Dark End Of The Street escrita por Minerva Lestrange


Capítulo 19
Ir Realidade




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Eles andaram pela loja de brinquedos do shopping sem pressa. Barry não estava com a mínima vontade de lidar com todas aquelas pessoas e crianças de variadas idades correndo animadamente de um lado a outro entre as prateleiras altas e extremamente chamativas do lugar, mas Caitlin dizia querer encontrar algo realmente especial, não um brinquedo de plástico que iria deixar Nora estúpida.

Então, somente pode acompanhar o passo lento enquanto a doutora encarava a tudo com atenção e criticidade. Sabia como ela poderia ser criteriosa a respeito da maioria das coisas, mas não a ponto de levar a compra de um brinquedo tão à sério. O valor não importava, mas nada parecia agradá-la o suficiente a ponto de considerar como um presente.

Daí, pôde constatar que ela sentia falta de Nora e que, em nenhuma das ligações, a pequena estava presente. Eles cuidavam tanto uns dos outros, como um time, que isso passara a incluir Nora naturalmente, pois a bebê era parte dele, talvez a mais importante e todos gostavam de uma criança para aliviar os ânimos no laboratório quando precisavam deixar de lado os problemas.

— Tem certeza que vai encontrar algo ideal na seção de Harry Potter?

— Eu não sei, estou conhecendo as minhas possibilidades.

Caitlin respondeu com veemência abrindo os braços em direção às enormes prateleiras e Barry escondeu as mãos nos bolsos da jaqueta em um suspiro vencido.

— Você é a pior cliente do mundo. Sinto que, em algum momento, irá chamar algum órgão de fiscalização ou acionar os direitos do consumidor. – Ela somente revirou os olhos e continuou o caminho aleatoriamente. – A maioria das pessoas vêm a essas lojas para se divertirem e você está traçando um plano de compra como se fosse uma cirurgia.

— Não estou.

Barry observou o perfil dela até notar os lábios juntos em uma linha reta, detestando ter que dar o braço a torcer a ele, pois era exatamente o que vinha fazendo. No entanto, o que mais lhe chamou a atenção naquele momento foram os olhos, brilhantes ao serem iluminados pelas luzes amarelas de um brinquedo que ela examinava na prateleira, na ponta dos pés. Estavam em um castanho bonito, muito claro, perfeitamente em sincronia com o castanho dos cabelos ainda perfeitamente arrumados.

Por um momento, tudo que desejou foi poder ter a liberdade de sentir a textura dos cabelos de Caitlin contra seus dedos e, então, seu rosto. Eles pareciam macios demais para não serem tocados e emanava aquele aroma suave, que reconhecia de seus devaneios ou sonhos e agora associava a ela. Era estranho que não houvesse feito a associação mais rápido, pois a mulher estava sempre ao seu lado e, depois de parecer ter sido acordado para isso, se sentia incapaz de desviar a atenção. 

— Você está. – Notou que se aproximou mais do que devia quando levou um dos dedos para colocar a franja para trás, quase sem tocá-la, uma vez que parecia... Demais. E errado. Ela o encarou com surpresa, mas logo o brilho se tornou algo que não sabia identificar. – Cait, ela vai amar qualquer coisa que dissermos ter sido mandada por você.

— Okay. – Ela concordou com um sorriso meio hesitante, sem se afastar. – Quero dar algo que, no futuro, ela vai olhar e dizer “Caitlin quem me despertou isso pela primeira vez”.

— Isso é bastante ambicioso. – Comentou desviando de uma criança ao voltarem a percorrer o corredor. – Considerando que Cisco deve ter o mesmo pensamento com... Todas as coisas nerds possíveis.

— O que Cisco deu à Nora? – Barry desviou o olhar, um pouco perturbado pela ameaça no tom.

— Uma caixa de música de madeira artesanal em edição limitada, que toca a Marcha Imperial de Star Wars.

— O quê?! – Caitlin parou novamente, indignada. – Nora não tem nem um ano.

— É para o futuro.

Deu de ombros sustentando um olhar inocente e a observou lhe dar as coisas novamente para, só então, sorrir em silêncio. Como a doutora podia ser tão autoconfiante em certas coisas, mas completamente sem jeito em algumas ainda era um mistério para ele, mas gostava de ser uma das poucas pessoas com quem Caitlin se via confortável o suficiente para demonstrar esse lado. Sabia que, quem olhasse de fora, veria somente a mulher bonita, inteligente e superior que mostrava ao mundo. 

— Nós nos falamos na outra noite. – Ela começou parando para remexer em alguns modelos de palhaços um pouco assustadores. – Cisco disse que contou a ele... O que vem lhe acontecendo.

Barry se sentiu imediatamente tenso assim que ela terminou. Apesar de estar pronto para resolver a questão, não sabia se estava pronto para falar com Caitlin a respeito, ainda que, sem saber, ela ocupasse quase que o centro daquele quebra-cabeças desde o início de tudo. Então, optou por um caminho monossilábico mais fácil.

— Ele disse que ia discutir possíveis ideias com você.

— Não é estranho que o primeiro palpite dele também tenha sido a Força de Aceleração como causa de tudo isso. – A doutora continuou. – É a opção mais óbvia, na verdade. Mas... Porquê? Qual o interesse da Força de Aceleração? Não acha que parece... Uma deliberação calculada?

Barry parou, agora com o cenho franzido, tentando entender onde Caitlin queria chegar em seu monólogo. Ela, claramente, havia pensado mais a respeito do assunto e, como Cisco dissera, teria tido mais tempo para elaborar uma linha de raciocínio que fizesse sentido.

— Você quer dizer como se a Força de Aceleração tivesse algo a ganhar com... Essa interferência em sonhos e...

— Devaneios, sim. – A doutora se voltou a ele parecendo preocupada, mas também um pouco chateada e Barry sabia o motivo exato. – Porque não me contou que estava tendo esses lapsos, além dos sonhos comuns?

Engoliu em seco sob o olhar, que era o mesmo de sempre, embora parecesse muito mais pesado naquele instante – tanto pelo fato de não deixado que resolvesse o que vinha acontecendo e, no fim, acabasse pedindo a Cisco; tanto por saber que, um dos motivos para não contar, fosse justamente por estar tão intricada a ele sem qualquer consciência disso.

Assim, precisou desviar o olhar para que Caitlin não captasse nada sentimental demais, pois era assim que se sentia e, por isso, estava em Princeton, no fim das contas.

— Eu não queria que se preocupasse mais.

Deu de ombros notando como a mentira saíra fácil, apesar de a doutora continuar encarando-o por um momento antes de se voltar às prateleiras com um suspiro incontido, como se soubesse que não estava sendo sincero e isso parecia esmagá-lo por dentro. Detestava ser o responsável por, sem intenção, levantar essa barreira entre eles, porque queria justamente o contrário.  

— Cisco vai dar continuidade à minha ideia, nós conversamos por horas a respeito. É quase uma certeza que a Força de Aceleração tem algo a ver com isso, então o foco do projeto terá que ser como parar a interferência, assim que as vibrações que o ligam a ela forem captadas. – Barry apenas concordou com um meneio de cabeça, distraído, até ouvir o tom baixo dela ao seu lado. – Você parece... indiferente quanto a tudo isso.

Barry a encarou por um momento, dessa vez sem se preocupar em esconder qualquer coisa do olhar costumeiramente analítico e preocupado. Sabia que demonstrava inseguranças e dores, que não poderia exatamente externar para ela ou qualquer outra pessoa próxima.

Cada vez mais, soava mais dolorido a Barry que ela não soubesse de nada, que não houvesse visto o que ele vira porque, em algum momento, tudo isso terminaria e teria de lidar com todos esses sonhos e devaneios como meras lembranças de algo que nunca havia acontecido realmente. Lembranças de uma irrealidade.

— Eu só... Não sei como pode ser tão fácil assim. – “Me desligar dessa outra realidade”, continuou em sua mente e mordeu os lábios para impedir de falar ao vê-la franzir o cenho. – Depois de todo esse tempo, sinto como se tudo isso já fizesse parte do que sou.

— Mas não faz, Barry. – Caitlin apertou seu antebraço, tentando reconfortá-lo. – Esses sonhos e devaneios não estão te fazendo bem. Pode não notar, mas não é mais o mesmo.

— O que quer dizer?

— Além da insônia e do humor terrível? Há algo diferente em você. – Era como se os dedos dela, mesmo sob a camada de tecidos de sua jaqueta, estivessem queimando-o e deixando marcas no local onde o segurava. – Algo que não consigo identificar e descrever, mas... Sei que está ligado a esse problema, que não quer me deixar resolver.

Barry sentiu uma onda inteira de gelo percorrer seu corpo, não sabia que a percepção de Caitlin sobre ele chegava a esse nível. Por um momento, foi como se ela soubesse tudo que acontecia, na verdade, e estava tentando lhe arrancar algo. Contudo, logo descartou o pensamento, pois não havia como a mulher saber com o que andava sonhando.

Pensou imediatamente na semelhança com Carla, também determinada a resolver seu problema apenas porque se tratava de ciência, tanto quanto Caitlin, porque aquela era a área delas. No entanto, foi impedido de tentar justificar quando uma garota, que corria de outra um pouco maior em meio a gargalhadas a empurrou em direção a uma das prateleiras para tirá-la do caminho.

Distraída examinando-o, ela tropeçou desequilibrada contra a prateleira tentando se apoiar, mas já era tarde demais e todos os objetos decorativos e brinquedos de Harry Potter começaram a cair, desde o suporte mais alto até o mais próximo do chão. Por isso, Barry passou a agir em velocidade e, sem qualquer esforçou, passou a colocar todos os produtos, que já se encontravam em queda livre, de volta aos seus devidos lugares na prateleira da loja.

— Uau. – Ele não percebeu que Caitlin ainda segurava seu braço até ouvir o suspiro admirado da doutora, encarando os brinquedos suspensos no ar com certa fascinação. Como quando o time tentara conter a explosão de uma bomba nuclear desacelerando o tempo, ou seja, agindo no espectro da Força de Aceleração em que Barry colocara a todos, ela agora olhava tudo se movendo em lentamente ao redor deles. – Isso é fantástico.

Os olhos dela brilharam e, cautelosamente, levantou uma das mãos para empurrar um brinquedo suspenso no ar de volta ao seu lugar de origem. Tudo na loja parecia estacado no tempo, embora eles é que estivessem rápido demais. Mesmo a análise de Caitlin do que acontecia, duraria milésimos de segundos quando estivessem de volta ao tempo e espaço normais. Era compreensível, então, que ela olhasse tudo de forma tão fascinada.

— Sim. – Barry encarou a prateleira com tudo em seu devido lugar. – Demorei um pouco para me acostumar, mas logo se tornou... Normal. É lindo, não?

— Um pouco angustiante também. – Ela constatou pensativamente, encarando-o pensativa à maneira da bioengenheira que via todos os dias no laboratório – Não acha extremamente irritante que todos ao seu redor se movam mais lentamente do que você?

— Às vezes, quando estamos com problemas. – Deu de ombros, sorrindo de forma pequena. – Me sinto bastante tentado a desacelerar o tempo para encontrarmos as soluções mais rápido, mas...

Barry se interrompeu, voltando a percorrer com os olhos os arredores da loja de brinquedos, a qual, no silêncio da sua aceleração, parecia mais atrativa em suas cores e luzes chamativas. Entretanto, Caitlin apertou seu braço de maneira hesitante, com medo de segui-lo. Entendia que, para ela, se encontrar em um espectro de velocidade tal, capaz de desacelerar tudo ao redor porque estavam rápido demais, era completamente estranho. Para todos os efeitos, quem havia o seguido nessa realidade era Killer Frost, não Caitlin, e não sabia exatamente como as duas funcionavam quando se tratava dessas sensações.

— Mas...? – Ela quase sussurrou para ouvir sua resposta.

— No começo, tudo era muito novo e empolgante e... Havia toda essa idealização de como as coisas deveriam ser, mas... Com o tempo, percebi que “heróis” não vivem só de ideais, não quando são pessoas reais, e que... Esses momentos onde não preciso correr significam mais do que julguei a princípio. Porque, no fim das contas, o que faço como Flash é justamente para garantir tudo isso.

— E você deve, realmente, usufruir do que merece no final do dia.

O pequeno sorriso dela se refletiu nos olhos castanhos e ele engoliu em seco, sentindo o inevitável descompasso do próprio coração. No entanto, Barry duvidou um pouco da afirmação sucinta, uma vez que era exatamente o que estava fazendo ali, embora não merecesse a confiança dela tanto assim nesse momento. Com um meneio de cabeça fez menção de seguir em frente com ela, ainda estacados em alta velocidade, mas os dedos em seu antebraço o apertaram novamente, impedindo-o.

— O que foi? – Caitlin mordeu os lábios e respirou fundo, insegura e incomodada.

— Não consigo mover minhas pernas. É como se... Como se fosse cair se desse mais um passo. – Ela o encarou, sem reservas para a insegurança. – Acho que estou sentindo o ar mais denso ao meu redor.

— Seu corpo já deve ter começado a absorver os efeitos da velocidade. Logo voltaremos ao normal. – Com cuidado, tirou a mão dela de seu braço e entrelaçou seus dedos, sentindo os dela suados pelo nervosismo. Sorriu, apertando-os um pouco mais para tranquilizá-la, quase que estranhando o fato de estarem tão quentes. – Está tudo bem.

Barry a puxou pela mão e Caitlin ainda resistiu um pouco mais antes de acompanhá-lo lentamente pelos corredores, desviando das pessoas e crianças estacadas nos segundos que usavam para percorrer aqueles corredores. Julgou que ela apertava seus dedos sem sequer notar, como que para mantê-la com os pés no chão, enquanto encarava a tudo com um pequeno sorriso.

Ele se lembrava da sensação dessa percepção de tudo estar mais lento ao seu redor, mas principalmente da liberdade, da estranheza e da sensação de poder. Esse era um dos motivos para amar correr quando precisava espairecer: o tempo desacelerava, tudo que podia ouvir era o quase que completo silêncio e isso se fazia tranquilizante quando as coisas pareciam rápidas demais no espaço-tempo comum.

— É isso!

Caitlin adiantou-se à frente dele e soube imediatamente o que ela mirava. Em uma das últimas prateleiras da seção de Harry Potter havia uma estante somente com produtos eletrônicos e iluminados e, exatamente no meio, um abajur no tamanho de uma grande caixa de sapato na forma do castelo de Hogwarts estava iluminado em luzes amarelas, em destaque. Era um objeto mais decorativo do que qualquer coisa, mas realmente bonito e pensado em tanto detalhes, como as janelas, a textura do telhado e as diversas torres, que todos conheciam.

— Ele definitivamente não vai para o apartamento de Iris. – Ela sorriu quando Barry comentou, também encarando o objeto.

— Olhe para isso. Terá que fazer florescer esse apreço em Nora.

Concordou e se voltou à doutora, notando que pequenas gotículas de suor já salpicavam sua testa e, logo, sabia que ela seria mais afetada pela velocidade.

— Vou ter que te soltar.

— Okay. - Ela ainda deu uma boa olhada em todo o ambiente em modo de câmera muito lenta antes de seus dedos se desencontrarem e o tempo, finalmente, voltar a correr normalmente, como se um botão num controle retomo houvesse sido apertado. A observou piscar um pouco embasbacada com a súbita mudança que, para ele, era mais que rotineira. – Isso é muito mais incômodo do que suas chegadas repentinas.

— Não há peso de papel para impedir essa oscilação.

Gracejou, uma vez que Caitlin detestava sempre que fazia com que todos os papéis voassem ao passar, chegando ou saindo, em alta velocidade. Acompanhou o riso dela, observando-a pegar com cuidado o abajur e seguiram até o caixa, onde havia uma pequena fila.

— Vai comprar todos esses doces? – Ela perguntou de forma crítica ao vê-lo pegar alguns saquinhos coloridos e sortidos pendurados estrategicamente ao lado de onde estavam.

— Ei, estou ansioso para o que Cisco vai me dizer amanhã.

Se defendeu sem devolver os doces às prateleiras, no que Caitlin revirou os olhos e colocou o abajur no caixa, pedindo embrulho para presente.

— A essa hora, ele deve estar testando os protótipos dos desenhos, que mandei a ele. E tornando-os melhores, então... – Ela tirou o cartão de crédito da bolsa e entregou ao atendente. – Não se preocupe, logo tudo voltará ao normal.

Barry concordou por falta de opção. Apesar de Caitlin não ter ideia, sempre que dizia que as coisas voltariam a ser como antes de conhecer aquela (ir)realidade, a qual não tinha ideia de como funcionava ou de que tempo ou terra poderia ser, seu estômago se apertava em uma agonia insegura.

Minutos depois e com suas respectivas compras, a acompanhou pelo estacionamento do shopping até o carro, onde decidiu se despedir antes que soltasse qualquer coisa constrangedora demais. Já havia se redimido por sua ausência das últimas semanas ao mesmo tempo em que amenizava a falta que tinha da presença dela o tempo todo.

— Acho que está na minha hora. – Ela entregou a caixa com um abajur de Nora. – Vou entregar à Pinguim no fim de semana, quando a levar para casa.

— Está ficando com ela apenas nos fins de semana? – Caitlin perguntou, curiosa.

— Iris e eu nos revezamos durante a semana, como era antes, mas ter um dia só nosso é importante, certo? – A observou concordar, examinando-o cautelosamente. Sequer precisava verbalizar para saber que tentava encontrar uma falha numa suposta atuação sobre estar bem com o fim de seu casamento. Sorriu brevemente, antes de continuar. – Sim, estou bem com isso. Era como se Iris e eu estivéssemos vivendo uma vida de aparências e nenhum de nós queria continuar se fosse para ser dessa forma. Foi ela quem preparou todos os documentos.

— É bom que esteja bem. – Calmamente, Caitlin se aproximou para depositar um beijo em sua bochecha e só pode usar o braço livre para abraçá-la em seguida, deixando-se embriagar livremente pelo perfume dos cabelos dela e a textura macia dos mesmos contra seu rosto. – Não demore tanto para vir me visitar novamente.

— Posso vir na semana que vem. – A doutora se afastou, encarando-o desconfiada. – Eu prometo.

— Tudo bem, é um encontro.

Ela disse tão naturalmente que sequer notou e lhe deu às costas para entrar no carro, batendo a porta em seguida. Caitlin ainda lhe acenou levemente com a mão antes de se concentrar em tirar o carro da vaga e, finalmente, seguir em direção à saída. Sabia que a doutora só iria perceber horas mais tarde, quando repassasse aquela conversa em sua mente, mas já não conseguia ignorar o fatio de que não se importaria, minimamente, com a ideia de um encontro com ela. 


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