Great Expectations escrita por isa, Jones


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Vocês estão prontas para um pouco de As Patricinhas de Hogwarts Hills? ;) haha



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Se tornava cada vez mais frequente, se você era um dos alunos que moravam nos alojamentos de Hogwarts ou alguém que respeitava os horários, observar o motorista de um Jeep Wrangler branco e geralmente conversível, deixar Parvati, Padma Patil e Lilá Brown no estacionamento de Hogwarts. Parvati dizia para todos que perguntavam que aquele era seu futuro carro: seu pai tinha lhe dado quando ela tinha completado quatorze anos em novembro passado.

— Inclusive, como sou mais velha e experiente... - ela começou, jogando os cabelos lisos e longos para trás enquanto pegava sua bolsa e seus livros.

— Você faz quinze anos semana que vem. - Padma girou os olhos. - Não vinte e cinco.

— Como eu estava dizendo, Lilá... - girou os olhos e encarou seu reflexo no carro para conferir a aparência. Ela consertou o piercing de brilhantes no nariz e a boina vermelha em seu cabelo, antes de continuar: - Namorar esses rapazes do nosso ano não está com nada.

— Esses rapazes da nossa idade? - Padma disse, se esforçando para manter o tom sarcástico no mínimo e andando três passos atrás das meninas.

— Irmãzinha querida. - Parvati caprichou no tom falso. - Você não tem uns livros para ler, umas exposições de arte para discutir ou quem sabe ninguém para convidar para o nosso aniversário?

— Ok, cabeça de vento. - ela ultrapassou as garotas e olhou para trás. - Para sua informação, vou encher nossa festa com apreciadores de arte esnobes e com cheiro de drogas ilícitas, você vai amar.

— Ugh. - Parvati gemeu. - Eca.

Por um instante ela se perguntou o que havia de errado com a irmã gêmea quase idêntica, não fosse os centímetros mais baixos e o rosto infantil, além do gosto duvidoso para moda (aquelas pantacourt eram tão anos 80...).

— Amiga, eu estava tomando essa Coca-Cola hoje. - Lilá disse, pausando para checar o brilho labial. - E Padma me disse que tem tantas calorias! Eu deveria largar?

— Não era diet? - Parvati parou de repente na passarela em direção a escola com os olhos arregalados.

— Claro que era! - Brown agitou seus cachos volumosos. - Até parece que eu pediria uma coca normal, aquilo desce direto para nossas bundas.

— Nem fala. - Parvati continuou andando, equilibrando-se em seus oxford com saltos e suas meias 7/8 vermelhas que por muito não se encontravam com sua saia xadrez escura incrivelmente curta. - Um dia desses eu vi Padma devorando um pacote de Cheetos, como se ela fosse se manter em um manequim 38 sem esforços sabe?

No fim da passarela o grupo de estudantes da sua casa, Weasley, Thomas, Finnigan e Potter as admiravam, como ultimamente todos da escola faziam. Finnigan olhou para Parvati de cima em baixo, sem disfarçar.

— Ugh, Finnigan. - ela falou, colocando a alça da bolsa no ombro. - Como se você tivesse chances. – avisou, ajeitando o colete e a gravata do uniforme enquanto continuava andando com Lilá a tira colo.

— Esse é o tipo de garoto que a gente não deve dar atenção. - disse para a amiga. - Sabe? Eles são tão imaturos.

— O ruivo até que é bonitinho. - Lilá disse, com os jeans pretos de cós alto sobre a camisa branca e o colete do uniforme; hoje sua gravata estava fora do colarinho que estava aberto e suas botas plataformas se encontravam com a barra dobrada da calça.

— Ah, Potter também. - Parvati riu. - Talvez quando eles ficarem mais altos.

— Ou se a gente não tiver nada melhor para fazer. - Lilá completou também rindo.

— Ai, você é tão má. - Patil abriu seu armário e jogou os livros lá dentro.

— Mas você também pensou. - Lilá a imitou e elas se deram os braços em direção a cantina.

— Mas você disse! - ela completou e as duas riram.

Os rapazes, que já não as escutavam mais, continuavam sentados ao fim da passarela com muita preguiça de levantar e pegar o material para a aula de História. Remo Lupin era gente boa, entretanto, só ele achava coisas como a revolução francesa empolgante.

— Dá para acreditar na audácia daquela indiana? - Simas Finnigan reclamou. - Hoje em dia as pessoas não podem nem olhar.

— Você não estava olhando, estava jantando-a com os olhos. - Dean Thomas o encarou. - As meninas não gostam disso, cara.

— Quando aconteceu delas virarem populares? - Ron se encostou a parede. - Quer dizer, entramos todos juntos há dois meses e meio e elas são elas e nós...

— Ah, as pessoas sabem nosso nome. - Harry disse em tom de consolo, tirando o casaco preto.

— As pessoas sabem o seu nome. - Ron o corrigiu, girando os olhos.

— Talvez a gente devesse entrar no time de futebol ou algo assim. - Simas sugeriu quando ouviu o primeiro sino que indicava que era hora de pegar os materiais para a aula, já que o hino tocaria as oito e meia.

— Futebol? - Dean torceu o nariz. - Aqui as pessoas não jogam beisebol ou algo mais estimulante?

— Só você acharia um jogo que ninguém entende e fica parado a maior parte do tempo estimulante. - Ron caçoou. - Beisebol é esporte de americano.

— Meu padrasto é americano. - ele justificou, dando de ombros. - E mulheres ficam populares mais fácil porque são bonitas. Todo mundo sabe disso!

— Claro que não, idiota. - Simas Finnigan fez sua objeção. - Elas ficam populares porque elas entram na puberdade mais cedo.

— Ah. - Ron, Harry e Dean disseram em uníssono. - Faz sentido.

— Vocês são tão esquisitos. - Hermione murmurou, passando por eles. - E deveriam ter se matriculado em Biologia I, sabe? Aquela para leigos.

— Insuportável essa garota. - Ron murmurou. - Acha que sabe de tudo.

Hermione não sabia de tudo. Sabia, porém, que o comentário tinha incomodado mais do que ela premeditara enquanto atravessava com uma cara-nem-de-longe neutra a porta que a levava para a sala de História.

— Bom dia, Srta. Granger. 

O professor Remo Lupin era um homem alto, de cabelos castanhos claros finos, que gostava de se vestir em tons terrosos e parecia ter um fraco para casacos de tweed levemente puídos de tão gastos. Ele tinha olhos cansados, mas bondosos, e uma barba ralinha sempre por fazer que ele gostava de coçar quando estava muito concentrado num raciocínio.

— Bom dia, professor. – Ela respondeu com a voz meio vacilante, antes de ocupar a primeira carteira da fileira do meio como habitual, quase ao mesmo tempo em que os meninos adentravam a sala. Olhando de esguelha para Ronald, Hermione se empertigou do melhor modo que podia, tentando analisar sua figura fria e racionalmente:

Ele era alto, mais alto do que os outros garotos, o que lhe conferia um andar meio desengonçado. As sardas que pintavam seu rosto e braços eram charmosas e de algum modo ressaltavam os olhos claros, mas de tom um tanto opaco. Por fim, havia o cabelo sem corte e a franja que lhe caia nos olhos constantemente. Weasley era bonito, ela admitiu internamente, mas era, também, um babaca. Mesmo Harry, que parecera legal à primeira vista, era, no fim das contas, só um menino, e isso nunca podia significar boa coisa afinal.

Tudo bem que Potter nunca tinha sido maldoso com ela e Hermione nunca o escutara dizer nada de ruim ao seu respeito, mas isso não era o suficiente para que ela não se arrependesse amargamente de ter interagido com eles naquele fatídico primeiro dia.

De lá para cá, exceto as pequenas farpas trocadas entre Hermione e Ronald, não havia nada que pudesse ser dito sobre os três na mesma sentença e assim continuaria, talvez pelo rosto de todo o tempo escolar, se, naquela manhã, o professor Lupin não tivesse decidido que já era a hora de testar novos métodos educativos a fim de despertar a curiosidade e a autonomia de seus jovens pupilos.

Ele não era um professor pragmático e rigoroso como Severo Snape, o professor de química temido por todos os alunos e ex alunos de Hogwarts, mas estava começando a se preocupar com a extrema apatia que seus primeiranistas demonstravam em seu horário. Às vezes Lupin discursava por quase quarenta minutos e a sala permanecia silenciosa como em um funeral. Vez ou outra Hermione Granger o salvava do seu próprio monólogo levantando a mão e ele a abençoava internamente toda vez pelas intervenções.

Naquele dia, no entanto, nem com isso ele pôde contar. O que quer que tivesse acontecido com a garota antes de cumprimentá-lo no início da aula tinha feito ela se manter de boca fechada e braços permanentemente abaixados. Isso foi o sinal que Lupin precisou para ir em frente com seu plano, de modo que, faltando pouco para o fim do seu horário, ele anunciou:

— Como ninguém aparenta ter mais dúvidas sobre o assunto que nós temos discutido pelas últimas duas semanas, eu gostaria de propor um trabalho em grupo. – sorriu, um segundo antes de ouvir o som de muxoxos e pequenas exclamações de surpresa. – Antes de liberá-los, farei um sorteio breve. Vocês se agruparão em trios e me entregarão um trabalho escrito de três laudas sobre a Guerra das Rosas traçando um panorama com algum evento político-social contemporâneo.

A cara de terror de Neville Longbottom e mais alguns fez com que Lupin precisasse suprimir uma risada.

— Não quero ser o pesadelo de ninguém. – Lupin continuou de maneira simpática, tentando atenuar os humores. – Me colocarei a disposição para tirar dúvidas e na próxima aula faremos um roteiro mais detalhado. Por hora, o cronograma fica assim. – ele se dirigiu ao quadro de giz, anotando algumas datas. – Após a entrega do trabalho escrito, todos os trios farão uma pequena apresentação com os pontos chaves de suas respectivas pesquisas.

 - Lupin enlouqueceu?! – Ronald cochichou para Finnigan, sentado à sua frente.

O colega apenas engoliu a seco, com medo de que qualquer movimento brusco pudesse fazer com que o professor magicamente decidisse que aquela proposta não era ruim o suficiente.

De sua mesa, Remo Lupin ignorava as súbitas conversas paralelas enquanto sorteava os nomes de seus alunos. Hermione parecia a única realmente despreocupada com o anúncio. Na verdade, ela ainda estava remoendo o fato de ter sido chamada de insuportável. A lembrança vinha em ondas cíclicas que a atingiam em cheio no peito. Ela só queria que o horário terminasse para que pudesse se esconder um pouco no banheiro.

Mas então o professor Lupin disse seu nome em voz alta, seguido do de Harry Potter e, porque o destino era irônico assim, também o de Ronald Weasley. Granger prendeu a respiração e tentou calcular de cabeça a probabilidade de aquilo ter acontecido. Olhando para o próprio caderno com olhos fixos, ela não viu o suspiro de alívio que Harry e Ronald deram quase ao mesmo tempo.


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Notas finais do capítulo

Será que é agora que o trio decola? Cenas para os próximos capítulos! Um beijo.