Esta sou Eu escrita por RafaelaG99


Capítulo 1
Capitulo 1


Notas iniciais do capítulo

Quem resolveu aparecer depois de 500 anos sem dar caras? Eu mesma!

Sei que poderá haver pessoas que já tivessem lido os primeiros capítulos, mas eu percebi que havia erros na história, não estou a falar de ortografia, mas sim de roteiro, então decidi apaga-los e reescrever

Leiam novamente que eu mudei muitas coisas ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794518/chapter/1

Estava um dia ensolarado e agradável, um ótimo dia para passear. Na rua andava uma jovem muito bonita com a pele escura, longos cabelos castanhos cheios de tranças e uns olhos verdes que se destacavam quem a olhava de frente. Estava a ir para o arquivo pessoal da sua mãe onde a mesma estava a organizar os seus pertences, e essa jovem iria para lá para ajudá-la.

Entrou no edifício e logo já ouvia as coisas a serem remexidas. Seguiu os sons que a levaram a uma sala cheia de relíquias e tralhas muito antigas. Mas não via a sua mãe em lugar nenhum.

— Mamãe? Cadé você?

A mãe dela deslizou pela escada abaixo de repente, fazendo a jovem assustar-se

— Olá, filha

— Você me assustou

— Desculpa…

A mãe dela era igualmente bonita, tinha pele tipicamente mediterrânica, cabelos longos, ondulados da cor castanho-claro, e com um destaque enorme para os seus olhos azuis um pouco acinzentados. Mas o que dava mais destaque ainda que os olhos era a cicatriz que ia de cima da sobrancelha direita até à bochecha direita. E por mais que a sua mãe parecesse ter uns vinte e tal anos, ela tem 2720 anos (arredondados), enquanto a filha tem 520 anos (arredondados)

A mais nova foi dar uma vista de olhos ao lugar cheio de coisas antigas, poucas eram aquelas que foram criadas antes da sua mãe nascer. Ao aproximar-se de uma das muitas mesas que lá estavam, um escaravelho feito de prata com pedras semipreciosas chamou-lhe a atenção. Pegou nele para examiná-lo melhor, e quando foi olhar a barriga do objeto, tinha uma escrita muito estranha e que ela desconhecia

— Mamãe…

A mais velha foi ter com ela com uma caixa nas mãos

— O que está escrito aqui?

Ela olhou para o objeto, pôs a caixa que tinha de lado e sorriu

— Isso está escrito em cartaginês… está escrito: “Para a minha filha Lusitânia”. Foi o teu avô que me deu. Era considerado um símbolo de proteção para os humanos

— “Lusitânia” … esse nome tem algo a ver com “Luso”?

— Tem. Os teus avos chamavam-me de Luso. O meu nome era Lusitânia antes de ser Portugal

— E pelos vistos o papai continua a chamar você assim…

— Assim que passei a ter o nome Portugal, eu não gostava que ele continuasse a chamar-me de Luso, se bem que eu nunca gostei de ele chamar-me assim desde o início. Só depois de muito tempo eu percebi que o Espanha só me chamava assim porque ele queria ter uma boa relação comigo, porque sabia que eu odiava o pai dele, e consequentemente também o odiava. Depois de eu passar a chamar-me Portugal, ele continuava a chamar-me para eu não esquecer de quem eu fui. O Espanha é o único que me chama de Luso, ele nunca me chamou de Portugal

— Sempre que mamãe fala que odiava o papai, e que eu e a Argentina parecemos muito vocês antigamente…, mas eu não consigo acreditar, vocês são incríveis juntos, protegem um ao outro e são muito parceiros. Fazem uma ótima equipa. É claro que vocês se picam, mas isso é brincadeira de casal de vocês.

— Há muita coisa que aconteceu até aos dias de hoje. Eu só odiava o teu pai porque ele foi o resultado do envolvimento submisso da minha mãe com o Império Romano. Espanha não tinha culpa de nada, eu é que era uma idiota

Brasil estava muito curiosa e queria saber da história da sua mãe

— Eu quero ouvir tudo…

— Como assim, Brasil?

— Eu quero ouvir toda a sua história. Quero saber como eram o vovô Cartago e a vovó Ibéria, o que aconteceu com eles, qual era sua relação como vovô Império Romano, como conheceu o papai, a tia Itália do Norte, o Inglaterra, o França, o Prussia, todos. Eu só sei mais de sua história depois que eu nasci e muita pouca coisa antes de eu nascer

— É uma história muito longa

— Não tem problema, pode me contar tudo enquanto organizamos todos seus pertences

As duas sentaram-se à mesa onde tinha muitas coisas espalhadas. Sentaram-se uma à frente da outra para limpar e organizar as coisas que estavam dentro das caixas enquanto Portugal contava a sua história

 

Seculo VIII a.C

 

O céu estava limpo, o sol queimava a terra e o mar estava calmo, e no horizonte um pequeno barco iriam chegar a terra firme. Foi uma viagem calma e longa, não houve muitas dificuldades para quem estava presente nele. Quem estava dentro do barco eram habitantes de uma pequena cidade situada no Norte de Africa que foram em direção a Este da sua terra. Poderiam ir por terra firme, mas por água iria ser mais rápido até ao seu destino

No meio daquela gente, havia um homem que aparentava ter vinte e tal anos, mas era muito mais velho que isso. Tinha pele escura, cabelo preto e olhos azuis um pouco acinzentados que chamavam a atenção, e era muito bonito. O nome dele era Cartago/Imperio Cartaginês, a personificação da mesma cidade que aqueles humanos vinham de um país que um dia seria Tunísia

Ao chegar à areia da praia, Cartago foi o primeiro a pisar naquela terra, era a primeira vez que estava ali, uma terra que a “sua irmã mais velha” falava. Estava ansioso, mas não mostrava isso já que ele não era de mostrar muitos sentimentos e emoções. Afastou-se do resto do grupo e foi explorar por conta própria.

Ao afastar-se mais da praia e ir para uma colina, alguém vai contra Cartago… ia tão depressa que acabou por esbarrar nele

— Peço imensa desculpa!

Era uma mulher. Ela não usava um vestido como era habitual, ela estava a usar uma roupa que era para homem, só que estavam bem à medida dela, e também estava armada com uma espada… exatamente tudo como Fenícia. Ela tinha o cabelo solto, que esvoaçava por conta da brisa, era comprido, ondulado e castanho

A mulher olhou para os olhos azuis-acinzentados dele e ele olhou para os olhos verdes brilhantes dela

Ela sorriu para Cartago… era um sorriso encantador que despertou um sentimento dentro dele que nunca antes tinha sentido

— A Fenícia veio?

Cartago ficou perplexo com aquela pergunta. Ele considerava Fenícia como a sua irmã mais velha, que cuidou dele mais o Arabia, mas foi Cartago quem realmente seguiu os passos dela. Fenícia tinha morrido já algum tempo, e ao que parecia aquela mulher não sabia disso… elas eram muito amigas pelo que Fenícia contava a ele

— A Fenícia… já não está mais entre nós…

Aquele sorriso encantador desapareceu e deu lugar a um rosto sem reação

— O que? Como… assim…

— Ela morreu de repente

— Entendi

Cartago ficou de coração mole ao ver aquele rosto triste. Ele não era de falar muito, não estava à vontade de a consular. A mulher então recompõe-se e estendeu a mão para cumprimentar… Cartago até ficou surpreso

— Sou Ibéria, muito prazer em conhecer-te

As mãos dela eram suaves. Tanto a aparência como a personalidade dela davam a entender que ela era bem amigável e alegre, mas por ela estar a usar roupas que não são muito femininas deveria haver algo nela que deveria mostrar essa razão. Na testa ela usava uma fita de couro. Ela deveria ser uma guerreira, mas a sua aparência engana quem a subestima. E ela não se deixou abalar pela morte de Fenícia, Ibéria era uma mulher muito forte

— Sou Cartago…

— Estou a ver que não és de falar muito, ou só estás nervoso por estares num sítio novo? Ou pode ser os dois…

Ibéria tinha acertado em cheio.

— Vem, mostrar-te o meu território, assim ficas mais familiarizado

Ela puxou-o e seguiram caminho. Cartago perguntava-se o porquê de Ibéria estar a fazer aquilo, ele era um estranho, ele poderia ser um invasor que poderia destruir e conquistar o seu território, mas ela foi muito amistosa com ele e agora estava a mostrar-lhe tudo. Se bem que foi a mesma coisa com Fenícia pelo que ela lhe contara…

Planícies áridas com árvores afastadas umas das outras, bosques de eucaliptos, praias largas, montanhas com neve. Também viu animais que nunca tinha visto como Linces e Lobos, exatamente como ouvira. No final, eles estavam na parte mais Oeste do território de Ibéria, sentados num monte com vista para o imenso oceano. Ibéria olhava deslumbrada para o horizonte

— Qual será o tamanho? Será que é maior que os nossos olhos veem?

— Só descobrindo…

— Será que com os teus barcos dá para saber?

Cartago também olhou para o horizonte

— Não, é uma grande distância. Não sabemos nem o tempo que leva a chegar ao outro lado, se realmente haver algo… para alem dos perigos…

— Nunca saberemos se não experimentarmos. Qual é a tua história?

Cartago realmente não gostava de falar, mas com Ibéria teria que fazer esforços, ela era muito extrovertida e alegre, não tinha escolha

— Fenícia foi uma irmã mais velha para mim e para Arabia, ela ensinou-me tudo sobre a vida no mar, como navegar, a orientar-me pelas estrelas… entre outras coisas. Agora que ela morreu, estou empenhado a seguir os passos delas. A minha civilização foi expandida para Este até encontrar uma costa a norte onde viu-se que no outro lado do mar havia mais terra, e eu soube logo que era a tua terra

— Fenícia estaria muito orgulhosa de ti. Só tens territórios a Este da tua casa?

— Não… também tenho território em duas ilhas a Norte, um pouco numa outra ilha a Nordeste, e mais território a Sudeste. Eu sou apenas uma cidade costeira…

— Mesmo pequeno olha para o que conseguiste. Não te subestimes, podes ser pequeno, mas consegues ser maior. Não importa se o teu território é grande ou pequeno, o que importa são os teus feitos e conquistas…

Ibéria estava realmente a mexer com o coração de Cartago. Ainda estava bem introvertido por terem se conhecido ainda hoje. Mal sabia ele que a sua vida iria mudar…

Atualmente

 

Realmente Brasil estava muito empenhada a ouvir toda a história da sua mãe

— Acho que você é uma ótima mistura dos dois na personalidade. Percebi que seu amor pelo mar vem do vovô Cartago e o desejo de conhecimento da vovó. Vovô Cartago continuou a ser de pouca fala?

— Eu só sei dessa parte dele pela tua avó, nunca o vi assim nem nunca o imaginei que ele já foi de pouca fala

— Como era a sua relação com o vovô Cartago?

Portugal olhou no fundo dos olhos de Brasil para esta entender

— Ele era o melhor pai que alguém poderia ter


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não sei quando publicarei novamente o segundo capitulo, pretendo não demorar muito… mas não vou prometer nada



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Esta sou Eu" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.