Witch Bitch escrita por Line


Capítulo 3
03- Lei de Murphy e aquilo que Edward Murphy não sabia


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar além de que: Astra é o ser humano, ou bruxa, mais sem sorte do mundo todo ksksks

Boa leitura, até a próxima ❤



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/795153/chapter/3

Astra Astrobours:

A lei de Murphy diz que se algo pode dar errado, então dará. Mesmo em uma época limitada, Edward Murphy se provou um verdadeiro gênio, porque não há certeza maior que essa. Tudo pode dar errado. O tempo todo. Várias vezes seguidas. Minha vida era a maior prova disso.

Apesar dos contratempos anteriores, eu assisto meu dois primeiros períodos em absoluta paz, é no terceiro período que tenho minha primeira aula com James, por mais que desejasse escapar dos olhos do meu padrinho enxerido, é inevitável encontrá-lo quando história aparece três vezes na minha grade de horários da semana; Por isso eu me resigno a entrar na sala, me sentar em um canto afastado dos outros alunos e tentar me manter tão quieta e imperceptível quanto nas duas últimas aulas que assisti.

— Bom dia, turma! — James diz quando aparentemente todos os alunos já tomaram seus lugares, ele encara cada um dos rostos presentes lentamente e faz uma careta leve na minha direção quando me encontra isolada. — Meu nome é James Badwin e eu sou o novo professor de história de vocês.

Ele fala enquanto escreve seu nome na lousa em letras gigantes e desleixadas.

— Acabei de me mudar para a cidade com a minha família. — Ele continua, parecendo então decidir acabar com meu anonimato quando anuncia em tom quase maligno: — E à essa altura vocês já devem ter conhecido minha afilhada, Astra. Ou não. Ela não é exatamente um docinho, de qualquer forma, ela está bem ali. — Ele me aponta o dedo e as cabeças viram-se na minha direção, eu encaro James, bastante tentada à simplesmente atear fogo nele. — Não se assustem com a cara feia, ela não morde. Eu acho.

Conseguindo fazer os alunos rirem às minhas custas, James parece bastante satisfeito, enquanto eu me limito a bater a testa na mesa, deitando a cabeça para esconder meu rosto furioso e envergonhado. Era melhor James tomar cuidado quando chegássemos em casa.

— Bem, de qualquer forma, vamos começar a aula. — Ele diz animadamente. — Alguém sabe me informar em que capítulo do livro o antigo professor parou?

— Capítulo oito, senhor Badwin. — Sentada há algumas carteiras de distância e cercada de garotos babões, a loira de mais cedo, Candice, diz prestativamente.

James passa os olhos pelo capítulo do livro rapidamente antes de fechá-lo e começar sua aula, ele fala e faz perguntas e interage com os alunos, sua explicação é cativante e eu vejo que a turma toda está hipnotizada, tirando seus olhos dele apenas para fazer anotações. James é bom com pessoas, diferente de mim, ele é comunicativo e tem convicção no que fala, é por isso que é um ótimo professor.

Sua explicação entusiasmada sobre a colonização e as raízes da cidade de Forks e a reserva de La Push, é interrompida por batidas na porta antes que essa seja meio aberta e uma voz questione:

— Posso entrar? — A voz é familiar, eu mordo a língua pra segurar um palavrão quando a associo à um rosto.

— A aula começou já tem 15 minutos. — James diz, apesar da voz dura, eu sei que ele não vai dar bronca alguma. Ele é fã de segundas chances, e terceiras, e quartas… todos sabem contar, não é?

— Eu sei, desculpe. — É tudo que James obtém como resposta, nada de desculpas esfarrapadas envolvendo cachorros e trabalhos de casa.

— Tudo bem, que não se repita. — Meu padrinho diz, fazendo sinal para que o garoto entre, me fazendo notar que estava certa ao reconhecer a voz, era o bonitinho-lobo que quase me fez de lanchinho essa manhã e com quem eu tenho algum tipo de ligação mágica. — Sou James Badwin, seu novo professor de história, tome seu lugar e abra o livro no capítulo oito.

O garoto, que eu ainda não sei como se chama, olha ao redor da sala até que seus olhos pousam em mim, eu posso sentir o laço mágico que nos liga se repuxar na direção dele quando seus olhos estão sob os meus,e então ele se move em minha direção, mesmo que hajam outras carteiras vazias, ele escolhe se sentar atrás de mim no fundo da sala onde eu estou escondida, James ergue uma sobrancelha em minha direção ao notar isso e eu rapidamente desvio os olhos dos dele, tentando relaxar meus ombros que ficam repentinamente tensos.

— Oi. — O garoto sopra atrás de mim, eu agarro a madeira da mesa com a ponta dos dedos, minha magia está revolta em resposta a presença dele. Não quero ficar aqui, preciso dar o fora logo. — Sou Seth.

Eu continuo imóvel, meus ombros ainda tensos como cordas de um violino, não ouso me virar para olhá-lo, o único movimento que me permito é o do meu peito que sobe e desce com a respiração que se torna pesada, por sorte James já voltou a falar e hipnotizar os alunos, ninguém presta atenção em mim ou no garoto, agora conhecido como Seth.

— Não vou te fazer mal. — Ele continua, ignorando o fato de que eu o estou ignorando. — O que rolou mais cedo foi um mal entendido… Qual seu nome?

Eu decido que não quero mais aturar isso, não consigo, se eu quiser manter minha magia sob controle, eu tenho que me distanciar de qualquer um envolvido nos acontecidos da floresta mais cedo. Fecho os olhos, focando minha magia revolta no alarme de incêndio que vi no corredor do lado de fora da sala, curvo e retraio meus dedos, como se o estivesse puxando, a magia faz o resto e então o alarme está soando por toda a escola.

— Deve ser só um treinamento. — James diz calmamente, apesar das sobrancelhas franzidas em confusão. — Peguem seus materiais e saiam da sala de maneira organizada.

Todo mundo começa a recolher seus materiais e sair da sala de aula de maneira totalmente contrária a organizada, eu apanho minha mochila, me erguendo, mesmo que eu saiba que o garoto-lobo está logo atrás eu ainda não ouso olhá-lo, eu sei que ele pode sentir o cheiro da minha magia, portanto ele sabe que fui eu quem acionei o alarme, ele sabe que quis fugir dele.

— Astra. — James chama quando alcanço a porta, ele está parado guiando os alunos para fora, há um pequeno engarrafamento nos corredores, graças ao número de alunos saindo das salas ao mesmo tempo. Se isso fosse um incêndio de verdade, estaríamos todos morrendo agora. — Você não tem nada a ver com isso, tem?

Eu finalmente olho pra trás, encontrando o lobo há poucos passos de nós, ele parou quando eu parei, sua atenção está totalmente focada em mim e James acabou de responder a pergunta dele quanto ao meu nome. Desvio os olhos rapidamente, focando em James.

— Eu estava literalmente na sua frente. — Eu digo à ele, frustrada, entendo que meu histórico com incêndios não é exatamente o melhor, e que na verdade eu tive sim algo a ver com o alarme disparando, mas a desconfiança de James é frustrante da mesma maneira. — Além de que prometi à Vivi que não nos mudariamos, estou evitando problemas.

— Certo. — É tudo que ele diz. — Vou tentar entender o que aconteceu, é óbvio que não há incêndio, e não havia nenhum treinamento agendado nos horários de hoje.

— Provavelmente é apenas alguma peça boba. — Eu digo à ele, que assente, se afastando em seguida.

Aproveito que estou livre pra me enfiar no emaranhado de pessoas, fugindo do garoto lobo, eu empurro e me espremo entre corpos adolescentes até o banheiro feminino, porque parece que é o único lugar seguro nessa escola.

***

Depois da confusão com o alarme de incêndio, as aulas voltaram ao normal, eu almocei sozinha no pátio externo e me esquivei de qualquer tentativa de aproximação, em meus três últimos períodos de aula depois do almoço, eu encontrei Seth em dois deles, mas dessa vez ele não tentou se aproximar, sentou do lado oposto da sala, ainda assim eu pude sentir seus olhos em mim de minuto em minuto e o puxão repetitivo e insuportável no laço mágico entre nós; Depois de proteger a casa, essa seria minha priorodade: Descobrir o que diabos nos une, que tipo de magia antiga é essa, e então dar um jeito de quebrar o que quer que seja. Deve haver algo nos antigos diários dos meus ancestrais, eu ainda não li metade deles, mas devo me focar nos mais antigos, principalmente nos dos ancestrais que viveram em meio aos Quileutes no passado.

Com um objetivo em mente eu praticamente corri até a saída da escola quando as aulas acabaram, James me daria carona até em casa antes de voltar para a escola, ele pretendia se reunir com os outros professores e o Conselho da tribo em algum tipo de reunião, aceitar um forasteiro como professor não era o ideal para eles, mas com o currículo de James –Que costumava dar aulas universitárias– nem mesmos os velhos anciãos presos em seus costumes conseguiram negar que meu padrinho seria um trunfo na educação de todos esses adolescentes de cabeça oca, apesar de terem consciência de que o conhecimento de James é um tesouro, eles ainda mantém rédeas curtas sobre meu padrinho e parecem dispostos a manter os olhos nele.

— Como foi o primeiro dia? — James finalmente pergunta, quando já fizemos boa parte do trajeto em silêncio, exceto pela música estupidamente antiga que toca no rádio do carro.

— Normal. — Eu digo, dando de ombros. — Como foi o seu primeiro dia?

Erro meu em perguntar, James desatou a falar o resto do caminho, ele contou de todas as turmas para qual deu aula, falou sobre os alunos que se destacaram – Candice Ateara, a loira pálida, estava inclusa na lista – e também falou sobre um projeto que pretendia passar aos alunos, pedindo para que todos contassem sobre suas famílias e histórias interessantes sobre seus antepassados que os trouxeram até onde estão agora.

— Isso vai incluir minha turma? — Eu questiono.

— É claro. — Ele diz rápido. — Sua história vai ser interessante, a origem em La Push de seu pai e a de Salém da sua mãe. A cidade das bruxas, ela até tinha o sobrenome de Morgana, a bruxa má da história de Merlin.

— Fada. — É tudo que dou como resposta, James desvia os olhos da estrada de terra batida para me encarar com confusão. — Morgana LeFay era um fada negra. — Eu complemento, fazendo o olhar confuso se esvair.

— Você é estranha. — Ele me diz, me fazendo dar de ombros e concordar com a cabeça, poucos minutos depois ele estaciona na frente de casa.

Eu tiro o cinto e agarro a mochila, me preparando pra sair, mas então James tranca as portas e faz com que eu o encare com tédio.

— São três e trinta e dois. — Ele anuncia, eu tento entender qual o propósito. — A babá de Vivi fica até as cinco e meia, eu estarei de volta às seis, no máximo seis e meia, você cuida da Vivi no tempo que estiverem sozinhas?

— Sim, é claro. — Eu concordo rapidamente.

— Trarei o jantar quando voltar, alguma preferência? — Ele me questiona apaziguador.

— Qualquer coisa está bom pra mim. — Eu dou de ombros.

— Se comporte. — Ele diz por fim, então destranca as portas para que eu desça e em seguida dá partida para longe.

Eu caminho pela passarela que corta o jardim até a porta de casa, a destranco e entro, deixando a jaqueta no cabideiro e minhas chaves no gancho atrás da porta.

Encontro Vivi e Kimberly, a nova babá, em quem só pude dar uma olhada de relance hoje de manhã, na cozinha, elas estão fazendo biscoitos juntas.

— Oi. — Eu anuncio minha presenta, Vivi que está suja de chocolate se joga em mim sem se importar de me sujar.

— As! — Ela diz alegre. — Kim e eu estamos fazendo biscoitos de chocolate com forma de bichinhos.

— Que legal, Vivi. — Eu digo, apanhando-a no colo para que se desgrude das minhas pernas.

— Espero que não se importe. — A babá diz, ela tem traços indígenas, o que indica que é moradora de La Push, isso me deixa tensa depois do ocorrido na escola, mas duvido que a garota pequena e de aparência gentil tenha algo a ver com os transmorfos Quileutes.

— Tudo bem, eu adoro biscoitos. — Eu digo, me forçando a soar gentil, assustar a única babá decente que James conseguiu encontrar às pressas não é algo que eu queira.

— Vivi e eu almoçamos macarrão com queijo, ainda há um pouco na geladeira se estiver com fome. — Ela me avisa, sendo bem prestativa.

— Não estou, mas obrigada. — Eu digo à ela. — Vou estar no quarto estudando se precisarem de algo, tudo bem?

Coloco Vivi novamente na banca ao lado de Kim e a criança logo volta à enfiar suas mãozinhas na massa.

— Mas vai descer pra comer meus biscoitos, certo? — Vivi questiona, sem tira os olhos de um pequeno molde de biscoitos com formato de elefante, eu me lembro de quando James os comprou no ano passado, para que fizéssemos biscoitos de Natal. Nós três deixamos com que todos queimassem, desde então as forminhas nunca mais foram usadas.

— É claro, então não devore tudo sem mim. — Pisco um olho pra ela, em seguida aceno pra Kim e subo para o meu quarto.

Lá em cima eu apanho um par de roupas mais confortável: Shorts de tecido leve na cor azul bebê, camiseta branca de mangas longas e um par de meias com estampa de gatinhos. Devidamente confortável e aquecida, eu apanho uma das três caixas de papelão que estão enfiadas debaixo da minha cama e apanho o primeiro diário.

O diário pertenceu a um tal de Winscott Astrobours, ele viveu em 1876 e não parecia saber nada de útil, nem sobre os Quileutes e nem sobre nada, na verdade a maior parte das páginas do diário falavam sobre seus sentimentos por uma garota chamada Primrose, que o rejeitou repetidas vezes, eu mesma não podia culpá-la, as palavras de Winscott faziam-no parecer um paspalho sem noção.

Depois de quase uma hora de enrolação, eu bufei e pulei às páginas até chegar perto do fim, afim de descobrir o desfecho, era bem trágico para Winscott e eu não podia dizer que não era merecido: Enfurecido por ser rejeitado tantas vezes, meu antepassado paspalho achou que era uma boa ideia dar à Primrose uma poção do amor, mas ele acabou sendo pego pelo noivo da garota, que o desafiou para um duelo com pistolas, e foi assim que a vida medíocre dele acabou, uma bala enfiada no meio da testa.

Que poético, pensei com ironia.

— Que bom que você tinha pelo menos uma dezena de bastardos pra continuar a linhagem. — Eu dou um risinho, dando um tapinha na capa de couro do diário enquanto o fecho e o deixo de lado.

Parto para o próximo diário e pela próxima hora eu leio sobre a vida de Andrômeda Astrobours, aparentemente uma das bastardas de Winscott, ela foi forçada pelos pais adotivos a se casar com um homem religioso e teve que aprender a fazer magia na surdina para não acabar queimada na fogueira, a história dela é cheia de drama e sofrimento, e ela fala de feitiços que me parecem úteis, mas nada sobre os Quileutes, Andrômeda está muito à frente na linha do tempo se comparada à época em que os Astrobours deixaram La Push. Deixo o diário dela de lado, gostando de saber que Andrômeda fugiu do marido com seus dois filhos e encontrou seu clã e verdadeira família após uma longa jornada, lá ela aprendeu ainda mais sobre si mesma e se tornou uma ótima bruxa, ensinando à seus filhos tudo que sabia.

Reviro a caixa outra vez, procurando pelo diário mais antigo, encontro um que já está muito desgastado e que não tem uma data específica, apenas um nome na contracapa que me faz gelar. Mary-Anne Astrobours. A bruxa traidora.

Eu já havia lido sobre ela em outros diários, Mary-Anne era uma figura constante em quase todos, ela era citada como uma das bruxas mais poderosas de nossa linhagem, sua morte trágica impediu o que muitos dos meus ancestrais chamavam de um futuro brilhante na magia, mas eu nunca havia notado aquele diário em particular em meio aos outros, se eu soubesse que o tinha, teria lido antes.

Antes que eu tenha a chance de folhear mais do que algumas páginas, do que parece ser uma Mary-Anne bem jovem contando sobre como sua magia é poderosa, alguém bate na porta e eu deslizo o diário pra debaixo do travesseiro antes de me erguer e caminhar até ela.

— Já está no meu horário. — Kim me avisa, Vivi está em seu colo e eu prontamente a seguro em meus braços.

— Aqui é meio longe da reserva e eu não vi nenhum carro na entrada quando cheguei. — Eu digo, franzindo as sobrancelhas preocupada. — Você tem como chegar até lá?

Naquele momento eu decidi que pedir à James por um carro era uma boa ideia, tinha certeza que meu padrinho não se incomodaria se eu usasse parte da minha herança para me tornar capaz de me locomover por aí de maneira independente. Ou talvez ele se incomodasse, me ver zanzando livremente por aí não era exatamente o sonho dele, não quando minha habilidade de me meter em problemas é enorme.

— Não se preocupe, meu namorado está aí fora. — Ela diz sorrindo.

— Tudo bem, eu te levo até a porta. — Eu digo, colocando Vivi no chão e segurando-a pela mão, desço novamente para o andar debaixo e destranco a porta para Kim, deixando-a passar antes de sair na varanda também. — Vivi adorou você.

— Eu a adorei também. — Kim parece verdadeira, estica a mão para bagunçar o cabelo de Vivi, que sorri alegremente. — Amanhã no mesmo horário, certo?

— Isso mesmo. — Eu afirmo, apesar de saber que James há havia combinado todos os horários com Kim anteriormente. — Até mais.

— Até mais, Astra. — A garota Quileute se despede, então se volta para Vivi, que ainda está agarrada em minha mão. — Até amanhã, Vivi.

— Tchau Kim! — A criança diz em resposta, acenando enquanto Kim se afasta.

Eu finalmente movo meus olhos na direção da caminhonete meio acabada que está parada em frente a casa e o que vejo diante dos meus olhos só pode ser piada.

Xingo baixo, quando me deparo com olhos escuros que me encaram com apreensão, eu não sei como sei que o garoto atrás do volante é um dos transmorfos que me atacou, mas todos meus sentidos dizem que não estou enganada, e que aquele cara no volante pode se transformar em um lobo gigante.

Vejo quando a caminhonete se afasta, mas mesmo quando já não estão mais à vista eu continuo estática e sem saber o que fazer.

— Astra, vamos entrar. — Vivi me desperta do transe, puxando minha mão na direção da porta.

Deixo que ela me arraste até a cozinha e me empurre seus biscoitos de chocolate, olho na direção do prato, encontrando um dos biscoitos com formato de lobo. O apanho. E arranco a cabeça de chocolate dele com uma mordida violenta.

Dou risada sozinha, pensando na grande ironia que minha vida é. O mundo não é assim tão pequeno para que eu não pare de me encontrar com lobos assassinos.

— Do que está rindo? — Vivi me questiona, um biscoito de macaco em suas mãos, enquanto mastiga um outro e fala de boca cheia, numa clara demonstração da falta que uma presença materna fez um sua vida nos primeiros anos. Eu que não tentaria corrigi-la agora.

— Edward Murphy só não sabia de uma coisa. — Eu digo à ela. — Quando se trata da minha vida, se nada pode dar errado, ainda assim, tudo dá errado.

— Que? — Ela solta, confusa, enfiando o biscoito de macaco inteirinho em sua boca logo em seguida.

Eu não respondo, só sigo o seu exemplo, e termino o biscoito com formato de lobo com mordidas mais violentas que o necessário.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Witch Bitch" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.