Situação complicada escrita por Parcimônia


Capítulo 2
Nova realidade


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!!!
Estou muito feliz com a repercussão!!
E leia a nota final, pois tenho uma pergunta muito importante para ti sobre o rumo da história...



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Temari sentiu um estranho alívio quando o choro cessou.

Suas mãos tremiam, o coração batia forte, um suor frio descia por sua espinha e tinha dificuldades de respirar. Droga, conhecia a sensação, estava tendo um maldito ataque de pânico. Sempre passava por algo parecido quando perdia o controle da situação drasticamente — uma das consequências de conviver a maior parte da vida com um homicida instável.

“Agora não, agora não”. Repetiu o mantra desesperadamente, tentando ao máximo não se deixar paralisar pela avalanche aterradora.

Precisava manter a cabeça no lugar, fazer um reconhecimento da área e analisar a situação, não tinha tempo para tremer como uma donzela em perigo. Se estivesse em um genjutsu, tinha que se libertar e verificar a segurança dos irmãos — era seu dever.

Certo, se Shikamaru estava em cena, então Konoha vinha no combo, mas ele não parecia assustado com a situação, o que podia significar que fazia parte da ilusão. Além disso, a aparência dele era diferente da que se lembrava. A última vez que tinham se visto foi na despedida nos portões da Vila, após ter ajudado o fracote na missão de resgate ao Uchiha, duas semanas atrás. 

O moleque magricela agora era um homem, pior, a tratava com uma intimidade desconcertante.

Qual o objetivo de tudo aquilo? E porque ela?

Será que era uma isca para pegar uma presa maior — como o jinchuuriki de Suna — ou uma armadilha para que revelasse segredos da Aldeia da Areia?

Conforme os pensamentos tomam forma, e sua mente se tornava cada vez mais fria e calculista — enumerando todas as possibilidades — as reações do seu corpo abrandaram, o autocontrole voltando aos poucos. Rapidamente, saiu procurando por algo para vestir nas gavetas e armários do quarto — nunca se afastando do leque de ferro. Encontrou roupas femininas, com o seu cheiro e tamanho correto, então tratou de colocá-las — sem perder tempo cogitando o quão perturbador era aquilo.

Com cautela, saiu do cômodo pé ante pé, atenta a cada movimento suspeito. Aquela casa não se parecia em nada com sua residência em Sunagakure — feitas de areia sólida —, pois se tratava de uma tradicional minka: os cômodos menores e mais arejados, com decoração minimalista, cercada de shoji — o que a incomodou, não era um terreno favorável, muito exposto e estreito.

Acabou por ignorar o desconforto com a lógica, afinal, da mesma forma que os painéis de papel revelavam sua posição, fariam o mesmo com um inimigo sorrateiro.

A fusuma do quarto ao lado estava aberta, quando a Sabaku se aproximou — como boa genin que era — registrou o máximo de informações disponíveis num instante: ali tinham paredes sólidas — um lugar planejado para ser seguro —, desenhos de estrelas no teto e móveis com tons suaves em contraste com os muitos brinquedos coloridos, um berço e Shikamaru, parado no meio do cômodo.

O Nara ainda mantinha os cabelos soltos, usava apenas uma calça preta e os pés descalços. Porém, foi o bebê no colo dele que prendeu toda a sua atenção. A pequena coisa segurava uma mamadeira entre as mãozinhas ansiosas, soltando um resmungo ocasional. Shikamaru o balançava pacientemente, enquanto sussurrava palavras de conforto para a criança que o encarava com olhos verdes enormes.

No lugar da estranheza do quadro fazer com que seus instintos gritassem em alerta, seu coração sentiu uma pontada dolorosa de ternura. 

Recuou.

Só parou ao chegar no tokonoma — que também não era grande, mas organizada e confortável. Se aproximou das prateleiras presas a parede — o coração na boca —, entre um bonsai e um suiseki — uma pedra decorativa muito feia — estavam três porta-retratos:

Na ponta esquerda, a do bebezinho de Shikamaru — a semelhança entre os dois era tão gritante, mesmo o menino sendo tão jovem, que não restavam dúvidas sobre a paternidade —, vestia as cores do Clã Nara, ostentando um sorriso sem dentes. Já na ponta direita, a fotografia lhe deixou confusa, pois a retratava — visivelmente mais velha — de mãos dadas com Shikamaru, rodeada pelos irmãos e os ninjas da Folha.

A Sabaku reconhecia quase todos: o gorducho amigo de Shikamaru e a loira tagarela, Naruto, Sakura, o Hyuga que parecia ter o rei na barriga, a colega de time dele que tinha um gosto especial por armas e o cara bizarro do collant. A outra Hyuga tímida — não passou despercebido as mãos dadas com o Uzumaki —, o cara dos cães e o esquisito dos insetos.

O grupo parecia feliz, até mesmo Gaara — de braços cruzados como sempre — tinha uma expressão relaxada que Temari nunca imaginou que ele pudesse manter.

Porém, a foto do meio a impactou horrivelmente. Estendeu a mão para pegar o pequeno porta retrato ornamentado, buscando a confirmação de que era real. Nele, a própria Temari estava vestida de noiva ao lado de Shikamaru — que também trajava as vestes tradicionais de matrimônio. Ambos encaravam a câmera com um olhar sereno, as mãos atadas firmemente.

Ficou tão absorta encarando o objeto que só percebeu a aproximação do Nara quando ele colocou a mão em seu ombro para chamar sua atenção.

— Temari — chamou, franziu o cenho quando a loira deixou o retrato cair no chão, se afastando dele como se tivesse sido queimada a ferro pelo seu toque — o que houve agora?

— Quantos anos eu tenho? — Perguntou num fio de voz.

— Que pergunta é essa?

— Quantos anos você tem? — Voltou a questionar, dessa vez com mais urgência.

— 20 — se aproximou novamente dela, dessa vez com mais cautela, estranhando o desespero da esposa — me explica o que está acontecendo!

Raramente usava aquele tom firme de comando, a Sabaku é quem era a mandona da relação e estava bem para ele dessa forma, mas a atitude dela era preocupante para um caralho. Talvez tivesse algo a ver com “o acidente” e definitivamente, não estava disposto a ser arrastado para aquela merda de novo.

— Isso não é real — sussurrou para si mesma, descartando todas as constatações que sua mente afiada fazia.

Na parede oposta, shodo que ia do chão ao teto, com os símbolos do kanji de três nomes: Nara Shikamaru, Nara Temari e Nara Shikadai.

— O que não é real?

— Você, esse lugar, as fotos — começou a atropelar as palavras — ele.

— Que besteira é essa, Temari? Claro que é — colocou as mãos em seu ombro para impedir que ela impusesse distância entre os dois.

— Se é real, porque eu não me lembro?


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Notas finais do capítulo

Então, espero muito que tenha gostado!!
Vamos a pergunta:
Quando comecei “Situação Complicada” disse que não tinha muita certeza sobre o rumo das coisas, e que o enredo estava em total desenvolvimento... Por conta disso, me surgiu uma ideia essa semana, mas queria saber sua opinião antes de colocar em pratica.
A ideia é começar a escalar entre duas linhas do tempo a partir do próximo capitulo, sendo uma lá no Naruto Shippuden, partindo do primeiro encontro deles, mostrando como aconteceu todo o romance e tal, e a outra linha de tempo na atualidade, que é o ponto onde a Temari não lembra de absolutamente nada, mas vai descobrindo como funciona a vida de casada e mãe, também como é sua relação com as pessoas de Konoha e tal...?
Então, seria uma boa, ou devo manter só uma linha temporal mesmo para ficar menos confuso???
ME AJUDA!!



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