Edward comprou uma pilha de livros novos. O tema sempre era música e suas particularidades. Ele contou que sua paixão por música veio do seu avô que aos 11 anos lhe presentou com o primeiro piano e desde então tocou todos os dias. Sua mãe incentivava e o amor por música só cresceu. 

— O que acha de jantar antes de voltar, hein? — Edward sugeriu quando voltamos para o seu carro. 

Meu estômago roncou alto e ele sorriu sabendo a resposta. Encontramos um restaurante italiano e pedi o meu prato favorito. Ravioli ao molho branco. Edward preferiu uma massa tradicional e enquanto comíamos eu pensava no quanto nossas vidas eram diferentes. Eu tinha planos de ir para faculdade é claro. Minha mãe havia feito uma poupança e eu usaria o dinheiro em alguma faculdade no norte do estado. Ainda assim, Edward tinha planos maiores, e eu sabia que depois do ensino médio era pouco provável que ficássemos juntos. 

Quando voltamos para Forks Edward insistiu em me deixar em casa e tive a impressão que ele estava nervoso com alguma coisa. 

— Você se divertiu? — perguntou após alguns instantes em silêncio quando ainda estávamos dentro do seu carro. 

Suas mãos agitadas ajeitavam detalhes do carro ao passo que ele ficou olhando frequentemente minha porta de entrada. 

— Foi legal — admiti — E o jantar estava maravilhoso. Obrigada.

Notando seu nervosismo agarrei uma de suas mãos e pude sentir a umidade. Edward estava nervoso. Ao notar o meu toque seus olhos se fixaram nos meus e gradativamente ele foi se aproximando até que não houvesse mais espaço entre nós. Seus lábios se moldaram aos meus suavemente e eu senti os pelos da minha nuca se arrepiaram. Esperei ansiosa por aquele beijo e Edward parecia compartilhar do mesmo sentimento. 

Dois toques na janela do carro fez ambos saltarem e eu gemi em desespero ao fitar Charlie do outro lado do vidro e com um gesto ele indicou que eu entrasse dentro de casa. 

Edward abriu a porta e ainda assim pude notar o sorriso em seus lábios.

— Um pouco tarde, você não acha? — Charlie questionou enquanto seguimos pelo caminho de pedra em direção a porta de entrada. 

— Acabei perdendo a noção do tempo, pai — disse sem olhar diretamente seu rosto. 

A vergonha era mais forte e eu não sabia muito bem como reagir a isso.

— Ah sim — sussurrou. 

Quando entrei em casa não dei muito espaço para meu pai entrar mais nesse assunto. Subi direto para o meu quarto e fiquei lembrando do beijo. Os lábios molhados de Edward e a sua mão suave que seguiu em direção ao meu rosto enquanto eu me embriagava com seu perfume. 

Não sabia dizer o motivo e porque tudo aconteceu tão rápido. Mas eu estava perdidamente apaixonada por ele e depois daquele beijo eu sabia que nada impediria que ficássemos juntos.