POV. Bella

— Seja corajosa! - Eu lhe contava sobre o meu sonho de me tornar Chef de cozinha e ele me incentiva enquanto sorri de forma doce para mim e não pude deixar de calorosamente sorrir de volta para ele.

Ele me olha de um jeito que parecia que ser capaz de ler cada centímetro da minha alma. De forma inconsciente, me inclino para ele enquanto sentia-o acariciando meus cabelos gentilmente. 

Ele se move, se aproximando cada vez mais de mim, me permitindo sentir seu cheiro me inundando, me fazendo desejar que não restasse mais nenhum espaço entre nós, cada célula do meu corpo ânsia por ele e pelos seus lábios nos meus.

Com seu olhar fixo em minha boca, pude sentir o quanto ela estava seca e como meu coração estava acelerado diante de seu olhar. Umedeço meus lábios secos enquanto sentia seu hálito quente próximo ao meu rosto.

E aconteceu, de forma cadente e suave ele beija meus lábios e eu me derreto em seus braços conforme nosso beijo ia se aprofundando. A maciez do seu lábios, sua mão me acariciando ternamente, sua língua me explorando, tudo nele gritava perfeição.

Sinto-o mordiscando meu lábio inferior e não pude evitar de arfar em êxtase com tamanha excitação sentida, não queria largar essa sensação nem tão cedo, mas com o tempo, o ar se fez necessário e ambos nos afastamos minimamente, apenas o suficiente para recuperarmos o fôlego.

Nenhuma palavra fazia-se necessária naquele momento, ele me encara olhando nos meus olhos profundamente, de modo que me deixa levemente envergonhada pela tamanha intensidade em que ele fazia aquilo.

Mirei aqueles olhos verdes que pareciam aquecer meu coração por instantes que poderiam durar uma eternidade.

— Edward! - Murmuro seu nome enquanto percebo que estou no meu quarto e que apenas havia sonhado com o desconhecido, ou melhor, me lembrará de onde conhecia aquele par de olhos verdes.

Eu havia o conhecido no outono, no auge dos meus 16 anos - onde tudo era novo e excitante - eu trabalhava como estagiária em um pequeno restaurante durante minhas férias, conversamos por horas a fio quando nos conhecemos.

Me recordo em como nunca havia experimentado tal sensação que senti ao seu lado, era estranho como meu corpo reagia a ele de forma quase inconsciente, como um ímã que sempre me atrai em sua direção.

Quando o vi ontem... não posso negar, ele continua belo, mas algo em seu olhar havia mudado e eu não poderia dizer se isso era algo positivo ou não.

Chacoalhei minha cabeça em negação, isso havia sido a muito tempo atrás - há exatamente sete anos atrás, sendo mais específica - e não tinha  importância alguma, ao menos não para ele naquela época, com o tempo eu comecei a aceitar que também seria assim para mim.

Não podia negar de que se não o tivesse conhecido, não teria seguido os meus sonhos, que naquela época pareciam tão distantes, hoje eu era formada em gastronomia e trabalhava no restaurante de um dos hotéis mais prestigiados de NY, porque ele me deu a coragem e o incentivo que eu precisava.

Naquele momento da minha vida em que eu o conheci, eu era jovem e ingênua, aguardei por sua ligação ou que ele voltasse naquele pequeno restaurante onde havia nos conhecido, mas ele nunca apareceu e nunca me ligou.

Com o fim do outono e de minhas férias, tive que admitir que ele não viria mais e voltei a minha vida normal. Onde eu era apenas uma garota simplória, mas que não acreditava mais que alguém chegaria e me resgataria em um cavalo branco.

Até reencontrar meu amigo de infância, no ano seguinte, ele se tornou meu porto seguro, meu melhor amigo e meu confidente. Porque não aceitar que nossa amizade fosse algo além do que era? E foi o que fiz, um ano depois começamos a namorar e estamos juntos até hoje.

Hoje eu estava noiva e amava meu noivo, um amor real, não uma ilusão em que a Bella adolescente costuma acreditar, era um amor suave e tranquilo. Era o que eu tinha para oferecer, o quanto eu conseguiria amar alguém, pelo menos era isso que eu acreditava.

Me levantei rapidamente e fui me organizar, lembrando do exame preventivo que seria feito hoje. Me sentia um pouco nervosa já que era virgem e seria a primeira vez que iria numa consulta ginecológica e não imaginava o que me esperava.

Que seja rápido! Pensei receosa com o que viria.

As horas se passaram rapidamente e logo eu estava no consultório à espera da minha vez de ser chamada pela recepcionista responsável que havia me informado da substituição da médica que iria realizar meus exames devido a problemas pessoais, mas a médica substituta também era bastante capacitada.

— Isabella Swan. - Me levanto quando escuto meu nome ser chamado pela recepcionista que eu havia identificado no crachá como Angela Weber.

— Olá, bom dia! - Cumprimento-a quando me aproximo.

— Por favor, me acompanhe, Srta. Swan - Fala enquanto analisa um papel que eu imaginava ser minha ficha.

— A médica está lhe aguardando - Gesticula para o corredor ao seu lado.

Segui-a pela ala ginecológica, até chegarmos em uma sala toda pintada em tons claros e bastante aconchegante, assim que entramos, ela me entrega um avental azul e se retirava me deixando a sós com a ginecologista. 

— Olá, Srta. Isabella - Olho para a médica baixinha e sorridente que estava sentada em minha frente.

— Me chamo Alice Hale e irei examiná-la hoje. Pode se trocar no banheiro ao lado e quando voltar é só se deitar ali enquanto eu pego o necessário para prosseguirmos - Gesticulava enquanto me mostrava o que eu deveria fazer. 

Fui em direção ao banheiro assim que ela se retirou da sala e rapidamente me troquei para aguardar como a ginecologista havia solicitado.

Quando notei estava cochilando na maca enquanto a aguardava , acabei tendo uma noite agitada devido ao sonho que tive e por esta razão meu corpo clamava por mais horas de sono.

— Desculpe a demora, havia ocorrido um problema com a sua ficha, mas já foi resolvido - Despertei desorientada e assenti enquanto ela me informa. 

Novamente o nervosismo me assola. Minhas mãos começam a suar e a tremer, nunca gostei de médicos, sempre os evitava de toda forma, mas cá estava eu, vindo de boa vontade para ser abatida pela minha carrasca de nome Alice Hale.

— Abra as pernas, ok? Será rápido e você não sentirá dor alguma. - Tentava me tranquilizar vendo o meu estado naquele momento. 

— Muito corajoso da sua parte fazer isso sozinha - Sorri solidariamente para mim e eu não entendo o que ela quer dizer com aquilo, porém, eu não consigo pronunciar mais nada, apenas conseguia assentir enquanto ela calmamente se posicionava por entre minhas pernas.

— Agora relaxe e não se mexa - E foi o que fiz , queria acabar logo com aquela tortura.

Era vergonhoso demais estar naquela posição na frente de alguém, mesmo essa pessoa sendo acostumada a fazer isso todo dia e ser do mesmo sexo não fazia ser menos constrangedor para mim.

Gelei ao sentir algo estranho e gelado entrando em minha região íntima,mas de fato não doeu como a médica havia me dito e isso me fez aos poucos relaxar. 

— Pronto! Agora preciso que você fique aqui nessa posição por 30 minutos e poderá ir pra casa - Anunciou Alice enquanto retirava as luvas descartáveis que ela usava anteriormente.

— Foi um prazer Srta. Isabella. Angela virá lhe informar quando os 30 minutos acabarem - Estranhei,mas antes que eu questionasse, ela se retira da sala me deixando só.

Fico durante os trinta minutos encarando o teto, escutando passos a todo o momento, de um lado para o outro, até alguém finalmente abrir a porta para me liberar.

Suspiro aliviada.

— Olá, Srta. Swan! Pode se trocar agora - Falou Angela sorridente enquanto se aproxima.

— Daqui a alguns dias volte outra vez para confirmarmos se o procedimento foi bem sucedido. - Olhei para ela espantada.

— Que procedimento? - Indago, enquanto olho para ela confusa.

— Eu vim fazer um exame de rotina, apenas - Esclareço.

Ela procura pela minha ficha, mas seu estado de aflição a impediu de encontrar, fazendo com que ela derrubasse tudo no chão.

Me agacho para ajudá-la a pegar todos os papéis espalhados.

— Me desculpe … - Começa hesitante parecendo procurar o que me dizer.

— Sou novata e acabei por me confundir você com outra paciente… são tantos pacientes , sabe? - Sorria nervosamente e eu a olho desconfiada.

— Entendo - Falei vagamente enquanto tentava entender sua reação.

— Então, não tem nada errado, certo? - Questionei a ela.

— Sim, Srta. Swan não a nada com que se preocupar , não precisa voltar novamente, enviaremos os resultados por email assim que prontos - Falava agitada e me empurra ligeiramente em direção ao banheiro para que eu me troca-se.

Não entendia o porque ela começou a agir desse jeito estranho, talvez seja algum problema pessoal. Com isso, dei de ombros e voltei a colocar minhas roupas, afinal não poderia me atrasar para meu trabalho.

— Tenha uma bom dia, Angela - Disse a ela ao sair do banheiro.

Mas ela aparentava estar alheia ao que eu lhe falava e apenas acenou a cabeça em afirmação, caminhando comigo até a saída do hospital.

Percorri o caminho para a estação de metrô mais próxima a pé, já que ela não era tão distante dali, depois do ocorrido não pensei mais sobre a estranha consulta que tive pela aquela manhã, provavelmente era assim com todo mundo e eu apenas estranhei por ser minha primeira vez, mas nada que eu não fosse me acostumar já que daqui a alguns meses  eu estaria casada e perderia minha virgindade com Jacob.

No decorrer da semana, chegou a meu conhecimento de que Edward era na verdade o dono do The Plaza e instantaneamente meu chefe, descobri também que ele estava casado, pois é, doce ironia do destino, ele estava casado com uma megera chamada Rebekah, que com menos de uma semana eu aprendera a odiar, devido a sua prepotência e grosseria para com os funcionários do hotel.

Porém, eu não havia visto Edward após o evento que havia ocorrido na mesma semana, segundo Matt, um dos meus colegas de trabalho encarregado do drinks e bebidas servidos, Edward estava em uma viagem de negócios.

Não que eu fosse confronta-lo, mas a curiosidade para saber qual seria sua reação ao me ver, se ele lembrava de mim ou me ignoraria completamente, era algo que me dava o que pensar.

O seu pai, Carlisle estava em NY e poderia gerenciar o hotel em sua ausência. O mesmo era casado com uma jovem moça que pelo que pude notar, era simpática e gentil, e ele tinha uma filha mais nova com sua antiga esposa que eu pouco ouvira falar.

Os dias foram se passando rapidamente com toda a correria no trabalho, me restando pouco tempo para organizar o casamento e acabei optando por curtir os dias com Jacob e a minha família, já que o mesmo também tinha seu tempo escasso devido ao seu trabalho agitado de detetive na NYPD.

Quando notei, faltavam poucas semanas para o início do outono em NY, a minha estação favorita do ano e a época em que eu e Edward havíamos nos conhecido.