Crepúsculo escrita por Allison126Tw


Capítulo 7
Capítulo 7 - Acidente




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O domingo passou tranquilamente. Era o dia de folga para todo mundo, e dia de almoço em família. Mas dessa vez o almoço tinha sido na casa de Emily. Ela morava com a mãe, Lucinda, numa casa pequena, quase nos limites do reserva.

Tinha sido uma refeição muito agradável, e eu gostei de me aproximar de Emily. Ela era muito gentil, e parecia entender Sam de uma maneira de uma maneira que ninguém mais conseguia. E ele ficava tão diferente perto dela... Era como se o tempo todo ele estivesse ligeiramente irritado com alguma coisa, mas nunca quando ela estava por perto. Do lado de Emily, ele estava sempre de bom humor, e era sempre muito atencioso. Eu nunca tinha parado para prestar a atenção, mas nem com a Leah ele tinha sido desse jeito. Não que ele tratasse a Leah mal, de maneira alguma. Era só... eu não sabia explicar, era algo diferente. Até quando ele falava de Emily ele falava de um jeito diferente, mesmo que fosse para dizer algo insignificante e aleatório. Era encantador observá-los juntos.

À noite eu voltei para a casa da minha mãe, e tia Cora e Sara estavam lá.

— Sentiram saudades? - Eu perguntei, ao chegar.

— Muito. Eu estava inconsolável. Te ver cinco dias por semana não é o suficiente, prima. - Respondeu Sara.

— Vou ignorar o sarcasmo e fingir que você ama. - Falei.

— Parabéns pelo emprego novo Bella, sua mãe nos contou. - Disse tia Cora.

— Obrigada, tia.

— O que vocês fizeram hoje? - Minha mãe quis saber.

— Almoçamos na casa da Emily. A mãe dela cozinha muito bem. - Falei.

— Seu pai falou mais alguma coisa da escola? - Renée continuou.

— Ah, sim. O Jacob perguntou se eu não ia estudar por lá e o Joshua respondeu que queria que sim, e que eu não ficaria sozinha na escola, porque conhecia o Jacob. Os dois ficaram tentando me convencer. E hoje de novo, no almoço, quando a mãe da Emily perguntou onde eu estudava, ele disse a mesma coisa.

— Ele é persistente. - Comentou tia Cora.

— E o que você respondeu? - Renée perguntou.

— Eu disse que gostava de estudar com a Sara... - comecei.

— Own, obrigada. - Ela falou.

— E também disse que ela ficaria chateada se eu não estudasse com ela, por isso eu não podia me transferir. - completei. - Se meu pai perguntar, você confirma. - Eu disse a Sara.

Ela riu. - Pode deixar.

— Bom, pelo menos ele só falou duas vezes. - ponderou Renée. - Nesse ritmo, uma hora ele para.

Continuei com elas assistindo o programa que estavam vendo. Era algum drama médico. Perto das onze horas elas foram embora, pois no outro dia todas teríamos que acordar cedo.

Na manhã seguinte, como de costume, peguei Sara na casa dela para irmos juntas à escola.

Chegando lá, eu passei a manhã toda ansiosa para a aula de biologia, com Edward. Tentei dizer a mim mesma que era normal sentir curiosidade por alguém que parecia tão misterioso, e essa era o único motivo para eu estar com vontade de vê-lo novamente. Mas no fundo eu sabia que não era apenas isso...

— Bom dia, Bella. – ele falou, quando cheguei na sala e me sentei ao seu lado. Eu gostava do jeito que ele falava meu nome.

— Bom dia. – falei de volta

— Como foi o final de semana? – ele quis saber.

— Foi legal – respondi simplesmente – e o seu?

— Não muito interessante. – ele disse.

— Bom, se quer saber minha opinião, finais de semana são superestimados.

Ele riu: - Ah, é? Como assim?

— Não tenho certeza, Renée quem me disse isso uma vez. – Eu não sabia exatamente por que tinha falado aquilo. – Acho que quer dizer que você não precisa sempre ter um final de semana cheio de programações, só porque geralmente é o que as pessoas esperam, sabe?

Ele pareceu refletir sobre o que eu falei. – E você concorda?

— Com qual dos dois? Que o fim de semana é superestimado? Ou que a gente não tem mesmo que sair sempre?

— Ambos?

— Bom, eu acho que concordo sobre os dois... – concluí. – E você?

— Acho que não tinha parado para pensar no assunto... Mas vou concordar com você. – Ele respondeu. – E o que gosta de fazer então, nos dias de folga?

Dei de ombros. – Não sei... ler, talvez? Assistir algum filme. Às vezes gosto de não fazer nada. – falei. – O que você gosta de fazer? – perguntei de volta.

— Acho que gosto de ficar com a minha família. Alice e Emmet adoram inventar coisas para fazermos. – Ele sorriu ao falar dos irmãos.

Eu sorri de volta. – Deve ser divertido ter vários irmãos.

— É sim. Mas não conta para eles que eu te disse isso. Eles gostam de se gabar. – Ele riu de novo.

A risada dele fazia meu coração palpitar.

Finalmente, o professor Molina chegou, e eu me forcei a voltar minha atenção para longe dele e dos efeitos que ele me causava.

Quando a aula acabou, nós continuamos conversando sobre o que gostávamos de fazer no tempo livre, e Edward me acompanhou até minha próxima aula. Como sempre, ele parecia curioso com as minhas respostas. Eu continuava a não entender seu interesse, mas não me importava com a atenção dele. Muito pelo contrário, estava começando a gostar mais do que deveria.

Era aula de inglês, e Jéssica estava na minha turma.

— É impressão minha, ou aquele era Edward Cullen? – Ela perguntou, quando me sentei ao seu lado.

— Ah – fiquei meio sem graça com o jeito que ela me perguntou – era.

— Uau, você não perde tempo... – ela insinuou.

— Somos parceiros na aula de biologia. – respondi.

— Claro, é assim que começa, né? – Não tinha certeza, mas notei uma certa irritação na voz dela. Decidi não responder.

Quando todas as aulas acabaram, fui esperar Sara na caminhonete.

— Meu Deus, ainda faltam muito para as férias? – disse ela ao entrar.

Eu ri. – Infelizmente, sim.

Ela fez uma careta. – E pensar que ainda faltam dois anos... – suspirou.

Enquanto ela reclamava, eu entrei na fila de carros para sair do estacionamento.

— Ah! – ela exclamou – Lembrei que tenho que brigar com você!

— O que eu fiz? – perguntei, surpresa.

—Acho que você não sabia, mas a Jéssica tinha uma pequena grande queda pelo nosso Cullen mais novo ano passado. – Ela falou.

— Sério?

— Sim, e agora por sua causa, eu tenho que ficar ouvindo ela falar dele novo o tempo todo! É sério, Bella, eu não aguento mais!

Eu ri. – Não entendi por que é culpa minha...

— Oras, Edward parece gostar de você. E ela está com ciúmes, óbvio. Embora ela não vá admitir...

Bem isso explicava a reação dela mais cedo.

— Ele não gosta de mim, somos só parceiros na aula de biologia... – eu comecei a falar, mas Sara me interrompeu.

— Claro, e ele fica olhando para você o tempo todo na hora do almoço porque não gosta de você, né? Bella, acho que você não entende por que você chegou agora. Mas os Cullens não são amigos de ninguém. Eles são educados, e só. Mas nunca vi o Edward tendo uma conversa de mais de dois minutos com nenhuma garota até você chegar. Muito menos acompanhar alguém que não fosse da sua família até a sala de aula.

— Sara, eu o conheci na semana passada. Nem deu tempo de ele pensar em gostar de mim...

— Às vezes a gente não precisa de tempo para gostar de alguém. Às vezes a gente só gosta. – ela falou. - Ou vai me dizer que ele também não faz você sentir nada?

— Não acho que isso faça diferença... – murmurei. Eu demorei para responder, porque ela estava certa, e ele definitivamente fazia eu sentir alguma coisa. Mas isso não significava que ele sentia também.

— Mas é claro que faz! – Ela protestou.

— Além disso, mesmo que houvesse alguma possibilidade de ele gostar de mim, e eu não estou dizendo que há, mas digamos que houvesse... – eu falei – você consegue imaginar a reação do meu pai e do Sam? Eles nem queriam que eu estudasse com ele, para começo de conversa.

— Sim, mas eles nunca explicaram realmente o motivo, né? De não gostarem deles. – ela disse. - Então, sem querer incentivar a rebeldia, mas já incentivando, por que você deveria ouvi-los? - Sara argumentou.

Fiquei em silêncio. Não sabia o que responder, mas ela provavelmente estava certa.

Eu tentei evitar, mas a conversa com Sara me atormentou a semana toda.

Geralmente, quando algo me incomodava, eu conversava com minha mãe, mas não queria conversar com ela sobre Edward porque temia que ela acabasse falando sem querer sobre o assunto com meu pai, o que só traria todo uma discussão com ele á tona. Nós estávamos nos aproximando, eu não queria estragar isso. Por isso quando Renée perguntou o que estava me distraindo ultimamente, eu só respondi que estava com saudades de Phoenix, o que também não era mentira.

Na sexta-feira, na aula de história, a professora acabou nos dando mais um tempo do período para discutirmos sobre o trabalho. O que acabou fazendo com que eu, Edward e Alice passássemos mais tempo ainda conversando, já que nosso trabalho já estava organizado.  

— Bella, quando é seu aniversário? – perguntou Alice, de repente.

— Treze de setembro. – respondi, surpresa com a pergunta dela. – Por quê?

— Gosto de dar presentes de aniversário. – ela falou, animada.

Fiquei sem graça. Edward lançou um olhar para ela.

— Ah, por favor, não me diga que não precisa. – ela começou a dizer, antes que eu pudesse falar alguma coisa. – Adivinhar o que as pessoas vão gostar de receber de presente é meu passatempo favorito.

— Pior que é. Mas não dê corda para a Alice, Bella – Edward falou – ela se empolga demais às vezes...

Alice revirou os olhos para ele.

— O Edward adora implicar comigo... – ela falou, se aproximando de mim.

— E você adora inventar, – ele rebateu.

— Se eu não inventar nada, então nossa vida vira um tédio, e você sabe disso. – Ela rebateu de volta.

Eu não estava entendo muito a discussão deles, mas dei risada mesmo assim.

Na saída, novamente os irmãos deles os estavam esperando, mas dessa vez, como saímos juntos e conversando, Edward me aproximou para me apresentar.

— Bella, esses são meus irmãos, Jasper, Rosalie e Emmet. – ele apontou para cada um.

— Olá... – falei sem jeito.

— E aí, Bella? – Emmet cumprimentou descontraído.

— Prazer conhecê-la. – Falou Jasper. Ele estava mais afastado.

Rosalie apenas acenou com a cabeça.

— Eu a acompanho até sua sala. – falou Edward para mim.

— Até mais, Bella! – se despediu Alice. E eu pensei ver Rosalie fazendo uma careta para ela.

Edward foi então comigo até a próxima aula comigo, e eu pude ver algumas pessoas encarando a gente no caminho. Me lembrei do que Sara falou para mim no outro dia, que ele não tinha agido com outras garotas do jeito que agia comigo. Mas será que isso era suficiente para dizer que ele gostava de mim? Eu não tinha certeza, mas ao mesmo tempo queria ter.

Caminhamos em silêncio, mas o silêncio não era desconfortável com ele. Muito pelo contrário.

Ao chegarmos na sala onde seria a aula de álgebra, ele se despediu:

— Boa aula. E bom final de semana.

— Para você também. – respondi simplesmente. Ele não tinha falado nada demais, mas olhou diretamente nos meus olhos, e me deixou um tanto desnorteada com seu olhar. Por que ele fazia eu me sentir assim?

Quando entrei na sala pude ver Sara me encarando, mas felizmente a professora começou a aula rápido e pediu silêncio, então ela não teve tempo de me encher de perguntas, como eu sabia que queria fazer.

Assim que a aula acabou, ela veio até mim.

— Sabe, eu poderia começar a falar do Edward de novo, mas você já sabe o que eu acho, então por ora, vou apenas ficar em silêncio e deixar você refletir sobre seus próprios sentimentos. – ela me falou.

— Sabe, eu poderia dizer que você é muito convencida. – Respondi.

— Só é convencido quem está certo. – ela devolveu.

E eu tive que rir.

— Ah droga – Sara falou, quando nos dirigíamos até o estacionamento. – eu preciso pegar um papel na secretaria, que minha mãe pediu. Você me espera na caminhonete?

— Tudo bem. – respondi. – Não demora...

Ao chegar no meu carro, me encostei nele para abrir a mochila e pegar as chaves. Pude ver Edward ao lado de seu volvo do outro lado do estacionamento, olhando para mim. Ele acenou e eu acenei de volta.

Ao tentar puxar as chaves do bolso acabei fazendo força demais, e elas escorregaram.

E então, tudo aconteceu muito rápido.

Num segundo eu me abaixei para pegar as chaves, e no outro pude ouvir um carro desgovernado vindo na minha direção. Estava muito rápido, e eu instantaneamente soube que não daria tempo de eu sair do caminho, e que ele me acertaria em cheio.

Gostaria dizer que minha vida inteira passou na frente dos meus olhos, ou alguma coisa assim, mas a única coisa em que consegui pensar foi: ah, não!

Eu fechei os olhos, mas ao invés de sentir a batida do carro, eu ouvi um barulho muito alto. Abri os meus olhos e, para a minha surpresa, Edward estava lá. Edward, que estava ao lado de seu carro, do outro lado do estacionamento há apenas alguns segundos, agora estava do meu lado, e ele tinha parado o carro desgovernado com uma mão, e me puxado para fora do caminho com a outra.

Ouvi o barulho dos outros alunos gritando à nossa volta, mas a única coisa que eu conseguia prestar a atenção era nele, e em como era impossível o que ele tinha acabado de fazer.


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