A Esperança (Peetniss) escrita por The Deathly Mockingjay


Capítulo 3
Capitulo III




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794377/chapter/3

Sou acordada no dia seguinte por Prim dizendo que eu preciso comer o café da manhã. Mamãe deve ter contado a ela. Levanto-me, coloco o meu braço num dispositivo na parede para a minha programação diária, tomo banho e vamos para o refeitório.

Depois do café, fui para o meu compartimento e o dia foi monótono. Não segui meu horário. Fiquei perambulando pelo distrito. Perto do final do dia voltei para o compartimento e esperei mamãe e Prim para o jantar. Fomos até o refeitório e nos sentamos na mesa reservada para as famílias Everdeen e Hawthorne. Comemos em silêncio até que a televisão no final do refeitório ligou. Todos param de comer e viram suas cabeças à televisão.
Caeser Flickerman apresentava o programa. Parece ser uma entrevista, mas o que me deixa mais surpresa é o entrevistado. Peeta. Ele está vivo.

Peeta... Ele está vivo! Eu sabia, mas ele está na Capital, o que me dá um nó no coração... Tento encontrar algum tipo de terror ou pânico em seu olhar ou feições, mas não acho. Seu olhar calmo de sempre.

Eu me levanto e caminho rapidamente em direção à televisão. Ele pode estar a milhares de quilômetros daqui, mas o mais perto que posso ficar dele é estar em frente desse monitor. Começo a não me sentir muito bem, mas tento me controlar e prestar atenção na entrevista. Caeser Flickerman começa:

— E então, Peeta... Bem vindo!

Peeta sorri.

— Aposto que você pensou que tivesse feito sua última entrevista comigo Caeser.

— Confesso que foi exatamente o que pensei- diz Caeser- Na noite anterior ao Massacre Quartenário... bem, quem poderia imaginar que nos encontraríamos novamente?

— Isso não fez parte do meu plano, com toda certeza- diz Peeta franzindo a testa.

Caeser aproxima-se um pouco dele.

— Acho que ficou claro para todos nós qual era o seu plano. Sacrificar-se na arena de modo que Katniss pudesse sobreviver.

— Foi isso. Claro e simples assim.- Os dedos de Peeta percorrem o desenho do estofamento no braço da cadeira. - Mas outras pessoas também tinham seus planos.

Sim, outras pessoas tinham seus planos, penso. Será que Peeta adivinhou, então, como os rebeldes nos usaram como joguetes? Como o meu resgate foi arranjado desde o início? E finalmente, como nosso mentor, Haymitch Albernathy, nos traiu por uma causa pela qual ele fingia não ter nenhum interesse?

Ele adivinhou ou lhe contaram a respeito? Mas a Capital nem ao menos o matou ou o puniu, eu acho. Isso me dá um nó. Em pensar sobre o que podem ter feito ou falado a ele. Não me sinto bem e a cada segundo da entrevista só está piorando.

Depois de um pequeno silêncio, Caeser continua:

— Porque você não nos conta como foi aquela última noite na arena? Ajude- nós a entender melhor algumas coisas.

Peeta balança a cabeça em concordância, mas leva um tempo para ele começar a falar.

— Aquela última noite... para falar sobre aquela última noite... bom, antes de tudo, você precisa imaginar como era estar na arena. Era como ser um inseto preso debaixo de um vaso cheio de ar esfumaçado. E por todos os lados, selva... verde e viva, e o tique-taque. Aquele relógio gigantesco batendo e sua vida se extinguindo a cada badalada. Cada hora prometendo algum novo horror. Você precisa imaginar que nos dois últimos dias, dezesseis pessoas morreram, algumas delas tentando fazer com que você continuasse vivo. No ritmo que as coisas estavam seguindo, os últimos oito estariam mortos pela manhã. Exceto um. O vitorioso. É o seu plano é que você não será ele.

Já não consigo mais me controlar. Levanto correndo, atraindo atenção de algumas pessoas, e vou em direção ao meu compartimento ou terei de vomitar no meio do corredor. Ouço passos atrás de mim. Devem ser mamãe e Prim. Não tenho tempo de pensar mais nisso. Quando chego no compartimento, vou em direção ao banheiro e coloco todo o meu jantar para fora, e talvez algum órgão. Depois de uns minutos, quando termino, ouço batidas na porta. Ignoro e lavo minha boça e rosto. As batidas ficam cada vez mais altas.

— Katniss! Abra essa porta! Você está bem? - A voz é da minha mãe.

— Katniss, você está bem? - dessa vez a voz pertence à Gale.

— Estou bem. - Minto.

Tanto a sensação de ter vomitado como também a entrevista. Peeta está vivo! Sinto-me tão feliz é ao mesmo tempo tão triste. A Capital pode estar fazendo qualquer coisa com ele e tudo por aquelas malditas amoras!

Começo a chorar. Já não aguento mais segurar, quero extravasar. De choro começa a formar soluços incontroláveis e o que aumenta mais ainda as batidas na pobre porta. Levanto- me e lavo meu rosto e abro a porta. Sou surpreendida quando mamãe vem em minha direção e me abraça fortemente.

— Filha, nunca mais faça isso. Okay?

— Okay mãe. Me desculpe. - digo correspondendo o abraço e chorando mais.

Tinha me esquecido de que Gale estava aqui. Saio do abraço e o fito. Seu olhar era de preocupação e pena. Como odeio esse olhar. Uma coisa que me chamou atenção foi que ele está... desconfiado? Não consigo ler sua feição muito bem. Desvio o olhar e ele também.

— Bom... eu vou indo. Melhoras Katniss- Diz ele

— Tchau- digo

Depois sigo para o banheiro novamente e tomo meu banho. Em seguida Prim e mamãe. Deito-me na cama e deixo a inconsciência me tomar. Acordo ofegante mais uma vez. Não consigo voltar a dormir. Fico um tempo pensando até que sinto um par de olhos azuis me encarando. Prim.

— Não consegue dormir?

Aceno negativamente com a cabeça. Ela se levanta e deita na minha cama, de frente a mim.

— Você sabe que pode me contar qualquer coisa.

— Eu sei.

— Então me conte o que está acontecendo. - Ela sussurra.

— Mamãe te contou? – pergunto.

— Que você está grávida? Sim, mas tem mais alguma coisa e você pode me contar.

Aquilo não me pega muito de surpresa. Já era de se imaginar que minha mãe a tinha contado. Por fim digo:

— Eles querem que eu seja o Tordo. O rosto e voz da rebelião, mas como eu farei isso grávida do Peeta?

— Eu não sei Katniss, mas para saber você irá ter que contá-los sobre isso. Não poderá esconder para sempre e como você disse, eles querem que você seja o Tordo, então acredito que eles fariam qualquer coisa por você.

Minha patinha. Tinha me esquecido o quanto ela cresceu. A Capital também tira a sua infância. Ela tem razão.

— Obrigada patinha. Tenho que te acordar mais vezes.

Ela ri baixo para nossa mãe não acordar.

— Tenta dormir um pouco. - Ela diz

— Okay

Ela fecha os olhos e em poucos minutos está dormindo tranquilamente. Fecho os meus também, decidida no que farei amanhã. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Esperança (Peetniss)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.