Crepúsculo escrita por Allison126Tw


Capítulo 5
Capítulo 5 - Trabalho




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O resto da semana na escola passou tranquilamente. Eu tive mais algumas aulas na mesma turma de Jessica e Mike, uma aula com Sara, e mais uma com Edward, mas não tive a oportunidade de falar com ele novamente, o que me afetou mais do que achei que devia.

Já era sexta-feira, e o penúltimo período seria de história. Assim que entrei na sala percebi que Edward e sua irmã Alice estavam lá também. Havia um lugar vazio perto deles, então resolvi me arriscar e me sentar ali.

Quando a professora chegou, Sra. Saltzman, começou a nos falar sobre um trabalho que valeria um terço da nossa nota final. Seria um trabalho longo e detalhado, o tema era 'Conflitos históricos', e deveria ser feito em grupo. Ela nos daria aquela aula para nos organizarmos. Logo comecei a ver os alunos se levantando e cadeiras se movendo.

—Quer fazer com a gente? – perguntou Alice sorrindo. Pelo canto do olho vi Edward lançar um olhar para ela, mas não consegui decifrar o que isso queria dizer entre eles.

—Claro, pode ser... – respondi. Fiquei feliz que ela perguntou, pois não conhecia mais ninguém na turma.

—Ótimo! Sou Alice. É um prazer conhecê-la, Bella! - Ela tinha um jeito vibrante de falar, era contagiante. Sem esperar pela minha resposta, começou a arrumar as mesas para que ficássemos de frente uns para os outros. – Pronto, assim está melhor. Não, espera, essa cadeira está balançando... – ela se levantou e trocou de cadeira.

—Cuidado com a Alice, ela é meio maníaca por controle. – sussurrou Edward, chegando mais perto.

—Não comece a me difamar Edward, ainda está muito cedo.

Ele riu.

—Sobre o que vamos fazer o trabalho? – ela perguntou.

—Acho que vi na biblioteca da escola alguns livros sobre a guerra civil. – comentei.

—Ah não, ugh, não gosto da guerra civil... – Ela fez uma careta. -Que tal alguma coisa mais antiga?

—Tipo, a revolução francesa? -sugeri.

—Eu gosto da Revolução Francesa. -disse Edward.

—Já fizemos muitos trabalhos sobre a revolução francesa. - falou Alice, descartando a ideia.

—Guerra dos trinta anos? – fiz outra sugestão.

—A guerra dos trinta anos é interessante. – concordou Edward novamente comigo.

—Hm, e Carlisle pode nos ajudar... – Alice falou, e então rapidamente acrescentou – porque nosso pai adora história. - ela explicou para mim - Podemos dizer que ele é quase um historiador. E tem todo o tipo de material sobre o assunto.

—Que legal! – respondi sinceramente.

—Vamos tirar A+ - falou ela, com mais certeza do que eu esperava. Edward lhe lançou outro olhar que eu não entendi. Mas ela pareceu ignorar, continuou o planejamento: - Qual parte você prefere fazer, Bella?

E assim combinamos como faríamos cada coisa. Ou melhor Alice combinou. O que fez as coisas fluírem muito rapidamente, gostei disso. Acabamos terminando de planejar tudo antes de todo mundo, o resto dos grupos parecia ainda estar ajeitando as cadeiras.

—Bom, se me derem licença, vou beber uma água. – Ela falou, e se levantou graciosamente para pedir permissão a professora para sair da sala.

—Eu falei sério sobre a Alice – começou a dizer Edward do meu lado – Ela gosta de ter o controle das coisas. Às vezes pode ser meio irritante.

—Eu gostei do jeito dela. - Falei, e era verdade - Ela é bem ágil, não perde tempo.

—Você não faz ideia – ele riu – o pesadelo da existência dela é perder tempo...

Após um momento de silêncio, notei que os olhos dele pareciam diferentes hoje, desde a aula de biologia.

—Você usa lentes de contato? – perguntei sem pensar.

—Não – ele pareceu confuso com a minha pergunta. – Por quê?

—Ah nada, é que seus olhos parecem mais claros hoje... - Fiquei constrangida, não deveria ter perguntado. – provavelmente é a luz. – disse por fim.

—Ah sim, deve ser a luz fluorescente. – Ele piscou, acho que também ficou constrangido com a minha observação.

Resolvi mudar de assunto, procurei algo diferente para falar, mas ele foi mais rápido: -Então, o que sua mãe achou do troféu de cebola?

—Ela adorou! - respondi rindo ao me lembrar da reação dela ao ver o prêmio dourado - Agora ele está de enfeite na sala de jantar. Renée disse que combina.

—Renée é a sua mãe? -ele perguntou.

—Isso.

—Você a chama pelo primeiro nome?

—Às vezes. Não sei por que... - Eu tinha esse hábito desde criança.

—Vocês se dão bem? - Edward parecia curioso. Na verdade, ele parecia sempre curioso. Mas não de um jeito irritante, eu só não entendia o porquê de seu interesse.

—Bastante. Sempre fomos eu e ela, então somos bem próximas.

—E você não é próxima do seu pai?

—A gente se dá bem, é só que... bom, nunca moramos juntos, então é diferente...

—É por isso que você não estuda na escola da reserva? Seu pai é de lá, não é?

—Ele é. Mas eu quis estudar aqui porque é mais perto de casa. Além disso, minha prima, Sara, estuda aqui também. Ficava mais fácil.

—E seu pai não se importou? - Imaginei se ele sabia alguma coisa sobre o que meu pai e Sam pensavam de sua família. Parecia que sim. Tentei julgar se ele estava bravo com isso, mas, mais uma vez, só notei curiosidade.

—Hm, na verdade ele queria que eu estudasse lá. - Decidi não revelar a parte da insistência dele e das brigas.

—Imagino... -ele murmurou. E eu me perguntei se ele realmente imaginava o quanto. - Bom, fico feliz que tenha vindo para cá no final das contas.

O comentário dele foi bem casual, mas fez meu coração aquecer. Não soube como responder. Felizmente não precisei, pois ele continuou me fazendo perguntas.

— E quanto ao seu irmão? Vocês se dão bem? - Fiquei surpresa por ele saber que eu também tinha um irmão. Mas, de novo, as notícias pareciam sempre correr rápido em Forks.

— Não nos damos mal, sabe? Mas também nunca morei com Sam, então... não temos aquela proximidade... como você e Alice parecem ter, por exemplo.

—Oh não, na verdade eu e Alice nos odiamos. - Ele brincou, rindo.

Como se soubesse que estávamos falando dela, Alice chegou.

—Não acredite em nada do que ele disser sobre mim. - Ela falou sorrindo ao se sentar.

Eu ri. Eles pareciam realmente próximos. Senti uma pontada de inveja, eu gostaria de ser mais achegada ao Sam assim também.

—Sabe, eu não acho que os bebedouros dessa escola sejam muito higiênicos. - Ela disse, mais séria do que eu esperava de alguém que estivesse falando sobre bebedouros.

—Acho que os de nenhuma escola são. - Edward ponderou.

—Bom, alguém deveriam pensar em comprar bebedouros em que os alunos não precisem colocar a boca onde outros alunos já colocaram. - Ela parecia indignada, como se tivesse visto os bebedouros da escola pela primeira vez hoje.

—Você deveria concorrer ao grêmio estudantil então. - falei.

Os olhos dela brilharam.

—Não. Não, seria uma péssima ideia. - enfatizou Edward. - O diretor Roberto não iria te aguentar, você sabe. - Ele falou olhando para ela.

—Eu sei. Mas é uma opção tentadora. - Suspirou.

 -Eu falei isso, mas na verdade eu nem sei se aqui na escola tem um grêmio. - Eu disse.

—Tem. Mike Newton é o presidente. - Falou Edward. E eu poderia estar imaginando, mas notei um certo desprezo em sua voz ao falar de Mike.

Continuamos conversando sobre a escola, e o assunto foi para a biblioteca, e então começamos a falar de livros. Aparentemente, além de médico e apreciador de história, o Dr. Cullen adorava livros. Cada vez que descobria mais sobre sua família eu ficava mais encantada e curiosa por saber  ainda mais. Era tão fácil conversar com eles. E por algum motivo que eu não entendia, Edward continuava curioso sobre mim e me fazendo perguntas. Ele queria saber quais livros eu gostava, como era minha antiga escola, se eu pretendia fazer faculdade, e se eu conhecia alguns dos autores que ele gostava. Em determinado momento vi que Alice parou de participar da conversa, e ficou só nos observando.

Quando a aula finalmente acabou, nos despedimos:

—Até mais, Bella! - disse Alice, e me abraçou. Edward parecia ter ficado tão surpreso quanto eu com essa espontânea intimidade.

—Até mais - respondi, devolvendo o abraço rápido.

—Nos vemos na segunda. - Edward me falou antes de se afastar.

Ao sair da sala vi que os outros irmãos Cullen os esperavam do lado de fora.

No último período eu teria aula com Sara, e estava feliz por isso, mesmo que a matéria fosse álgebra. Na sala conseguimos lugares para sentar perto uma da outra.

—Fiquei sabendo que você vai fazer um trabalho de história com os Cullens mais novos.

—Uau, a rede de notícias daqui funciona rápido, hein? - Eu provoquei. - Sim, eu vou. Mas como você sabe?

— Eu te falei no primeiro dia, adoramos especular sobre a família misteriosa e bonita do Alasca.

Eu ri. - E eu fazer trabalho com eles é uma especulação interessante?

— Bom, você é a garota nova da reserva que se mudou de Phoenix, então sim, no momento sim.

Fiz uma careta. - Não sei se gosto disso.

—Eu sei, desculpa. Mas acho que esse é preço de se mudar para uma cidade pequena. As pessoas gostam de especular. - Sara deu de ombros.

A aula começou, e dava para perceber que a professora de álgebra estava se esforçando, mas a matéria era simplesmente muito chata. Na hora de fazer os exercícios pedi licença para ir ao banheiro só para ter uma desculpa para sair da sala.

Fiquei andando um pouco pelos corredores, para espairecer a cabeça dos números antes voltar para a aula. Resolvi sentar um minuto no banco perto da escada. Não foi proposital, mas de repente comecei a ouvir duas pessoas que pareciam estar nos degraus acima conversando.

—O que você pensa que está fazendo? Ela não é sua amiga. - Ouvi uma voz zangada de garota dizer.

—Mas poderia ser... - Respondeu baixo a outra voz. Essa segunda voz me era familiar...

— Não! - disse a primeira firmemente. - Não, nem ouse! Você quer que as coisas acabem em confusão? Ela é uma deles, pelo amor de Deus! - Ela agora falava tão rápido que era difícil entender. - E você está incentivando ele! Está incentivando ele a se aproximar da garota, mas como acha que as coisas vão acabar? Porque você sabe as opções...

— Não vejo nada disso em que você está pensando acontecer num futuro próximo.

De repente reconheci a voz que me pareceu familiar. Era Alice. A voz estava muito baixa, mas definitivamente era ela. Paralisei. Eu não devia estar escutando. Mas com quem ela estava falando? Sua irmã talvez? E de quem elas estavam falando? Por um segundo gelei pensando que poderia ser de mim. Mas não, não fazia sentido, e não teria por que elas falarem sobre mim assim... Pensei em ir embora para parar de escutar, mas tive medo de fazer barulho e elas acabarem me ouvindo. Seria pior se elas me achassem ali escutando.

—Disseste bem, num futuro próximo. Mas e depois?

—Ainda é muito cedo para saber...

—Está vendo, nem você consegue prever tudo.

—Não, mas eu a vi! Você sabe que a vi, antes dela chegar na cidade! Isso significa alguma coisa...

—Você não sabe se significa! Está só supondo... – a outra voz, que eu não conhecia, interrompeu.

—Já sei o que vai dizer, e eu não sou idiota! Você me subestima. Até parece que não me conhece. Não vou deixar nada ruim acontecer. Além disso, não é como se eu pudesse impedi-lo. Ele quer conhecê-la, e está decidido a conhecê-la, já conversamos sobre isso...

—Ah é? Quando? Em pensamento? Porque não conta!

A voz da primeira garota ainda parecia brava. Dava para perceber, mesmo que estivesse quase inaudível para mim. E Alice também parecia irritada, acho que elas estavam discutindo. E elas continuaram falando, mas conforme foram se afastando eu não consegui mais ouvir.

Fiquei ainda um tempo sentada antes de voltar para a sala. As duas garotas, Alice e a outra, que eu não consegui perceber quem era, podiam estar falando sobre qualquer coisa. E eu não tinha entendido metade do que elas falaram. O que era bom, porque não era certo escutar a conversa dos outros às escondidas. Resolvi voltar para a aula rapidamente antes que eu começasse fazer como Sara tinha dito que as pessoas aqui gostavam de fazer: especular. Seja lá o que elas estavam discutindo, não era da minha conta. Eu tinha que sair dali antes que me precipitasse a ter pensamentos e suposições esquisitas rondando minha mente. 


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