30 Dias escrita por AiUzumaki
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem. >.
Capítulo III
Terceiro Dia
Bicho malvado que vive dentro da mamãe
Os longos cabelos ruivos se espalhavam sobre travesseiro macio e confortável. Os olhos azuis fitavam o teto branco do quarto sem resquício algum de sono, e uma fina coberta cobria-lhes, tanto a si quanto a seu pequeno loiro, que dormia tranquilamente ao seu lado.
A ruiva sentia saudades do calor aconchegante dos braços e o sorriso acalentador. Virou o rosto para o lado e encontrou a versão em miniatura de seu amado (que havia partido de Konoha dias atrás, numa missão), à exceção dos pequenos riscos nas bochechas que lembravam da demoníaca raposa dentro de si. Sua pele macia, seu corpo molinho com as dobrinhas típicas de um recém-nascido. Um anjo e um demônio, ambos no mesmo corpo.
O fraco brilho do abajur do seu lado não a incomodava. mas uma voz sonolenta e infantil a tirou de seus pensamentos.
— Okaa-san. – Os olhinhos abertos e piscando como se tentasse não dormir.
— O que foi, querido? — Virou-se completamente para o pequeno, fazendo-lhe um carinho nos cabelos dourados.
— Você tem um bicho mau dentro de você, okaa-san?
Todo o seu corpo paralisou. Cada pelo, cada nervo, cada pedaço de seu ser exigiu toda a sua força para não transparecer o pânico: o pequeno havia descoberto sobre a besta dentro de si.
— Eu tenho, sim — respondeu, sentindo seus olhos lacrimejarem, será que seu próprio filho a odiaria (igual aos moradores da Vila, que lhe torciam o nariz)? — Mas já me acostumei.
Passou a palma das mãos em seus orbes, tentando esconder sua tristeza.
— Dói? – Outra pergunta: doía ser uma jinchuuriki? Bom, a resposta era bem óbvia e se encontrava estampada em sua face e em seu coração: todos lhe olhavam diferente dos demais, ignoravam sua existência e, às vezes a ofendiam com palavras duras (que lhe machucavam mais do que a besta selada dentro de si).
— Um pouco, mas às vezes as pessoas são piores do que a dor que sentimos — confessou baixinho, mas para si do que para o pequeno.
O pequeno se aproximou e arrodeou seu pescoço com seus bracinhos, e afundou sua cabeça na curva de seu pescoço, sentindo o cheiro doce de seus cabelos vermelhos.
— Sabe, okaa-san — disse após alguns minutos —, eu amo tudinho em você, até posso amar esse bicho mal que vive dentro de você, dattebayo.
As lágrimas que tanto tentou segurar, começaram a cair de seus olhos nos cabelos loiros, quando abraçava o corpo infantil em seus abraços.
— Obrigada, querido... — falou ternamente, em seus ouvidos. — Obrigada.
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