Os Retalhadores de Áries escrita por Haru


Capítulo 5
— Uma luz que nunca chega




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— Uma luz que nunca chega

A Terra de Áries respirava a mais pura paz. Hizashi estava preso, sua pena foi prisão perpétua, e os retalhadores que traíram seu planeta e o ajudaram foram todos pegos e postos atrás das grades. Yuna, por ter dado provas de sincero arrependimento, estava solta, mas foi condenada a usar uma pulseira que a tornava incapaz de usar seus poderes e com ela deveria viver até o fim de seus dias. A reconstrução dos lugares destruídos e o socorro aos feridos estavam em processo em todas as regiões do mundo que foram afetadas pelas vis ações de Hizashi.

Keiko recebeu posse do cargo de Guardiã da Terra dois dias após a conclusão do julgamento dos criminosos, que se deu dois meses depois dos eventos iniciados pelo ex governante de Altair. Kin e Arashi foram anunciados os novos primeiros ministros do Reino de Órion na mesma tarde que o nome da nova Guardiã de Áries foi proclamada, mas somente Kin compareceu na cerimônia da posse, Arashi passou muito mal na manhã daquele dia e, com a ajuda de remédios, dormiu até anoitecer.

Decorrido somente um dia desde que oficialmente se tornou responsável pelo Reino de Órion, Kin já sentia o peso das dificuldades de seu posto. A pressão era tamanha que até Hayate frequentava um psicólogo semanalmente. Mas a nova líder de Órion tinha uma carga extra sobre os ombros, ela estava enfrentando a pressão de governar a maior potência da Terra e os ferimentos dos traumas ocasionados por suas experiências de vida. Tudo isso junto mal lhe permitia pensar. Era esmagador, tanto que jurava sentir em seus ossos.

Sabia que podia desmoronar a qualquer minuto, mas não queria desabar no escritório de trabalho, muito menos na frente de seu irmão ou na de seus amigos, para isso servia o gabinete da psicóloga, uma salinha com grossas paredes verdes, mesma cor do teto e do piso. Sentada num espaçoso e confortável sofá branco, Kin chorava como se tivesse voltado a ser uma menininha de oito anos. A doutora, logo a sua frente, mantinha-se séria e analítica. Nenhuma das duas falava algo há dez minutos.

A jovem governadora dobrou o pano amarelo no qual escondia o rosto para chorar, enxugou as lágrimas com ele e olhou para a janela a esquerda de sua posição na sala. Depois, tentando recuperar parte do orgulho que acreditava ter perdido quando irrompeu naquele choro compulsivo, cruzou elegantemente as pernas e pôs algumas das mechas loiras encaracoladas atrás da orelha. Respirou fundo. Se seus cálculos estavam corretos, eram cinco horas da manhã. Tinha que estar na sede do reino em uma hora e meia.

Muito interessada em causar uma boa primeira impressão aos ministros em seu primeiro dia de trabalho, se vestiu da melhor forma que podia. Escolheu uma bota preta com saltos, uma calça da mesma cor e uma camiseta cinza clara de mangas cumpridas até os pulsos. Usava um batom vermelho claro nos lábios, lavou os cabelos, secou-os. Estava muito bonita por fora, estava, acreditava, pronta para levar adiante o legado de Hayate e de seus pais. Por dentro, por outro lado, estava em cacos. Um pesadelo recorrente a visitou na madrugada daquele dia.

— Eu olhei em volta e vi todo mundo morto. Meu namorado, meu irmão, meus amigos, meu reino estava destruído... — Relatava para a profissional, sentindo os olhos voltarem a arder com as lágrimas que emergiam. — E só eu sobrevivi. Por que só eu sobrevivo? Por que eu sobrevivo? Eu não quero sobreviver desse jeito, não quero mais sobreviver!

A doutora ajeitou os óculos de armação marrom no rosto alvo e se inclinou para Kin da cadeira de madeira em que estava. Os cabelos extremamente lisos, profundamente escuros, passavam a impressão de que ela era mais séria do que realmente era. Só havia tido duas sessões com a retalhadora loira mas compreendia seu problema com uma exatidão impressionante.

— Você sofre porque vivenciou um número muito grande de perdas, e começou em tenra idade. Acha que percebeu um padrão. Nosso trabalho é te fazer enxergar que mesmo que haja um padrão, como retalhadora e humana, você pode quebrá-lo. Mas Kin, seres racionais procuram padrões, isso é natural. Se torna um problema quando prejudica o nosso bem-estar. Então, antes de tudo, vamos tentar fazer com que você pare de ver isso como uma constante na sua vida.

A mulher puxou uma caneta do bolso do jaleco branco, anotou uma série de coisas numa folha de papel e conversou com Kin por mais meia-hora. Pensou em um monte de ideias que a jovem poderia colocar em prática para, com o tempo, curar seu coração dos traumas e dos medos que ele acumulou, mas elas duas queriam saber se as estratégias seriam efetivas, se não seriam apenas um tiro a sair pela culatra. O campo das emoções humanas é oculto por um denso nevoeiro.

Arashi também não havia tido uma boa noite de sono. Na verdade, ele mal dormiu. Acordou no meio da noite com uma dor alucinante na cabeça, tomou um remédio mas o vomitou com sangue e passou as últimas três horas antes de amanhecer sentindo um aperto tão forte no peito que achou que sofreria um infarte fulminante. Não chamou Shiori e Kin porque não queria desesperá-las. Só pediu a ajuda de Shiori por volta das nove da manhã, quando teve certeza de que aquelas dores o deixaram em paz. Agora, sentado ao pé da cama de seu quarto, pensava no seu reino e nas crises que teria a responsabilidade de evitar.

Sua irmã mais nova abriu a porta e lhe deu o suco que foi buscar na cozinha para disfarçar o gosto do remédio que ele teria que tomar.

— Obrigado, maninha. — Disse. Engoliu a pílula, bebeu o suco com calma e olhou no azul dos olhos da irmã. Estava pálido e ela percebeu. Era difícil para ela reconhecer isso, já que nunca o havia visto doente e, por ele ser retalhador, achou que nunca veria. A imagem que formou dele era a de alguém indestrutível. — Vou ver um médico hoje outra vez, Kin insistiu.

— Você vai mesmo! — Retrucou a garota, como se fosse ela a mais velha. Normalmente as pessoas confundiam a idade dos dois, não porque Shiori tinha cara de velha, Arashi era quem sempre teve uma saúde de ferro e uma ótima aparência, mas nas últimas semanas, graças às olheiras que se formaram debaixo dos olhos dele, da palidez de seu rosto e da opacidade de seus cabelos negros, estava nítido que o garoto era o mais velho. — E que bom que a Kin insistiu, me poupou esse trabalho. Ela é mesmo pra casar!

Arashi ficou de pé e afagou os fios lisos e negros de cabelos dela.

— Não quero que se preocupem comigo. Eu vou ficar bem. — Disse. Andou até a janela a esquerda de sua cama, encarou o céu azul e o reino abaixo dele, respirou fundo e cruzou os braços na frente da camiseta branca. Sentiu as retinas queimarem, as paredes vermelhas escuras de seu quarto o escureciam demais. Temeu pelo destino de todos. — É em Órion que devemos pensar agora. Estamos passando pelo pior momento da nossa história, nunca estivemos tão frágeis.

Também queria ter boas notícias do médico. Más notícias fariam Kin se preocupar, o obrigariam a passar mais tempo em casa e o afastariam de seus deveres com o reino. Hayate delegou a Kin e ele a tarefa de reger o reino por um motivo: individualmente, nenhum dos dois estava pronto, juntos, formavam o governante certo. Kin tinha a força, a imponência, o respeito dos ministros, ele tinha a inteligência, a determinação e comprovou o amor pelo reino ao dar sua vida por ele, conquistando, assim, a confiança do povo. Precisava melhorar urgentemente, muito dependia dele.

A noite chegou, e como disse, foi ao hospital. Kin e Shiori o acompanharam, Kin nem trocou de roupa, vestia a mesma com a qual saiu para trabalhar de manhã. O médico ouviu com atenção tudo o que Arashi disse, ele contou, inclusive, da noite horrível que teve, e enquanto sua irmã e sua namorada o repreendiam severamente por não ter pedido ajuda, o guerreiro glacial sentia as dores de cabeça retornarem quase tão fortes quanto as daquela madrugada. O doutor fez silêncio. Pela sua cara, não tinha boas notícias.

Solitário de trás da mesinha de metal, o velho médico de poucos cabelos lisos e loiros folheava uma série de exames feitos por Arashi. Do outro lado da mesinha, o paciente sentado, as garotas de pé, esperava-se a opinião do especialista. Kin se cansou de aguardar, descruzou os braços e perguntou:

— Qual é o resultado dos exames, doutor?

O senhor retirou os óculos do rosto, as olhou e focou a atenção no garoto.

— Infelizmente não foram nada bons. Há algo que precisa saber e tem que tomar uma decisão o mais rápido possível. — Adiantou. — Seu corpo está enfraquecido, nesse momento ele é como o de um ser humano comum. Sua essência é como um câncer para ele, está te destruindo lentamente. Existe uma alternativa, algo que podemos fazer para salvar sua vida: temos que remover cirurgicamente a sua essência. Ela é incompatível com a sua atual estrutura física, está como que lutando com seu corpo, é mais forte do que ele, vai vencê-lo e, no passo em que está, vai levar só dois meses.

Kin bateu a mão na mesa com força e o barulho fez a cabeça do guerreiro glacial explodir de dor, o deixou tonto.

— E só nos avisam agora?! — Ela gritou. — Se alguma coisa acontecer com ele, vocês vão ser responsabilizados! Marque essa cirurgia pro dia mais próximo que der, e é bom que, no máximo, seja até amanhã!

A primeira ministra continuou a gritar e bradar contra o médico. Arashi, no meio de tudo isso, sentia um zumbido muito forte na cabeça, tão alto que o impedia de ouvir com clareza os impropérios de Kin. Mas as reclamações dela, longe de ajudarem, estavam estressando, enchendo a cabeça dele, impedindo-o de impor ordem aos próprios pensamentos, então, pela primeira vez desde que a conheceu, Arashi perdeu toda a paciência com ela.

Ele, furioso, esmurrou a mesa com as duas mãos, ficou de pé rápido e bramiu:

— Você vai parar de tentar decidir a vida dos outros! Fazer essa cirurgia é uma escolha minha, você não vai me dar ordens e vai parar de gritar aqui!

Uma discussão enérgica se iniciou entre os dois. Kin gritava que não ficaria "parada vendo ele se matar", ele disparava que "não era escolha dela", que a vida era dele, Shiori e o doutor ficaram perdidos e quietos no meio de tudo aquilo. Quando pararam de brigar, um apontava o dedo para a cara do outro. Eles abaixaram os dedos, Arashi se sentou e o médico voltou a ler os exames. Ninguém falou nada por dois minutos inteiros. Kin pôs as mãos na cintura, olhou para o teto azul claro, balançou a cabeça em desaprovação e deixou o consultório em prantos.

Arashi perpassou os cabelos com os dedos, os jogou para trás. Havia recuperado a calma.

— Shiori, fica com a Kin, por favor. — Pediu. Sua irmã concordou e foi atrás da loira.

Sua namorada tinha razão, precisava fazer a cirurgia o quanto antes. Não queria morrer. No entanto, abriria mão de muito. Jogaria no lixo seus dons de retalhador, perderia toda a sua utilidade para o reino que jurou proteger, seria, dali em diante, alguém que disse a si mesmo que nunca mais seria: um espectador. Veria as piores atrocidades acontecerem, seus amigos, sua irmã e a garota de sua vida precisariam de ajuda e ele não poderia fazer nada. O que eu faço?, indagou a si mesmo, na região mais oculta de sua consciência.

Arashi se deparou com um velho dilema humano, uma estrada frente a qual os mais nobres entre os homens estremeciam. Uma vida longa e incompleta ou uma curta e feliz? Nem as dores de cabeça que sentia outrora e vomitar sangue a noite toda conseguiram perturbá-lo tanto quanto aquela indecisão.

Lá do outro lado da cidade, voltando para casa, Kenichi se distraiu vendo duas crianças lutarem em um grande gramado aberto. Dois meninos treinando. Ele se lembrou imediatamente do dia em que chegou no Reino de Órion, da tarde em que fez teste para entrar na equipe dos retalhadores de elite. Só estavam aceitando meninos, as meninas integrantes já haviam sido escolhidas, o vencedor faria dupla com Kin e seria o segundo líder da equipe de elite. Venceu Shin, Inari, Gray, mas foi derrotado por Arashi. Recordava-se até de como aconteceu.

"Kenichi investiu contra seu jovem oponente, errou o ataque com o montante e levou um chute giratório no peitoral, foi arremessado longe. Estava nocauteado. O garoto que o derrotou e os paramédicos a postos ao redor da quadra do ginásio correram para ajudá-lo e examiná-lo, pois ele ficou inconsciente por um breve minuto. Quando acordou e abriu os olhos, estava cercado de gente. Arashi lhe oferecia a mão para ajudá-lo a se reerguer. Demonstrando espírito esportivo, sorriu e segurou a mão dele.

Recusou ajuda para ir até a enfermaria, foi sozinho, quando saiu, olhou para o lado e viu uma garotinha de sua idade o esperando encostada na parede branca. Uma menina cheinha, baixinha, branca, com bochechas fofas e rosadas. Ela usava o uniforme da equipe de elite, uma camiseta branca com o logo de Áries, calças pretas e botas negras, então deduziu que era sua parceira no grupo. A criança também trazia consigo um conjunto de roupas, aparentemente o uniforme dele como membro do grupo que ele acabava de integrar.

Antes de entregar-lhe as roupas dele, ela estendeu a mão e, com gentileza, se apresentou sorridente:

— Olá, eu me chamo Mahina! A partir de hoje seremos parceiros, você pode confiar sua vida a mim, e espero que possamos ser amigos!

Kenichi manteve no rosto a expressão de desinteresse de quando a viu, nem moveu a mão para apertar a dela.

— Você também pode confiar sua vida a mim. Não precisamos ser amigos pra isso. — Respondeu, pegou seu uniforme do braço dela e saiu andando.

Chegou naquele reino determinado a fazer tudo por dever. Um menininho mal encarado, com um montante enorme no ombro, cabelos ruivos espetados e nariz tatuado com a inicial do nome, sua presença logo provocou estranheza entre a maioria dos de de sua idade, mas isso não importava. Como disse à Mahina, não estava ali para fazer amizade."

O comunicador em sua orelha direita apitou, acordando-o de seus devaneios. Era Mahina. Ela parecia nervosa, falava tão apressadamente que tudo o que ele entendeu foi que ela precisava de ajuda, que ele tinha que ir para a casa dela o mais rápido possível, portanto encerrou a ligação e foi correndo para lá. Não descartou a hipótese de ser mais uma encenação dela até pensar que nem mesmo Mahina usaria aquele canal de comunicação para uma coisa boba, então manteve a pressa, chegou na esquina da estreita rua dela e correu até sua casa.

A porta de madeira já estava aberta. A casa era bem simples, verde clara com contornos brancos, tinha dois andares, dois pequenos cercados com grama a esquerda e a direita da porta e telhado alaranjado. Mahina morava com os pais. Sua cara foi ao chão quando percebeu que a superestimou. Letreiro com "parabéns", pessoas, bolo, analisou o que via. Uma festa.

— SURPRESA!! — Sua companheira gritou, puxando o coro.

A culpa foi toda sua por deixá-la saber a data de seu aniversário.

Shiori atendeu o pedido de seu irmão e fez companhia a Kin para tentar acalmá-la, a levou para a sala de estar da casa dele e ficou conversando com ela no sofá por horas. Se estava sendo bem sucedida, a morena não sabia dizer, mas achava um bom sinal a loirinha ter parado de chorar e aceitado comer alguma coisa, então foi para a cozinha preparar um misto-quente. Tanto quanto Kin, estava preocupada com Arashi. A demora dele para voltar pra casa a fazia não parar de pensar nele.

Voltou da cozinha com o misto-quente sobre um prato branco de porcelana. Deu ele à Kin com um copo de suco, e quando a retalhadora mordeu o primeiro pedaço, o guerreiro glacial abriu a porta e entrou em casa. As duas pararam com o que estavam fazendo e o olharam estáticas de onde estavam. Ele pendurou a jaqueta no porta-casaco de madeira, ajustou ao corpo a camiseta preta gola v, retirou um papel com sua assinatura do bolso da calça jeans e caminhou até elas.

Deu o papel na mão de Shiori.

— Vou fazer a cirurgia. — Anunciou. — Eu tive que pensar muito porque estava com essa ideia de que deixando de ser retalhador viveria uma vida incompleta, mas eu vi que não é ser um retalhador que me torna completo. São vocês. É por vocês que eu faço isso.

Shiori o abraçou e saiu, seu irmão e a namorada precisavam ficar a sós. Arashi se sentou calado no sofá, virou-se para Kin, ela, sem falar nada, o olhou e o beijou apaixonadamente. Ao término do beijo, segurou o rosto dele e, a um nariz de distância da boca dele, disse:

— Me desculpa por ter surtado lá no consultório.

— Digo o mesmo. Minha cabeça estava a mil por causa da notícia, quase explodindo de tanta dor, eu me deixei levar, tentei descontar em você.

— Suas acusações foram justas. — A loira relevou.

— As suas também. Um dos motivos pra eu hesitar tanto em deixar de ser retalhador é porque vou ter que ver você lutando e se ferindo sem poder te ajudar, no seu lugar eu também tentaria tomar essa decisão por você. — Retrucou. — Mas eu vou fazer essa cirurgia. Vou fazer, porque eu quero viver por bastante tempo ao seu lado, olhar esses cachos pelo resto da minha vida e morrer bem velhinho. Antes de você, de preferência.

Kin, emocionada, chorou e se atirou nos braços dele. Amava tanto esses momentos em que ficavam abraçados sem falar nada, só sentindo a presença um do outro — se o paraíso proporcionasse pelo menos metade da felicidade que sentia quando estava com ele, buscá-lo era realmente a melhor e mais correta coisa que as pessoas poderiam fazer. O futuro a apavorava, mas era só passar um instante como aquele perto dele que se sentia capaz de enfrentar tudo. 


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