Crepúsculo escrita por Allison126Tw


Capítulo 6
Capítulo 6 - Loja




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O sábado chegou, e eu iria para a casa de meu pai. Joshua tinha ficado muito feliz quando aceitei seu convite, de passar o final de semana na reserva, com ele a Sam.

—Vai ficar bem? - Eu perguntei a Renée.

—Eu sou adulta Bella. - Ela respondeu, revirando os olhos.

Eu ri. -Foi você quem disse que não gostava de ficar em casa sozinha.

Ela fez uma careta. -Vou sobreviver. Qualquer coisa eu vou para a casa da Cora. Além disso, preciso me acostumar para quando você for para a faculdade...

—Mãe, não vai chorar de novo, vai?

Da última vez que conversamos sobre a faculdade tive que abrir uma caixa de lenços. Ela disse que não estava pronta para ter uma filha adulta, e eu tive que me se segurar para não rir enquanto a consolava. Renée podia ser bem emotiva as vezes.

—Ei, não tire sarro das minhas crises de meia idade. Sua vez vai chegar também.

Eu ri novamente. -Tudo bem, me desculpa.

—Pegou tudo que tinha para pegar? Roupas? Escova de dente? Shampoo? - Ela me perguntou.

—Sim, peguei tudo. - respondi. -Sabe onde deixei as chaves da caminhonete?

—Estão na mesa.

Fui até lá pega-lás. Antes de sair dei um beijo na bochecha dela. - Amanhã a noite estou de volta.

—Tchau, filha. Qualquer coisa me liga.

Hoje não estava chovendo, e eu estava de ótimo humor por causa disso. O sol estava meio atrás das nuvens, mas eu também não podia exigir demais de Forks. Sem a chuva eu tinha segurança de dirigir mais rápido até a reserva, então não demorei a chegar.

Como a caminhonete era barulhenta, ela anunciava minha chegada, e antes mesmo de eu abrir a porta do motorista, Sam e Joshua já estavam ali.

—Já está estacionando rápido, parabéns! -Meu pai comprimentou.

—Obrigada - disse ao descer, e o abracei. Depois abracei Sam também. Ele estava com a pele muito quente e uma blusa fina, como sempre, não parecia sentir frio.

—Como foi a semana na escola? -Ele quis saber, depois que entramos.

—Tudo ótimo.

—Fez novas amizades? -Perguntou Joshua também.

—Sim. Os amigos da Sara, na verdade. -Imaginei se ele queria me indagar sobre os Cullens, mas no que dependesse de mim eu estava decidida a não trazer o assunto à tona e nem menciona-los. Ele parecia querer perguntar mais, mas não o fez. Em vez disso, simplesmente respondeu:

—Que bom.

Eles estavam apenas me esperando para tomar café da manhã, fiquei constrangida de contar que já tinha comido com a Renée, então tomei café de novo.

—Bella, tenho uma proposta para você... - começou meu pai.

Fiquei curiosa. - Qual?

—Bom, eu estava pensando... O que você acha de trabalhar na loja nos finais de semana? - ele perguntou, por fim. - Eu não posso pagar muito, mas pelo menos você teria algum dinheiro...

—Sério? - Eu perguntei. - Isso seria ótimo! Sim, claro que eu topo! - Eu já estava pensando em procurar algum emprego, qualquer coisa para fazer. Ficar só em casa estava me deixando deprimida, e ter meu próprio dinheiro, qualquer que fosse, seria maravilhoso. - Quando eu começo? Posso começar hoje...

Meu pai parecia surpreso com meu entusiasmo.

—Hm, se você quiser, é claro, pode começar hoje. -ele sorriu. E eu sorri de volta.

Fiquei tocada por meu pai estar se esforçando para me agradar. Eu queria poder retribuir e mostrar que estava funcionando, então decidi que me dedicaria cem por cento ao emprego na loja, mesmo que fosse um trabalho pequeno ainda.

A loja tinha apenas 5 funcionários. Meu pai,
Sam, Jacob Black, que era filho de um dos amigos do meu pai, a irmã de meu pai, tia Charlote, e a Senhora Rodrigues, que apesar de já parecer ter setenta anos, provavelmente era mais forte que eu.

Depois de terminarmos o café da manhã fomos então, nós três, para a loja. Sam já trabalharia lá hoje de qualquer forma, e meu pai iria hoje para me mostrar o que fazer, mesmo que aos sábados ele geralmente só aparecesse para abrir e fechar o lugar.

—Nos finais de semana a gente se reveza. Então eu e Jacob trabalhamos em um sábado. Tia Charlote e a Sra. Rodrigues no outro. -Sam me explicou. -Mas com menos gente acabamos sempre precisando de alguém pra ficar de olho no caixa. É aí que você entra. Mas não é difícil, você vai aprender rápido.

Quando chegamos, meu pai abriu a loja é foi me mostrando como tudo funcionava, onde cada coisa ficava, enquanto Sam foi arrumando tudo.

—Bom dia, chefe. -Ouvi alguém chegando.

—E aí, Jake? - Sam respondeu - trouxemos alguém hoje.

Jacob foi até onde eu e meu pai estávamos, na parte de trás da loja.

—Não acredito! Isabella, que honra ter você por aqui. -Ele sabia que eu detestava quando me chamavam pelo meu primeiro nome inteiro. Fiz uma careta para ele.

—Não começa pequeno Billy! - Eu devolvi, e nós rimos. Ele também detestava quando o chamavam assim, o comparando ao seu pai.

Sempre que eu vinha para Forks, e para a reserva, eu e Jacob acabávamos passando tempo juntos, principalmente quando éramos crianças, e nosso passatempo favorito era implicar um com o outro.

—Então é você que vai nos ajudar aqui nos finais de semana agora? Droga... – ele disse, com um sorriso no rosto.

—Ei, cuidado! Não esquece que meu pai é seu chefe. – respondi, e ele riu de novo. – O que aconteceu com seu cabelo? – perguntei surpresa. Jacob estava muito diferente. Além de estar mais alto, e mais forte agora, da última vez que o vi seu cabelo estava mais cumprido que o meu. Mas agora ele estava usando um corte curto, parecido com o de Sam. Também estava usando apenas uma blusa fina, apesar de estar frio lá fora.

—Ah, bem... – ele fez uma expressão que não consegui decifrar – tive que mudar. – deu de ombros. – O que achou?

—Acho que se eu tivesse te visto fora daqui não teria te reconhecido. – respondi brincando. Ele riu.

—Jake, já que está aqui, pode mostrar para a Bella como funciona o caixa? – ele pediu.
—Sim, senhor. – ele respondeu.

—Jacob é melhor nisso do que eu. - meu pai me explicou.

—O senhor só precisa de prática. – falou Jacob.

Mas meu pai resmungou: -Hmpf, não tenho paciência para essas coisas. Aquela máquina não gosta de mim...

Eu e Jacob rimos. Ele me levou então até onde o caixa ficava, e me explicou como a máquina registradora funcionava. –Seu pai comprou essa máquina no mês passado, porque a outra quebrou, mas ele não gostou, disse que tem muitos botões... – ele disse.

—Acho que ele está ficando velho. – falei.

—Eu poderia concordar, mas não quero ser demitido.

Eu ri, Jacob sempre fora muito brincalhão.
Cheguei a conclusão de que seria legal trabalhar com ele ali.

O horário foi passando rapidamente. Alguns clientes chegaram e eu consegui aprender minhas funções mais rápido do que imaginava.

Na hora do almoço meu pai pediu para eu ligar para a lanchonete da Sue, aparentemente eles sempre pediam comida lá. Anotei o pedido de todos e liguei.

—Alô, Lanchonete da Sue, boa tarde. - Uma mulher atendeu. Imediatamente reconheci a voz de Leah, a ex-namorada de Sam. Por um instante fiquei sem graça e demorei a responder.

Sam tinha namorado Leah por bastante tempo, anos, se não me engano. Até ele terminar e começar a namorar com a prima dela, Emily. Eu não sei exatamente o que aconteceu, porque estava em Phoenix. Sam nunca falou nada, então também nunca perguntei. Mas sei que foi estranho. Quando eu estive aqui nas férias antes de tudo acontecer, lembro que eles estavam bem, e pareciam apaixonados. Mas depois, tudo simplesmente acabou. E rapidamente ele estava com a prima dela. Na época achei a atitude de Sam um tanto quanto babaca. Mas nunca soube da história toda para poder formar um julgamento completo. Além disso, Emily é um amor, é impossível não gostar dela. Mas eu também gostava de Leah, e nunca mais tinha falado com ela depois que ela e Sam terminaram.

—Alô, hm, Leah? Aqui é a Bella Uley... queria fazer uns pedidos para entrega... – falei sem jeito.

—Ah, Bella. Oi. – ela respondeu do outro lado da linha, e eu não soube decifrar seu tom de voz. Ela parecia aborrecida ou não? Não soube dizer. – Quais os pedidos?

Eu então recitei o que tinha anotado no papel.

—Tudo bem, eles ficam prontos em trinta minutos. – ela respondeu quando eu terminei.

—Ok, obrigada... – falei, mas ela já tinha desligado o telefone. Me perguntei se também era estranho para ela falar comigo. Provavelmente sim.

O irmão de Leah, Seth, foi quem veio entregar os pedidos de comida, e eu me lembrei que a lanchonete era da mãe deles, Sue Clearwater.

—Seth, meu Deus, você cresceu? – eu falei. Ele era dois anos mais novo que eu, mas estava bem mais alto.

—Por favor, não diga isso, eu não aguento mais ouvir ele se gabar da própria altura. – começou Jacob – Como se ele tivesse algum mérito nessa façanha...

—Jake só está com inveja porque serei mais alto que ele. – falou Seth.

—Até parece!

Eu ri. –Não é uma competição garotos.

—Mas se fosse – disse Seth – e iria vencer no final.

—Isso veremos... – respondeu Jacob, dando um cascudo no menino. Ele ainda era mais alto por enquanto.

O final do dia chegou ligeiro. Fiquei tão entretida com tudo o que tinha de fazer, que nem vi a hora passar.

—E então... – começou Sam, quando voltávamos para a casa – o que achou?

—Achei ótimo! Sério! Obrigada por me chamar, pai. – Agradeci sinceramente.

—Fico feliz que tenha gostado. – ele respondeu.

À noite, depois de tomar banho, jantar e lavar a louça, resolvi ligar para a minha mãe para contar a novidade da loja. Ela ficou empolgada.

—Ah filha, que ótima notícia! Fico muito feliz. Agora você pode voltar a colocar alguma coisa na sua poupança - A um tempo atrás minha mãe abriu um fundo para eu poupar dinheiro para a universidade, e desde então ela estava investida em fazer ele crescer, muito mais que eu até. - Depois vou ligar para o Joshua para agradecer também. E você, gostou?

—Sim, foi ótimo. Você lembra do Jacob Black? Ele trabalha lá também. Ele e Sam me ajudaram bastante.

—Jacob, filho do Billy? - minha mãe perguntou.

—Isso. -respondi.

—Ah sim, claro que lembro dele. Ele tinha um crush em você quando vocês eram crianças...

—O que? Não, claro que não, mãe!

—Claro que sim! Você não lembra que ele vivia comendo seus bolos de lama?

—O que uma coisa tem a ver com a outra? - Eu não estava conseguindo acompanhar a lógica dela.

—Meu Deus, Bella! Ele comia seus bolos de lama porque gostava de você, estava tentando te impressionar.

—Ou ele era meio idiota, e achava a lama gostosa. - repliquei.

—Ai Bella... - Eu não podia ver mas tinha certeza de que ela estava revirando os olhos.

—Está bem aí sozinha? -mudei de assunto.

—Estou ótima. -Ela hesitou antes de continuar. - Na verdade, tenho que confessar, eu tentei comer alguma coisa saudável, mas não resisti e preparei um macarrão com queijo.

—Mãe! Não acredito, você me pediu para não deixar mais você comer isso, e agora que eu saí por uma noite, você compra?

—Eu sei, eu sei! Mas foi mais forte que eu! O que eu faço agora? Estou me sentindo culpada... -ela resmungou.

—Não sei o que fazer com você, Renée - Eu disse rindo.

—Nem eu -ela suspirou.

Conversamos mais um pouco antes dela se se despedir.

—Bom, vou ir dormir agora. Boa noite, filha! E por favor, não me julgue.

—E quando que eu julgo? -respondi, rindo mais uma vez. - Boa noite, mãe!

Apesar do dia ter passado rápido eu estava cansada, então depois de desligar o telefone fui dormir também. Antes de adormecer pensei no que Renée tinha me falado sobre Jacob e os bolos de lama. Ela adorava ver coisas onde não havia nada.


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