— Nessie?

Minha voz saiu como um sussurro. 

Minha filha saiu de um carro semelhante a uma minivan e um sorriso acanhado pintava os seus lábios. Seguiu na minha direção e passou os braços ao redor do meu corpo. Aquele abraço apertado demonstrou que tudo estava bem e eu suspirei aliviada.

— O que você faz aqui? Aconteceu alguma coisa? — perguntei preocupada. 

— Está tudo bem, mãe… Eu tinha que fazer isso, você precisa escutá-lo — Renesmee informa eufórica. 

— Escutar quem? — indaguei confusa. 

Renesmee virou a cabeça e um garoto alto e moreno saiu do veículo. O rapaz seguiu na direção da porta lateral da minivan e abriu revelando quem estava lá dentro. 

Naquele momento que o meu mundo inteiro foi ao chão. Edward Cullen estava diante de mim outra vez. Seus olhos verdes brilharam e por tempo que pareceu longo demais eu acabei ficando vidrada neles. Olhar em seus olhos intensos foi como na primeira vez. 

Haviam se passado 15 anos e o tempo para ele parecia não ter passado. O cabelo castanho continuava volumoso e brilhante e as poucas marcas de expressões não tiravam a sua beleza. Na verdade transmitiam um ar mais maduro.

Apenas o seu corpo mudou drasticamente.

Edward estava magro, muito magro. 

Julgando ser culpa do acidente, as suas pernas estavam visivelmente atrofiadas. Os ossos estavam sobressalentes na pele fina e pálida de suas mãos. E mesmo debaixo das roupas dava para ver que os seus ombros e tronco não eram mais os mesmos. 

O garoto retirou um controle encaixado no teto do veículo e de repente uma rampa surgiu e a cadeira de rodas lentamente desceu pela calçada. Charlie se aproximou, enquanto meus pés ficaram presos no chão me mantendo parada na porta de entrada. 

— É um prazer vê-lo outra vez — Charlie anuncia — Vamos entrar e conversar melhor.

— Claro — Edward concorda e seus olhos seguem na minha direção. 

Sinto meu corpo inteiro estremecer. A sensação foi como se uma corrente de energia elétrica tivesse atravessado o meu tronco. Adianto os meus passos entrando de casa outra vez e Charlie juntamente com o rapaz que veio com Nessie levaram a cadeira de Edward para dentro. 

— Vocês tomaram o café da manhã? Aceita uma xícara de chá? — Charlie oferece. 

— Obrigado — Edward recusa. 

O rapaz apenas acena com a cabeça enquanto massageia a própria barriga indicando estar cheio. 

— Que tal deixar a mamãe e o Edward conversarem a sós? — Renesmee encara o círculo de pessoas. 

Um tremendo desespero me atingiu ao imaginar ficar sozinha com Edward outra vez. Nunca tivemos de fato uma despedida. As coisas simplesmente aconteceram e eu não sabia como reagir ou o que deveria falar. 

Quando todos se retiraram fiquei encarando o chão, envergonhada demais para iniciar a conversa. De repente, escuto o som da cadeira motorizada se movendo pelo ambiente e quando percebo Edward estava parado bem na minha frente.