Crepúsculo escrita por Allison126Tw


Capítulo 9
Capítulo 9 - Transformação




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796077/chapter/9

— E aí, Bella, fiquei sabendo que você entrou na frente de um carro. Sabe, se quer um dia folga, eu recomendo fingir uma virose, é mais fácil. - brincou Jacob.

Ele não trabalhava nesse sábado, mas apareceu na loja mesmo assim para ver como eu estava. Jake era um bom amigo, eu gostava dele.

— Bom saber, vou testar essa no próximo fim de semana. - Eu ri.

— Tá legal, Jacob, você não está deixando a menina trabalhar, então já pode ir. - Ralhou tia Charlote. - Tchauzinho. - E o levou porta afora.

Tia Charlote era muito divertida, mas também era bem exigente no trabalho, e eu a admirava por isso. Hoje, particularmente, eu estava grata, pois minha cabeça andava distraída desde o acidente. Eu só queria poder ver e conversar com Edward novamente...

Felizmente, o final de semana passou rapidamente, e Sam e Joshua não fizeram mais perguntas sobre Edward ou o acidente.

A segunda-feira finalmente chegou e eu mal podia esperar para a aula de biologia. Mas minhas esperanças foram frustradas quando, ao chegar, não vi o Volvo em lugar nenhum do estacionamento. Fiquei esperando enxergar algum dos irmãos Cullen no refeitório, na hora do almoço, mas foi em vão.

— Está sol. - Falou Sara.

— Que milagre, né? - Respondi.

— Os Cullens sempre vão acampar quando faz sol. - Ela explicou. - São eles que você está procurando, não é?

— Eu só estava olhando... - murmurei, sem graça.

E Sara riu.

Na aula de biologia Mike se ofereceu para que eu fizesse a atividade com ele e seu parceiro, mas preferi fazer sozinha. Eu não estava no meu melhor humor, e ele não precisava me aguentar assim.

No outro dia, o Volvo estava de volta à escola, mas eu não teria nenhuma aula com Edward. E assim a semana se seguiu sem que eu conseguisse conversar com ele.

Na sexta-feira, minhas esperanças aumentaram novamente com a aula de história se aproximando. Mas já na hora do intervalo eu percebi que ele não tinha ido para a escola, apenas vi a Alice na aula da professora Saltzman.

— Olá, Bella. Como está hoje? - Perguntou Alice, ao se sentar perto de mim.

— Oi Alice. Estou bem, e você? - Falei educadamente. - O Edward não veio hoje?

— Não, ele... tinha algumas coisas para fazer. - Ela respondeu.

— Ah sim. - Tentei não soar desanimada, mas falhei.

Ele estava me evitando. Eu queria não me importar, mas saber disso me machucava.

Durante a aula fiquei observando a Alice, que estava sentada à minha frente. Eu estava pensando se ela e o restante de sua família eram como Edward, seja lá o que ele fosse. Eu tinha quase certeza que sim. Talvez eu devesse ficar assustada com a constatação desse fato, mas eu não conseguia sentir medo. Provavelmente havia algo de errado comigo.

Quando a aula acabou eu comecei a juntar minhas coisas, e Alice me deu tchau e saiu. Mas antes de chegar na porta ela deu meia volta e veio até mim.

— Bella, não fique chateada com o Edward, é só... é difícil de explicar... mas ele só quer o melhor para você. E ele não tem certeza de que o melhor para você seja com ele por perto. É complicado, nós... somos complicados. Mas só quero que saiba que o problema não é com você. - Ela falou e, sem esperar nenhum segundo, voltou em direção à porta e saiu.

Fiquei tocada pelo que ela disse, ela parecia genuinamente preocupada.

Por um lado eu entendia o que ela estava falando, e entendia que Edward e sua família poderiam não querer seus segredos sendo compartilhados com estranhos. Mas por outro lado eu estava triste por eles se afastarem. Eu podia entender o motivo, mas não queria isso.

No sábado eu trabalhei de novo na loja, e no domingo eu saí com Jacob e o pessoal da Reserva. Eles eram divertidos, e eu gostava de estar com eles. Mas no final da noite Paul e Embry começaram a discutir por algum motivo que eu não entendi, e Jacob disse que tínhamos que ir embora imediatamente.

— Quando eles começam a brigar às vezes as coisas podem ficar violentas, e se eu não te levar para casa, Sam vai me despedaçar... - Jacob falou.

Eu achei a reação um pouco exagerada, mas não discuti. Jacob era muito respeitoso para com Sam, agia como se ele fosse seu chefe. A princípio achei que fosse por causa da loja, porque lá Sam realmente era chefe dele. Mas Jake agia assim mesmo quando estávamos fora. Na verdade, os outros garotos também agiam assim. Até Seth, que por ser seu ex-cunhado, imaginei que não gostasse muito dele. Mas ele não só gostava, como parecia querer sempre agrada-lo. Eu não entendia o motivo. Ás vezes eles saíam todos juntos, e sempre que eu perguntava o que eles iriam fazer Sam respondia que eles iam correr, e Joshua mudava de assunto. Era quase como se eles estivessem escondendo alguma coisa. E depois do acidente, quando eu vi o que Edward podia fazer, eu estava começando a ser desconfiada com todos.

Na segunda-feira novamente eu fiquei ansiosa para ir à escola e encontrar Edward, mesmo que dissesse a mim mesma que ele provavelmente não iria, e, se fosse, não iria querer conversar comigo. Mas eu não pude evitar a ansiedade. Quando cheguei e vi o Volvo estacionado, meu coração acelerou. E quando na hora do intervalo eu o vi sentado junto de seus irmãos numa mesa do refeitório, meu coração acelerou de novo, mais forte ainda. Tentei olhar para ele disfarçadamente, e vi que ele olhava para mim também. Sara notou e ergueu as sobrancelhas para mim, em curiosidade, mas não perguntou nada. Jessica também pareceu notar, mas resolveu ignorar deliberadamente.

Quando a hora do almoço acabou, eu tive que me acalmar para não correr até a sala.

Cheguei primeiro e o esperei. Ele entrou e se sentou silenciosamente.

Após alguns instantes ele disse:

— Obrigado

— Pelo quê? - Perguntei surpresa.

— Por não dizer nada sobre o que aconteceu a ninguém.

— Eu disse que não iria contar. - Falei. E então ponderei: - Mas como você tem certeza de que eu não falei nada?

— Eu saberia se tivesse. - Ele falou simplesmente. E eu me perguntei até onde suas habilidades iam.

— Posso fazer uma pergunta? - Pedi.

— Não prometo respondê-la. - Ele falou.

— Meu pai e meu irmão sabem, não sabem? Seja lá o que você e sua família escondem... eles sabem, não é?

— Sim.

— Bem, isso explica muita coisa... - pensei em voz alta.

Edward riu.

— E como eles sabem? - continuei.

— Isso você vai ter que perguntar a eles.

— Por quê? - insisti.

— Por que você quer tanto saber? - Ele retrucou. - Acredite em mim, você não vai gostar das respostas.

— Você fica dizendo isso, mas sabe que eu não entendo...

Eu ia continuar falando, mas o professor Molina começou a aula e eu tive de parar. Nem consegui prestar a atenção no que ele estava falando. Quando ele finalmente parou para que fizéssemos a tarefa que ele passou, Edward começou a falar novamente:

— Só porque eu te salvei, fiz uma coisa boa, não significa que eu seja um herói. - Ele falou, e parecia angustiado.

— O que está dizendo então? Que você é um vilão? - Perguntei de forma irônica.

— Talvez. - Ele falou sério.

— Já ouviu aquele ditado, de que todo vilão é o herói de alguém? - Continuei.

Ele revirou os olhos. - Estou falando sério, Bella. - E me olhou tristemente. – Olha, eu acho... acho que é melhor não sermos amigos.

Senti meu coração afundar.

— Por quê?

— Eu... Eu gosto de estar com você, Bella... Mas já quebrei muitas regras, não posso pôr minha família em risco.

— Eu jamais colocaria você ou sua família em risco...

— Talvez não agora, talvez não de propósito, mas seria diferente se você soubesse a verdade.

— Que verdade?

— Eu gostaria de explicar, gostaria que as coisas fossem diferentes... Mas não posso Bella, me desculpe.

O sinal que indicava fim da aula tocou e ele rapidamente juntou suas coisas e saiu.

Na saída quando encontrei com Sara no carro ela perguntou por que eu estava triste e eu disse que não estava, mas não sei se ela acreditou.

— Está tudo bem entre você e o Edward? - Ela perguntou.

— Você fala como se houvesse um "eu e Edward". - Respondi.

— E vai dizer que não tem? - Ela falou, exasperada.

— Não.

— Mas você gostaria que houvesse?

Eu não precisava pensar muito para saber que a resposta era sim.

— Não faz diferença, as coisas não são assim...

Felizmente, Sara não insistiu.

Eu queria poder dizer que não passei o resto da semana incomodada porque Edward falou que não devíamos ser amigos, mas foi exatamente o que aconteceu. Sara tentou conversar comigo, mas eu sabia que ela acabaria fazendo perguntas que eu não poderia responder, como os detalhes do acidente por exemplo, então eu sempre acabava mudando de assunto.

Na sexta-feira, a última aula era de história, mas a professora não compareceu, então tivemos o tempo livre. Alguns meninos foram para a quadra, e eu resolvi ler um livro que tinha trazido de casa, sentada em uma das mesas que ficavam do lado de fora do refeitório.

Mike passou por ali.

— Vai ficar aí sozinha, Bella?

— Estou lendo. - Levantei o exemplar de Jane Eyre para ele ver.

— É bom? - Ele perguntou enquanto se aproximava para se sentar do meu lado.

— É um dos meus clássicos favoritos. - Respondi. - Mas na verdade gosto de tudo que as irmãs Brontë escreveram. - Acrescentei.

— Ah sim... - Ele parecia um pouco confuso. - Bom, mas você ficou sabendo do baile? - Ele mudou de assunto.

— Ouvi a Jessica comentando.

— E você vai?

Fiquei apreensiva. Será que ele queria me convidar para ir com ele?

— Não sou muito fã de bailes. - Expliquei.

— Ah... Mas você iria se alguém... bem, você sabe... se alguém te convidasse? Tipo, se eu te convidasse? - Ele parecia nervoso agora.

Demorei um segundo para responder.

— Mike... Eu acho que talvez você devesse convidar a Jessica. Eu acho que ela meio que espera que você convide ela. Além disso, como eu falei, não sou muito de bailes, eu seria uma péssima acompanhante.... Acho que não vou mesmo, de qualquer jeito. - Tentei falar da maneira mais carinhosa possível.

— Ah sim, claro... Tudo bem então. – Ela pareceu desapontado. Mas após um segundo continuou falando. -  E você acha que a Jessica aceitaria ir comigo?

— Com certeza. - Respondi de maneira enfática. E não apenas porque eu queria que ele desistisse de me convidar, mas também porque eu sabia que era verdade.

— Ei, Newton, vem jogar! - Gritou Nate, um menino da nossa turma que passava por ali.

Ele fez sinal de positivo para o garoto, e se virou para mim. – Eu vou indo... - ele começou a dizer.

— Claro! Bom jogo, Mike! - Respondi. E ele saiu.

Fiquei mais alguns instantes sozinha, mas antes que eu pudesse retomar minha leitura Edward apareceu de algum lugar que eu não tinha visto que ele estava.

— É verdade?

— O que?

— Que você não gosta de bailes? - Ele perguntou - Ou só disse isso porque não queria ir com ele?

— Bom, eu realmente não gosto de bailes... - respondi, surpresa com a curiosidade dele. - E também não acho que seja uma boa ir com o Mike, então...

— Por que a Jessica gosta dele? - Ele continuou perguntando.

— Sim, e também porque eu não gosto dele desse jeito... Mas por que você quer saber? - Eu estava começando a ficar irritada - Achei que não quisesse ser meu amigo, lembra?

— Eu não disse isso. Eu disse que era melhor que não fôssemos amigos, mas nunca disse que era isso o que eu queria.

Meu coração palpitou.

— Bom, então não devia estar falando comigo. É assim que se deixa de ser amigo de alguém, sabe... - Falei, ainda um pouco irritada.

— Eu sei - Ele se aproximou. - Mas sou curioso demais. - Ele riu. - É que... bem, geralmente eu sou... bom em ler as pessoas, por assim dizer. Mas não consigo ler você, e isso me deixa maluco. - Ele falou como se isso explicasse tudo. – Não consegui resistir a minha curiosidade de saber...

— Por isso você gosta tanto de fazer perguntas? - Eu perguntei.

— Isso te incomoda?

— Não, é só... Eu não sou tão interessante assim. Vai ficar decepcionado com as respostas...

— Você se subestima, Bella. - Ele se aproximou ainda mais, e meu coração acelerou novamente.

Mas então ele começou a se afastar. - Preciso ir.

— Espera... – pedi, e ele parou. Eu não sabia o que falar, só sabia não queria que ele fosse embora.

Mas antes que eu pudesse pensar em algo para dizer, ele se aproximou de mim com passos largos, segurou meu rosto e me beijou.

Foi um beijo pequeno, a princípio. Apenas nossos lábios se tocando. Sua pele gelada contra meu rosto. E então eu coloquei minhas mãos em seu peito, apertando sua camiseta, e o beijei de volta, dessa vez mais forte, com mais avidez, e ele me correspondeu. Foi um beijo longo, e eu só queria que ele durasse ainda mais. Ele se afastou e eu suspirei. Não era o suficiente, eu queria mais.

Ele acariciou meu rosto. - Estou quebrando todas as regras agora...

— Por favor, não vá... – eu pedi baixinho.

Ele ainda estava acariciando meu rosto. – Não me peça isso, Bella... É perigoso pedir a alguém algo que ele já está desesperado para fazer... Não sou forte o suficiente para ficar longe de você.

Minhas mãos ainda estavam em seu peito, e eu não queria soltá-lo. – Então não fique.

Ele suspirou. – Estou quebrando todas as regras... – Falou novamente, dessa vez mais baixo.

— Algumas regras existem para serem quebradas. – Falei sorrindo.

E ele riu. -  Você não está me deixando pensar direito... Está bagunçando toda minha capacidade de julgamento.

Eu sorri, porque me sentia da mesma maneira. Esse garoto à minha frente era diferente de todas as pessoas que eu já tinha conhecido, conseguia fazer coisas impassíveis, e eu nem sabia o que exatamente ele era ainda. Mas ainda assim, eu o queria. O queria muito mais do que devia.

Ele se afastou alguns centímetros e tirou as mãos de mim. Por um instante achei que havia algo errado, mas logo percebi um professor passando por onde dava para nos enxergar. Eu não sabia como ele conseguia sempre saber quando alguém estava chegando, mas era muito útil.

Passamos o restante do período de aula vaga sentados à mesa, conversando. Eu queria beijá-lo novamente, mas com o fim do horário se aproximando mais pessoas começaram a passar por ali, por onde dava para nos enxergar.

— Sabe, você ainda não me fez a pergunta mais importante. - Ele falou de repente, sério.

— E qual seria? - Eu perguntei, apesar de saber.

— O que eu sou. - Ele continuava sério. - Não está ao menos curiosa?

— Estou. - Falei sinceramente. - Mas tenho medo de que vá fugir depois de me contar...

Ele riu, mas não de uma forma divertida, de uma forma amarga. - Eu é que deveria ter medo de você fugir. E não poderia te culpar se assim o fizesse.

— Não vou à lugar algum... - sussurrei.

Ele acariciou meu rosto novamente. - Eu poderia te contar agora, mas sou egoísta demais. Quero aproveitar enquanto posso. - Ele então pegou minha mão direita e a beijou. - Segunda-feira... – Ele falou depois de algum tempo em silêncio. – Segunda eu vou lhe contar tudo. Tudo que quiser saber, eu prometo. E vou te deixar em paz, se quiser...

Eu queria interrompê-lo, mas ele não deixou. – Não diga nada, não quero que faça promessas das quais pode se arrepender.

Eu não queria discutir, então apenas assenti.

Ele pegou uma mexa do meu cabelo e colocou atrás da minha orelha. – Eu realmente preciso ir agora. Alice deve estar maluca...

— Por quê? – perguntei curiosa.

— Ela sempre sabe o que está acontecendo. – Ele respondeu, e eu não entendi exatamente o que isso queria dizer.

— E ela não gosta de mim? – Perguntei, apreensiva com essa possibilidade.

— Ah não, ela te adora. Esse é o problema... – Ele disse rindo. – Te vejo na segunda então?

— Por favor. – Respondi. Ele sorriu de novo e meu coração acelerou. Eu ainda não sabia lidar com esse sorriso.

— Até mais, Bella. – Ele se aproximou de novo, e beijou minha bochecha suavemente. E então se levantou e saiu, enquanto em ficava lá sentada, imóvel. Tinha medo de repente acordar e perceber que tudo não passava de um sonho, mas isso não aconteceu. Tinha sido real, e agora eu tinha que me forçar a parar de sorrir.

Toquei meu rosto e percebi que estava quente. Pela primeira vez desde que cheguei em Forks eu estava realmente com calor. Era uma sensação boa.

Assim que o sinal da última aula tocou, eu fui para a minha caminhonete. O Volvo não estava mais no estacionamento. Esperei Sara para podermos ir embora juntas. Enquanto a esperava ponderei se devia contar a ela sobre o beijo ou não. Eu queria contar, mas ao mesmo tempo queria guardar aquele segredo só para mim por um tempo. Resolvi adiar o momento de contar então. Mas para isso eu precisava parar de sorrir daquele jeito bobo e apaixonado.

— Eu amo sexta-feira. – Sara falou, entrando no carro. – Você não ama sexta-feira?

Eu ri. – Prefiro as segundas. – Brinquei. Apesar de ser verdade depois do que Edward falou.

— Está maluca? Credo...

E eu ri novamente. Meu humor estava ótimo.

Ao voltar para casa, fiz minhas tarefas escolares, e aproveitei para fazer as domésticas também. Eu estava agitada, não conseguia ficar quieta.

— Uau – disse Renée quando chegou. – Você faxinou a casa? O que deu em você, filha? O dia de faxina é só amanhã...

— Estava entediada. – Respondi, dando um abraço nela.

Antes de me soltar, ela colocou a mão na minha bochecha. – Bella, você está tão quente... Está tudo bem? Está se sentindo febril?

Estranhei a pergunta dele. – Não mãe, eu estou ótima!

Continuei procurando coisas para fazer até o fim da noite, mas na hora de dormir eu ainda estava sem sono. Me obriguei a ir para a cama, mas eu estava agitada. Fiquei me revirando, e jogando as cobertas longe por um bom tempo. Eu ainda estava com calor, apesar de saber que estava frio.

Eu não sabia mais o que fazer, então decidi colocar um tênis para sair e pegar um ar, do lado de fora. O vento em meu rosto ajudou, mas de repente não era o suficiente. Havia alguma coisa errada, eu estava me sentindo quente, e estranha... Era difícil de explicar... Eu precisava fazer alguma coisa. Estava começando a ficar irritada e incomodada, e eu não sabia exatamente com o que... A roupa talvez? Ou o rabo de cavalo que eu tinha feito? Resolvi tirar o moletom que tinha colocado por cima do pijama, e soltei meu cabelo. Mas ainda estava incomodada. Era como se houvesse alguma coisa no meu corpo...

Comecei então a caminhar. Quem sabe dar uma volta no quarteirão ajudasse. Comecei a caminhar cada vez mais rápido, e quando eu vi já estava correndo. O que estava acontecendo? Eu não sabia, só sabia que precisava correr. Eu estava com calor, estava irritada e incomodada, e parecia haver algo de errado com meu corpo, mas correr parecia ajudar.

Antes que eu pudesse perceber eu estava bem longe de casa, e correndo muito rápido. Eu queria parar, mas parecia que minha mente não controlava mais meu corpo. De repente eu estava no meio das árvores, correndo, correndo e quando olhei para baixo tomei um susto. Meu corpo estava... diferente. Completamente diferente. Olhei à volta e minha visão também estava diferente. Fiquei assustada, mas antes que eu conseguisse fazer qualquer questionamento a mim mesma, eu já sabia. De alguma forma estranha e impossível, eu sabia, por mais inacreditável que fosse: eu havia me transformado em um lobo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Crepúsculo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.