenha se afastado e seguido até a mesa da cozinha. Regina sorriu. 

"Eu nunca disse que você não era." Piscou pra ele.

"Como foi a conferência?" O senhor começou a falar, enquanto observava a filha a terminar o preparo do chá. 

"Foi incrível, papai. Tantas ideias novas para trazer para Crowley Cornes." respondeu, desligando o fogão e servindo o chá em duas xícaras, adoçando como ela e o pai gostavam e depois se juntando a ele na mesa da cozinha. "Além disso, Anna quer tentar uma parceria de negócios com a gente. Provavelmente ela virá pra Crowley Cornes resolver isso nos próximos dias." 

"Isso parece incrível, querida. Estou ansioso por você." Ele apertou a mão dela e eles trocaram um sorriso. "E tenho certeza que Olívia vai dar pulos no teto quando souber que a avó virá." 

"Meu Deus, Olívia deveria ter vindo com um botão desliga. Eu nunca sei o que vou encontrar quando chegar em casa." colocou as mãos no rosto, suspirando. O pai riu, o que levou ela a sorrir também. 

"Ela é uma mini Regina, querida. Com olhos azuis e cabelos mais claros, mas não nega quem é a sua mãe." o senhor concluiu e bebericou o chá. Regina estreitou os olhos, fingindo-se de ofendida. 

"Eu não era tão terrível assim." 

"Eu aposto que Olívia vai dizer a mesma coisa quando crescer." O senhor piscou, e eles riram, terminando de beber o chá em silêncio. 

Regina observou seu velho pai e sorriu. O amava tanto! Que sorte Olívia e Roland tinham por ainda poder tê-lo em suas vidas. Henry fazia todas as vontades dos netos, e também dava os limites necessários, o que ajudava muito na educação das crianças. 

"Sabe, querida, apesar de tudo, essas travessuras que Olívia apronta, e agora Roland também, me dão energia para continuar. Eu sempre desejo estar aqui para ver o que vão aprontar na próxima vez." Se levantou, levando a xícara até a pia e depois voltando, deixando um beijo nos cabelos de sua menina. "Obrigado por ter me dado eles." 

"Obrigada por ser o melhor avô que eles poderiam ter." ela respondeu, os olhos marejados, o encarando com todo o amor do mundo. Henry sorriu e fez seu caminho até a porta, parando antes de sair e virando-se para ela. 

"Querida…" 

"Huh?" Regina buscou os olhos dele. 

"Vamos torcer para que o próximo puxe a Robin." piscou, fazendo Regina arregalar os olhos e esconder o rosto nas mãos, sorrindo. 

 

***

 

Meio deitada contra a cabeceira da cama, Regina tinha o corpo de Robin sobre o seu, a cabeça do homem a descansar sobre seu peito. Na mesinha ao lado da cama, uma garrafa de vinho com duas taças descansavam. O loiro tinha os olhos fechados enquanto sentia os dedos da mulher se perderem entre os fios grisalhos de seu cabelo, vez ou outra ele levantava a cabeça, buscando os lábios dela. 

"Nunca mais me deixe viajar sem vocês." Ela pediu, um beiço chateado nos lábios. Robin riu e a beijou, as mãos fortes fazendo carinhos ao longo da lateral do corpo da mulher. “Eu sou muito careta, Robin.” 

“Você não é careta, caipira, só estava com saudades de casa. Temos que trabalhar isso, tenho certeza que a mamãe vai querer te arrastar para todas as conferências e convenções possíveis.” ele falou, e por estar deitado no peito dela, perdeu a careta que ela fez. Seria uma honra acompanhar Anna aonde quer que fosse, porém ficar longe de casa seria sempre um tormento para seu coração. “Você teve um bom tempo, não teve?” perguntou, buscando os castanhos. Regina concordou com a cabeça, traçando a barba do homem com as pontas dos dedos. 

“Foi tudo muito incrível! Sua mãe é sensacional, Robin, eu me apaixonei ainda mais por ela depois da palestra que ela ministrou.” arrancou uma risada dele. 

“Os Locksleys tem seu charme.” disse convencido. Regina semicerrou os olhos. 

“São perigosos, esses Locksleys.” 

“Só não esqueça que você é uma.” Robin levantou a cabeça até que os olhos se encontrassem, uma sobrancelha erguida. Regina apertou os lábios, soltando um sorriso por fim. Robin beijou-lhe os lábios diversas vezes, sabendo que ainda tinha muita saudade para matar. 

“Uma Mills Locksley.” a mulher rebateu ofegante, traçando os dedos nos lábios vermelhos de Robin. O homem sorriu e deitou de novo no peito dela, Regina sabia que ele estava cansado, visto que a noite passada havia sido turbulenta. "Por que você não aproveita para descansar? Relaxa, meu amor." beijou o topo da cabeça dele, sentindo-o suspirar. 

"Se você continuar com esse cafuné, eu vou acabar dormindo mesmo." Ele concordou, fazendo-a rir. Ele se afastou dela, apenas para tirar a camisa e deitar-se ao seu lado na cama, abrindo os braços para a mulher se acomodar. "Assim eu não machuco você." 

"Você não estava me machucando, seu turrão." Ela resmungou, fazendo-o rir. O homem a puxou para os seus braços, Regina ficando deitada praticamente por cima dele. Robin passou a ponta do nariz pela lateral direita do rosto dela, beijando alguns pedaços de pele. "Se eu me lembro bem…" sussurrou, sentindo o sorriso da mulher aumentar. "Alguém me disse, em ligação, que…" Beijou a lateral esquerda do rosto, o peito palpitando com a forma que Regina se entregava a carícia. "Só dormiria depois de muitos beijos meus." convencido, encarou os castanhos completamente cheios de amor e paixão. 

"Ainda bem que você tem uma boa memória." Regina sussurrou contra os lábios dele, as pernas se entrelaçaram e Robin finalmente foi capaz de cumprir a promessa que fizera. 

Regina, realmente, só dormiria depois de muitos beijos naquela noite. 

 


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Notas finais do capítulo

Ás vezes as cenas aparecem na minha cabeça e eu sou obrigada a escrevê-las.
Espero que tenham gostado.
Beijos!



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