Dark End Of The Street escrita por Minerva Lestrange


Capítulo 4
Amargor




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Quando Nora estava, era diferente e repleto de brinquedos espalhados pelo chão. Quando as coisas iam bem com Iris, era iluminado e havia sempre alguma boa comida sendo preparada, acompanhada de um bom vinho. Branco, como ela gostava. No entanto, o apartamento estava silencioso e bastante escuro ao abrir a porta e jogar as chaves sobre o aparador de madeira, que havia bem ao lado da mesma.

Então, assim que passou a sala, notou a mulher sob a luz de um abajur, encolhida em um sofá próximo à janela, na extremidade da sala de estar. Ela o encarou no mesmo instante, levantando a cabeça dos joelhos, desfazendo a pose preocupada ao ver Nora em seus braços, acordada, alimentada e bem.

— Ei.

Não sabiam como continuar além disso, pois havia coisas demais a dizer ao mesmo tempo em que ambos se recusavam a dizê-las e, possivelmente, machucarem-se mutuamente. Então, a mulher levantou-se e encaminhou-se até ele, sorrindo verdadeiramente para a menina em seu colo, que pareceu querê-la instantaneamente.

— Olá, bebê. – Iris amassou um beijo no rosto da menina. – Como foi seu dia? Você está tão cheirosa...

Obviamente, a mulher o ignorou e seguiu para o quarto da menina, onde a daria o banho quente que ela gostava e, finalmente, a amamentaria, pois Iris fazia questão de manter esse contato. Respirando fundo, deixou a mochila de Nora em seu quarto decorado em amarelo e branco e seguiu para a própria suíte. Precisava de um banho, precisava relaxar e, mais do que qualquer uma dessas coisas, dormir sem sonhar.

Mais de uma hora depois, após ouvir Iris andar pelo apartamento conversando com Nora e ouvindo suas respostas enroladas, o silêncio se fez presente. Sabia que a menina dormiria rapidamente, pois o dia havia sido agitado. Para além do parque e do balanço que adorava, haviam percorrido longas distâncias usando a super velocidade, o que sempre a deixava cansada.

Notou que não tinha qualquer intenção de contar a Iris onde haviam ido ou de contar a ela como havia sido seu dia. Não variava muito, é claro, pois nos últimos tempos estava sempre recebendo uma reprimenda pela falta de atenção ou o mal humor, inclusive dela, o que o afastava de todos. Então, era melhor que ficasse em silêncio e evitasse qualquer atrito.

Checando o celular, respondeu as mensagens de Kara e Cisco, ignorando deliberadamente todas as relacionadas ao trabalho na delegacia. Havia saído mais cedo e teria muito que explicar no dia seguinte, pois parecia ter perdido uma emergência forense em seu horário de expediente, mas não tinha cabeça alguma para pensar nisso, pois Iris abriu a porta lentamente, olhando-o de maneira cautelosa antes de se sentar aos pés da cama.

— Acho que devemos conversar.

Anunciou após alguns momentos, onde simplesmente aguardava. Sabia que não deixaria passar o que dissera, afinal Iris não era do tipo que evitava conflitos. Ela os resolvia, para bem ou mal. Barry, porém, não queria enfrentá-la nesse momento, sequer nessa noite. Ainda não sabia porque dissera aquilo e não queria tomar qualquer decisão até certeza do que sentia, tanto em relação à sua mulher quanto a si mesmo. Contudo, Iris não parecia disposta a lhe dar qualquer tempo e, racionalmente, sabia que ela não deveria: havia sido compreensiva o suficiente até então.

— Não quero dizer algo que poderei me arrepender amanhã, Iris.

— Você não precisa. – Mais ou menos de perfil, podia ver os dedos passeando nervosamente uns pelos outros. – Já disse o suficiente. Na verdade, vem dizendo há um bom tempo, mas eu não queria enxergar.

— Iris... – Encarou o teto, buscando as palavras certas. – Não há qualquer significado a mais naquilo que venho fazendo. Não há um sinal em minhas decisões, essas coisas não existem.

— Pode achar que não e pode não ser intencional, mas eu vejo esse recado insistente para me afastar.

— Não... Não é nada disso.

— Então, o que é, Barry? – Ela finalmente o encarou, realmente esperando que tivesse algo a dizer, lhe dando aquela chance. E, enquanto a via despencar inteira por não ter qualquer desculpa a dar, balançou a cabeça, pensando naquela miríade de imagens, que o assolava inesperadamente em horas impróprias. – Está vendo? Eu vejo em todos os seus gestos, Barry. Você não é mais o mesmo e isso faz com que nós também não sejamos.

— Era de se esperar que essas coisas acontecessem, certo? – Tentou. – Com o tempo, com tudo o que aconteceu...

— Sim, mas não dessa forma. Eu não estava preparada para tê-lo pela metade. – Ela o calou, como sempre fazia desde que era possível se lembrar, e Barry encarou os lençóis bonitos e macios por um tempo, ambos alimentando o silêncio um tanto perturbador até que a voz dela voltou a soar embargada. – Você estava certo, no fim das contas. Precisamos de um tempo para colocar as ideias no lugar.

— Não! Não temos que dar um tempo, aquilo que eu disse foi completamente estúpido! – Colocou-se de pé, aproximando-se sem hesitar dessa vez, segurando o rosto dela com delicadeza. Era familiar, era o certo a fazer. – Eu amo você, tenho certeza sobre você, sobre nossa família.

— Eu te amo também. – Ela se levantou, sem fazer força para se desvencilhar ao mesmo tempo em que se mostrava completamente indiferente ao toque, pois estava mais concentrada em todas as ideias, que colocara em ordem enquanto Barry estava fora. – Mas você soa como se... Como se quisesse ter certeza, mais do que realmente tem. Eu não sei, Barry. Não sei aonde podemos ir depois disso.

— Iris! – Chamou, um pouco estupefato quando a mulher tirou as mãos dele de seu rosto e se afastou. – Se dermos esse tempo, podemos nunca mais ser os mesmos, podemos... Podemos nunca mais voltar.

— Eu sei. – Inconformado, mas também bastante anestesiado pela ideia abrupta a viu encaminhar-se até a porta novamente, enxugando uma lágrima e balbuciando. – Eu vou dormir no quarto de Nora.

Barry ainda perdeu alguns segundos encarando o lugar em que a camisola na cor champanhe desapareceu esvoaçando atrás dela até que se sentou na cama, completamente impotente. Estendendo uma das mãos, percebeu que seus dedos tremiam descontroladamente e, por isso, apertou-os uns contra os outros enquanto respirava fundo para controlar sua respiração. Era como sentir tudo desabando ao redor sem que tivesse qualquer controle e sem que pudesse fazer muito, pois o Flash de nada adiantaria no momento em que seu casamento se desfazia como areia sob suas convicções.

*

A ideia de ficar no apartamento de Cisco o relutou desde o início, mas não poderia simplesmente continuar em sua casa, como se nada houvesse acontecido. O clima com Iris parecia cada vez mais pesado sempre que a via e conversavam, o que acontecia somente para tratarem de assuntos relacionados à Nora. Decidiram que a pequena ficaria na creche que a rede de delegacias estaduais mantinha, o que lhes concedia mais tempo livre, mas não mais tempo juntos, pois agora quando se aproximavam estavam sempre buscando as palavras corretas para não machucarem um ao outro.

No entanto, considerando que o panorama geral era uma droga, ficar com Cisco não seria tão ruim assim. Por isso, agora estava jogado em um dos diversos sofás da sala do apartamento enquanto o ouvia discutir com algum adversário atrevido de seu costumeiro jogo online. Havia uma estação inteira com três grandes telas de computadores ali apenas para que o engenheiro pudesse alimentar seu vício nada saudável e, estando ali apenas por alguns dias, percebeu que ele passava horas distraído.

Por um lado, era ótimo. Realmente não queria colocar em discussão sua situação amorosa, estava cansado de todo o desgaste e noites sem dormir que isso lhe causava desde que saíra de seu apartamento e se hospedara ali, a fim de procurar um lugar para ficar indefinidamente, já que não podia morar em hotéis. Por outro lado, era terrível parecer só o tempo todo. Dividia seu tempo entre a CCPD e o Laboratório, onde só conseguia falar de trabalho e, por isso, sentia-se exausto.

Não era normal que se deixasse ser tão dependente de Iris, agora via. Deveria ter uma vida, que não a envolvia, afinal eram casados e eram pais, mas não soava saudável que seu mundo girasse em torno dela, como havia acontecido por tanto tempo. Praticamente deitado no sofá, apenas olhando sem realmente ver as imagens do jornal, levou o punho fechado à testa, notando que haviam chegado a esse ponto muito antes, quando a mulher passara a fazer parte do time.

Tempos depois, ela resolvera voltar à sua profissão de origem, àquilo que amava fazer, porque era mais simples, porque não queria ser resumida à jornalista que ajudava o Flash. Iris não precisava dizer, mas sabia que era muito mais do que isso e merecia reconhecimento para além das matérias relacionadas ao herói. Um mundo de verdade acontecia todos os dias lá fora, um mundo que não envolvia meta-humanos ou acontecimentos que colocavam a vida de sua família em risco.

Ficar sozinho era uma droga, no fim das contas. Seus pensamentos, cortados apenas pelos urros e xingamentos indignados de Cisco, podiam se mostrar perturbadores demais para a própria sanidade. Então, a campainha soou alta e, com um suspiro enfadonho, deixou a garrafa de cerveja que esquentava em sua mão sobre a mesinha de centro, verificando sem pressa pelo olho mágico quem tocava.

Caitlin, arregalou os olhos levemente para si mesmo, pois havia postergado contar a ela sobre o desastre de seu casamento. Porém, notou que demorou muito para abrir a porta quando ela tocou a campainha novamente e, finalmente, fechou os dedos sobre a maçaneta, girando-a com facilidade para vê-la estreitar os olhos imediatamente o fato de não ser Cisco ali. Ela correu os olhos por suas roupas desleixadas, as meias nos pés e os cabelos desgrenhados, levantando as sobrancelhas ao encará-lo novamente.

— Barry. – Ela apertou a sacola rosa pink junto ao peito. – O que está fazendo aqui?

— Longa história.

— Eu tenho tempo. – A mulher passou por ele enquanto coçava a nuca, sem jeito. Contar a Caitlin sobre o que acontecera não fora uma opção desde o princípio, pois ela sempre o lia tão facilmente, que chegava a ser constrangedor. Fechou a porta, observando-a acender as luzes apagadas, abrir a sacola com familiaridade e guardar um pote de sorvete no congelador, ao mesmo tempo em que abria uma garrafa de cerveja, daquelas caríssimas que Cisco mantinha na geladeira e Barry não poderia pegar em hipótese alguma, e aproximava-se do engenheiro, retirando o fone de ouvido para lhe falar. – Oi Cisco, você já pode me contar por que há uma mala com roupas do Barry no corredor que dá para o banheiro.

Virou os olhos para a direção em que ela apontava, notando a mala revirada, não muito surpreso que houvesse feito e notado tantas coisas ao mesmo tempo. Viu Cisco sorrir, sem graça, mas ainda sem desviar os olhos do jogo, uma vez que não poderia parar de jogar naquela modalidade online.

— Er... Barry está entre nós e pode falar por si mesmo?

— Vocês são uns idiotas. – Ela inclinou-se para mais perto de Cisco. – Há três dias os ouvi discutindo uma lista de compras de supermercado.

Suspirou derrotado e sem qualquer argumento a discutir sob o olhar insatisfeito de Caitlin sobre ele, mal notando que Cisco enrijecera em desconforto pela perspicácia dela – ou a falta de noção deles.

— Então, só estava nos dando tempo para que contássemos por nós mesmos.

— Sim! - Encaminhou-se em direção ao sofá novamente, percebendo-a se sentar ao seu lado, colocando as cervejas de ambos sobre porta-copos, que impediriam o estrago completo da mesinha de centro de Cisco. – O que está havendo?

— Não sei exatamente por onde começar. – Iniciou lentamente, ciente de que não seria humanamente possível tentar fugir do olhar analisador, do tom suave e da compreensão de Caitlin Snow. – Houve o momento da Crise, mas não faz nenhum sentido usá-lo para justificar isso... E há também... Uma vida de casal, que não funciona, se somos pais e pessoas que trabalham combatendo o mal e... Algumas outras coisas também...

— Que coisas?

— Er... Tudo está um pouco nebuloso ainda. – A encarou rapidamente, antes de tomar um gole da cerveja e terminar engolindo o líquido numa careta, pois detestava cerveja quente, mas, mais ainda, o fato de álcool não surtir qualquer efeito em seu corpo.

— Está tentando... Tripudiar? – Ela tentou, apoiada no encosto do sofá, completamente voltada a ele. – Porque não está funcionando.

— Eu sei! – Concordou desesperadamente e bufou, deixando o corpo cair sobre o sofá novamente, exatamente como estava antes da chegada dela. – Meu casamento está uma droga há meses, sou miserável como marido e como pessoa e Iris acha que não a amo, porque pedi um tempo para tentar... Melhorar as coisas de alguma forma.

— Um tempo.

Teve de abrir os olhos, os quais fechara após um suspiro insatisfeito, para vê-la arregalar os dela e tomar um grande gole de cerveja. Não queria pensar muito sobre o que a reação significaria, mas não parava de vir à sua mente que Caitlin, geralmente, estava certa. Sobre qualquer coisa, em qualquer situação. 

— Acha que estou errado também. – Concluiu farto, no que ela suspirou, voltando a encará-lo com sua típica condescendência preocupada.

— Bem, sempre julguei que fossem o tipo de casal que não pediria por tempo. – Caitlin comentou em tom baixo. – Porque, vamos combinar, vocês não têm muito para dispor, certo?

— Não é como se quiséssemos perder tempo discutindo, quando podemos estar bem sendo um casal, sim. – Cruzou os braços. – Exceto que também somos muito bons em discutir e culpar um ao outro por coisas que estão acima de nós. Não estávamos sendo o que éramos nos últimos meses.

— Especificamente...?

— Desde a Crise. Antes de Nora, antes de... Tudo.

A mulher, então, manteve-se em silêncio por algum tempo, como que conjecturando sobre como poderia ajudá-lo, talvez clinicamente falando, embora não soubesse dizer. No entanto, quando resolveu falar, estendendo uma das mãos para apertar um de seus ombros, não se tratava de qualquer diagnóstico médico.

— Sinto como se nunca fosse deixar isso para trás.

Barry também sentia. Pior, sentia em cada poro seu a presença da Força de Aceleração pressionando-o para um caminho desconhecido, algo que claramente relutava, pois não queria ser manipulado novamente. Já fazia mais de um ano e a sensação de amargor em sua boca ainda era a mesma de quando conseguira retornar. Queria poder passar uma borracha naquele período de sua vida e nunca mais tirá-la.

— Não há como deixar para trás o fato de ter visto e revisto as pessoas que amo serem mortas, repetidamente, por todo o multiverso. – Tapou os olhos com as mãos, realmente tentando não pensar sobre, mas cedendo como cedia mesmo em sonhos, contra sua vontade. – Todas as possibilidades, todas as formas possíveis... Não consigo tirar da minha mente, Caitlin.

— Isso está te deixando um caco. – Sequer pôde discutir, pois sabia que era verdade. – As coisas vão entrar no eixo, com ou sem Iris.

— Como...? – Como fazer o mundo girar sem Iris ao seu redor? Não completou e teve a impressão de que a doutora sabia que a que se referia. No entanto, não era sua intenção soar tão derrotado assim. – É que... Tudo parece muito fora de lugar, ultimamente.

— Mesmo Nora? – Barry negou rapidamente.

— Não! Nora deixa tudo melhor. É como se houvesse tantas possibilidades agora que ela está entre nós, que fico sempre pensando... O que pode vir a seguir, o que é empolgante. – A encarou tentando um sorriso, mas que deve ter saído meio desolado a julgar pelo olhar examinador dela. – Isso é bom, certo?

— Sim. Você deveria se concentrar nisso, no que Nora leva de bom à sua vida, não em tudo que houve naquele momento. Barry, você merece isso, tanto quanto todos os outros. – Caitlin apertou seu ombro mais uma vez e se levantou, levando as garrafas de cerveja de ambos até a pia e voltando da pequena cozinha com o pote de sorvete de chocolate, com gotas de chocolate e cobertura de caramelo, embora fosse a única que fizesse questão desse sabor de calda. – Acho que a noite de hoje pede algumas calorias a mais.

Ela lhe entregou uma das três colheres após chamar a atenção de Cisco e sentou-se ao seu lado, abrindo o pote e retirando os sapatos para colocar os pés sobre a mesinha de centro, imitando-o.

— Isso não parece estar dentro da regra “Comidas Calóricas Apenas em Viagens”. – Constatou, desviando a colher da calda dela. Cisco e ele detestavam caramelo. A viu sorrir, dando de ombros sem se importar, enquanto levava a grande colher à boca.

— Sempre posso ir à academia. Posso fazer sacrifícios por amigos, ainda que eles não mereçam por esconderem coisas de mim.

Teve a decência de parecer minimamente arrependido e estava um pouco, afinal não fosse ela ainda estaria ali amargando em pensamentos conturbados e possibilidades caóticas. No entanto, Caitlin sempre parecia ter o poder de deixar as coisas mais leves com uma palavra no lugar certo e um olhar calmo, ainda que analisador. Por isso, a cutucou com o cotovelo, já que estavam grudados mesmo para tomar o sorvete.

— Ei, sinto muito por isso. Eu só não queria... Não queria que me jogasse à realidade, como sempre faz, eu acho. – Inclinou-se na direção dela para abaixar o tom. – Você será a primeira a saber da próxima vez.  

— Não espero menos que isso, na verdade, pois sou eu que estou quebrando minha dieta por você.

— Parece tão arrependida por isso. – Comentou ironicamente, no que ela confirmou sem qualquer vergonha e voltou-se para trás do sofá, encarando as costas de Cisco.

— Você vai perder o sorvete e a maratona do Al Pacino para ficar discutindo com crianças de 11 anos na internet?

Barry riu, pegando mais sorvete sem se importar com ela apoiada em seu ombro para discutir com o engenheiro, que dizia estar prestes a ganhar uma partida importante e se juntaria a eles assim que possível. A viu revirar os olhos enquanto buscava o controle e colocava o próximo filme da lista que haviam feito semanas antes, mas não tiveram qualquer oportunidade para começar. O universo colocaria tudo no lugar, ainda que os eixos não fossem aqueles que conhecesse.


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