Alicia e as 12 bênçãos escrita por Creeper


Capítulo 7
Bem-vindas à Linha de Exploração


Notas iniciais do capítulo

E cá estamos com mais um capítulo! O arco do teste de admissão finalmente terminou, agora bora descobrir para que servem essas pedras!
Tenham uma boa leitura ♥



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Meus joelhos foram de encontro ao chão e instintivamente verifiquei o que havia em minha mão, vislumbrando uma pedra preta lustrosa, cujo nome era obsidiana.

Quando voltei a mim, pude escutar diversos murmúrios e questionamentos vindo das candidatas restantes. Olhei para a professora Vênus em busca de uma explicação.

— Aparentemente. – Vênus pigarreou. – Havia treze pedras.

— Mas vocês tiveram de checar os baús antes da prova, não? – Cassandra investigou. – Afinal, foram vocês que colocaram os pergaminhos das classes lá.

— Sim, nós checamos os baús das pedras que já residiam no templo e colocamos alguns vazios e outros com pergaminhos para a execução da prova. – a mulher explicou. – Todavia, encontramos somente doze pedras na checagem. – me lançou um olhar pensativo.

— Se é de destino que você quer chamar, então assim será chamado. – fitei a pedra com uma afeição especial, ignorando o fato dela corresponder ao deus do submundo. Eu havia entrado para a Linha de Exploração.

~*~

Se o mundo fosse uma pintura em tela, naquela manhã ele teria ganhado outra demão de tinta. O céu parecia mais azul, o sol mais brilhante e a brisa mais fresca. Me dei conta de que todos os dias em Ilha dos Saberes seriam daquela maneira dali para frente.

Com o encerramento do teste de admissão e a formação das classes, todas as participantes que foram admitidas reuniram-se no auditório para a cerimônia de boas-vindas.

Sentei-me em uma das primeiras fileiras junto de Celine e Cassandra que se mostravam tão emocionadas quanto eu. No palco em nossa frente estavam posicionadas sete mulheres distribuídas de ambos os lados de um pedestal, reconheci duas como sendo as professoras Vênus e Eudora.

Uma mulher de cabelos castanhos subiu ao palco e colocou-se atrás do pedestal de madeira. Seus olhos escuros eram cobertos por uma coloração intensa de vermelho que combinava com a cor de sua farda cheia de medalhas. Ela bateu o salto da bota no piso, cessando os murmúrios.

— Meus cumprimentos, alunas do Royal Honor Institute. Eu, Mikaela Bercovith, fui designada como diretora do instituto após me abster da guarda real. – ela bradou seriamente.

Não pude deixar de notar que os lábios de Vênus tremeram como se quisessem emitir uma risada. Ela abaixou a cabeça e cruzou os braços atrás das costas, contendo-se.

— É com muito regozijo que as senhoritas são recebidas, as parabenizo por terem passado no teste de admissão. Tenho consciência de que muitas de vocês não alcançaram o objetivo principal de participar da Linha de Exploração, contudo, tiveram a oportunidade de ficar nas classes experimentais.

— Isso não foi um pouco cruel? – Celine sussurrou.

— Estando aqui, saibam que o dever de vocês é trazer orgulho à Ilha dos Saberes. – Mikaela ditou. – Nesse momento, temos a honra de recebermos a fundadora, princesa Louise Armstrong. – deu um passo para trás e curvou-se.

As sete mulheres curvaram-se em sequência, nós alunas nos levantamos e imitamos o movimento, altamente surpresas.

O som grave de um salto alto reinou no local, seguido de uma voz inesperadamente animada e gentil:

— Olá a todas. As senhoritas não possuem consciência de como eu estou feliz pelo Royal Honor Institute estar concretizando-se.

Deixamos a posição de reverência para encarar a futura governante da ilha: uma moça de longos cabelos esverdeados e feições delicadas feito as de um anjo. Graciosamente, ela ergueu um pouco de sua saia enfeitada por finos babados e subiu no degrau do pedestal. Tive de prender meu ar diante de sua beleza.

— Vocês serão treinadas durante o período de um ano e sucessivamente estarão oficialmente declaradas como a Primeira Linha de Exploração de Ilha dos Saberes. – a princesa continuou. Um colar dourado reluzia em seu pescoço alvo. – Desse modo, enfim poderemos ir em busca dos artefatos para mantê-los em segurança e estudá-los. Para que isso ocorra, preciso que todas se esforcem e deem o melhor de si.

Eu não sabia se aquilo se dava ao fato de Louise ser uma princesa ou por ela brilhar como uma joia, mas suas palavras encheram-me de determinação e me senti ainda mais entusiasmada.

— Quanto as outras classes, vocês serão igualmente importantes, pois serão responsáveis por tudo necessário para que os artefatos fiquem sob nossos cuidados. – a princesa sorriu de maneira simpática.

— A classe de culinária fará o que? Jogará doces em quem tentar roubar os artefatos? – Cassandra resmungou com uma sobrancelha arqueada.

— Por fim, encerro minhas falas. – Louise afastou-se do pedestal. – Tenham um bom ano, moças. – acenou educadamente.

A princesa saiu na companhia de Mikaela, ambas ostentando posturas impecáveis e presenças tão fortes que mudavam até a textura do ar.

As outras classes deixaram o auditório em seguida ao terem suas salas e professoras designadas.

— Muito bem, alunas da Linha de Exploração! – Vênus chamou, soltando o fôlego após ficar tanto tempo ereta. – A primeira aula de vocês será... Com a professora Brigitte de estudos gerais! – apontou para uma mulher de óculos redondos, a qual ruborizou por ter a nossa atenção.

Devo dizer que nós treze nos dividimos entre fazer sons de aborrecimento ou adquirir expressões de dúvida.

E foi assim que as treze abençoadas pelos deuses do Olimpo foram parar atrás de bancadas sob pilhas de livros a serem estudados.

A professora Brigitte nos olhava em silêncio, sorrindo nervosamente, esperando uma reação. A única coisa que se escutava ali era o zumbido de uma mosca e a tosse seca de alguém ao fundo.

— B-Bom, que tal eu me apresentar? – Brigitte disse timidamente. – Sou Brigitte, a professora de estudos gerais. A-Ah, mas vocês já sabem disso. – ajeitou os óculos. – Deixe-me ver... – seus olhos passearam pela sala, buscando por um foco. – Ah! Quase me esqueci! – ela pegou uma pequena caixa retangular.

Um ruído de algo chocando-se contra a madeira foi ouvido, todas nos viramos em sua direção, curiosas. Becky, a abençoada de Dionísio, tinha a testa afundada em sua bancada enquanto bufava de tédio.

Voltei-me para a professora que engoliu em seco e transbordou frustação através suas lentes límpidas.

— O que tem na caixa, professora? – levantei a mão no alto.

Suas íris adquiriram um leve brilho com minha interação.

— São suas insígnias de aspirantes a membros oficiais da Linha de Exploração. – ela retirou a tampa, revelando treze miniaturas de brasões na cor bronze que descansavam em um forro de veludo.

Isso pareceu animar minimamente as outras garotas da turma. Inclusive eu mesma.

— Após um semestre, vocês receberão insígnias prateadas. – Brigitte começou a distribuir os brasões. – E ao final, ganharão douradas. – sorriu de modo contido.

Não pude deixar de ficar deslumbrada quando recebi minha insígnia. Nela estava grafado o símbolo do instituto que consistia nas letras coroadas “R” e “H”, acima da grafia “1ª Linha de Exploração”.

— É importante que vocês prendam isso em suas roupas para que possam ser identificadas. – a professora aconselhou.

Fiz questão de pregar minha insígnia no lado direito da jaqueta, onde a placa 211 havia ficado anteriormente. Celine prendeu a sua em seu laço no pescoço e Cassandra em um de seus suspensórios.

— Se Jarbas estivesse aqui, ele com certeza ficaria orgulhoso! – Celine tocou seu laço de maneira terna.

— Mesmo sem saber, a minha família deve estar muito feliz por mim. – meu peito aqueceu-se.

— Aposto que se meus pais me vissem agora, eles me mandariam voltar para a... – Cassandra deu um sorriso sarcástico, entretanto, cortou-se subitamente.

— Para a? – incentivei-a.

— Posso perguntar uma coisa? – uma voz soou no fundo da sala.

Todas giramos nossas cabeça, focando-nos em Quinn, a abençoada de Afrodite.

— Nossa prioridade é achar os artefatos, certo? – indagou de braços cruzados.

— Certo. – Brigitte assentiu.

— Então por que precisamos dessa aula? – a loira arqueou uma sobrancelha.

— Não acha que sua pergunta foi um pouco indelicada? – a abençoada de Atena, Ambar, rebateu. – Se estamos tendo essa aula, é por ela ser essencial.

Quinn e Ambar trocaram olhares cortantes, afligindo Brigitte.

— É i-importante que vocês se mantenham informadas sobre o que acontece na ilha e mantenham os conhecimentos sempre frescos. – a professora colocou sua trança para frente, dedilhando-a. – C-Conhecimento é poder. – ergueu de leve o punho em uma falha tentativa de animação.

— Tsc. – Quinn virou o rosto, insatisfeita.

— Sobre o que iremos aprender hoje, professora? – a abençoada de Apolo, Harumi, interessou-se.

— Hoje... – Brigitte mexeu em alguns papéis, folheando-os afobadamente. – Mikaela me pediu para lhes informar sobre a atual situação da ilha. – arrumou seus óculos.

— Aconteceu alguma coisa? – a abençoada de Hera, Nala, perguntou seriamente.

— Nada de novo. – a professora bateu os papéis na mesa. – Apenas um lembrete. – respirou fundo. – Desde que obtemos um dos artefatos, a ilha reduziu as entradas em seu território, permitindo somente a saída de barcos comerciantes e a chegada de estudantes, fossem para o teste de admissão desse instituto ou para ingressar na nossa universidade.

— Lembro-me de o príncipe ter comentado isso comigo em um de nossos últimos encontros. – Celine batucou os dedos na bancada. – Eles abriram essa exceção da universidade por causa do dinheiro que recebem das mensalidades, já que é algo indispensável para a economia da ilha. – sussurrou.

— Essa limitação é porque querem tanto assim proteger o artefato? – a abençoada de Hefesto, Elena, arregalou os olhos.

— Não sabemos qual o verdadeiro potencial dos artefatos e se existem outros seres que desejam obtê-los. Por isso, devemos protegê-lo. – Brigitte respondeu.

— Professora! – chamei. – Como são esses artefatos? – apertei as sobrancelhas.

Brigitte puxou a gaveta de sua mesa e apanhou um grande livro de capa vermelha decorada por detalhes em dourado. Folheou suas páginas amareladas, caminhando de um lado para o outro.

— Esse livro foi feito para registro dos artefatos. Aqui escrevemos data, local onde foi achado e envolvidos, além de fazer um desenho a carvão. – ela contou, mostrando uma das folhas para nós. – Até então, entre a divulgação da Linha no ano passado e sua concretização hoje, conseguimos mais um graças a Vênus.

Semicerrei os olhos para analisar os traços que formavam um pedaço retorcido de madeira com um círculo de pouca profundidade em seu centro.

— A lenda dos artefatos existe desde antes do meu avô nascer e ele passou a vida inteira procurando-os. Por que parecem ter surgido só agora? – a abençoada de Deméter, Hanna, perguntou.

— Nós não uma temos explicação fundamentada no momento. – Brigitte suspirou. – Existe a hipótese de que somente nesse tempo em que estamos vivendo é que os espíritos das divindades querem que os encontremos.

— Ou seu avô não procurou direito. – Quinn alfinetou.

— Ei! Retire o que disse! – Hanna franziu as sobrancelhas e corou de raiva. – Meu avô foi um grande explorador! – berrou.

— S-Sem brigas, por favor! – Brigitte pressionou o livro contra seu peito, assustada.

Hanna inflou as bochechas, mas antes que a situação se agravasse, Elena puxou seu braço e a acalmou.

— D-De qualquer modo, se conseguirmos os artefatos, teremos muitas de nossas dúvidas respondidas. – a professora fechou o livro, dando início ao silêncio incômodo mais uma vez.

Abri o caderno de anotações que sempre carregava comigo e escrevi em pequenos tópicos sobre tudo o que havíamos falado.

— Alguém tem mais alguma pergunta? – Brigitte pigarreou sem jeito.

Minha mão elevou-se rapidamente, tinha uma dúvida martelando em minha cabeça desde o começo da aula.

— Pelo que eu ouvi Vênus nomear na terceira etapa, nós viemos de diferentes áreas do mundo. – olhei ao redor, reparando nas distintas etnias. – Como podemos estar falando a mesma língua?

Escutei algumas garotas concordarem comigo e outras dizerem que sequer haviam reparado nesse ponto. O que me levou a pensar nisso foi o fato de Celine inicialmente falar em sêcnarf comigo e apenas depois mudar para o sêlgni.

— Eu havia me esquecido disso. – Brigitte piscou os olhos. – A princesa Louise pensou que isso pudesse acontecer e implantou uma magia de tradução nos arredores do instituto, ou seja, todos que entram nesse território terminam por falar e entender a mesma língua.

Foi nesse momento que eu percebi que minha admiração por Ilha dos Saberes não pararia de crescer tão cedo.

~*~

Nutrindo altas expectativas, ficamos à espera de Vênus ou Eudora, mas nossa próxima aula foi com Agatha, a professora de etiqueta. Preciso confessar que prendi o ar quando ela entrou na sala, pois aquela mulher exalava rigidez, isso sendo denunciado por suas roupas impecáveis sem nenhuma dobra e seu cabelo perfeitamente alinhado em um coque alto.

— Devo perguntar o porquê de uma aula de etiqueta? – Quinn bocejou.

— Vocês irão trabalhar para a princesa, o mínimo que devem ter é uma postura apresentável. – Agatha disse de queixo empinado. E que queixo longo, eu diria.

— Minha mãe me obriga a ter aulas de etiqueta desde os seis anos de idade. – Celine suspirou frustrada.

— A Linha de Exploração não está sendo nada do que eu pensei. – Cassandra resmungou. – Eu participei do teste porque soube que ocasionalmente poderíamos quebrar alguém.

— As três reclamonas. – a professora disse em um tom alto e autoritário. – Dirijam-se aqui.

Cassandra bufou e bateu as mãos na bancada, acatando a ordem da professora. Celine seguiu a amiga em silêncio, visivelmente constrangida por ter sua atenção chamada. Já Quinn caminhou de modo desleixado, afundando as mãos nos bolsos propositalmente.

— Vocês ficarão de castigo até o final da aula. – Agatha ditou entregando um livro pesado para cada uma.

— E o castigo é ler? – Quinn desdenhou.

A mulher prontamente colocou mais um livro nas mãos da loira.

— Devem equilibrar esses livros em suas cabeças. – ela mandou.

— Só pode estar de brincadeira. – Cassandra ficou boquiaberta.

A professora não tardou em adicionar um livro para Cassandra.

— Creio que vocês já entenderam como funciona, não? – Agatha indagou seriamente. – E isso vale para todas. – olhou para o resto da turma.

As três castigadas trataram de colocar os livros no topo de suas cabeças, adquirindo expressões de aborrecimento. Celine ruborizou, apesar de conseguir equilibrar seu livro facilmente enquanto as outras duas lutavam contra a gravidade.

— Podemos prosseguir com a aula? – Agatha perguntou, contudo, ninguém teve coragem de responder. – Podemos? – repetiu.

— S-Sim. – algumas de nós respondeu em uníssono.

— Sim, senhora. – Agatha corrigiu. – Que fique bem claro que não aceitarei alunas despenteadas, de roupas amassadas ou usando sapatos sujos em minhas aulas. Exijo o mínimo de higiene e apresentação.

Passei a mão por meus cabelos de maneira discreta, tentando recordar-me se havia os penteado naquele dia. Suspirei pesadamente sabendo que aquela seria uma longa aula.

Ao final de tudo, no mínimo cinco garotas haviam sido castigas e Quinn e Cassandra receberam mais dois livros cada.

— Quem ela pensa que é? – Cassandra reclamou ao nos sentarmos para almoçar. – Nem meus pais foram capazes de me educar!

E olha no que deu.”, pensei comigo mesma.

— Mudando de assunto, quando nós saberemos para o que servem as pedras? – Celine questionou colocando sua água marinha em cima da mesa.

— Ei, Alicia, o que você achou do seu deus? – Cassandra ignorou a garota e retirou seu diamante amarelo do bolso.

— Já que toda a aflição passou... – peguei minha obsidiana. – Eu não estou muito satisfeita. – deixei minha pedra de lado e me foquei no ensopado delicioso que a cantina serviu.

Não que eu tivesse algo contra o deus do submundo, apenas não combinava comigo.

— Eu tive uma ideia. – a nobre afastou seu prato. – E se nós trocarmos nossas pedras?

— Não é uma má ideia. – levantei as sobrancelhas, atônita.

Realmente, não era. Eu não veria problema em ter a bênção de Zeus.

— Pensando bem, Hades combina com a Cassandra. – Celine opinou.

— Por mim tudo bem. – lhe estendi a obsidiana sem cerimônias.

Contudo, algo estranho aconteceu. Assim que Cassandra tocou a pedra, uma força brutal afastou sua mão, fazendo-a praguejar de dor.

— O que foi isso?! – ela arregalou os olhos e massageou sua palma dolorida.

— Eu não sei! – respondi confusa. – Me deixe pegar a sua.

Levei minha mão ao diamante amarelo, entretanto, um formigamento cortante percorreu meus dedos no mesmo instante. Recuei imediatamente, tentando conter a sensação tortuosa que me machucava.

— O que foi isso agora? – foi minha vez de perguntar.

— Vocês estão fazendo algum tipo de brincadeira, só pode. – Celine tentou pegar o diamante, mas afastou-se bruscamente. – Ai! Isso doeu!

Algo incomodou minha cabeça enquanto a dor ia se dissipando. Toda aquela história de destino da professora Vênus passou por minha mente, tentando obter algum sentido.

— E se não pudermos trocar de pedras? – insinuei.

— Mas são só pedras. – Cassandra rebateu indignada.

— Pedras correspondentes aos deuses. – Celine acompanhou-me.

Nós terminamos nosso almoço com milhares de questionamentos e logo fomos direcionadas para outra sala. Recebemos um banho de luz natural assim que pisamos no ambiente. Semicerrei um pouco os olhos para conseguir distinguir as formas, reparando em uma mesa redonda no centro e estantes que iam do chão ao teto, onde os livros quase caíam das prateleiras ao serem espremidos por equipamentos de exploração, como caixas com lupas, mapas, lunetas, bússolas e outras coisas.

De costas para nós, uma mulher de cabelos amarelos olhava pela janela, seu corpo recebia um contorno luminoso por sua posição. Ela nos fitou por cima do ombro, dando um de seus enormes sorrisos.

— Bem-vindas ao nosso quartel general! – Vênus exclamou. – Sentem-se, temos muito a conversar.

Assim que nos acomodamos, Vênus puxou uma cadeira no canto da sala e sentou-se com a frente do corpo apoiada no encosto. Fiquei imaginando se não podíamos fechar um pouco as cortinas, toda aquela luz estava deixando meus olhos lacrimejados.

— Vocês devem estar se perguntando “o que diachos fazer com essas pedras?”, correto? – ela retirou suas luvas. – Sabem o que diferencia essas pedras daquelas que podem ser compradas para enfeitar um colar ou um anel?

— Elas terem sido achadas em ruínas estranhas? – Luna, a abençoada de Hermes, chutou.

— Elas “corresponderem aos deuses”? – Miki, a abençoada de Ares, fez aspas com os dedos.

— Elas não poderem ser tocadas por outras pessoas? – tentei.

— Correta. Correta. E parcialmente correta. – Vênus pousou seus braços cruzados no encosto da cadeira.

Fiz uma careta de descontentamento por minha resposta ter sido “parcialmente correta”.

— Isso que vocês carregam não são somente pedras bonitinhas ou algo para dar sorte. – a mulher apoiou o queixo em seus braços. – Essas pedras, na verdade, são capazes de invocar armas.


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Notas finais do capítulo

E tivemos uma aparição da fundadora do Royal Honor, uhuuuu!
Pois é, a Linha de Exploração não é só diversão, também é preciso disciplina!
Espero que tenham gostado, nos vemos no final de semana XD.
Bjjjs.
—Creeper.



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