A Mesma Sensação escrita por Loreh Rodrigues


Capítulo 8
Pouco Tempo (+18)


Notas iniciais do capítulo

⚠️ ALERTA ⚠️
Capítulo com descrição do ato sexual.



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 Y si nos quedara poco tiempo
Si mañana acaban nuestros días
Y si no te he dicho suficiente
Que te adoro con la vida

Y si nos quedara poco tiempo
Y si no pudiera hacerte mas el amor
Si no llego a jurarte que nadie puede amarte más que yo 

Si nos quedara poco tiempo - Chayanne

***

Nenhum dos dois precisou de palavras antes de se lançarem nos braços um do outro e de se beijarem com todo o ardor contido em suas almas e no âmago mais oculto de seus corpos sôfregos. Estavam aflitos por aquele sentimento de pertencimento, de desejo, de entrega, de amor. Ao mesmo tempo, suas peles queimavam em brasa para que, em seus corpos, eles contentassem suas almas desejosas e desassossegadas.

Levou pouco tempo desde o início daqueles beijos abrasadores e o momento em que, com o corpo entrelaçado no de Victoria, o braço de Heriberto varrera a sofisticada mesa de seu consultório onde ele acomodou sua musa sentada e começou a desabotoar a roupa dela com uma urgência desesperada enquanto a encarava com um desejo voraz nos olhos fixos nos dela que a deixavam transparente diante dele.

A pele de Victoria tremia de paixão como na primeira vez que ele a tocara naquele quartinho simples da casa de sua mãe ou quando, na sala da presidência de sua empresa, meses antes, eles finalmente deram asas àquela paixão que os consumia dia-a-dia deixando-se serem guiados somente pelo desejo. Heriberto se sentia um selvagem com todos aqueles desejos indomáveis aos que ele não tinha outra alternativa senão obedecer e, muito menos, queria resistir.

As roupas ficaram espalhadas pelo chão enquanto eles se movimentavam impetuosos sobre aquela mesa completamente despreocupados com o conforto que ela não lhes proporcionava e que eles nem sequer precisavam, o único aconchego que eles realmente necessitavam era comprazer aquele desejo que os guiava, os conduzia e os consumia esgotando seus corpos ao mesmo tempo em que os revigorava.

Quando Heriberto introduziu o pênis na entrada de Victoria, ela sentiu mais que prazer, sentiu alívio como se finalmente contentasse a necessidade de uma alma apaixonada que tinha tido o coração despedaçado e precisava daquilo para se reconstruir, para se sentir novamente no controle de si mesma e de sua vida através de uma paixão demasiado mal resolvida.

A cada estocada, e do efeito desse movimento em suas terminações nervosas e em suas circulações sanguíneas, Victoria e Heriberto sentiam naquele tesão que finalmente começavam a solucionar aquele conflito monumental que os havia separado e devastado, que não poderiam produzir tanta paixão se não houvesse mais, muito mais entre eles, toda a amplitude abrigada em um sentimento como aqueles.

Foram ao céu em minutos, e aquele evento os deixou momentaneamente satisfeitos, mas extremamente conscientes de que precisavam de mais, muito mais do que aquilo, precisavam de tudo o que o desejo e a paixão proporcionam, precisavam sentir e viver seu amor tão injustamente interrompido e que, à despeito de tudo, vivia e pulsava em seus corações e em suas almas mais real do que nunca.

***

— Oh, céus, Victoria, como eu precisava disso. Como eu precisava de você. — Disse Heriberto enquanto ambos terminavam de se vestir depois daquele furacão aproximando-se dela como que atraído pelo seu cheiro do qual não conseguia se manter distante e, muito menos, depois de tanto ardor.

— Eu também precisava. — Confessou ela desfrutando da sensação de sua respiração sobre seu pescoço por entre seus cabelos alvoroçados depois de toda aquela paixão.

Por dentro, pedia aos céus para que ele não tivesse se dado conta da alteração em seu corpo ou, que pelo menos, caso houvesse percebido, imaginasse que ela apenas havia engordado um pouco já que os sinais de sua gravidez ainda eram sutis apesar das catorze semanas, mas, para um observador atento, já se podia notar e mais, quando ela estava nua. Ainda não queria dizer a ele, estava completamente apaixonada como no primeiro dia de sua relação, mas não conseguia confiar nele, não é fácil reconstruir um coração destroçado pela quebra de confiança da única pessoa de quem ela nunca esperara aquela traição.

— Tem... Alguma coisa diferente em você, eu não sei explicar, você está mais bonita, mais radiante... — Ele esperou ela terminar se vestir e fez o comentário que ela não queria ouvir.

— Mais gorda, você quer dizer. — Ela o interrompeu nervosa. — E esse é um dos principais motivos pelos quais eu não posso perdoar você! Você me abandonou, me deixou deprimida, eu me entupi de porcarias e esse é o resultado. — Recriminou-o tentando se retirar de evidência.

— Não é isso. — Ele divergiu. — Você é linda de qualquer maneira, Victoria, tem algo que te difere de todas as mulheres... Quando eu te olho, eu vejo muito além do seu corpo e é justamente em sua alma, em sua aura que eu estou vendo algo de diferente. Eu te amaria com qualquer aparência e o que eu estou vendo vai muito além disso. Victoria, você nunca esteve tão bonita e é isso que eu notei. — Ele disse com aquela voz sexy que sempre a deixava com as pernas trêmulas.

— Vamos deixar de bobagem que temos muito que conversar. — Ela respondeu levemente emocionada. Heriberto sabia muito bem usar as palavras para comovê-la e ela não queria se mostrar tão vulnerável assim naquele momento. Uma coisa era fazer sexo com ele, outra coisa era se deixar envolver por seu jeito genuinamente sedutor ao que ela não sabia resistir. — E você deve ter pacientes a atender, ou estou enganada?

— Coincidentemente hoje eu não tenho nenhum paciente pela manhã, tenho todo o tempo do mundo para você. — Ele respondeu sorrindo acomodando-se no sofá do consultório ao lado dela.

— Você me disse para eu ficar atenta, para investigar. Eu estou muito preocupada com minha filha, Heriberto, o pai dela morreu e eu tenho um pressentimento de que ela está entrando na mesma arapuca que Osvaldo sem nem sequer se dar conta e... — Levantou os olhos e titubeou com medo de mostrar aquela fragilidade que lhe interessava esconder — você também.

— Você faz muito bem em se preocupar com Fernanda porque quem matou Osvaldo foram os mesmos criminosos que tinham interesse em te destruir e, com certeza, querem te tirar tudo, inclusive sua empresa nem que tenham que fazer isso através da menina. — Ele confirmou a preocupação dela. — Quanto a mim, não se preocupe. Eu estou exatamente onde eu quero estar e eu sei me defender.

— Eu posso imaginar como você se defende de Bernarda. — Recriminou-o ela sem receio de soar hostil. Pelo contrário, queria que Heriberto soubesse o quanto lhe doía saber que ele estava casado e vivendo na casa daquela mulher que, agora ela sabia mais do que nunca, era capaz de tudo.

— Victoria, eu não me casei com Bernarda por minha própria vontade, mas agora já estou lá e não é tão simples contrariá-la, acho que você já sabe. — Ele suspirou ao refletir sobre tudo aquilo. — Eu quero te proteger. Quero ajudar sua filha, mas não posso abandoná-la e escancarar isso que aconteceu aqui porque seria o fim. Seria o fim e isso eu não poderia suportar. Fora da casa de Bernarda eu não posso te proteger.

— Eu imagino. — Não conseguia acreditar completamente nele na mesma proporção em que não conseguia duvidar por completo de suas palavras. — Bernarda tem um espião na Casa Victoria e eu acho que sei quem é.

— Pedro Tavares. — Ele completou.

— Você sabia? — Indagou ela esquecendo-se por um segundo que eles já não tinham mais um compromisso e não se deviam nada. — Sabia e não me disse nada?

— Eu só soube ontem à noite. — Esclareceu Heriberto. — Eu o vi... ou melhor, o ouvi na casa de Bernarda. Quis te ligar, mas tenho certeza que não é seguro, que Bernarda monitora cada passo meu, vou comprar outro telefone. Victoria, ele trabalha para Bernarda há seis meses.

— Meu Deus! — Victoria levou a mão a boca recordando as desconfianças de Antonieta. — Heriberto, Antonieta acha que Fernanda e Pedro estão envolvidos, que ele a está utilizando para me manter longe do controle de minha empresa. Esse rapaz é o diretor financeiro da Casa Victoria, ele pode levar minha empresa à bancarrota e, se Fer realmente estiver apaixonada por ele, isso pode acontecer facilmente. Além disso, ele pode até... não! Não quero nem pensar.

— Tranquila, Victoria, tranquila. — Heriberto tentou acalmá-la abraçando-a. — Nós vamos conseguir reunir provas contra Bernarda e ajudar Fernanda a se livrar de todos esses riscos. Eu prometo!

— Você promete? — Ela indagou olhando nos olhos dele. — Promete me ajudar a desmascarar essa bruxa de uma vez por todas? Heriberto... eu preciso de você. — Confessou com aquela vulnerabilidade que queria tanto esconder.

— Prometo! — Ele exclamou completamente seguro. — Eu sei que depois de tudo que aconteceu é muito difícil, mas te garanto, Victoria. Você pode confiar em mim e, principalmente, você pode contar comigo. Você não está sozinha!

Victoria suspirou esperando o beijo desejado e necessário quando o telefone que conectava a mesa de Heriberto à sua secretária tocou interrompendo aquele momento tão único e sublime que eles estavam há meses desejando.

— Você não disse que não tinha nenhum paciente? — Estranhou Victoria se virando.

— Não tenho. Deve ser outra coisa. — Ele disse apertando o botão que atendia ao telefone já no viva voz. — Pois não, Marina?

— Doutor Heriberto, sua esposa está aqui, o senhor ainda está com a paciente ou posso deixá-la entrar? — Disse Marina sem ter consciência do furacão que suas palavras provocavam.

***


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