Quando ele/a bate a porta. (Nova Versão) escrita por Josenandia


Capítulo 3
Capítulo 3- Coincidências.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Ponto de vista de Hanabi Hyuuga...

Não acredito, ele de novo?

— Que cabeça a minha! — Falou dando um tapa na testa. — Bem-vinda, senhorita Hyuuga! — Cumprimentou gentilmente.

Mais o quê... Ah sim, esqueci-me que ele é primo do aniversariante.

— O-Oi... — Cumprimentei. Sinto-me como uma verdadeira idiota...

— Eu não queria interromper, mas o bolo precisa de estar perto dos outros doces... — A Hinata aproximou-se, terminando assim a nossa "conversa".

/#/

O jantar estava delicioso, e as sobremesas também, conheci os pais do Naruto, do Konohamaru e da Mirai, e fiquei a saber que eles não representam nem metade da família, ou seja, que família gigante...

O Naruto adorou tanto a surpresa que decidiu fugir da própria festa para flertar com a minha irmã no jardim, e eu fiquei aqui sozinha no meio de vários tios.

É nesse momento que eu me pergunto o que estou a fazer aqui...

— Não queres comer um pouco de bolo de coco Hanabi? — Kurenai, a mãe da pequena Mirai perguntou gentilmente.

— N-Não, obrigada senhora... — No mesmo instante a mãe do Naruto falou.

— Ah! Para quê tanta formalidade? Chame-nos apenas de tias!

— E-Está bem t-tia Kushina... — Essas três mulheres me dão medo...

— Ei Konohamaru! — Senhora... Ou melhor, Tia Shizuka chamou a atenção do filho, que conversava com outro dos seus primos. Ele aproximou-se de nós. — Vai ver se a Mirai ainda está dormindo. — Pediu.

— Está bem! — Respondeu sem contestar.

— Com licença... — Eles olharam para mim ao mesmo tempo. — S-Se não for incomodo para vocês eu posso ir verificar, o Konohamaru parecia estar a divertir-se com o primo... — Eu estava disposta a fazer qualquer coisa para sair dali...

— Está bem Hanabi, você pode ir. — Indagou passando a mão no braço do filho.

— Sim! — Saí de lá rapidamente, e como consequência, 10 segundos depois eu não sabia qual das portas dava acesso ao quarto onde a Mirai dormia.

São sete portas que dão acesso a outros cômodos, ou seja, eu tenho seis chances de errar!

Enquanto vagava pela minha mente, uma mão passou pelo meu ombro esquerdo.

— Está perdida, senhorita Hyuuga?

— Ai! — Dei um pequeno grito de susto. — Konohamaru! — Levei a mão ao peito, o meu coração estava acelerado pelo susto.

— A senhorita está bem? — Perguntou. Ele ainda vai continuar com essa história de senhorita?

— Bem? Depois do susto que você me deu? Você está louco? — Ele riu, era um riso divertido, divertido demais para o meu gosto. — E você ainda ri, você... — Ele se aproximou ainda mais de mim.

— Shh. — Pediu silêncio, e sem tirar o sorriso dos lábios perguntou. — A senhorita quer armar um escândalo por conta de um pequeno susto? — Pequeno? Ele está brincando? — Sabe, você é divertida!

— Hã? Agora deixei de ser estranha e passei a ser divertida? — Perguntei e ele arregalou os olhos. — A Mirai é muito honesta. — Afirmei e ele simplesmente voltou a sorrir. — Você fala de mim para todo mundo? — Perguntei.

— Não senhorita Hyuuga, mas a Mirai perguntou o que eu achava de você, e eu disse. — Respondeu simplesmente antes de passar por mim e abrir uma das portas do corredor. — A senhorita vem? — Perguntou antes de entrar no cômodo, e sem saber o que dizer eu fiz o mesmo.

O quarto era consideravelmente maior que os quartos da casa dos meus pais, e nem era o quarto principal pelo que entendi, as paredes do quarto eram tingidas com a cor laranja, exceto uma delas, que era tingida de preto, tirando as paredes, os móveis também eram das mesmas cores, exceto alguns que ainda podíamos encontrar as cores azul e branco.

Mas o que me chamou atenção foi a coleção inteira de livros bem organizados nas prateleiras de pladur. Reconheço apenas dois: O feiticeiro de Oz e Harry Potter. Talvez porque sejam famosos...

Olhei para onde o Konohamaru caminhou, e lá estava a pequena Mirai dormindo tranquilamente, ela parecia um anjinho. Konohamaru sentou-se na beira da cama e acariciou os cabelos dela.

— A senhorita quer tentar adivinhar a quem pertence esse quarto? — Falou baixinho para não acordar a garota.

— Hum... Vejamos... — Comecei a pensar. — Pelas cores diria que o quarto pertence a um adolescente quieto, que vive escondendo os seus verdadeiros sentimentos de todos. — Ele olhou para mim com curiosidade. — Mas pela organização talvez seja um adolescente perfecionista e centrado. — Aproximei-me dos inúmeros livros. — Porém, pelas filas de livros, que supostamente são do género fantasia, eu diria que o quarto pertence a um adolescente fantasioso e hiperativo! — Voltei a olhar para ele. — O quarto é seu? — Perguntei vendo um sorriso se formar em seus lábios.

— Não, senhorita, mas suas análises estão quase corretas. — E lá está ele a ser formal... — Este quarto pertence ao Naruto! — Exclamou. Por essa eu não esperava, mas acho que faz sentido, embora pareça se adequar mais a um adolescente.

— Não sabia que o Naruto lia tanto... — Falei sem querer.

— Sim, por acaso esse é um dos motivos pelo qual ele se apaixonou pela Hinata. — Falou pensativo. É verdade que a Hina gosta de ler, mas fantasia não é um género que ela aprecia. — A senhorita gosta de ler?

— Não. — Foi a primeira coisa que saiu da minha boca, e novamente ele estava sorrindo.

— Porquê? — Perguntou simples.

— Porque é sempre a mesma coisa, estou cansada de ler sobre príncipes heroicos e princesas dependentes. — Agora ele riu em alto e bom som, mas não por muito tempo porque como a Mirai está dormindo ele tapou a boca rapidamente para não fazer mais nenhum barulho.

— Desculpa! — Pediu levantando da cama e caminhando até mim. — Isso é porque a senhorita não leu o livro certo ainda. — Falou como se fosse óbvio.

— Duvido muito...

— Ao contrário de mim... — Ele passou por mim para se aproximar dos livros. — Eu realmente acredito que seja isso. — Ele procurou pelos livros do canto inferior direito e de lá retirou um com uma capa linda. — Experimenta esse. — Estendeu o livro na minha direção.

— Mulan? — Perguntei ao ler o título. — Porque eu devo lê-lo? — Eu já tinha dito que não gostava de ler...

— Porque é recomendação de um amigo! — Afirmou.

Amigo? Nós somos amigos?

Era tudo que eu queria perguntar, quer dizer, a minha irmã e o primo dele estão noivos, ele me ajudou quando eu estava perdida na cidade e, além disso, até agora ele foi educado comigo. Mas isso não nos torna amigos, torna?

— Está bem... — Respondi recebendo o livro de suas mãos. — Eu não garanto que irei gostar, mas tentar não mata! — Novamente ele estava sorrindo, mas agora o seu sorriso parecia... Encantado?

— Penso que agora podemos sair daqui, senhorita... — O interrompi.

— Calminha aí! — Acho que falei alto demais, pois ele fez um sinal pedindo silêncio enquanto olhava para o pequeno ser na cama. Entendendo o recado eu simplesmente abaixei o tom. — Se nós vamos ser amigos então podemos começar por eliminar a palavra "senhorita", me chame apenas de Hanabi! — Pedi.

— Está bem...— Respondeu confuso e após isso nós saímos do quarto.

— Já agora, de onde veio essa ideia de me chamar de senhorita?

— Como assim? — Perguntou surpreso. — A senhori... Quer dizer... Você me pediu que fosse assim.

— Hum? Quando? — Do que ele está falando?

— Na quinta eu estava no apartamento da Hinata quando chegaste, lembras-te? — Perguntou parando de caminhar.

— Ah, sim! — Lembrei!

"— Obrigada pela ajuda. — Agradeci após tirarmos a mesa.

— Não precisas agradecer, eu gosto de ajudar! — Sorri para ele, não nego que ele tem um certo charme, deve ser de família...

Conversamos durante mais um tempo enquanto a Hina e o Naruto lavavam a loiça, ou tentavam, pois só ouvíamos gargalhadas vindas da cozinha, e sinceramente eu já estava exausta.

— Posso chamar você de garota estranha? — Perguntou no meio da conversa.

— Hum? Porquê? — Perguntei meio sonolenta, já estava tarde e eu estava cansada da viagem. — Eu tenho um nome e sobrenome, Hanabi Hyuuga! — Realcei e ele riu.

— Então vou chamar-te de senhorita Hyuuga, pode ser? — Perguntou ainda sorrindo.

— Hum...  Suspirei e me recostei no sofá.  Melhor que nada. — Respondi sem dar muita importância. Foi nesse ponto que eu concordei com essa ideia... Mas... Eu estava com sono!"

— Eu te achei charmoso... — Falei sem pensar.

— O quê? — Perguntou confuso e ao perceber o que eu havia dito alto corei que nem a minha irmã quando acontece algo embaraçoso com ela... Deve ser de família...

— N-Nada! E-Eu... Vamos continuar... — Pedi envergonhada. As pessoas deveriam parar de me ouvir quando estou cansada, quer dizer, eu concordo com quase tudo...

/#/

Finalmente estávamos em casa, eu estava exausta e com um livro em mãos para ler e, além disso, ainda tem o dia de amanhã, e o que tem amanhã? A estreia de um novo filme de ação? O dia internacional dos patos? Uma corrida de tartarugas? Não. Infelizmente amanhã é só o começo do ano académico.

— Já estás calma? — Minha irmã perguntou, me tirando assim dos meus devaneios, mas eu não entendi...

— Como? — Ela sorriu antes de sentar ao meu lado na cama.

— Você está muito estranha desde que chegamos... Passa-se alguma coisa?

— Hum... Não... É só que... Eu não me sinto muito confortável... — Acabei falando sem querer...

— Hum... — No que será que ela está pensando? — É o facto de morares comigo? — Arregalei os olhos com essa pergunta repentina.

— Não! — Respondi rapidamente. — Não é nada disso... — Será que eu fiz algo errado? Eu não quero que ela pense que não estou gostando de estar aqui com ela...

— Entendo... — Ela sorriu. — É o Konohamaru, certo? — O quê? Como?

— O que aquele cara tem a ver comigo? Que absurdo! — Porque raios eu me irritei tanto?

— Entendo. — É impressão minha, ou ela está ainda mais sorridente? — Hanabi, diz-me, o que se passa. — Pediu segurando a minha mão.

— É que... — Como vou explicar toda essa confusão que se forma na minha cabeça sem nem saber o que a causa? Bem... Desde que cheguei aqui as coisas têm sido um pouco complicadas... Nova casa, nova cidade, novos vizinhos, e em breve novos amigos, mas talvez eu já tenha feito um novo amigo, mas... Está tudo tão confuso... Desde que cheguei aqui ele sempre está por perto. Quando eu cheguei no apartamento, ele abriu a porta para mim. Quando eu fui passear na cidade e me perdi, ele me levou até a Hina. E hoje ela abriu a porta para mim na casa da família do meu cunhado. Ele, ele, ele, é sempre ele. — Eu não sei como explicar... — Ela sorriu e acariciou a minha bochecha.

— Não tem problema, eu vou respeitar o seu tempo. — Minha irmã é tão gentil quanto a nossa mãe...

Fechei os olhos e aproveitei o seu toque suave. Como eu tinha saudades desses simples gestos, da sua voz suave, da sua delicadeza e atenção em relação a mim...

— Porque não descansas um pouco? Te fará bem, até porque amanhã começam as aulas.

— Sim... Você tem razão... — Ela afastou-se de mim e olhou ao redor do quarto parando no livro que estava em minhas mãos. Pensei que ela iria dizer algo, mas ela apenas sorriu antes de levantar e dirigir-se à porta.

— Boa noite Hanabi. — Desejou apagando a lâmpada.

— Boa noite Hinata... — Pousei o livro na mesa de cabeceira e me aconcheguei nos lençóis da minha cama para enfim adormecer.

No dia seguinte acordei cedo para o primeiro dia de aulas. Não vou negar que estou arrependida de ter feito isso, mas ainda é cedo, e eu tenho certeza que conseguirei me animar em breve.

— Boa sorte! — Por ser o primeiro dia, e por ainda não conhecer a cidade, a Hinata me trouxe, mas vou fazer o possível para não incomodá-la com isso também, quer dizer, só preciso decorar as paragens até tirar a carta de condução, não deve ser difícil.

— Obrigada, e até logo! — Me despedi e entrei no enorme estabelecimento!

Peguei o horário e fui em busca da sala onde seria a aula de hoje, o que não foi muito difícil, mas antes de entrar encontrei uma garota muito bonita na porta, parecia que ela estava à espera de alguém, mas como não encontrou esse alguém, decidiu falar comigo. Por quê? Ora, porque despertei a sua curiosidade! Porque mais seria?

— Olá, você é a Hanabi, certo? — A garota de cabelos ruivos transmite confiança com esse sorriso levemente perfeito, embora o fato dela saber quem eu sou mesmo eu não fazendo a mínima ideia de quem ela seja, ser assustador...

— Sim sou eu. E você é?

— Moegi Kazamatsuri! Muito prazer! — Falou segurando a minha mão para cumprimentar. Que energia...

— O-O prazer é todo meu... — Falei levemente corada pela aproximação repentina. É, ao que parece, bastou chegar na idade adulta para começar a agir que nem a minha mãe e a minha irmã...

Como ainda era cedo e as aulas só começavam em mais ou menos uma hora, ela se voluntariou para me mostrar todos os cantos que ela conhecia dessa instituição. Admito que ela é bem interessante como pessoa.

— Udon! — Ela chamou por um rapaz que se aproximou de nós sem demora. — Udon, essa é a novata Hanabi Hyuuga! Hanabi, este é o Udon Ise, meu melhor amigo! — Nos apresentou um para o outro. O rapaz de cabelos castanhos parece ser um pouco menos enérgico que a Moegi.

— Oi... — Acenou para mim sem jeito, como eu disse, diferente da Moegi...

— Oi... — Retribuí o gesto igualmente sem jeito antes de voltar a falar com a ruiva. — Eu ainda não entendi, por que me chamas de novata, se todos aqui são novatos? — Pelo pouco que conversamos com os outros alunos da turma eu pude notar isso. Como resposta recebi um enorme sorriso.

"Oh santa mãe dos sorrisos da cidade..."

— É porque todos aqui se conhecem desde o ensino médio ou desde o preparatório, ao contrário de você, que só nos conheces agora! — Essa garota tem sempre resposta para tudo, gostei dela.

— Entendi. — Sorri de certa forma feliz pela informação. Pronto! Era o que me faltava, três dias aqui e já fiquei tão sorridente quanto eles...

— Ei Mo, deveríamos ir para a sala falta pouco para a aula começar. — Udon anunciou, e ele tem razão.

Nós concordamos e fomos para a sala. A turma estava cheia e a Moegi chamou-me para sentar ao lado dela que estava à frente do Udon. Ainda tinha um lugar ao lado dele, atrás de mim, mas ninguém sentava lá, eu só queria saber porquê.

A aula começou e o novo professor apresentou-se. Bem... É aqui que começa mais um capítulo da minha história!

Ponto de vista de Konohamaru Sarutobi...

Após a festa terminar eu e o Naruto nos dirigimos ao antigo quarto dele.

— Ai, estou exausto! — Reclamou caindo com tudo na sua cama.

— Porquê? Até onde eu sei você só ficou conversando a noite inteira com a Hinata e mais nada, ou fizeram mais alguma coisa? — Perguntei e vi o exato momento em que os seus olhos brilharam e um sorriso bobo se formou em seus lábios. — Já sei, isso significa: Estou tão apaixonado pela minha namorada que não me vou dar ao trabalho de responder ou até mesmo ouvir o que o Konohamaru tem para dizer! — Resumi o que acontece desde que ele se apaixonou pela Hinata.

— Disseste alguma coisa? — Perguntou voltando momentaneamente para a realidade e tudo o que fiz foi o mesmo de sempre, suspirar.

— Nada... Esquece... — Andei até as prateleiras que guardam os inúmeros livros do meu primo na tentativa de encontrar um que eu ainda não tivesse lido, mas falhei miseravelmente. Enfim, terei que me contentar com um filme... — Vamos assistir um filme? — Perguntei, não temos feito outra coisa durante as férias, quer dizer, quando ele não está trabalhando...

— Claro! — Respondeu levantando da cama para verificar os seus preciosos livros. — Falta algo aqui... — Seus olhos analisavam cautelosamente o espaço para ver o que faltava. — Você pegou o livro da Mulan ou foi a minha mãe?

— Sério, como você percebe essas coisas? — Perguntei surpreso, na verdade, não sei porque ainda me surpreendo.

— Não é fácil perder um livro autografado. — Respondeu simples. — Isso significa que você pegou, certo? — Abanei a cabeça para afirmar. — Está bem, sem problemas, mas eu pensei que já o tinhas lido...

— E li, mas não o tirei para reler, na verdade, o tirei para uma amiga... — Ele sentou-se na cadeira giratória da escrivaninha antes de olhar novamente para mim.

— A sua crush? — Perguntou com um sorriso travesso. Haja paciência viu, eu não consigo o deixar nem um pouco constrangido, mas ele faz isso num simples piscar de olhos.

— Não... Eu o emprestei para a Hanabi, achei que não irias se importar... — Eu ainda pareço um tomate...

— Hã! Então o seu alvo é a minha cunhadinha! — Eu abanei a cabeça.

— Como assim? Eu só a conheço a três dias Naruto! — Ele deu de ombros.

— Já vi casos piores... — Acho que ele se refere aos livros de romance que a Hinata recomenda, ou ao famoso caso dos seus dois amigos.

— Não vou negar que ela é bonita e muito interessante! — Além de ter provocado uma reação estranha em mim apenas com um aperto de mão... — Mas você sabe que o meu coração pertence a outra pessoa... — Tentei convencê-lo.

— Hum... Então não é um amor de verão? — Perguntou ainda suspeitando das minhas ações.

— Não, não é nada disso. — Ele ainda me encarava com desconfiança. — Naruto, você sabe que eu só estou sendo simpático com ela, quer dizer, é tudo novo para ela nessa cidade, e ela pode sentir-se um pouco deslocada, eu só quero que ela sinta que pode contar com alguém para além da Hinata. — Ele continuou me encarando com desconfiança.

— Sabe, de tudo o que você disse até agora eu só acreditei nesse último parágrafo. — Nossa... Obrigado pela confiança... — Olha, eu vou deixar o livro com a Hanabi até que ela o termine, mas da próxima vez que quiseres motivar alguém a ler distribui bilhetes pelo livro comentando sobre os pontos mais interessantes ou que te deixaram mais impressionado. — Falou levantando da cadeira pronto para voltar a deitar na cama.

— Porque eu faria isso? Não estou tentando paquerá-la. Ai! — Ele me deu um tapa na nuca ao passar por mim.

— Não é paquerar, é ter consideração! — Diz o homem que usou essa estratégia com a atual noiva... — Anda, já está tarde. — Olhei para o relógio na parede que marcava 01:37. Isso explica o sono que estou a sentir. — Do que estás à espera, amanhã tens aulas.

— Eu sei disso... — Fui em direção à porta. — Boa noite! — Desejei.

— Boa noite!

/#/

— Droga, droga, droga! — No dia seguinte eu corria o mais rápido possível para chegar até a sala. Acordei tarde e quando dei por mim, estava atrasado com o meu primo gritando na minha orelha por eu ter adormecido nas três vezes que ele me acordou, felizmente não foi a tia Kushina que me acordou... E ainda bem que eu já havia visitado a instituição com os meus amigos antes, caso contrário estaria ainda mais atrasado.

Parei em frente a porta da sala marcada no horário e sem pressa bati, o Professor fez um sinal para que eu entrasse. E quando entro vejo a minha turma de costume com mais alguns estudantes que conheci no preparatório, mas para minha surpresa a garota estranha, quer dizer, a Hanabi está sentada ao lado da Moegi, e para melhorar só há um lugar atrás dela.

Como eu não tinha muitas opções então sentei-me atrás dela ao lado do Udon, ela parece estar tão surpresa quanto eu, me pergunto se o Naruto e a Hinata sabiam disso...

Ao longe recebi um aceno de alguns velhos amigos, só o Udon e a Moegi se dignaram a não tirar os olhos do quadro para me cumprimentar, acho que é melhor eu me concentrar também.

/#/

Após a aula terminar —felizmente hoje só teríamos uma aula, infelizmente ela durou a manhã inteira— todo mundo se dispersou para conversar, alguns até falaram comigo sobre coisas bem banais, como, por exemplo, as férias. Mas a verdade é que eu só queria falar com uma pessoa no momento.

Saindo da sala pude ver alguém familiar saindo de fininho.

— Ei! Aonde vais com tanta pressa? — Perguntei a segurando pelo braço.

— Não é da sua conta! — Nossa... Porquê que do nada ela está sendo grosseira? — O que fazes aqui?

— Como assim? — Que perguntas são essas? Quer dizer, eu queria perguntar o mesmo que ela, porém acho que a resposta é óbvia, mas... No mesmo lugar?

— De todos os cursos, de todas as salas, de todas Universidades, de todos os turnos, você tinha que estar logo aqui? — Eu me perguntei o mesmo. — Porquê? Por que tens que estar sempre onde eu estou? — Perguntou da forma mais fria possível.

Acho que só agora entendi porque ela está tão brava, mas, eu não tenho a resposta para tanta coincidência.

— Eu não sei. — Sussurrei ainda pensativo.

— O quê? — Perguntou confusa.

— Eu não sei! — Falei mais alto. — A única coisa que sei é que gosto de você! — Confessei e a vi corar ligeiramente, porém a sua expressão ainda demonstrava confusão.

— C-Como... O que... — Ela não conseguia formular uma frase. Acho melhor explicar a situação.

— Hanabi eu gosto de estar perto de ti. — Admiti. — Você é distraída e muito indiscreta, mas também és divertida, simpática e observadora, admito que às vezes pareces uma criança, mas das poucas vezes que conversamos você conseguiu chamar a minha atenção de certa forma, e mais, você me faz sorrir o tempo todo! — Soltei o seu braço.

— Eu tenho que admitir que eu pensava que você era estranho, principalmente porque não paravas de sorrir... — O bom é que ela é honesta... — ... Mas se você nasceu aqui então isso é normal, não é? Afinal, sorrir o tempo todo é coisa dos habitantes da cidade. — Do que ela está falando mesmo? — E não vou mentir, estava começando a ficar com medo de tanta coincidência, quer dizer, o tempo todo você estava lá como se só existisse você no mundo, é sério, isso é assustador! — Ela levou a mão a testa, parece que está novamente naquele momento em que pensa tanto que não repara no que há ao seu redor. — No apartamento da minha irmã, no meio da cidade, na casa do tio Minato e da tia Kushina e agora aqui, não só na mesma universidade como também na mesma sala... — Voltou a prestar atenção em mim. — Bem, vou ter que aceitar o destino e dizer que sim, nós os dois podemos ser amigos. — Eu sinceramente me perdi um pouco no discurso, mas acho que entendi.

— Então oficialmente somos amigos? — Acho que é a primeira vez que oficializo uma amizade dessa maneira, que estranho, mas, ao mesmo tempo, estou gostando disso.

— Sim! — Ela esticou a mão e eu a apertei para oficializar o início desse relacionamento.

Ela está sorrindo tranquilamente, nem parece que a pouco estava gritando comigo. Acho que não vou mudar de opinião tão cedo, mas essa garota é estranha.

— Konohamaru! — Aí está a garota com quem eu mais queria conversar desde que cheguei.

— Moegi! — Abri os braços para a receber.

Ela literalmente pulou nos meus braços antes de me dar um selinho rápido.

— Oi meu amor! — Tão enérgica como sempre.

— Oi meu doce! — Vi o Udon abanar a cabeça e a Hanabi arregalar os olhos, além de corar um pouco de vergonha.

— Sério isso? Vocês se vêem todos os dias! — É, às vezes eu e a Moegi exageramos um pouco, mas a sua animação mais a minha resulta nisso.

— Eles podem fazer isso aqui? — Sussurrou a pergunta para o Udon e tanto eu quanto a Moegi olhamos para ela envergonhados. Tinha me esquecido que a Hanabi vem de um lugar onde demonstrações de afeto em público ainda não são tão aceites quanto aqui.

— Minha cara Hanabi. — Ele pousou a mão no ombro dela. — Bem-vinda a cidade!

 


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