Esta sou Eu escrita por RafaelaG99
Notas iniciais do capítulo
Até ao terceiro capitulo vai demorar pouco para eu publicar, mas a partir do 4 já n sei, ele nem sequer está escrito T^T
Seculo VIII a.C, alguns anos depois de Cartago conhecer Ibéria
Cartago regressou ao território ibérico depois de uma viagem pelo Mediterrâneo. Assim que chegou, foi logo para a residência de Ibéria, porém encontrou-a no meio do caminho a carregar duas caixas que pareciam muito pesadas em cada ombro, mas Ibéria era conhecida por ter uma força assustadoramente bruta, então aquelas duas caixas eram leves para ela
— Ei, querido! Demoraste-te mais do que o esperado. Aconteceu alguma coisa?
— Eu sei, não esperava por isso, e não te preocupes que não aconteceu nada. A Luso ficou muito preocupada?
— Não tens ideia do quanto, todos os dias ela ia até ao porto ver quando chegavas. A esta hora ela já deve saber que chegaste, mas não sei onde aquela marota anda, mas-
Atras de Ibéria apareceu outra mulher que também era como eles, onde o seu território é a sul da Península Balcânica. Ela tinha o cabelo atado, mas dava para saber que era ondulado, era castanho e tinha olhos verdes, a pele dela era um pouco mais escura que Ibéria. Estava ofegante por conta do peso da caixa pesada que levava nos braços
— Tou Zeus, Iberia. Eu não sou tão forte para acompanhar-te
— Desculpa, Hellas
Ibéria virou-se novamente para Cartago
— Se ela não estiver em casa, com certeza estará no barco destruído
Cartago foi em direção a casa. Ao chegar lá, Lusitânia não estava, então foi procurar por ela. Acabou por achá-la numa praia a oeste do território. Na praia estava um barco de madeira entre a areia e a água a cair aos pedaços, Cartago não queria acreditar, era um barco fenício. Como é que ele foi ali parar?
Ao chegar, Cartago viu logo a sua filha (que parecia uma humana de 7 anos) sentada em cima do mastro do barco virada de costas para ele
— Estás chateada comigo, Luso?
A pequena virou-se para o seu pai e abriu um grande sorriso. Lusitânia pôs em pé no mastro e mergulhou para a água. Foi a nadar até à borda em direção a Cartago. Ao chegar aos seus pés, Cartago a apanha e eleva até ao ar
— Opa, apanhei um peixinho grande! Será que é bom para o jantar?
— Eu não sou para comer
— Não? Deixa experimentar
Cartago assoprou a barriga de Lusitânia e ela estava a ter cócegas. A sua filha era tudo para ele, era o seu tesouro mais precioso, a estrela mais brilhante... Eles acalmaram-se e Cartago pôs Lusitânia no chão
— Porque demoraste? Foste atacado por um Ciclope? Ou por Harpias?
— Andas a ouvir demasiadas histórias da Hellas. Não foi nada demais. Mas eu tenho algo para ti
— O que é?
Os olhos de Lusitânia brilharam como o sol de tão empolgada que estava. Cartago tirou do seu pescoço um fio muito grande que tinha um escaravelho feito de prata com pedras semipreciosas (é o mesmo do capítulo anterior no tempo atual). A pequena pegou nele e examinou o objeto
— Parece com os da Aegyptus, só que os dela costumam ser azuis
Ao virar o objeto, tinha palavras inseridas nela, e ela tentou ler…
— “Para a… filha… Lusitânia”
— “Para a minha filha Lusitânia”. Até que sabes alguma coisa de Cartaginês
— Muito pouco. Adorei o presente, pai. Obrigada!
Cartago agora olhava bem para o barco…
— E este barco, Luso?
— Ele apareceu depois de uma tempestade, ele está a cair aos pedaços, mas eu quero consertá-lo e viajarei com ele para explorar o grande mar!
Cartago pegou na sua filha e a pôs sentada nos seus ombros.
— E que tal consertarmos? Tu e eu?
— Sério? Vais ajudar-me?!
— É claro! Com nós os dois o barco ficará novinho em folha! Agora vamos para casa que a tua mãe já deve ter regressado…
E seguiram a caminho de casa.
Lá em casa, Iberia continuava acompanhada por Hellas
— Eu não sei qual é a ideia da Pérsia estar sempre a chatear-me, se as coisas continuarem assim vamos ter guerra. A Aegyptus fala para eu não dar muita atenção, mas não consigo, é mais forte que eu
— Vocês já sentaram para conversar como duas mulheres civilizadas?
— Se isso acontecesse, depois de cinco segundos começaríamos a lutar. Acho que depois da morte da Troia, a Pérsia ficou ainda mais insuportável. Mas quem é que mandou raptarem a Helena? Com certeza eu não fui…
— Isso não é desculpa, Hellas. A tua guerra com a Troia foi há quatrocentos anos atrás. Não devemos nos meter nas ações dos humanos, sejam elas boas ou más… só se eles pedirem
Cartago e Lusitânia entraram em casa. A pequena saiu dos ombros do seu pai, foi para o chão e foi ter com Hellas
— Hellas, quando vais contar-me a história dos Dez Trabalhos de Héracles?
— Talvez noutro dia, Lusita, tenho que ir ter com a Aegyptus se não ela mata-me
Hellas despediu-se de todos.
A família estava reunida no mesmo comodo. Lusitânia estava a ler uma história um pergaminho, deitada no chão, enquanto os seus pais conversavam nas cadeiras. Cartago iria falar o motivo da sua demora
— Iberia… descobri algo que não vais acreditar
— O que é? Descobriste o que há para além do grande mar a oeste?
— Não. Eu nem sequer afasto-me muito das Colunas de Héracles. A Troia está viva
— O quê? Mas a cidade foi destruída, como ela sobreviveu?
— Um grande grupo de troianos conseguiu fugir da cidade, ela estava no meio deles. Eles navegaram pelo mar e chegaram à Península Itálica. Estão bem e adaptaram-se ao novo lar, só que a personificação daquele lugar ainda está para nascer, espero que não aconteça nenhum conflito
— Estou tão feliz que Troia esteja bem. Mais alguém sabe que ela está viva?
— É melhor que fique em segredo
Apesar de Lusitânia estar a ler, ela ouviu com atenção. Ficou mais interessada na personificação que ainda não tinha nascido, alguém como os seus pais, que não tinham nenhum parentesco anterior. Mas era estranho, o seu pai, Arabia e uma tal de Fenícia que já morreu tinham uma ligação entre eles, como se fossem irmãos, mas não tinham nada anterior a eles que comprovasse isso. E era estranho, se essa personificação ainda não nasceu, isso significa que a própria Lusitânia era mais velha… era estranho ser mais velha que um Primordial. Não conhecia ninguém como ela, todos eram da geração 1, ela era a única da geração 2…
A noite chegara. O céu estava limpo e cheio de estrelas a piscar e o clima estava quente. Lusitânia estava deitada na erva a olhar para o céu estrelado. E foi surpreendida pelos seus pais. Ibéria pôs-se de joelhos para aproximar-se mais da filha
— Vais passar a noite aqui?
— Vou
— Então eu também
Lusitânia tinha dito aquilo na brincadeira, mas Ibéria realmente deitou-se ao lado esquerdo dela
— E tu, querido? Vais ficar aí de pé toda a noite?
Cartago riu-se e deitou-se no lado direito de Lusitânia. Durante esse tempo, Cartago falava para a sua filha sobre as estrelas
— As estrelas podem guiar-nos e nunca estaremos perdidos se elas estiverem visíveis
— Como assim? Elas falam connosco?
— Não literalmente. Olha para aquela estrela muito brilhante, aquela independentemente do lugar que estejas, aponta sempre para norte
— E aquela estrela alaranjada?
— Ouvi falar que não é uma estrela, mas chama-se Estrela d’Alva, e é a sempre a última estrela a desaparecer assim que o sol começa a emergir
Lusitânia estava encantada com aqueles ensinamentos
— Vamos concertar aquele barco e eu viajarem pelo mar guiando-me pelas estrelas
— Vai em frente, filha… Mas antes temos de dar um jeito na tua mãe
Os dois olharam para Iberia… já estava ferradinha a dormir. É o que dava não dormir a cesta na hora do calor como ela estava acostumada. Levantaram-se, Cartago pegou na Ibéria ao colo e foram os três foram para dentro
Atualmente
Com aquele objeto em formato de escaravelho na mão de Brasil, ela percebeu de uma coisa: a sua mãe tinha falado que avô Cartago tinha dado um colar, mas agora só estava o inseto…
— O que você fez com o fio? Quebrou com o tempo?
— Não… ele está aqui
Portugal desabotoou um pouco a camisa por cima para mostrar o inseparável colar com uma cruz que Espanha tinha igual, e que tinha sido o mesmo a dar-lhe
— Você substituiu o presente do vovô pelo presente do papai?
— Primeiro: não substitui, eu continuei a andar com o escaravelho sempre comigo antes de o colocar neste arquivo; Segundo… segundo…
Foram uns cinco segundos nesse silêncio de Portugal falar a segunda coisa
— O que é segunda coisa, mamãe?
— É… é…
A mais velha estava com as bochechas vermelhas e parece que estava com vergonha de falar a segunda opção…
— O fio era… muito grande… eu… parti ao meio de propósito
— Você partiu o fio pela metade e é o papai que tem a outra metade?! Mas, sendo assim me deixe fazer um esquema mental: Vovô Cartago deu a você um colar com um escaravelho de proteção a você; Papai falou que ambas as cruzes foram dadas de presente pelo vovô Roma para ele; você odiava o vovô Roma porque ele matou o vovô Cartago; Papai deu uma das cruzes a você; Você partiu o fio que fazia parte do presente do vovô Cartago e deu ao papai. Vocês fizeram uma espécie de troca?
— É… digamos que sim…
Brasil pensava o quanto a sua mãe era muito diferente do que é agora. Ela parecia ser tão feliz quando criança, alguém cheio de alegria, que amava os seus pais e era amada por eles. Agora compreendia melhor o porquê de falarem que Portugal odiava Roma com todas as forças, mas que a certa altura o odio foi diminuindo.
— Como conheceu o vovô Roma? O que achou dele logo no início?
Portugal riu-se um pouco
— Acho que logo de cara ele já mostrou a sua verdadeira face. Começou logo a dar em cima da minha mãe, mas ele não contava com a força dela…
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Hoje ou durante a semana que publico o Cap 3? Não faço ideia -_-