Ponto de vista de Konohamaru Sarutobi…

Eu estava parado observando as duas irmãs que obviamente estavam felizes com o seu reencontro.

— Tive tantas saudades tuas! — Indagou afastando-se ligeiramente para a encarar.

— Eu também tive saudades tuas! — Abraçou-a. — Diz-me, como estão a mamã e o papá? Como correu a viagem? — A Hinata está bem animada, mas acho que é totalmente normal. — … Onde está o Naruto? — Perguntou.

“É verdade, onde ele está?”

— Ouvi o meu nome? — Ele chegou por trás de mim e eu dei um pequeno pulo.

— Que susto! — Levei a mão ao peito e eles riram da minha reação. — Que engraçado… — Cruzei os braços, de certeza que eu estava com a cara emburrada.

— É isso que acontece quando ficas bem no meio da porta! — Puxou a minha bochecha esquerda.

— Ai!… Para Naruto! — Implorei e ele parou no mesmo instante. — Olá!… — Cumprimentei passando a mão na bochecha.

— Bem-vindo Naruto! — Hinata o cumprimentou com um sorriso meigo, que ele retribuiu.

— Obrigado Hinata, oi Konohamaru. — É impressão minha ou ele está meio sem jeito?

Virei ainda passando a mão na bochecha, e percebi que a Hinata e a sua irmã olhavam para nós com pequenos sorrisos nos lábios.

— Vocês são irmãos? — A irmã da Hinata perguntou.

— Não, mas é quase isso. — Pelo seu olhar acho que ela perguntou “Como assim?”, bem, o Naruto não demorou a responder. — Eu e o Kono somos primos! — Pegou no meu ombro. — As nossas mães são irmãs!

— Ah, entendi! — Estiquei o meu braço e estendi a minha mão.

— Oi Hanabi, já ouvi falar muito de ti, eu sou o Konohamaru Sarutobi! — Sorri simples, então ela apertou a minha mão.

— Encantada! — A mão dela é… Quente e macia…

Naruto fingiu uma tosse antes da Hinata rir e falar.

— Hanabi, não queres comer nada? Ou descansar um pouco se preferires assim.

Só então apercebi-me que ainda não soltei a mão dela.

— D-Desculpa. — Soltei a sua mão e coloquei a minha sobre o meu cabelo.

— Não tem problema! — Riu da situação antes do Naruto quebrar o clima constrangedor em que eu me encontrava para jantarmos.

A minha situação com ela foi tão estranha, mas eu não tenho culpa se as suas mãos são macias, além disso, eu acho que senti algo… Diferente…

Felizmente eu não tive tempo para me sentir constrangido, o jantar estava delicioso, a conversa estava animada e ela é mais interessante do que eu pensava, não me arrependo de ter vindo!

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Quando cheguei a casa entrei sorrateiramente, as luzes estavam apagadas, então o mais provável era que os meus pais estivessem a dormir, mas fui surpreendido por um pequeno ser que estava à minha espera.

— Buu! — Ela agarrou o meu pé direito com força. — Assustei-te? — Tentei conter uma possível gargalhada antes de dar uma resposta digna da situação.

— Aaaah, socorro! Estou cheio de medo! — Nós os dois rimos e eu agachei para ficar na altura dela. — Boa noite, Mirai!

— Boa noite, maninho! — Sorri antes de abraçá-la. — O que fazes acordada Mirai? — Perguntei preocupado, a essa hora ela já devia estar no terceiro sono…

— A titia leu uma história para mim, mas eu não dormi… — Cruzou os braços e fez beicinho.

— E porque a senhorita Mirai não adormeceu? — Normalmente ela adormece antes de chegarmos na metade da história…

— Eu gosto da titia, mas a titia não é você maninho… — Ela parece triste… — Você prometeu brincar comigo… — A Mirai é a primeira e única filha dos meus tios: Asuma e Kurenai Sarutobi, às vezes ela passa os fins de semana comigo, e brincamos o dia todo.

— Desculpa Mirai, eu tive que ajudar uma amiga… — Ela deixou de olhar para mim para encarar o chão. — Maninha… — Chamei por ela. — Eu não vou mais deixar-te de lado!

— Prometes? — Perguntou com os olhos brilhando.

— Prometo! — Afirmei.

— De mindinho? — Sorri simples antes de juntarmos os mindinhos.

— De mindinho! — Ela já parece mais feliz.

— Espera! — Ela fez uma cara de pavor. — Não é assim que os adultos fazem! — Ri, de acordo com a tia Kurenai, a Mirai pensa que se fizer coisas como: beber café, dormir tarde, ajudar a cozinhar e apertar as mãos, será considerada adulta. — Então? Temos acordo? — Esticou a mãozinha.

— Sim, temos acordo! — As mãos dela são quentes e macias, como sempre, mas…

O seu toque não é o mesmo…

Céus! Qual é o meu problema? Por que raios pensei nela agora? Eu mal a conheço...

— Então maninho? Vamos ver um filme juntos? — A peguei no colo e fui com ela até a sala de estar.

— Está bem, mas só vamos assistir um filme. — Eu sabia que ela iria adormecer rápido, e foi exatamente isso que aconteceu, só que eu também adormeci no sofá...

Ponto de vista de Hanabi Hyuuga...

Após o jantar, eu e a minha irmã fomos para o meu novo quarto, ele é lindo, as paredes são pintadas com a cor amarela clara, e as cortinas, os lençóis e outros detalhes são vermelhos, duas das minhas cores favoritas.

— Gostaste? — Perguntou claramente ansiosa.

— Claro que eu gostei, está tão lindo, nota-se que foi você que decorou! — Entrei por completo no cômodo e sentei-me na cama.

— Nota-se? — Fez o mesmo que eu.

— Sim, você continua sendo detalhista demais! — Sorri com as lembranças, desde que me lembro que é assim.

— E você continua sendo observadora!

— Não é o que a nossa mãe diz.

— Mas é o que parece, continuas a olhar para tudo e para todos de forma curiosa, percebi isso durante o jantar. — Falou pensativa.

— Sério? Eu fiz isso durante o jantar?

— Sim, até parecia que nunca tinha comido caril… — Ai não, que vergonha…

É por isso que a minha mãe diz que eu sou distraída, eu fico demasiado tempo analisando as coisas e me perco nelas…

Enquanto arrumavamos as minhas roupas e sapatos, aproveitamos para pôr a conversa em dia.

Contei algumas coisas sobre os nossos pais, como o facto da nossa mãe quase ter chorado na despedida, e o nosso pai pedir inúmeras vezes para que eu não me distraísse com nada além dos estudos, contei também dos meus relacionamentos com garotos que até agora têm sido um verdadeiro fracasso por conta do nosso pai, e falei sobre o nosso primo que agora cuida dos processos legais da família.

O meu primo Neji formou-se em advocacia, ao contrário de mim e da Hinata, ele não precisou sair da nossa cidade natal para isso, ele é um pouco grosseiro com desconhecidos quando a família está envolvida, mas é boa pessoa, nós crescemos juntos e ele ajudava o meu pai a manter os garotos longe de mim e da Hinata, brincadeira a parte, o casamento dele é um casamento arranjado porque tal como o meu pai o tio Hizashi prefere manter as tradições, contudo ele é um pouquinho pior. Felizmente no caso do Neji deu certo porque ele já conhecia a Tenten, mas no meu caso e no da Hinata, decerto que isso não iria funcionar.

— Hanabi! — Ouvi a minha irmã chamar por mim. — Estás a sonhar acordada? — Perguntou.

— Estava. — Confessei e ela riu. — Então o que estavas a dizer?

— Eu perguntei se amanhã queres conhecer um pouco desta zona.

— Ah sim, claro que quero! — A cidade parece interessante, será bom para mim, conhecê-la um pouco mais. — Mas, amanhã você não tem trabalho para fazer? — Amanhã é sexta-Feira…

— Eu tirei a semana de férias para passar um tempo contigo. — Explicou.

— E as coisas que tinhas que resolver mais cedo? — O Naruto disse algo sobre isso.

— Esse tipo de coisa acontece sempre, o meu chefe é um pouco avoado por isso acabou por perder os relatórios que eu o entreguei na segunda-feira, e só percebeu hoje… — Nossa, que coisa, Deus me livre de ter um chefe assim, já pensou em dois avoados trabalhando juntos? Exato, não ia dar certo.

— E porque não trabalhas com o nosso pai? — Olhou para mim sem entender. — Ele planeja expandir o negócio, mas você sabe como ele é, se não for alguém da família a cuidar das coisas ele não aceita, mas se você falar com ele…

— Hanabi. — Me interrompeu. — Não pensas que é melhor começar de baixo, e provar que és capaz de subir com os teus próprios méritos? — Ela tem razão…

— Você está certa! — Foi tolice minha pensar que ela dependeria do nosso pai ou do negócio da família.

Minha irmã sempre fez de tudo para provar para o papai que consegue fazer as coisas sozinha, de certeza que não vai parar agora, não até ele admitir que está orgulhoso dela.

— Já agora, eu ainda não avisei aos nossos pais sobre a tua chegada… — Pois é, eu também me esqueci disso… — Vou agora mesmo ligar para eles. — Beijou a minha testa. — Durma bem! — Desejou antes de sair do quarto às pressas.

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No dia seguinte saímos para conhecer a cidade, eu tenho que admitir que estava perdida…

Como eu havia me perdido da minha irmã?

Não faço a mínima ideia, eu só observava um edifício, e de repente já não estava ao lado dela, que azar...

Continuei a andar por aí quando choquei com uma garotinha.

— Ai! — Reclamou. — Eu sei que sou pequena, mas nem tanto… — Ela tinha cabelos negros e olhos vermelhos, eu não a daria mais de oito anos.

— Desculpa pequena. — Agachei para ficar na altura dela.

— Você está bem, Mirai? — No mesmo instante ouvi a voz de um homem, acho que a sua voz abafou o meu pedido de desculpas…

— Sim, maninho.

— Ora essa… — Admirei com a presença do mesmo garoto de ontem.

— Você? — Perguntamos ao mesmo tempo.

— Olha só que coincidência, o que a senhorita Hyuuga está fazendo aqui? — Senhorita?

— Senhorita Hyuuga? — Perguntei confusa.

Levantei para o encarar, ele segurava a mão de quem suponho ser a sua irmã.

— Sim, senhorita. — Afirmou.

— Oh! — A garota admirou algo que eu não entendi. — Você é a maninha da Hinata? A noiva do meu mano Naruto? — Seus olhos brilhavam de expectativa.

— Sim, eu sou… — Eles não estavam exagerando quando afirmaram que a Hinata falava de mim o tempo todo e para todo mundo, até essa garota sabe quem sou…

— Uau! Você é muito bonita! — Ela fala isso com tanta naturalidade.

— Obrigada, você também é muito bonita pequena…

— Mirai! Eu chamo-me Mirai Sarutobi, filha de Kurenai e Asuma Sarutobi! — Sorri simples, ela é fofinha.

— Enfim… — O garoto de ontem chamou a nossa atenção. — Desculpa a pergunta senhorita Hyuuga, mas por acaso a senhorita está perdida? — Ah, já havia esquecido...

— Sim… Eu estava com a minha irmã, o objetivo era conhecer a cidade, mas eu me distraí e fiquei perdida…

— E por acaso aqui foi o último lugar em que se viram?

— Não, porquê? — Eu tentava não ser tão formal quanto ele.

Ontem a noite ele parecia menos formal… Bem… Eu acho…

— Porque normalmente quando nos perdemos de alguém ficamos no último lugar em que nos vimos. — Ele tem razão.

— Eu… Esqueci-me disso… — Ele sorriu para mim.

— Não tem problema. — Pegou o celular e digitou alguma coisa antes de o levar a orelha. — Oi Hina! — Sorriu como se a minha irmã pudesse ver o sorriso. — Adivinha! Mas é exatamente por isso que liguei para você! — Ele não é tão formal com a minha irmã… — Sim, nós estamos perto do parque, encontrámo-nos lá! — Terminou a ligação. — Feito, agora só precisamos ir para o parque! — Explicou.

— Vamos para o parque maninho? — Perguntou ansiosa.

— Sim! — Agachou para falar com ela. — Eu prometi que iríamos brincar juntos, não é mesmo? — Perguntou.

— Sim! — Afirmou. — Mas… Os adultos não brincam no parque… — Os adultos?

— Claro que brincam! — Afirmou, mas ela não parece acreditar.

— Senhorita Hyuuga, você também brinca no parque? — O quê? O que eu tenho haver com a conversa?

— S-Sim… — Respondi sem pensar muito.

— Oh! Então é verdade, os adultos vão ao parque! — Ela parece feliz com a notícia.

— Sim, e você Mirai, queres ir comigo e com a senhorita Hyuuga?

— Sim, claro que quero! — Saltitou enquanto batia palmas freneticamente.

Ele levou-a às cavalitas.

— Estás pronta? — Perguntou.

— Sim! — Rapidamente ela respondeu.

— Vamos, senhorita Hyuuga? — Os dois perguntaram ao mesmo tempo.

— Está bem… — Era o que me faltava, não gosto de tanta formalidade…

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E lá se foi mais um dia, no sábado não me atrevi a sair de casa sozinha, apenas fiquei com a Hinata e assistimos a vários filmes, eu nem percebi que o dia terminou.

Agora estou aqui, me preparando para sair em pleno domingo, de acordo a Hinata os pais do meu cunhado prepararam um jantar para ele por conta do seu aniversário.

Aniversário…

Até onde eu sei ele raramente aceita uma festa de aniversário, a Hina disse que a última que ele aceitou foi apenas para dizer o que ele sentia por ela, que homem estranho.

Bom, não será nada grandioso, mas tenho medo de ficar meio perdida no meio de tantos desconhecidos.

Após trinta minutos presas no trânsito da cidade, sério, para quê tantos caros? Enfim, voltando ao assunto principal, nós finalmente chegamos no que suponho ser a casa dos pais dele.

Sinceramente a cada minuto que passa eu me sinto mais deslocada, quer dizer, eu só conheço o Naruto e a Hinata aqui…

— Do que estás à espera, Hanabi, bate à porta! — Como a minha irmã estava com um bolo de chocolate nas mãos, a tarefa de bater à porta era minha, e foi o que eu fiz.

Eu esperava que qualquer um abrisse a porta, uma tia do Naruto, um primo, ou até ele mesmo, mas não esperava por ele.

— Você? — Perguntamos em uníssono.

O que o Konohamaru faz aqui?