O Misterioso Caso da Rua Maple.

 O fato ocorreu no início da década de sessenta e até hoje espanta qualquer um que tem conhecimento da história. Tudo aconteceu em 04 de março de 1960, em um sábado. Era mais um dia comum para os moradores da rua Maple, crianças brincando, adultos cuidando dos seus afazeres, quando de repente surge algo desconhecido pelo céu, sobrevoando sobre a rua e em todo o bairro da região, não se dava para distinguir o que era e os moradores daquela rua acreditaram que fosse um meteorito ou algo do tipo e que mais tarde o fato iria ser noticiado pela televisão.

 Passando-se algumas horas do tal “meteorito” algumas situações de inicio aparentemente normal se sucedeu na rua Maple como a queda de energia elétrica e o sistema de telefonia. Isso parecia ser algo comum, pois pode haver situações semelhantes em qualquer lugar, mas os moradores da rua Maple começaram a entrar em desespero quando nem mesmo os rádios portáteis funcionavam e os carros muito menos, como se não tivessem gasolina mesmo estando com os tanques cheios. A vizinhança passou a se questionar e cogitou em ir ao centro da cidade procurar por ajuda, seja da policia ou de qualquer órgão público, entretanto não fizeram isso porque uma criança, um garoto chamado Tommy, residente daquela rua começou um rumor que tudo aquilo era causa de seres de outro espaço, alegava com firmeza que haviam monstros do espaço sideral disfarçados de humanos pela vizinhança causando aquilo tudo, mas o mesmo afirmava aquilo com base em suas leituras de historias em quadrinhos e livros de ficção, todavia esse inocente rumor causou uma euforia entre os moradores, pois de repente o carro ou a energia de algum vizinho voltava a funcionar de repente e o proprietário do automóvel ou residência não tinha explicações para o fenômeno e assim o pânico foi instaurado entre todos. Poderia ser uma situação normal se não fosse o caso da grande maioria dos moradores da rua Maple no dia seguinte serem encontrados mortos, alguns foram gravemente feridos que vieram a falecer dias depois. Tudo indicava que houve uma chacina, alguém liquidou aquela vizinhança, o único sobrevivente foi o garoto contador da historinha dos “monstros do espaço sideral” ele foi encontrado com ferimentos pelo corpo e completamente transtornado e a única coisa que soube declarar foi que: invasores de outra galáxia, ou seja, os monstros do espaço sideral atacou toda a sua vizinhança.

 O caso passou a ser investigado, todavia infelizmente nada foi descoberto e o mais misterioso é que os moradores de ruas vizinhas não ouviram e não souberam de nada no momento do ocorrido. Ao que tudo indica um grupo de pessoas invadiu as casas e matou todos os que puderam e fugiram sem deixar pistas. O garoto continuou insistindo na história dos monstros do espaço sideral e por este fato foi declarado instável e foi internado em um hospital psiquiátrico da época. Hoje a informação que se tem deste sobrevivente é que quando completou maior idade recebeu alta e há rumores de que ele voltou a residir na rua Maple no intuito de aguardar os monstros e assim provar sua teoria.

 Sophie não pode deixar de se surpreender com aquela informação que acabara de ler pelo seu celular. Ficou a questionar se a historinha da vizinha seria a mesma.

 ─ Isso é idiotice! – exclamou para si.

 Sophie decidiu ocupar-se com os afazeres que tinha. Precisava faxinar e continuar a organizar as coisas de sua nova casa e não queria que uma historinha como aquela a lhe perturbasse, porém havia algo que ainda a intrigava: o homem do terno preto. Temia que fosse algum maníaco fazendo uso daquela história de monstros para assim tentar aproximação para cometer algo pior.

 Ao anoitecer banhou-se e mais uma vez precisou pedir algo para comer, todavia pouco antes de fazer o pedido ouviu a campainha e ao olhar pelo olho mágico da porta viu que era Haley, a vizinha.

 ─ Boa noite!

 ─ Olá Haley, boa noite.

 ─ Eu imagino como deve estar com a transição da mudança e por isso quis lhe fazer essa gentileza. – Haley estendeu uma cesta que segurava.

 Sophie a pegou e ficou admirada em ver que o recipiente estava recheado de produtos alimentícios.

 ─ Não tinha necessidade...

 ─ Claro que tinha amada. Até que seus eletrodomésticos cheguem isso vai te ajudar e muito.

 ─ Eu fico muito agradecida. Como posso retribuir?

 ─ Sendo uma boa vizinha. Eu vou indo... Boa noite! – Haley esboçou um enorme sorriso.

 ─ Boa noite. – Sophie fechou a porta.

 Sophie estava faminta e quando estava prestes a fazer sua refeição parou por alguns instantes e refletiu.

 Como ela sabe que meus eletrodomésticos ainda não chegaram?

 Sophie decidiu ir até a casa da vizinha, pois achava aquilo muito esquisito. Vestiu um casaco e calçou um par de tênis. Quando trancava a porta ao sair percebeu que havia alguém pelo jardim do quintal.

 ─ É você de novo? – indagou ela assustada achando que fosse o homem do terno preto.

 A pessoa que se escondia pelos arbustos resolveu aparecer. Não era o homem do terno preto e sim um senhor bem idoso que para manter-se em pé fazia uso de uma bengala.

 ─ Não vá atrás dela. – disse ele.

 ─ Atrás de quem?

 ─ Da vizinha: a Haley.

 ─ Por quê?

 ─ Porque ela é um dos monstros.