Algumas semanas se passaram e minha interação com Edward foi ficando mais forte. Descobri mais coisas sobre ele e sua vida parecia perfeita ao olhos dos outros. No entanto, ao descobrir os detalhes eu sabia que existiam coisas que ninguém entenderia.

Edward contou a triste história de seus pais, pois em todo o tempo que Esme, — sua mãe — esteve doente, seu pai Carlisle cuidou dela. Como ex militar ele disponibiliza de um ótimo plano de saúde e ainda assim não houve nada que os médicos pudessem fazer. Seus dois irmãos sofreram tanto quanto ele. Alice era sua irmã mais nova e tinha acabado de entrar no primeiro ano do ensino médio. Emmett — seu irmão mais velho — estava no último ano e prestes a entrar para faculdade. A família sofreu muito e apesar disso mantinham o bom humor. 

— Meu irmão apostou que eu não teria coragem de falar com você — Edward confessou uma vez enquanto andávamos lado a lado no corredor. 

— Isso é sério? 

Franzi a testa. 

— Emmett tinha notado meus olhares e confessei que apesar de sentar ao seu lado quase todos os dias na aula de biologia não tive coragem de dizer um oi. 

— E você falou comigo só para não perder uns trocados? — perguntei curiosa. 

— Não foi dessa maneira — Edward sorriu.

Meu coração acelerou mais uma vez. Era impressionante a forma como ele mexia com meus sentimentos em tão pouco tempo.

— Ah. Fico feliz em saber que você falou comigo por causa de uma aposta — disse ironicamente. 

Edward acelerou os passos e parou na minha frente. 

— Eu não disse isso e na verdade só precisei de um empurrão para falar com você. 

Sinto o calor de seu corpo por estar tão perto e o aroma de seu perfume amadeirado faz meu cérebro se embriagar por alguns instantes.

— Estou planejando viajar até Port Angeles na semana que vem e caso você não tenha outro compromisso podemos ir juntos. 

Meu cérebro foca apenas nos movimentos dos seus lábios e eu demorei tempo demais para responder. 

— Você aceita? — Edward insistiu. 

Respirei fundo colocando os pensamentos no lugar. 

— Claro. Podemos ir no sábado. 

Charlie não discordou sobre a viagem quando mencionei que Edward Cullen iria me acompanhar. Pelo visto meu pai tinha uma boa impressão da família Cullen.

Quando Edward estacionou na frente da minha casa meu queixo foi ao chão ao visualizar o volvo prata que ele tinha. Na escola eles iam em uma picape — carro de Emmett — um veículo que não chama tanto atenção dos moradores daqui. 

— Para onde vai me levar nessa espaçonave?

Não contive a risada e seus olhos verdes cintilavam. Edward vestia uma calça jeans larga e uma camiseta azul sobreposta de uma camisa em um tom mais claro. Havia lavado o cabelo pela manhã e torcia para manter o hálito fresco imaginando que o primeiro beijo fosse acontecer. 

— Para o paraíso — disse em um tom irônico — Pronta?