Beautiful Strangers escrita por Megan Queen


Capítulo 5
Capítulo 4 - Eu e o secretário de Lúcifer no andar de cima


Notas iniciais do capítulo

Hey, todo mundo!!!
E vamos de penúltimo capítulo???
Sim, essa short-fic está chegando ao seu final e tem sido uma experiência muito divertida compartilhá-la com cada uma de vcs, que tem lido, comentado e favoritado.
Espero que continuem curtindo essa etapa final de mais uma fic do nosso casal preferido :)
Boa leitura ♥

P.S.: Ainda dá tempo de uma recomendação sair, viu rs



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Felicity Smoak 

Eu nunca reconheci um rosto mais puro 
Você me parou e me colocou em meu devido lugar 
Costumava achar que amar significava uma perseguição dolorosa 
Mas você está aqui agora e acho que vai ficar 

— Finally/Beautiful Stranger 

 

— Você está sendo ridícula. — Helena dispara, sentada na minha cama com um pacote de batatas fritas na mão, a boca cheia. 

Olho para ela através do espelho e jogo mais uma peça de roupa ao seu lado, sem me virar. 

— Eu não tenho nada para vestir. — Choramingo, meus ombros caindo e meu reflexo de calcinha e sutiã me encarando. 

Helena revira os olhos. 

— Você estava perfeita na última roupa. E na penúltima. E na antepenúltima. — Ela enumera, olhando para a pilha de roupas ao seu lado. — Sério, Smoak. — Ela bufa, lambendo o sal dos dedos. — Oliver vai bater ali a qualquer momento e juro por Deus que vou abrir e trazê-lo direto até aqui. — Ela ameaça. 

Suspiro. 

Eu estou nervosa. Quase tão nervosa como fiquei na véspera do meu exame. Mas eu não estou indo fazer nenhuma prova essa noite. 

Oliver e eu tínhamos trocado várias mensagens ao longo dos últimos 3 dias, mas ele ainda não havia dado as caras nesse andar. Talvez estivesse desfrutando da sensação de espera. Talvez tivesse medo de não controlar o que aconteceria a partir do momento que cruzasse a entrada do meu apartamento. 

Seja como for, eu tenho pouco mais que meia hora para terminar de me arrumar, antes que ele desça para me buscar. 

Helena veio para me ajudar e/ou zombar do meu nervosismo. Ela também gastou todo o seu repertório de piadinhas sobre eu estar me envolvendo com o tal secretário de Lúcifer que mora no andar de cima. Ou sobre eu estar indo para vê-lo tocar a mesma guitarra que jurei que usaria para espancá-lo. 

Depois de eu ameaçá-la com meu baby-liss, ela finalmente se contentou a sorrir em silêncio, como um gato que comeu o canário. 

— Okay. — Inflo minhas bochechas com uma respiração longa, olhando para as várias peças de roupa espalhadas na cama. — Vai ser o vestido preto...? — Digo, sem muita firmeza, e ela me acerta com o tal vestido no rosto um segundo depois. 

— Vista isso logo, pelo amor de todas as entidades. — Estala, amassando o pacote de fritas e se levantando para ir até o meu banheiro e descartá-lo. 

Reviro meus olhos e começo a me enfiar na peça de roupa. É um vestido com alças largas, um decote longo nas costas formando um X bem aberto, que termina um pouco acima dos meus quadris e escapa um pouco nas laterais, deixando pequenos cortes na minha cintura. Ele tem uma saia rodada e simples, parando um pouco acima dos meus joelhos. Todo o seu charme está na parte de trás, a linha da minha coluna aparente de uma forma que expõe a pele sem ser vulgar. 

Presente de mamãe, é claro.  

Eu jamais tive a oportunidade de usá-lo antes, é claro. 

Olho para meu reflexo. 

Meu cabelo está parcialmente preso. Nada muito elaborado. Nada de muita maquiagem também, não sou boa com isso. Então apenas fiquei com o rímel e batom vermelho. 

Sento na cama e calço as sandálias de tiras que Helena disse que iam fazer minhas pernas parecerem mais longas. Estou rindo disso quando o assovio dela vem da porta do meu banheiro. 

— Eu disse que esse era a melhor opção, quase uma hora atrás. — Lembra, encolhendo os ombros diante do meu olhar enfezado. 

Levanto e dou uma volta diante do espelho. 

— Nota? — Pergunto, e Helena ri baixinho. 

— Um ataque cardíaco em forma de mulher. — Ela responde, e eu gargalho. Helena tem as melhores tiradas. — Oliver sequer vai saber o que o atingiu. — Continua, e eu esfrego as mãos, o nervosismo voltando. 

— Eu não sei fazer isso. — Murmuro, e ela ergue suas sobrancelhas perfeitamente arqueadas. 

— Não sabe fazer o quê? — Quer saber, caminhando até parar ao meu lado, segurando uma das ondas do meu cabelo e jogando-a para trás sobre meu ombro. 

— Essa coisa de encontro. — Solto, depressa. — O que eu devo falar? Como eu devo agir? — Minhas mãos agitam no ar. — Meu único relacionamento foi com Cooper e simplesmente aconteceu de um dia eu estar namorando meu colega de curso. Não teve nada de marcar um encontro para conhecê-lo, porque eu já o conhecia. E não tinha como decepcionar porque ele já tinha me visto no meu pior nas semanas de prova. — Estou tagarelando e Helena nota isso, pois me segura pelos ombros e me sacode um pouco.  

— Em primeiro lugar, não vai ser nada muito diferente do que foi quando você esteve na Verdant da última vez. Você não disse que contou quase toda a sua vida e mais um pouco para ele? — Ela exagera um pouco só para me fazer sorrir. — Oliver viu você entrar numa casa noturna, parar no balcão do bar e pedir água. — Ela frisa e eu finalmente rio. — Não tem como decepcionar depois disso, vai por mim.  

— Eu odeio a forma como você simplifica tudo. — Resmungo e ela sorri, cheia de dentes. É a maior qualidade de Helena Bertinelli. Nada é tão assustador quando ela está por perto para transformar qualquer problema numa bobagem. Tinha sido a leveza que ela carrega que fez com que eu me afeiçoasse a essa mulher criada para ser uma dondoca fria, mas que contrariando tudo isso se tornou uma das pessoas mais terrivelmente calorosas que já conheci. Provavelmente foi isso que fez com que Tommy caísse por ela, também. Além do fato de que ele mesmo havia contrariado a natureza fria e aristocrática de seu pai para escrever a própria história longe da sombra política dele. 

— Além do mais... — Ela corta meu devaneio, inclinando a cabeça. — Você não vai precisar de um manual sobre como agir quando Oliver tem planos que não vão muito longe de arrumar um atalho para sua boca. — Sinto meu rosto inteiro esquentar diante das palavras maliciosas dela. — Tenho certeza de que você ainda lembra de como funciona. — Ela pisca. — A dança mais antiga de todas, coisa e tal. 

Balanço a cabeça e dou as costas para ela, tentando esconder meu rosto em chamas, mas Helena já está gargalhando. 

— Você é impossível, sabia? — Reclamo, jogando meu celular, o batom e minha carteira dentro da bolsa. 

— Thomas não me deixa esquecer. — Ela cantarola e eu não sei se isso teve malícia ou não. Porque essa é Helena. 

Estou abrindo a boca para questionar isso quando batidas soam na porta e meu coração galopa todo o caminho até minha garganta. 

— Não sei mais se foi uma boa ideia. — Puxo Helena pela mão quando ela começa a se afastar para ir abrir a porta. Ela me olha como se eu tivesse enlouquecido. — Nós somos vizinhos. — Disparo e ela franze a testa. 

— Não faz pelo menos três dias que saímos desse capítulo? — Pergunta e eu olho para todos os lados, procurando uma desculpa. 

— E se der errado? — Digo, num suspiro. — Como vão ficar as coisas com os dois morando no mesmo prédio, e apenas um andar entre nós? — Parece uma boa pergunta até ela rir na minha cara. 

— Me poupe, Smoak. — Helena puxa a mão e cruza os braços. — Até semana passada, vocês dois queriam a cabeça um do outro e nunca nem tinham se cruzado em todos esses meses. — Ergue uma sobrancelha. — O máximo que pode acontecer é vocês voltarem a querer a cabeça um do outro e não se cruzarem mais. — Dá de ombros. — Mais alguma pergunta? — Mordo o lábio. — Foi o que eu pensei. —  Suspiro em resposta e então é a vez dela de me agarrar pela mão e começar a me arrastar para fora do quarto, ignorando meu protesto para ir mais devagar por conta dos meus saltos.  

Ainda estou tentando recuperar o equilíbrio quando Helena segura o trinco e escancara a porta do apartamento. 

Endireito meus óculos e engulo em seco. 

É como se eu o visse pela primeira vez. 

A camiseta de mangas compridas cor de tabaco. O estojo do violão pendurado às costas e a guitarra, dentro do próprio estojo, em uma das mãos. Olho para a calça jeans escura e os coturnos, meus olhos voltando todo o caminho para cima e então se chocando com o sorriso evidente nos dele. 

— Boa noite. — Oliver diz, simplesmente, seu olhar dançando sobre mim sem disfarçar. — Caramba. — Murmura e eu sinto até mesmo minhas orelhas arderem. Posso jurar que Helena está pondo a mão na boca para não rir. 

— Bem, você também não está nada mal, eu acho. — Respondo, limpando a garganta e erguendo um dos ombros, desajeitada. 

Oliver ri.  

— Obrigado, eu acho. — Me imita e eu reviro meus olhos. — Aí está você! — Ele aponta, um sorriso enorme dessa vez. Sorrio para ele e nós dois viramos para Helena ao mesmo tempo. — Boa noite, Bertinelli. — Oliver cumprimenta e ela faz uma mesura delicada. — Tommy está na portaria, esperando por você. — Ele meneia a cabeça e, mais rápido do que posso calcular, ela agarra sua bolsa na mesinha de centro e passa por mim, deixando dois beijinhos, um de cada lado do meu rosto. 

— Comportem-se crianças. — Ela diz, caminhando para fora, virando um pouco antes de cruzar o batente. — Vejo vocês na Verdant. — Pisca, acenando.  

Simples assim, Helena se foi. 

Traidora. 

— Ela é uma força da natureza. — Aceno para o lugar onde minha melhor amiga estava a meros segundos atrás e Oliver ri. 

— Tenho pensado sobre isso. — Ele murmura, começando a se aproximar. 

— Sobre quê? — Ergo minhas sobrancelhas, minha pulsação aumentando com a proximidade.  

Oliver para a um palmo de distância e inclina a cabeça, me olhando por completo outra vez. Um sorriso de canto aparece em seus lábios. 

— Helena. Tommy. — Ele diz, casualmente. Franzo minha testa e Oliver estende a mão e toca o ponto entre minhas sobrancelhas. — Nós dois. — Acrescenta, mais um passo e ele se estica para deixar o estojo da guitarra atrás de mim, sobre o sofá. Um suspiro e suas mãos estão brincando distraidamente na lateral dos meus braços arrepiados. 

— Nós dois? — Ecoo, de forma estúpida. Oliver ri, seus olhos passeando por meu rosto confuso. 

— Você não vê nada de estranho naquela quinta-feira? — Ele pergunta, subindo uma das mãos para segurar uma mecha do meu cabelo entre seus dedos.  

Não me lembro exatamente do que estamos falando. 

— Como assim? — Pergunto, levantando meus punhos e descansando-os contra o peito duro dele, tentando estabelecer uma barreira entre seu corpo quente e minha sanidade. 

Eu não podia ter adivinhado como os últimos dias podiam ter acumulado tanta tensão entre nós e minha segunda teoria sobre o motivo de ele não ter aparecido antes parece fazer mais sentido. Eu o deixaria me convencer a não ir a lugar algum, essa noite, caso ele sugerisse a ideia. 

— Helena praticamente a atirou em meus braços. E Tommy estava há meses tentando me marcar uma saída com ele, Helena e uma amiga. — Ele solta as palavras devagar e a compreensão lentamente me alcança. — Eu tenho um palpite sobre quem era essa amiga. — Oliver ri baixinho, empurrando a mecha de cabelo para trás. 

Pisco várias vezes e então meu queixo cai um pouco. 

— Tommy! — Dou um tapinha no peito de Oliver, deixando para trás a névoa que estava em meus sentidos. 

Oliver franze a testa. 

Agora é ele que não está acompanhando. 

— O que tem ele? 

— Tommy arranjou o apartamento para mim. — Conto, e seus olhos enchem de compreensão. 

— Agora que mencionou... — Oliver balança a cabeça, parecendo lembrar de algo. — Tommy me perguntou, vários meses atrás, se eu sabia de algum apartamento vago no meu prédio. — Ele conta, e eu estalo a língua. — Desgraçado. — Falamos juntos.  

E então rimos juntos. 

— Isso com certeza começou com Helena. — Decido, por fim, após nos recuperarmos do choque.  

— Ela parece mais com uma mandante para mim, também. — Oliver concorda e dou um empurrãozinho de leve, que o faz me segurar pela cintura. 

— Ela tem essa fixação por me arrumar alguém desde que começou a sair com o Merlyn. — Reviro meus olhos e ele abre um sorriso de menino. 

— Prazer, alguém. — Ronrona, e eu gargalho. Oliver também ri ao som da minha risada.  

— Admiro a paciência desses dois. — Digo. Oliver inclina a cabeça. 

— Deve ter sido frustrante perceber que nos odiávamos todo esse tempo. — Ele comenta e eu arregalo os olhos, percebendo. 

— Eu vou matá-la. — Exclamo, e Oliver segura o riso. — Todo esse tempo eu estive me queixando de você e seu barulho para ela e Helena apenas fazia piada, esperando o momento para me jogar em seu colo. — Minha indignação é visível, pois Oliver fica um pouco mais cauteloso, seus dedos desenhando círculos nas laterais nuas da minha cintura. 

— Falando assim parece meio perverso. — Ele diz, devagar, e eu cruzo os braços contra seu peito, como uma criança emburrada. A preocupação se vai e agora ele está tentando muito não rir. — Ah, vamos. — Ele me balança um pouco. — Eu não sou tão ruim, no final. — Olha para mim com um olhar pedinte impressionante para um homem desse tamanho. 

— Aparentemente eu também não sou tão ruim assim, não é? — Cedo, abrindo um sorriso pequeno. 

O olhar de Oliver faísca.  

— Meio maluca, como eu imaginei, mas acho que posso aprender a lidar com isso. — Provoca e eu estapeio seu peito de leve. — Não, você não é nada ruim, Smoak. — Ele fala, mais sério, seus olhos caindo para minha boca. 

— Ainda estou furiosa com Helena. — Pontuo, e ele torce um sorriso. 

— Mesmo depois de descobrir que gosta do secretário de Lúcifer? — Ele quer saber. Eu definitivamente vou matá-la.  

— Ela contou a você. — Meu queixo cai e Oliver encolhe os ombros, defendendo a própria inocência. 

— Você sabe sobre “a maluca do andar de baixo” ... — Ele diz, erguendo uma das mãos para fazer aspas. Estreito meus olhos, lembrando do apelido. Oliver ri. — Estamos quites. 

Inclino a cabeça. 

— Okay, estamos quites. — Concordo, por fim, e Oliver suspira antes de me soltar, como se houvesse algum esforço envolvido no gesto. 

— Temos que ir. — Ele lembra, se esticando para pegar o estojo sobre o sofá. 

Endireito minha postura. 

— Vou só pegar minhas chaves. — Digo, me atrapalhando ao tentar contornar o corpo grande dele, ainda mexida pelos minutos em que estivemos respirando o ar um do outro. 

— Eu realmente gosto desse vestido. — Oliver solta, às minhas costas, e eu sorrio, feliz que ele não pode ver meu rosto. — E eu sei que você corou. — Ele cantarola e eu estalo a língua. 

— Como você...? — Viro, com as chaves na mão, e dou de cara com o sorriso malicioso de Oliver. Fico ainda mais vermelha, se possível. 

— Você sempre cora. Quando elogio você. Quando toco em você. — Diz, sorrateiro, voltando a se aproximar. — Estou muito empenhado em descobrir todas as formas como posso fazer você corar, Srt.ª Smoak. — Ele conclui, pegando minha mão. Estou tentando lidar com as imagens que isso pôs na minha mente, porém Oliver logo me tira do meu torpor. — Mas agora realmente temos que ir. — Puxa minha mão, um sorriso inocente nos lábios. 

Respiro fundo, controlando meu nervosismo. 

— Claro. — Sorrio para ele, caminhando ao seu lado para fora e soltando sua mão para trancar o apartamento antes de chamar o elevador. — Como está Thea? — Pergunto, enquanto esperamos. 

Um sorriso automático aparece em seus lábios. 

— Ela e Roy estão trocando figurinhas e fazendo apostas sobre o nosso encontro. — Diz, balançando a cabeça. — Os dois amam se ocupar com a minha vida, aparentemente. 

Rio e reviro meus olhos. Então algo me ocorre. 

— Ela e Roy estão juntos? — Pergunto, e Oliver inclina a cabeça, como se isso nunca tivesse lhe passado pela cabeça. 

— Não. — Responde, de pronto, mas então coça a barba. — Pelo menos eu acho que não. — Murmura. 

Limpo a garganta, contornando a dúvida que plantei e esperando que isso não cause problemas.  

— É que você falou dos dois juntos e eu só... — O elevador chega e sou salva de ter que continuar comprometendo a vida amorosa da irmã de Oliver e do colega de apartamento deles.  

Ele apenas balança a cabeça e sorri, como se a ideia fosse ridícula, deixando o assunto morrer. 

E, quando estamos juntos na caixa metálica outra vez, me pego procurando sua mão e entrelaçando nossos dedos. 

Não estou olhando para ele, mas pego pela visão periférica quando Oliver encara nossas mãos juntas e ri pelo nariz antes de dar um aperto leve e virar outra vez para a frente. 

Como se fosse natural. Como se devesse ser. 

Eu também pego pela visão periférica o queixo caído de Alfred quando passamos por ele até o Uber que Oliver chamou enquanto eu trancava a porta do meu apartamento. 

Tão diferentes de como entramos nesse mesmo elevador, três dias atrás. 

 

~*~

Observo a pequena multidão. 

Tão mais cheio do que estava aqui na quinta-feira.  

Oliver segura minha mão mais forte quando passamos direto através da fila e vários olhares femininos me atravessam com a precisão de facadas. Engulo em seco e baixo minha cabeça, deixando que ele me conduza até o lado de dentro e escadas acima. 

— Me sinto como uma ovelha caminhando para a tosquia. — Murmuro e ele para, de repente, fazendo com que eu me choque com suas costas rígidas. 

— O que disse? — Ele se vira para me olhar, a mão subindo para segurar meu braço e me ajudar a recuperar o equilíbrio. Seus olhos estão um pouco preocupados. 

— Nada. — Disparo, e Oliver ergue uma sobrancelha. Limpo a garganta. — Você tem um grande público feminino, huh? — Solto, enfim, olhando para trás e ao redor. Oliver suspira. 

— Felicity... — Chama. 

— Hmm? — Respondo, ainda deslizando meus olhos pelos vários olhares curiosos e semicerrados em nossa direção. 

Ele solta um suspiro e então sua mão está em meu queixo. Virando meu rosto para o seu. Seus olhos parecem líquidos na iluminação. 

— Eu estou aqui com você. Estou olhando para você. E a única mulher para quem vou continuar olhando é você. — Ele diz, alto o suficiente para que eu ouça cada palavra mesmo com o barulho. — Quero que olhe para mim, também. — Conclui. — Você pode fazer isso? — Pergunta, e eu mordo meu lábio, insegura. 

— Você já...? — Me ouço perguntando, e me interrompo quando Oliver me puxa para o lado, liberando a passagem na escada.  

Ele olha para cima e respira fundo antes de voltar a me encarar. 

— Já. — Ele responde, por fim, sendo honesto. Não sei porque isso me incomoda quando eu já imaginava. — Mas nunca as trouxe aqui. Nunca me apresentei para nenhuma delas. — Ele me puxa mais para perto. — Elas vinham me ver. Uma vez ou outra, eu saía com uma delas. Coisa de uma noite. Diversão. — Encolhe um ombro. Sei que meus olhos estão denunciando meus pensamentos, porque Oliver se apressa em continuar. — Nada como isto. — Ele desliza a mão por meu braço até voltar a segurar minha mão e apertá-la. 

— E o que mudou? — Pergunto, em dúvida sobre se isso é realmente uma boa ideia. 

— Não foram elas. Nem foi você. Pelo menos não exatamente. — Ele diz. — Algo em mim mudou. E eu quero que você segure minha mão. E quero que me assista. Quero cantar para você. — Continua, com uma certa urgência. — Também quero que saiba que é para você, Felicity. Só para você. Essa noite é sobre isto. — Mais um aperto em meus dedos. — E acho que algo em você mudou também. — Acrescenta, abrindo um sorriso hesitante. — Ou você não estaria aqui. 

Suspiro. 

Ele está certo. Maldito homem convincente. 

— Promete que nenhuma delas vai pular em cima de mim? — Estico minha mão e brinco com a alça do violão em seu peito. O suspiro de alívio dele ao me ver fazendo graça é evidente.  

— Você vai estar com Helena. — Oliver pisca e eu sinto o riso subir pelo meu nariz. — Ninguém em sã consciência sequer respiraria errado perto da sua amiga. 

— Eu a usava como escudo na faculdade. — Confesso, e agora nós dois estamos rindo. Antes que Oliver possa reagir, me estico e deixo um beijo estalado em seu rosto, bem no canto de sua boca. A barba por fazer pinica meus lábios e me faz abrir um sorriso contra ele. Me afasto tão depressa quanto me aproximei e o pego piscando confuso para mim, pego de surpresa. Controlo meu sorriso e aperto seus dedos. — Vamos? — Indico o topo da escada com o queixo. 

— Você...? Deixa pra lá. — Ele balança a cabeça, rindo. — Vamos. — Volta a me conduzir, caminhando comigo entre as pessoas. Esforço-me para ignorar os olhares curiosos enquanto Oliver me puxa consigo até uma mesa no canto esquerdo, onde Tommy e Helena estão rindo com malícia para nós. — Boa noite. — Ele cumprimenta, olhando para os dois com um olhar de quem já desistiu de se importar. 

— Que surpresa. — Thomas diz, sonso. — Você e Felicity.  

Olho para ele com uma sobrancelha erguida. 

— Vamos ter uma conversa, mocinho. — Levanto meu indicador e ele leva a mão ao peito, como se estivesse surpreso, mas seus olhos brilham com humor.  

— Lembre-se de como você me ama e não sabe viver sem minha presença refrescante antes de tomar qualquer atitude... — Ele diz e então vira para Helena, “murmurando”: — Você contou a ela que eu...? — Um tapa em seu braço e então minha amiga o fuzila com o olhar. 

— Não sei do que você está falando. — Ela diz, piscando inocentemente. 

Eu e Oliver nos encaramos e reviramos os olhos um para o outro. 

— Nós sabemos. — Dizemos juntos. 

Dois segundos de silêncio. 

— Ah. — Os dois dizem juntos. 

— Depois nós conversamos, porque agora eu realmente tenho que começar a me preparar. — Oliver diz e me puxa de lado para deixar um beijo rápido na minha têmpora esquerda. Helena falta morrer com um engasgo e Oliver ainda está sorrindo quando sai e nos deixa.  

Tommy massageia as costas da namorada e eu sento de frente com os dois com meus braços cruzados. 

Nenhum deles parece interessado em conversar agora. Quase sorrio de como parecem duas crianças culpadas de comer o bolo antes do parabéns. 

— O gato comeu a língua de vocês? — Digo, devagar. 

Tommy ajeita a gravata no pescoço e abre seu sorriso mais encantador. 

— Parece que vocês se deram muito bem, afinal. — Cantarola. 

— E vocês ficam realmente bem juntos. — Helena colabora, depressa. 

Cruzo minhas pernas e me estico para pegar a taça de martini dela, terminando o que resta da bebida. 

— Dessa vez eu vou fingir que não sei o que aprontaram. — Decido, e os ombros deles caem de alívio. — Mas quero o dinheiro que você ganhou apostando em mim. — Estreito meus olhos e Helena concorda mais que depressa, ainda que solte um muxoxo. — Você paga tudo o que eu beber essa noite. — Aviso. 

Ela finalmente ri. 

— Sua água? — Provoca, e eu estou séria quando respondo. 

— Com gelo. — Agora é Tommy quem está rindo. 

— Ela é tão fofa. — Ele fala, exatamente como Thea. — Tem certeza de que não podemos adotá-la? — Ele olha para minha amiga, fazendo um beicinho. 

— Acho que Felicity está um pouquinho além da idade. — Ela devolve, sorrindo. 

— Vocês são ridículos. — Prendo meu sorriso, desviando meus olhos para as outras mesas e a pista de dança. 

Erro meu. 

São tantas

Metade delas está olhando para ele como se fosse um pedaço de carne. E a outra metade está olhando para mim como se pudessem me fatiar. 

— Ele parece ser bem popular por aqui. — Digo, girando a taça de Helena e balançando a azeitona dentro dela. 

Tommy está olhando além de mim também. 

— Ah sim, muito popular... — Sua risada é repleta de malícia. — Ai! Helena Rosa Bertinelli, pelo amor de Deus, você... — Ele pragueja, depois do que eu suponho que tenha sido um beliscão. Tommy olha para ela e então para mim, se dando conta de com quem está falando. — Não que ele se aproveite disso, é claro. — Tommy se apressa em dizer, tossindo um pouco contra a mão. 

— Ele me disse que já saiu com algumas delas. — Comento, e Tommy ri pelo nariz. 

— Literalmente saiu. — Diz e eu franzo a testa. — Oliver não tem encontros há milênios. Nem sei se ele ainda lembra como funciona e, para o seu bem, eu espero que sim. — Acrescenta. 

Franzo minha testa. 

— Mas ele... 

— Algumas delas às vezes conseguiam um pouco da atenção dele. — Tommy dá de ombros. — Então ele saía daqui com uma dessas garotas no fim da noite. E é isso. — Finaliza. 

— Oliver nunca trouxe uma garota. — Helena esclarece e eu ergo as sobrancelhas, ainda que isso seja exatamente o que ele mesmo me disse alguns minutos atrás. — Ele dizia não ter tempo para encontros e afins. — Ela revira os olhos. 

— Então você me jogou direto em seu colo. — Volto a cruzar os braços, me recostando, e Helena tem a decência de corar. 

— Deu certo, não deu? — Ergue uma sobrancelha, se recusando a dar o braço a torcer. 

— Ele poderia ter me usado como usou todas as outras. — Argumento. 

— Oliver nunca faria isso. — Tommy defende o amigo, de imediato. — Ele usou aquelas garotas tanto quanto elas o usaram. E ele jamais se aproveitaria de uma garota que só queria companhia. — Acrescenta e, no fundo, eu sei que isso é verdade. No fundo, sei que Oliver nunca encostaria em um fio de cabelo meu se eu não o permitisse. E ele realmente não encostou. 

O som dos acordes chama minha atenção e viro a cabeça para vê-lo, cercado pelos outros integrantes da banda, a guitarra contra o abdômen.  

Eu não sou a única a suspirar. 

Helena estala a língua, ao notar que eu reparei. 

— Esqueça as outras. — Ela estende a mão e toma sua taça de volta. — Apenas olhe para ele. — Diz, e eu obedeço. Oliver tem um meio sorriso nos lábios e os olhos cravados em meu rosto. Ele nem mesmo se importa em disfarçar. — Ele só vê você. — Me pego sorrindo de volta e ele pisca para mim antes de se virar para falar algo para os outros. — Faça um favor a si mesma e aproveite, o homem é realmente bom no que faz.  

Respiro fundo e decido fazer exatamente isso. 

Tommy pede uma água com gelo para mim e, pelos próximos minutos, deixo Oliver me envolver em torno do som da sua voz e da melodia de canções que conheço, e de outras que nunca ouvi. Suas músicas.  

Meu peito expande e eu derreto contra meu assento, seu timbre grave acariciando meus ouvidos.  

Ele é realmente bom nisso. Não culpo as outras por estarem ansiosas por ter um pouco desse homem. E me pego sorrindo do pensamento de que eu o pagaria para cantar para mim todos os dias, ainda que há algumas semanas a mera ideia de ouvi-lo fazer música me fizesse ferver de ódio.  

Agora estou fervendo por um motivo completamente diferente. 

Então Oliver faz uma pausa.  

Eu posso ver seu sorriso descarado quando pede uma água com gelo. 

Helena também percebe e cutuca o peito de Tommy. Os sorrisos dos dois são irritantemente largos. 

— Estou me sentindo um voyeur assistindo vocês dois, sabia? — Tommy provoca, e arremesso um guardanapo em seu rosto, o que o faz rir ainda mais. Sei que estou com o rosto em chamas. 

Oliver limpa a garganta e tira a alça da guitarra do ombro, colocando-a num suporte ao seu lado e pegando o violão. 

— Vamos fazer uma pequena mudança aqui. — Ele diz, no microfone, a outra mão segurando o braço do instrumento. — Acho que os casais podem querer um lugar na pista de dança agora. — Anuncia, vários assovios soando pelo salão. Seu sorriso aumenta, tão à vontade naquele palco. Então seus olhos voltam para mim enquanto vários casais se formam na pista. Tommy solta seu próprio assovio e sei que ele e Helena só não estão indo até lá para não me deixar sozinha. Gostaria de ser altruísta o suficiente para liberar os dois, mas realmente não quero ficar sozinha na mira de todas as garotas solteiras que estão ficando em seus lugares. — A próxima música se chama Beautiful Stranger. — A voz de Oliver captura minha atenção outra vez e sinto meu peito esquentar com seu sorriso dirigido a mim, sem joguinhos.  

Seus olhos continuam em mim quando ele toca os primeiros acordes e então começa a cantar, sem elevar a voz, baixo e íntimo, mesmo em meio a tanta gente. 

Your eyesso crystal blue
Sour apple baby, but you taste so sweet 
You got hips like Jagger and two left feet 
And I wonder if you'd like to meet 

Helena começa a me chutar por baixo da mesa e eu olho para ela.  

— Isso é tão romântico. — Ela dá pulinhos no lugar e então vira para o namorado. — É só o primeiro encontro e ele já suplantou você. — Reclama, e Tommy ri.  

— Você sabe que meu estilo não é tão sutil. — Pisca, e eu jogo outro guardanapo, fazendo os dois rirem, antes de voltar a encarar Oliver, seu olhar me esperando. 

Your voice is velvet through a telephone 
You can come to mine 
But both my roommates are home 
Think I know a bar 
Where they would leave us alone 
And I wonder if you'd take it slow 

Solto uma risada e Tommy estala a língua. 

— O desgraçado é bom. — Comenta, e eu estou me preparando para lançar outro guardanapo quando ele ergue as mãos em rendição e passa um zíper imaginário na boca. 

Oh, we're dancing in my living room 
And up come my fists 
And I say, "I'm only playing" 
But the truth is this 
That I've never seen a mouth 
That I would kill to kiss 
And I'm terrifiedbut I can't resist 
And I say 

Beautiful stranger 
Here you are in my arms and I know 
That beautiful strangers 
Only come along to do me wrong 
And I hopebeautiful stranger 
Here you are in my arms 
But I think it's finally 
Finallyfinallyfinallyfinally safe 
For me to fall 

 

Ele joga o corpo para o lado ao finalizar o refrão e sorri inocentemente para mim, que apenas balanço a cabeça, sem acreditar nesse pequeno show particular.  

— Cadelinha da patroa. — Helena bate na mesa e eu tenho que rir, cobrindo minha boca com a mão.  

— Deus, se eu soubesse que Oliver é tão terrivelmente emocionado quando começa a gostar de alguém, teria dado um jeito de juntar vocês dois muito antes. — Tommy ri. — Eu não tinha nem roupa pra esse evento.  

Reviro meus olhos para ele e ignoro os olhares perniciosos que continuam me fuzilando à medida que Oliver termina a música, a melodia me carregando para um lugar onde sou só uma garota ouvindo um cara tocar para ela. 

Exceto que esse cara é Oliver Queen.  

O homem que eu odiei sem conhecer.  

O homem pelo qual me encantei sem conhecer. 

O homem que odiei quando comecei a conhecer e então voltei a me encantar ao conhecê-lo um pouco melhor. 

O secretário de Lúcifer no andar de cima. 

Seu sorriso é cheio de promessas, do outro lado do salão, enquanto seus dedos se movem nas cordas do violão com familiaridade. Como se eu fosse a única pessoa que ele vê. Como se eu fosse a única que ele quer ver.  

E eu deveria estar aterrorizada com algo assim vindo praticamente do nada. Tão aterrorizada como ele provavelmente está.  

Nenhum de nós planejou isso. Nenhum de nós sequer queria isso. Nossas vidas corriam em direções opostas e então se chocaram como em um acidente de carro que deixou duas vítimas fatais. 

Rio da minha analogia estapafúrdia. 

Helena está me chutando sob a mesa outra vez. Franzo a testa e seguro minha panturrilha, puxando minha perna para longe antes de encará-la. 

— O quê? — Sibilo, e ela sorri como uma criança. 

— Ele está vindo. — Diz, simplesmente. 

Estico minhas costas como se tivesse sido eletrocutada e giro para vê-lo abrindo caminho entre as pessoas e ignorando os chamados que tentam interrompê-lo. 

— Por favor, diga que podemos segurar vela para vocês sempre. — Tommy se inclina para pedir com um olhar de cachorro que caiu da mudança. 

Riso escapa pelo meu nariz, a incredulidade roubando minha voz quando Oliver para diante de nós e estende uma mão. Suor brilha em sua testa por conta dos holofotes e vejo que ele arrancou os protetores auriculares. 

— Temos um lugar para ir. — Ele sorri e eu olho de seu rosto bonito para Thomas e Helena, que erguem os polegares em aprovação. 

— Mas...? — Começo a acenar para o palco, mas vejo que o outro vocalista já ocupou o lugar de Oliver com muito prazer. Olho novamente para Tommy. 

— Fizemos um pequeno arranjo, essa noite. — Ele dá de ombros. — Não é todo dia que Oliver pede uma folga. Mesmo que seja uma folga parcial. — Ri baixinho. — E eu sugiro que você aceite essa mão e suma daqui antes que outras pessoas comecem a se dar conta de que ele está se mandando. — Acrescenta.  

Automaticamente agarro a mão que Oliver me oferece, o fazendo segurar uma gargalhada, mas ele apenas faz uma continência para meus amigos e me puxa consigo através da pequena multidão.  

Acompanho seus passos largos com um pouco de dificuldade, descendo as escadas com uma pressa calculada até caminharmos para fora.  

— Boa noite, Queen. — Diggle sorri para nós, na entrada, sem mostrar os dentes. — Senhorita. — Meneia a cabeça para mim. — Roy deixou sua moto há uns 15 minutos. — Avisa e Oliver dá dois tapinhas na lateral de seu ombro, soltando minha mão e pegando os capacetes que o outro está estendendo. 

— Obrigada, Dig. 

— Ouvi dizer que você estava dando um show. — O homem negro e robusto parece estar rindo de alguma piada só sua. 

— Algo do tipo. — Oliver pisca e sorri, me guiando para fora. 

A moto está estacionada há alguns passos de distância da entrada e eu sorrio, balançando a cabeça. 

— Você é maluco. — Digo, finalmente.  

Oliver ri. 

— Não ia chamar você pra sair e então ficar a 6 metros de você a noite toda. — Ele fala, colocando o próprio capacete e virando para mim. — Isso seria um terrível desperdício. — Seus olhos deslizam por mim e então ele inclina a cabeça. — Você pode querer tirar essas sandálias. — Sugere, e eu olho dos meus pés para a motocicleta parada diante de nós. 

Santo Deus, eu estou mesmo fazendo isso. 

Me inclino e seguro no braço dele enquanto desato e puxo meus calçados. Quando me endireito, Oliver me puxa suavemente e coloca o outro capacete em mim, ajustando a fivela sob meu queixo. Olho para ele e para seu sorriso de menino enquanto faz o serviço e então seus olhos sobem para os meus. 

— Para onde vamos? — Pergunto. 

Oliver faz um gesto de cabeça e então me segura pela cintura. Coloco minha mão livre contra seu peito e espero. 

— Você gostou? — É o que ele me pergunta, ao invés de me responder. 

Seus olhos estão brilhantes pela excitação da apresentação que acabou de fazer e seu coração bate como um tambor sob meus dedos. Ou talvez seja por minha causa. Eu não sei dizer. 

Oliver ainda espera por uma resposta. 

— Eu adorei. — Murmuro, cor subindo por minhas bochechas ao lembrar da última música em específico. Oliver ri num sopro e acaricia a pele das minhas costas, enviando um arrepio pela minha espinha. 

— Bom. — Ele diz simplesmente.  

— E seus instrumentos? — Quero saber, lembrando que viemos de Uber por conta disso. 

— Tommy vai cuidar disso. — Ele esclarece e eu assinto. 

— Aonde vamos? — Pergunto outra vez e ele encolhe os ombros, me soltando. 

— Você vai ver. — Diz. — Vamos. — Chama, me dando um puxãozinho para mais perto da moto antes de montá-la.  

Respiro fundo e olho para os lados, me perguntando como foi que chegamos a esse ponto. Decido então que não estou muito interessada em uma explicação agora, segurando em seu ombro e me impulsionando para montar logo atrás dele. 

Oliver faz o motor roncar e me aperto contra suas costas, abraçando seu tronco, o que o faz rir. 

E nós simplesmente saímos.


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Notas finais do capítulo

E então? O que nos aguarda no finalzinho desse encontro e dessa estória?
Espero vcs nos comentários :)
Xero ♥



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