— Estou de saco cheio disso. - Falei largando a pena em cima do pergaminho a minha frente.
— Do que? - Rony perguntou.
— Dessas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas. Como vamos conseguir passar no N.O.M.s se ficarmos só na teoria.
— Eu estive pensando o mesmo. - Hermione falou. - Temos que fazer uma coisa a respeito dela.
Harry passou pelo buraco de retrato e veio sentar ao lado de Steph. Sua mão sangrava.
Automaticamente a agarrei e limpei o sangue.
— Tome. - Hermione falou entregando uma tigela para Harry. - Encharque a mão nisso, é uma solução de tentáculos de murtisco em salmoura e depois peneirados deve ajudar. - Mergulhei a mão de Harry na solução e ele relaxou.
Bichento saltou para o colo de Harry e Salem saltou para o meu colo assim que sentei.
— Obrigado. - Harry falou.
— Eu ainda acho que você devia reclamar. - Rony murmurou.
— Não.
— McGonagall ia endoidar se soubesse...
— Provavelmente ia. E quanto tempo você acha que levaria para Umbridge aprovar outro decreto dizendo que quem reclamar da Alta Inquisidora será imediatamente despedido?
— Ela é uma mulher horrível. - Hermione falou. - Horrível. Sabe eu estava dizendo a eles quando você entrou... Temos de fazer alguma coisa a respeito dela.
— Eu sugiro veneno. - Rony falou.
— Não... Quero dizer alguma coisa para divulgar que é uma péssima professora e que não vamos aprender Defesa alguma com ela.
— Bom e o que podemos fazer? - Rony perguntou. - Já é tarde a beça não é não? Ela foi nomeada e veio para ficar Fudge vai garantir isso.
— Bom. Sabe estive pensando hoje... Estive pensando... Talvez tenha chegado a hora de simplesmente nos virarmos sozinhos.
— Nos virarmos sozinhos fazendo o que? - Harry perguntou.
— Bom aprendendo Defesa Contra as Artes das Trevas sozinhos.
— Ah corta essa. Você quer que a gente faça trabalho extra? Você tem ideia do quanto Harry e eu estamos outra vez atrasados com os nossos deveres e só estamos na segunda semana de aulas.
— Mas isso é muito mais importantes que o deveres de casa.
Nós cinco arregalamos os olhos encarando Hermione.
— Achei que morreria, mas nunca escutaria algo assim saindo da sua boca. - Steph falou.
— Pensei que não houvesse nada mais importante no universo do que os deveres de casa. - Rony comentou.
— Não seja bobo, claro que há! Trata-se de no prepararmos como disse Harry na primeira aula da Umbridge para o que nos aguarda lá fora. Trata-se de garantir que realmente possamos nos defender. Se não prendemos nada o ano inteiro...
— Não podemos fazer muita coisas sozinhos. Quero dizer tudo bem podemos ir procurar azarações na biblioteca e tentar pratica-las suponho...
— Não concordo já passamos da fase em que podemos aprender apenas com livros. Precisamos de um professor de verdade que possa nos mostrar como usar os feitiços e nos corrigir quando errarmos.
Comecei a entender onde Hermione queria chegar e achei simplesmente perfeito.
— Se você esta falando do Lupin... - Harry murmurou.
— Não, não,  não estou falando do Lupin. Ele esta ocupado demais com a Ordem e de qualquer jeito o máximo que poderíamos vê-lo seria no fins de semana em Hogsmeade e eles não acontecem com tanta frequência assim.
— Um professor nunca nos ajudaria nem se eles quisessem. - Steph falou.
— Ela não esta falando de um professor de Hogwarts. - Falei e Hermione sorriu.
— Quem então? - Harry perguntou.
— Será que não é obvio? Estou falando de você, Harry.
— Falando de mim o que?
— Estou falando de você nos ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas.
Harry encarou Rony, Steph e Kate, mas ambos os três pareciam convencidos de que era uma boa ideia.
— É uma ideia. - Rony murmurou.
— O que é uma ideia?
— Você nos ensinar.
— Mas... - Ele sorriu. - Certo eu não sou professor, não sei...
— Harry você foi o melhor do ano em Defesa Contra as Artes das Trevas. - Hermione lembrou.
— Eu? Não, não fui, você me bateu em todos os testes...
— Não é verdade. Você me bateu no terceiro ano: O único ano em que nós dois prestamos exames e tivemos um professor que realmente conhecia o assunto. E não estou falando de notas, Harry. Pense no que você já fez!
— Como assim?
— Você é muito lerdo. - Falei.
— Sabe de uma coisa não tenho certeza se quero alguém tão burro assim como professor. - Rony falou. - Vamos nos concentrar. Uh, primeiro ano: Você salvou a Pedra Filosofal de Você-sabe-quem.
— Aquilo foi sorte. Não foi habilidade...
— Segundo ano você matou o basilisco e enfrentou Riddle.
— É, mas se Fawkes não tivesse aparecido, eu...
— Terceiro ano você enfrentou e pôs para correr uns cem dementadores de uma vez só...
— Você sabe que aquilo foi acaso se o vira-tempo não tivesse...
— No ano passado você tornou a enfrentar Você-sabe-quem...
— Escutem aqui. - Harry ficou furioso quando nós 5 começamos a rir da cara dele. - Querem me escutar um instante? Parece muito legal quando vocês falam assim, mas foi tudo sorte: metade do tempo eu nem sabia o que estava fazendo, não planejei nada, fiz apenas o que me ocorreu na hora e quase sempre tive ajuda.... - Continuamos rindo das suas desculpas esfarrapadas. - Não fiquem ai sentados com esse sorriso bobo como se soubessem mais do que eu, era eu quem estava lá ou não? Eu sei o que aconteceu esta bem? E não me safei de nada por que era genial em Defesa Contra as Artes das Trevas, me safei por que... Por que recebi ajuda na hora certa ou por que tive um palpite certo... Mas fiz tudo as cegas, não tinha a menor ideia do que estava fazendo... E PAREM DE RIR!
Ele derrubou a tigela no chão e nós paramos de rir.
— Vocês não sabem como é! Vocês nenhum dos cinco, vocês nunca tiveram de encarar Voldemort, não é? Vocês pensam que é decorar uma pá de feitiços e lançar contra ele como se tivessem na sala de aula ou coisa parecida? O tempo todo você sabe que não tem nada entre você e a morte a não ser o seu... O seu cérebro ou sua garra ou que seja... Como se alguém pudesse pensar direito quando sabe que esta a um nano segundo de ser morto ou torturado ou esta vendo seus amigos morrerem... Nunca nos ensinaram isso nas aulas, como é que se lida com essas coisas... E vocês cinco ficam ai sentados achando que sou um garotinho sabido por estar em pé aqui vivo, como se Diggory fosse burro, como se tivesse feito besteira, vocês não entendem podia muito bem ter sido eu e teria sido se Voldemort não precisasse de mim...
— Não estávamos falando nada disso, cara. - Rony murmurou. - Não estávamos falando mal do Diggory, não... Você entendeu tudo ao contrario.
— Como sempre. - Resmunguei. - Acha que eu poderia zombar de Cedrico. Logo eu? Você esta deixando sua raiva subir sua cabeça e isso é o sua pior fraqueza.
— Harry você não esta vendo? - Hermione perguntou. - É por isso... Por  isso mesmo que precisamos de você... Precisamos saber como é realmente... Enfrentar ele... Enfrentar o Voldemort. - Ela gaguejou, mas falou o nome dele.
— Você não consegue entender não é? - Perguntei. - Você é a pessoa perfeita para nos ensinar. Já lutou com ele. Sabe o que é isso. E o principal não nos vê como crianças que precisam ser protegidas. Você fez tudo isso com ajuda, com sorte. Mas se você não soubesse os feitiços de nada adiantaria. É melhor nós sabermos os feitiços do que encarar Voldemort e morrer sem ao menos saber se defender. A guerra vai começar em breve. E não sei vocês, mas se eu tiver que morrer, vai ser lutando. Mas para isso precisamos de alguém que nos ensine de verdade.
— Harry estávamos rindo por que você sempre tenta dizer que não fez tudo sozinho. - Ele abriu a boca para falar, mas Steph ergueu a mão o calando. - Você já falou. Na verdade gritou. Agora é a nossa vez. Se metade dos bruxos fossem assim teríamos mais pessoas boas. Serena sempre fala que você tem o coração da mamãe. Você é corajoso e inteligente. Mas é bondoso. E não há nada melhor no mundo do que isso. Voldemort tem os comensais da morte, mas a maioria os segue por que tem medo. Não pode lealdade. Ele não tem amigos, só idiotas prestes a morrer por ele. Diferente de você, Harry. Nada fortalece mais uma pessoa do que a amizade e o amor, meu irmão. E da próxima vez que você gritar comigo vou socar sua cara ok?
Harry sorriu sem graça.
— Nós gostamos da ideia por que confiamos em você, que pode nos ensinar. - Kate falou. - Tem muita gente por ai que precisa aprender. Não é só nós. Não! Qual a chance dos mais novos se não souberem o básico? Você precisa ensinar mais pessoas tambem. Quem quiser aprender. Temos que nos preparar!
— Bom... Pense no assunto. - Hermione falou baixinho. - Por favor.
Harry não falou nada somente assentiu.
O silencio foi bem-vindo.