Among the Wildflowers escrita por Nonni


Capítulo 5
Aquele da nossa realidade.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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“Por um momento, Robin se pôs a imaginar como seria viver ali, naquele lugar, com aquela mulher e aquela cachorra. Como seria chegar em casa e ver Regina montando. Ou como seria simplesmente poder admirá-la todos os dias, em diferentes lugares daquela propriedade.” 

Wildflowers - Capítulo 3

Robin se considerava um homem sortudo. Os motivos para pensar isso eram claros: tinha um novo empreendimento em andamento e a todo vapor, tinha uma mãe maravilhosa e uma irmã que o apoiava em todas as horas, um sogro que se tornara um grande amigo. E o principal, que fazia seu coração dar pulos dentro do peito: tinha Regina. 

Escorado na cerca de madeira, o empresário observava sua esposa em cima de Stone, o cavalo trotava devagar pelo pasto. Os cabelos rebeldes da mulher balançavam com o vento, e mesmo que Robin estivesse a uma boa distância, sabia que ela estava sorrindo. Atrás deles, uma feliz e energizada Lola corria sem parar, se distraindo vez ou outra com os pássaros que buscavam minhocas no pasto. 

Mesmo após bons meses de casados, Robin ainda não se acostumara com o sentimento que tomava seu coração sempre que chegava cansado em casa e encontrava aquela cena. Era como se ele recebesse uma onda de luz, como se seu cansaço fosse sugado e nada pudesse o deixar mais feliz. 

Como amava aquela mulher! 

Lembrava perfeitamente da primeira vez que viu uma cena parecida com aquela. Fora há muitos e muitos meses, ele havia acabado de chegar a Crowley Cornes, e havia ido até a fazenda apenas para entregar duas amostras de madeira para Regina. Naquela época, ele sabia que ela já havia feito o caminho para seu coração, mas o homem ainda não tinha ideia da intensidade dos sentimentos que nascia entre eles. 

Com lágrimas nos olhos azuis, Robin lembrou que, naquele dia, imaginou como seria chegar em casa e ter exatamente a visão que estava tendo agora. Como seria fazer parte da vida de Regina, como seria poder admirá-la todos os dias. 

Mais uma vez, teve a confirmação do quanto era sortudo. Enquanto observava a mulher montar, sempre chamando Lola para que a cachorra acompanhasse, Robin sabia que toda sua felicidade estava ali. Sabia que sua vida toda estava em cima daquele cavalo, sorrindo para o vento e renovando sua energia única. Constatou, para si mesmo naquele momento, que havia nascido para amar a sua flor selvagem. Seu espírito livre e aventureiro. Sua caipira de botas e camisa xadrez. 

Apesar de nunca cansar de admirá-la, após longos minutos observando-a, Robin passou por baixo da cerca e começou a andar na direção dela. Lola fora a primeira a lhe ver, o rabo abanando enquanto corria em direção do homem. Estavam longe, e demorou um pouquinho até que se alcançassem. Faceira como se tivesse ganhado um doce, Lola pulou em Robin, ansiosa pela atenção que amava receber dele. 

"Olá, garota! Como você se comportou hoje?" se abaixou enquanto as mãos faziam um afago nos pelos marrons e rebeldes do animal. A cachorra se jogou na grama, pedindo carinho na barriga, o que Robin atendeu prontamente. "Sempre correndo atrás de Stone, Lolita. Você era um deles na vida anterior, hein?" afagou seu pelo mais um pouco, enquanto levantava a visão em busca de sua caipira. 

Regina havia se aproximado mais dele, embora ainda estivesse um pouco longe. Trazia um sorriso aberto nos lábios, enquanto observava a interação entre seus dois amores. Assobiando para que Stone corresse mais rápido, Regina sentia-se feliz por finalmente ter Robin em casa só para ela. E bem, para Lola também, pelo visto. 

"Robin!" exclamou feliz, descendo do cavalo e deixando que ele ficasse solto e aproveitasse aquele final de dia. Seguiu até Robin, que havia levantado prontamente para recebê-la em seus braços, e se jogou neles, agarrando seu pescoço e juntando seus lábios em um roçar leve, enquanto sentia os braços dele envolverem a sua cintura e a levantarem do chão. "Oi." Sorriu, buscando os azuis e ganhando uma série de beijos por todo o rosto. 

"Oi, amor meu." acariciou o rosto dela, sorriso de orelha a orelha. Nunca se acostumaria com a beleza de Regina. Com seus olhos castanhos, que brilhavam com todo o amor do mundo quando olhavam pra ele. Com o vermelho de suas bochechas sempre que montava. Com seu sorriso formado por dentes brancos perfeitamente alinhados. Os cabelos bagunçados, rebeldes e levemente ondulados. Ela era muito linda, e ele a amava com todas as suas forças. 

"Você é um bobo apaixonado." Ela concluiu, quebrando o silêncio e o tirando de seus pensamentos. Robin sorriu, sem conseguir evitar. Foi pego no flagra, e sabia que ela estava certa. Ele era mesmo um bobo apaixonado! 

"Como eu poderia não ser, tendo você ao meu lado?" Bicou os lábios nos dela e Regina não o deixou se afastar, aprofundando o beijo. Mais um motivo pelo qual era sortudo: podia beijar Regina sempre que quisesse. Podia sentir o gosto dos lábios dela sempre que sentisse vontade. E ele era viciado em beijá-la. Era quase um refúgio. 

"Eu senti saudades." Regina disse ao se separarem. "Isso não pode ser normal, te amar tanto assim." Fez graça, beijando o queixo dele e sentindo o sorriso do loiro se abrir. Ela se afastou e sentou-se sobre a grama, sem qualquer cerimônia, e o puxou para que se sentasse com ela. Robin o fez prontamente, a puxando para seus braços. 

"Também senti sua falta. Mas amo chegar em casa e te encontrar assim, com Stone e Lola. Me revigora, te admirar nesses momentos faz meu coração bater forte. Todo meu cansaço se esvai." Disse ele, beijando o topo da cabeça dela e deixando o nariz se perder nos fios castanhos. 

Era sortudo também por poder sentir o cheiro dela, com certeza. 

Quase reclamou quando ela se afastou dele, buscando seus olhos. Sentiu a ponta dos dedos delicados acariciarem sua barba por fazer e os castanhos analisarem seu rosto. 

"Você ainda parece cansado. Está tudo bem?" perguntou preocupada. Robin beijou a mão dela que estava em seu rosto, abrindo um sorriso e deixando à mostra suas covinhas. 

"Tudo mais que bem, meu amor. Apenas muito movimento naquele hotel, o que é ótimo!" ele assegurou, juntando os lábios nos dela. Cansada e sentindo que ainda estavam muito longe um do outro, Regina sentou-se no colo dele, sorrindo quando Robin aproveitou para deixar diversos beijos em seu queixo e pescoço. "E seu dia, como foi?" 

"Mais tranquilo que o seu…" inclinou o pescoço, dando mais espaço para os beijos de Robin. As mãos do homem faziam um vai e vem em suas costas, fazendo ela relaxar ainda mais em seus braços. "Tive que finalizar alguns projetos hoje… Marcar algumas visitas." soltou um gemido baixinho quando Robin mordeu o lóbulo de sua orelha. 

Mais um motivo pelo qual ele era sortudo. 

"Algum projeto aqui na cidade?" ele perguntou e ouviu Regina soltar uma reclamação pela falta dos beijos. 

"Todos ainda em processo de aprovação. Só temos projetos na cidade vizinha." Ela buscou os olhos azuis, alisando os ombros dele por cima da camisa social. Robin franziu o cenho, e ela nem precisava perguntar o porquê, sabia que era pura preocupação. O empresário a amava tanto, daria apoio em todos os seus sonhos, jamais iria impedi-la de fazer qualquer coisa. Regina era um espírito livre e era por isso que a amava. Mas, vê-la pegar a estrada várias vezes por semana sempre o deixava apreensivo. "Eu me cuido, você sabe disso." ela beijou a testa franzida. "Nada vai me acontecer, sempre vou voltar para você." beijou a ponta do nariz dele. "Desfranze essa testa, senhor turrão. E pare de ficar preocupado. Nada vai me tirar de você. Nunca." tombou sua testa na dele, sentindo-o suspirar para logo depois juntar os lábios nos dela. 

Esse beijo fora forte, intenso, com todo o amor e paixão que sentiam um pelo outro. Robin a beijava tentando aliviar um dia todo de saudade, tentando mostrar o quão importante ela era pra ele. E Regina sentia. Conseguia sentir pela forma como as mãos dele a seguravam, pelo jeito que a beijava. Quando se separaram, ofegantes, a mulher depositou mais um beijo na testa dele, depois esfregou a ponta do nariz em sua bochecha. 

"Estava pensando na primeira vez que te vi montando." Ele sussurrou baixinho, vendo a sobrancelha da mulher levantar em questionamento. O sol de fim de tarde iluminava o rosto dela de uma forma ainda mais bonita. 

"É mesmo? Não lembro quando foi isso…" admitiu risonha. Robin beijou-a novamente.

"Algumas poucas semanas depois que cheguei em Crowley Cornes… Eu tinha ido a Nova Iorque uns dias antes, para a apresentação da Rose." Ele começou a contar e Regina o ouvia atentamente. 

"Foi no dia das amostras de madeira?" Ela buscou os olhos dele, depois de passar alguns segundos olhando para o céu. 

"Nesse dia mesmo, caipira. Cheguei aqui e você estava montando… com um chapéu!" deu uma risadinha e bateu na ponta do nariz dela "Estava linda! E quando pegou Lola no colo… Acho que me apaixonei ainda mais por você naquele momento." 

Regina o olhava com adoração. Não sabia o que havia feito para merecer Robin, mas desde que o tivesse para sempre, não se importava. Ela lembrava vagamente daquele dia. Fora quando ele a convidou para jantar pela primeira vez. Se surpreendia por ele sempre lembrar todos os detalhes da história deles. 

"Eu amo que você lembra de cada detalhe." levou a mão até o rosto dele e acariciou. Robin fez uma cara de convencido. "Continua…" Pediu. 

"Enquanto observava vocês, eu me perguntei como seria viver nesse lugar com você. Chegar em casa todos os dias e te encontrar. Ver você, Lola e Stone correndo juntos por esse pasto. Ver você em cada lugarzinho dessa fazenda." enquanto falava, Robin brincava com uma mecha dos cabelos castanhos. "Eu já estava apaixonado, só não havia percebido ainda." 

"Agora você sabe a resposta para todos esses questionamentos." ela disse, se aproximando dele e o beijando. Robin a beijou de volta, para depois abrigá-la em um abraço. 

"Eu não consigo lembrar como era a minha vida antes de conhecer você. Eu amo você, Regina, com tudo que há em mim. Amo que é minha esposa, amo acordar do seu lado, amo a forma como seu sono é pesado e nem um elefante te acordaria, amo te ver escovar os dentes, amo você em sua coleção de camisas xadrez, amo te ver com Lola, com Stone, com seu pai. Amo a forma como você franze a testa quando está concentrada na tela do notebook, ou quando está lendo um livro. Amo como seus olhos viram quando se irrita com Zelena. Amo quando canta baixinho quando cozinha. Amo a forma como chama meu nome quando fazemos amor." Robin sorriu, esfregando o nariz no dela e limpando uma lágrima que caiu pelos olhos castanhos. "Amo seu sorriso, seu nariz, seus olhos, sua boca, seus cabelos. Amo você inteirinha." 

A arquiteta comprimiu os lábios, tentando segurar as lágrimas. Mirava os azuis tão cheios de amor e sabia que era um reflexo dos dela. Robin era o amor da sua vida. 

"Você existe mesmo? Porque, às vezes, acho que não pode ser real. Eu não mereço tanto." Falou baixinho, tocando o rosto dele com as duas mãos. Robin sorriu e Regina circulou as covinhas com a ponta do dedo. 

"Você merece o mundo, minha caipira." beijou a mão dela. Regina negou com a cabeça. 

"Você é meu mundo, Robin." beijou os lábios dele. "Eu te amo muito além do que as palavras possam expressar. Espero que sinta isso a cada toque meu." Regina beijou-lhe o rosto. Os olhos, o nariz, a testa, as bochechas e por fim os lábios. "Já disse que quero tudo com você? Quero que a gente conheça o mundo juntos, quero te ver crescer profissionalmente assim como quero que você me veja fazer o mesmo. Quero ter filhos…" 

"No mínimo dois…" ele a interrompeu, sabendo que isso sairia dos lábios dela. 

"...Para que não cresçam sozinhos. Quero te encher de beijos para te acalmar quando nossa filha arrumar um namorado. E que você me acalme quando for o nosso filho. Quero segurar essa mão aqui…" pegou a mão dele entre as dela. "E nunca mais soltar." 

"Você é a mulher da minha vida, caipira." 

"E você é o homem da minha, turrão." o abraçou forte, enquanto sua boca procurava a dele. Beijaram-se até perder a noção de onde estavam, sendo trazidos para a realidade pelos latidos de Lola, que corria atrás de Stone. 

Há muitos e muitos meses atrás Robin se imaginara naquela situação. Mas, naquela época, sua imaginação não fora justa com a realidade. A realidade é que, chegar em casa e encontrar Regina, era algo impossível de se descrever. Ele se sentia em casa. Se sentia vivo. Se sentia renovado. 

Regina era sua caipira. Sua flor selvagem. Seu lar. 


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Notas finais do capítulo

Um pouquinho do amor deles para vocês.
Espero que tenham gostado, me deixem saber o que acharam.
Beijos e até a próxima!



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