Travessuras, por favor escrita por Sweet Madness


Capítulo 5
Capítulo 5 - Nova Trilha




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Eles se reuniram numa mesma cabine. Harry, Ron, Hermione, Gina, Percy, Fred, Georg, Lino e Samhain.

Os mais novos observavam o fato de a herdeira dos Black estar acomodada no peito de Georg, que mexia nos cabelos negros enquanto conversava com Lino e o irmão gêmeo.

Percy também achava aquilo curioso, já que ele tinha certeza de que a silenciosa Sonserina em nada combinava com seu irmão. Severus havia passado pelo vagão pouco antes do trem sair, ele queria saber exatamente onde estava sua afilhada, para saber onde ir caso algo acontecesse.

Depois de algumas horas de viagem Remus decidiu passar por ali, para verificar as crianças.  Estavam todos conversando, e sua nova "sobrinha" estava meio dormindo. Achou uma graça ver Harry cutucar o nariz da sonserina, e abriu a porta com cuidado, atraindo o olhar de Hermione e Percy.

—Sam, acorda. Você está muito pálida.

—É um mal dos Black, Harry.-Brincou o lobisomem, ganhando os olhos desiguais da menina.-Seu tio está se coçando para saber se vai achar fofo ele ir te buscar na Estação, ou se ele corre risco de ser amaldiçoado.

Pelo sorriso que ela deu, Remus teve certeza de que Sirius fez a escolha certa. Mas aquele olhar de travessura era uma surpresa.

—Severus sempre pode amaldiçoar tio Sirius adequadamente se ele for muito abusado. Ele sabe mais feitiços que vocês dois.

—Não vou discordar.-O mais velho deu de ombros.-Acha que pode convencer Severus a não amaldiçoar um Auror?

Ela franziu a sobrancelha e levantou com a maior preguiça do mundo, bocejando fofinha.

—Tá bom... Eu vou falar com a serpente de mal temperamento.

•~~•

Severus não tinha gostado da ideia de Lupin vagar pelo Expresso. E sua carranca ficou maior quando sua afilhada entrou em sua cabine, deitando no banco a sua frente, se enrolando em sua casaca.

—Odeio essa roupa.

— Você diz isso desde pequena, sabia?

—Uhum...-Ela fechou os olhos, se acomodando mais.-Você sempre reclama disso.

Fechou o livro que estava lendo sobre rituais voodoo, se inclinando para tirar o cabelo que escondeu o rosto da maia nova.

— Você nunca disse o porquê.

—Porque deixa você feio. E faz você parecer mais velho.

Severus acabou, simplesmente, rindo. Sua afilhada era um poço de honestidade e falta de bom senso. Ele amava sua menininha.

—De onde tira essas coisas, Sam?

Ela só se acomodou mais, o que fez o cabelo voltar a cair em seu rosto.

— Eu acho você bonito, padrinho. Mas você é bobo.

—E você está com sono?-Ela não respondeu, mas abriu o olho cinza apenas para fazer uma expressão de deboche, antes de voltar a se acomodar.-Não faça essa carinha. Comeu algo no café?-Ela voltou a abrir o olho.-Samhain... Não acredito... Você sabe que não pode pular refeições.

— Não fiz por mal. Só não estava com fome.

—Vou comprar alguma coisa.-O pocionista respirou fundo.-Sente nesse banco e não durma até eu voltar.

— Sim, senhor...

Saiu de sua cabine,indignadas da senhorinha que vendia doces e salgadinhos pelos vagões. E para seu azar acabou topando com o Lupin ao encontrá-la.

—Professor! O que é lá rã o senhor?

—Uma tortinha de abóbora e algo salgado, por favor.

Ela lhe entregou e ele pagou, ganhando o olhar de Lupin. A senhorinha se foi e os dois continuaram se encarando.

— Você parece irritado.

—Mandou minha afilhada voltar para o vagão da Sonserina?

—De forma alguma.-O lobo se espantou.-Ela disse que ia falar com você sobre não amaldiçoar Sirius quando chegarmos a estação.-Lupin franziu a sobrancelha.-Ela está bem? Parecia um pouco pálida.

—Andou pulando algumas refeições. Darei um jeito nisso.

Se virou e voltou a sua cabine, sem se lembrar que não usava a casaca ou a capa, apenas uma camiseta negra de linho, que o fazia parecer bem mais jovem. E não seria Remo a comentar sobre isso e reanimar a inimizade do pocionista. Ele era o padrinho de sua nova sobrinha, afinal.

Severus encontrou sua afilhada dormindo sentada, toda enrolada em sua capa. Deixou o lanchinho na mesa e foi medir a temperatura da menina, por hora estava normal. A acordou e esperou que começasse a comer.

—Que foi? Está me encarando...

—O que veio fazer aqui se sabia que ia levar uma bronca?

Ela bocejou, usando a mão para esconder o rosto.

—Pedir pra você não amaldiçoar tio Sirius na Estação. Professor Lupin disse que ele queria me buscar... Provavelmente a mim e ao Harry. Os tios dele são horríveis, sabia? Como Thobias era com você.

E ali estava a absoluta falta de filtro de sua afilhada.

— Ele te contou isso?

—Não exatamente...

—Andou invadindo a mente dele?

—Sem querer...

—Certo... E você disse a ele?

— Não.

Ela voltou a comer e os dois passaram o restante da viagem em silêncio. Samhain, inclusive, foi deitar no colo do padrinho. Até pararem em King Cross.

•~~•

Arthur estava achando super divertido ver Sirius quicando de ansiedade no lugar. Ele não via a hora de ver Harry e Samhain.

O próprio ruivo, finalmente, seria devidamente apresentado à grande amiga de Georg.

—Respire, homem. Você está quase assumindo a forma animaga.

—E se ela não reagir bem, Arthur?

—Lide como um adulto. Sirius, não esqueça que Samhain, provavelmente, viveu sozinha a vida inteira. Ela tem o direito de estranhar você e sua afetividade grifina.

— Você tem razão.-Sirius respirou fundo, vendo o trem se aproximar. Colocou as mãos no bolso do casaco de Auror. Ele havia feito algumas horas extras para poder ficar um pouco mais em casa durante as férias das crianças.-A propósito... Você e Molly vão a audiência de guarda do Harry?

—É claro! Molly teria uma crise de nervos se não a incluísse.

O auror acabou rindo, e foi acompanhado pelo amigo. Logo as crianças começaram a descer. Harry veio diretamente para seus braços, antes de abraçar uma indignada senhora Weasley.

Samhain saiu junto de Snape, que tinha uma das mãos no ombro da afilhada. Ele a entregou pra si com um olhar ameaçador, antes de desaparatar. Ela tinha um sorriso tímido tão fofo... Sirius não conseguia acreditar que sua sobrinha era daquele jeito tão meigo.

—Oi, Sam...

Para a surpresa do Auror, e divertimento de Lupin, ganhou um abraço da adolescente.

—Obrigada por vir me buscar, tio Sirius.

Pronto, Samhain Black agora tinha o tio grifinorio nas mãos. Remus tinha certeza disso. Aquela menina valia ouro. Se aproximou deles, deixando uma mão no ombro de Harry é outra no ombro de Samhain.

—Só não tente disputar o amor de Samhain com Severus. Ou teremos maldições voando pela casa. Ele tem um ciúme infernal dela.

— Não tem não, professor. Ele é um homem comedido. Não vai amaldiçoar tio Sirius... A menos que ele provoque, é claro. Ele é um homem maduro, mas não é de ferro. E não gosta de vocês.

— Não tiro os motivos dele.-O lobisomem deu de ombros.-Vamos levar Harry até a rua dos Alfeneiros? Ou podemos rir todos para a Mansão?

O olhar de esperança do pequeno apertou o coração de Sirius. E ele decidiu que ia ameaçar aquele trouxa nojento. E que teria a guarda inteirinha de Harry o mais rápido possível.

Para a surpresa dos três, a Black mais nova abraçou o "primo" pelos ombros, e sua expressão mudou, ficando totalmente séria. O que foi assistido de perto pelos Weasley e pelos Granger.

—Harry vai com a gente, não vai? Ele não vai voltar pra tia horrível... Certo? Ele vai pra Grimmauld Place... Não vai? Tio Sirius...

O auror suspirou. Onde ele tinha se metido?

— Ele só vai poder ir pra lá daqui uma semana. Depois da audiência de guarda provisória.

Ela fechou mais a expressão. A magia da menina pesou completamente o ambiente.

—Isso quer dizer que posso ameaçar aquele trouxa nojento do Walter Dursley?

—Pode!

—Almofadinhas!

—O que? Deixa a menina defender o novo irmãozinho.-O animago bateu na própria testa.-Pra quem não queria filhos... Agora tenho dois.

—Sam, venha conhecer o senhor e a senhora Weasley!-Harry convidou, mas muito pouco disposto a sair do abraço da sonserina.-E o senhor e a senhora Granger também.

O casal de trouxas estava com a garganta seca pela fala da menina, que lhes deu um sorriso simpático, soltando Harry do abraço protetor.

—Olá! sou Samhain Brianna Black. Prazer em conhecê-los!

O senhor Granger pigarreou antes de cumprimentar a menina, assim como sua esposa. Já Molly não se fez de rogada, deu um abraço gostoso na menina que parecia toa disposta a defender seu novo filhote.

— Você é mais linda do que eu imaginava.

—Ah... A senhora me... Imaginava?

— Sim, Georg está sempre falando de você. E quando Arthur me falou que era sobrinha de Sirius eu imagina uma beleza mais como a de Narcisa ou Andrômeda...

— Minha avó dizia que eu sou a cara do papai.-A morena ficou corada.-Não sabia que Georg falava de mim.

— Você é a melhor amiga dele.-Gina delatou, sorrindo para o irmão mais velho, que estava vermelho.-Ninguém acreditava que você realmente era da Sonserina, até Percy ver vocês dois conversando em um corredor de Hogwarts e contar pra todo mundo no Natal do ano passado.

Ela ficou mais vermelha, e também ganhou um abraço do senhor Weasley. Certo, ela nunca havia tido tantas abraços em um espaço de tempo tão curto.

—O que acham de um jantar na Toca depois da audiência do Harry? Assim teremos um tempo melhor para conversar.

Molly sugeriu. Os quatro integrantes do novo círculo familiar dos Black concordaram, se despediram e rumaram para a rua dos Alfeneiros. Harry queria ver a expressão de seus tios dessa vez. Ele tinha um Auror, um lobisomem e a última mulher descendente da Mui Antiga e Escura Casa dos Black.

A casa era bonitinha, mas pela forma como Samhain torceu o nariz Remus e Sirius acabaram se preocupando com o quanto Walburga e sua ideologia anti-trouxas havia influenciado a menina.

Walter, Petunia e Duda saíram da casa, avistando os quatro bruxos. Harry agarrou a mão da prima, que fechou mais a expressão, e foi fazendo o clima ficar pesado e sombrio. Como ela fazia isso era um mistério. Mas ele teria tempo de perguntar.

—Bem, irmãozinho...-Ele viu, com prazer, Duda ficar pálido e travado.-Nos veremos no Ministério, semana que vem. Não esqueça de organizar seu malão e suas coisas, certo? Eu peço para o Monstro vir buscar antes e audiência.

—Certo!-Ele ganhou um novo abraço protetor de Samhain, e depois um de cada bruxo mais velho.-Vejo vocês na sexta!

— Até lá...-Os olhos de Remus ficaram de um tom dourado sobrenatural, e um rosnado feral se formou em seu peito, podendo ser ouvido por todos.-Filhote.

—Obedeça sua prima e deixe tudo organizado, certo? E qualquer problema emita um chamado ao Departamento dos Aurores, com o Patrono. Sabe como adoro corrigir trouxas intolerantes.

— Sim, senhores!

Harry entrou em casa saltitando, seus tios parecendo estátuas de pavor enquanto os outros três bruxos pegava o rumo de Grimmauld Place.


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