Capitulo 3 - Closer

 

 

 

 

 

 

 

 

Jacob Pov

 

 

 

Já era de noite. Meu pai não havia dado notícias, por isso só havia um jeito: tinha que dormir aqui, mesmo que me custasse muito.

 

 

 

Fui andando por aquela casa, vendo se encontrava Renesmee, até que a vi falando com sua mãe e parecia preocupada.

 

 

 

- Há algum problema?_ Perguntei casualmente. Renesmee veio até mim de um jeito meio inseguro.

 

 

 

- Na verdade, há, Jake. Meus patrões querem ver você. Eles não deixam qualquer pessoa ficar aqui em casa. Pediram para te levar até ao gabinete deles. _ Explicou ela. Assenti com a cabeça.

 

 

 

- Muito bem, eu vou lá. _ Comecei subindo as escadas, sendo seguida por Renesmee, mas eu a impedi.

 

 

 

- Eu vou sozinho, é melhor. _ Falei. Ela parecia não concordar muito com minha decisão, mas não discutiu.

 

 

 

Andei até ao longo corredor vendo se descobria o tal gabinete. A casa era melhor que o casebre onde Renesmee e sua mãe estavam,ma s nada que se igualasse às casas em Los Angeles. Virei à direita e reparei numa porta que estava meio aberta. Bati levemente na porta e entrei.

 

 

 

Lá, um casal de velhos e empruados me esperavam. Me olhavam dos pés a cabeça, como se me avaliassem. Eu me mostrei o mais descontraído o possível.

 

 

 

- Então, o senhor deve ser o tal Jake? Estou certa? _ Perguntou a mulher. Tinha cabelos castanhos curtos e a cara visivelmente plástica. Assenti com a cabeça.

 

 

 

- Sou sim.

 

 

 

O homem, se levantou da cadeira, começando a andar à minha volta.

 

 

 

- Pelas suas roupas, não parece ser um garoto qualquer. Quem é você realmente? _ Perguntou. Suspirei. Aqui só tem gente atrasada.

 

 

 

- Meu nome é Jacob Black. Sou um cantor mundialmente famoso. Já ganhei 17 grammys, mas acho que isso não vem ao caso... _ Expliquei. Eles pareciam ter ficado interessados.

 

 

 

- E o que veio fazer nessa cidade tão pequena? _ Perguntou a mulher.

 

 

 

- Vim fazer um filme, mas me perdi no mercado e fui encontrado por Renesmee. Não se preocupe, eu não ficarei aqui muito tempo. Meu pai deve estar me procurando e tenho aqui algum dinheiro que acho que serve para pagar minha hospedagem aqui por um dia... _ Falei. Seus olhos estavam quase em bico.

 

 

 

- Será um enorme prazer. Poderá falar com Renesmee e ela lhe indicará o quarto._ Disse o homem, recebendo o dinheiro da minha mão. Assenti.

 

 

 

- Obrigado mais uma vez e boas noites. _ E fechei a porta. Renesmee ainda se encontrava nas escadas, me esperando anciosamente. Assim que me viu, veio até mim correndo.

 

 

 

- Então o que eles disseram? _ Perguntou ela. Sorri.

 

 

 

- Disseram que está tudo bem, que posso passar a noite aqui. _ Ela arqueeou a sobrancelha.

 

 

 

- Nossa, isso é estranho. Eles não gostam de visitas. O que você fez para que eles aceitassem? _ Perguntou, dobrando os braços.

 

 

 

- Tenhos os meus meios. Eles me disseram para você me mostrar o quarto em que irei dormir.

 

 

 

- Claro. _ Disse ela, indo à minha frente. Abriu a porta de um quarto no corredor e acendeu a luz. É, não era como os quartos que eu estava habituado a dormir, mas dava para o gasto. Comecei tirando meu casaco e de seguida minha camisa, sem me aperceber que Renesmee ainda lá estava e que assim que me viu despindo, virou o rosto discretamente.

 

 

 

- Er... me desculpe, não sabia que ainda estava aí. _ Falei meio incabulado. Ela deu um meio sorriso, bastante corada.

 

 

 

- Tudo bem, eu já vou andando mesmo. Lhe desejo uma boa noite. _ Disse,já na porta.

 

 

 

- Igualmente. _ Respondi. A porta se fechou. Tirei minha calça,ficando apenas de boxer. Lavei meu rosto e fui me deitar. A cama ao menos era confortável. Meus olhos foram se fechando e finalmente fui domado pelo sono.

 

 

 

***

 

 

 

Acordei com os raios de sol me batendo na cara. Era meio incomodativo, mas acabei por acordar mesmo. Tomei um rápido banho e me vesti. A casa estava silenciosa. Os patrões provavelmente ainda deviam estar dormindo. Desci e fui até à cozinha. Renesmee estava lá, preparando o café-da-manhã, enquanto cantava uma música minha. Sorri com isso. Sua ingenuidade me intrigava bastante. Nunca tinha conhecido uma garota como ela lá em Los Angeles. Mesmo com essa vida simples que leva, parece sempre feliz e sorridente. Além do mais, era muito bonita. Uma beleza natural e genuína. Meus olhos estavam passeando pelo seu corpo esbelto e abanei bruscamente a cabeça assim que me vi fazendo isso. Ela se apercebeu que eu estava lá e sorriu.

 

 

 

- Bom dia. Dormiu bem? _ Perguntou,colocando o café na mesa.

 

 

 

- Na medida do possível. _ Respondi. Ela sorriu, me convindando a sentar.

 

 

 

- Vá, sente-se e tome o café-da-manhã. _ Disse. Me sentei na mesa, servindo o café. Aquilo era estranho. Em toda a minha vida, nunca fiz nada sozinho. Sempre tinha empregados me servindo para onde quer que fosse. Mas aquela sensação de liberdade estava me agradando de qualquer das formas. Renesmee me olhava pelo canto do olho e sorria.

 

 

 

Ligou o seu pequeno rádio, onde lá noticiou.

 

 

 

"Os boatos estam dizendo que o cantor internacionalmente famoso, Jacob Black, irá estrear seu primeiro filme! Esse garoto mostra que têm outras habilidades além de conquistar os corações de várias garotas com suas músicas!"

 

 

 

Rolei os olhos com aquilo. Tanta graxa já me dá nos nervos. Renesmee franziu a testa.

 

 

 

- Jacob Black irá fazer um filme? _ Perguntou ela. Dei um gole no café.

 

 

 

- Sim, por que? Não sabe o que é filme? _ Perguntei, travando o riso. Ela me deitou a língua, fazendo uma careta.

 

 

 

- Claro que sei! Mas aqui não estamos muito acostumados a ver. Temos apenas um pequeno teatro no cidade, mas nada demais.

 

 

 

- É deve ser mesmo triste viver no meio do nada. _ Falei. Ela se voltou para a pia, meio irritada.

 

 

 

- Pois eu não trocaria este lugar  por nada desse mundo! Aqui pode ser pequeno, mas se vivo com muita alegria. _ Retrucou ela.

 

 

 

- Como se pode viver feliz aqui se a única coisa que tem é esse casebre que mal cabem três pessoas e sua vida é passar o dia cozinhando e obedecendo a dois velhos? _ Cuspi as palavras sem perceber o impacto que tinha nela. Renesmee largou o que estava fazendo, ficando estática por minutos. Engoli em seco. Ela se virou para mim.

 

 

 

- Isso para você pode até ser pouco, mas para mim e para minha mãe é um enorme prazer eles terem nos dado um emprego e uma casa para viver, Jake... _ Falou ela. Engoli em seco novamente, me levantando.

 

 

 

- Renesmee, me desculpe... eu... _ Disse, me aproximando dela. Ela se esquivou discretamente, secando as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Aquilo me partiu o coração.

 

 

 

- Tudo bem, deixe estar. Vou só acabar de fazer umas coisas e aí te levarei para o mercado, onde voltará para sua vida bem longe deste casebre. _ Falou, saindo. Puxei meus cabelos com força, dando um murro na parede. Como fui idiota! Não acredito que magooei uma garota tão gentil que só me quis ajudar!

 

 

 

Fui até a sala e lá encontrei a dona da casa, que sorria para mim.

 

 

 

- Bom dia, como passou a noite? _ Perguntou. Sorri forçadamente.

 

 

 

- Bem, obrigada. Gostaria de saber se posso ligar para o meu pai. _ Perguntei. Ela indicou o telefone em cima da mesa.

 

 

 

- Esteja á vontade. _ Disse ela. Fui até lá discando o número. Estava chamando, mas ninguém atendia no outro lado.

 

 

 

- Algum problema? _ Perguntou ela.

 

 

 

- Está fora de área. _ Respondi, tentando reprimir a minha raiva.

 

 

 

A senhora se levantou, abrindo a cortina.

 

 

 

- Deve ser por causa da tempestade. _ Disse ela.Meus olhos se esbugalharam.

 

 

 

- Tempestade? _ Perguntei quase berrando. Fui até a janela e lá vi a tempestade enorme que estava se formando. Meu Deus, agora é que não saio daqui!

 

 

 

- Parece que não é hoje que vai poder sair daqui! _ Observou a velha. Nossa que esperta que é!

 

 

 

- Mas meu dinheiro acabou. Eu não posso mais pagar minha hospedagem aqui. _ Falei. Ela simplesmente deu de ombros, ainda sorrindo.

 

 

 

- Terá que trabalhar. Não pense que irá comer e dormindo de borla na minha casa. _ Arqueei as sobrancelhas, quase levando um baque de susto.

 

 

 

- O quê? Mas eu nunca trabalhei na minha vida! _ Disse, cerrando os punhos, tentando controlar o máximo para não socar a velha.

 

 

 

- Ele pode dormir no meu quarto senhora. _ Uma voz angelical surgiu atrás de mim. Me virei e vi que era Renesmee que escutou a conversa toda.

 

 

 

- Muito bem, que seja. Mas terá que ajudá-la caso queira ficar aqui. _ Disse a velha. Dei um leve rugido a ela, que subiu as escadas, desaparecendo.

 

 

 

Renesmee veio até mim, com um sorriso nos lábios, mas soube que ela escondia alguma coisa por detrás dele.

 

 

 

- Er... Muito obrigado mesmo. Não sei o que..._ Mas antes de acabar, Renesmee me deu um balde e uma esfregona. Olhei para ela com cara de tacho, que sorriu de imediato.

 

 

 

- O que significa isto? Não ouviu o que eu disse? Eu nunca trabalhei na vida! _ Gritei. Renesmee sorriu ainda mais, indo até a cozinha.

 

 

 

- Nunca é tarde para começar. Agora venha! A cozinha tem que ser limpa. _ Disse ela. Segui-a, gritando todos os palavrões que conhecia com raiva.

 

  

 

O bendito rádio ainda estava ligado.

 

 

 

"Notícias de última hora. Fontes próximas afirmam que Jacob Black possa ter sido sequestrado. Ele anda desaparecido há dois dias e ninguém sabe do seu paradeiro ainda."

 

 

 

Porra, mas será que não falam outra coisa a não ser de mim nessa caixa?

 

 

 

Renesmee pegou no rádio, prestando atenção a cada detalhe de uma maneira desesperada.

 

 

 

- Meu Deus! Não acredito nisso! Jacob sequestrado? Que pessoa sem escrúpulos faria uma coisa dessas a ele? _ Perguntou esta em rubro.

 

 

 

- Técnicamente, foi você. _ Murmurrei baixo.

 

 

 

- Como é? _ Perguntou ela.

 

 

 

- Nada não. Ele deve estar bem, não se preocupe.Isso provavelmente são coisas que a mídia inventa. _ Falei.

 

 

 

- Como pode estar tão seguro disso? _ Perguntou ela, desconfiada. Dei de ombros.

 

 

 

- Intuição. Agora me explique como esse troço funciona. _ Perguntei apontando para a esfregona.

 

 

 

 Renesmee sorriu, se posicionando atrás de mim e agarrando o pau da esfregona por cima das minhas mãos.

 

 

 

- Apenas tem que molhar e começar mexendo assim. _ Disse ela e começamos lavando juntos, eu na frente e ela atrás.

 

 

 

- Seu cheiro é bom. _ Confessei. E era mesmo. Seu cabelo cheirava a rosas. Ela corou levemente.

 

 

 

- Obrigada. _ E sorriu timidamente. Eu sorri também. Talvez essa coisa de "rapto" esteja correndo melhor que eu pensava.

 

 

 

Continua...