Star Ocean: O Mar Onde Encontrei o Amor escrita por Mesprit


Capítulo 8
Lagoa




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O barulho do despertador acabou com o silêncio que existia no quarto fazendo o rapaz sair da cama de imediato. Deixava sempre o celular longe da cama, para que fosse obrigado a levantar e desligá-lo, assim evitando de desligar e voltar a dormir. Era uma estratégia que fazia a anos e raramente deu errado. Foi em direção ao banheiro e ao ligar a luz revelou-se no reflexo um Eduardo totalmente acabado, seus olhos denunciavam que havia dormido pouco, e seu cabelo roxo já estava bem desbotado. Porém não havia tempo de se preocupar com isso e foi logo para o chuveiro.
Desde a última semana sua rotina de manhã sofreu alterações não previstas. Agora ele fazia questão de cuidar bem mais o que iria vestir e cuidava mais do rosto, além de não conseguir mais sentar e tomar seu café da manhã com calma pois não conseguia mais não se preocupar com o horário, fazendo ele ficar pronto as pressas e até antes do horário que ele precisaria de fato.
Colocou seus calçados e saiu do seu apartamento, indo para o corredor e chamando o elevador. Enquanto esperava descer até o térreo seu coração começou a disparar, mas não se espantava mais com isso pois estava sendo uma reação que sempre acontecia. Passou pelo porteiro e o cumprimentou enquanto saia do prédio e olhava para os lados em busca do motivo do seu nervosismo diário.
Lá estava ele, escorado na parede e com os olhos fixos no celular, os cabelos platinados o destacando de toda as pessoas que estavam na calçada caminhando em direção aos seus trabalhos. O rapaz ficou o observando enquanto o outro não percebia sua presença, pois ainda ficava constrangido com o que andava acontecendo e não tinha coragem de chamar por Lee Jangjun. Ao mesmo tempo isso não era algo ruim pois podia apreciar a visão que era o rosto do outro sorrindo e rindo para o conteúdo desconhecido que ele via no seu celular.
Decidiu então pegar seu celular e mandar uma figurinha para o outro e chamar sua atenção. O jogador de basquete pareceu ter visto a mensagem e rapidamente virou seu rosto em direção aonde o brasileiro lhe esperava rindo, o que fez o rapaz abrir um lindo sorriso e dar uma corridinha em direção à ele.
— Francamente Dudayah… Você não sabe que é errado deixar celebridades esperando? Era você que deveria estar na rua antes de mim - Falou Jangjun com seu tom debochado de sempre, era sua forma de dizer bom dia.
— Você que tem que aprender a hora certa de sair de casa, eu já estou me agilizando ao máximo e você sempre já está pronto antes de mim. Diferente de você, eu preciso de tempo para ficar bonito - Respondeu o estrangeiro.
— Hmm então você está dizendo que eu sou bonito é? - o coreano lhe deu um olhar e sorriso malicioso que deixou o outro constrangido e então começou a rir - Bom não é como se eu já não soubesse disso. Vamos andando.
Os dois estavam nessa rotina desde a semana passada em que se conheceram. Desde então iam e voltavam juntos para a universidade todos os dias, sendo sempre manhãs bem animadas e energizantes para Eduardo, que não estava acostumado a ter alguém tão alegre ao seu redor sempre. Jangjun era como o próprio sol que andava ao seu lado, e isso o deixava cada dia mais feliz de ter o conhecido, deveria lembrar de agradecer Bomin por ter o convidado para o clube de basquete aquele dia.
Depois de um tempo a dupla chegou na estação de trem. Enquanto esperavam pelo transporte, conversavam sobre as tarefas da faculdade, que como sempre surgiam mais mas nunca acabavam. Entre reclamações e risadas dos dois lados, Eduardo reparou em uma pessoa um pouco distante e cerrou os olhos tentando identificar quem era, então abriu um sorriso e chamou a pessoa enquanto andava na sua direção, deixando o Jangstar falando sozinho.
— Dokyeom!
O coreano percebeu seu apelido sendo chamado e virou-se, reconhecendo imediatamente o estrangeiro de cabelos roxos que corria em sua direção, abrindo um belo sorriso enquanto o cumprimentava também.
— Bom dia Duda! Como vai indo? Já tem uns dias que nos vimos a última vez.
— Pois é, estou na mesma correria da faculdade de sempre. Um tédio.
— Andar comigo é tedioso então é? Acho que vou rever os fãs que eu deveria dar atenção.
Jangjun aparece no meio da conversa e se posicionando no meio dos dois outros garotos. Seokmin olha para o de cabelos com um olhar confuso enquanto o outro retribui com um olhar desafiador. Dokyeom olha de volta para Eduardo esperando que o outro soubesse explicar o que estava acontecendo.
— Desculpe, este é meu vizinho Lee Jangjun, estamos indo juntos pra faculdade.
— Entendi, muito prazer sou Lee Seokmin, mas pode me chamar de Dokyeom - cumprimentou o rapaz, que recebeu apenas um aceno com a cabeça em retorno.
O trem enfim chegou e os três acabaram adentrando juntos no mesmo vagão. Eduardo e Seokmin mantinham uma conversa amigável e se atualizavam dos acontecimentos enquanto Jangjun apenas ficou mexendo no celular, estranhamente quieto.
— Então Dokyeom, como está indo o clube de teatro? O musical está quase pronto? - perguntou Eduardo.
— Sim, estamos apenas terminando de construir os cenários enquanto temos os ensaios finais. Ainda não começou a divulgação mas já temos a data e as imagens publicitárias prontas, deixa eu te mandar em primeira mão.
O coreano pegou o celular e em alguns cliques havia mandado mensagem para o brasileiro, que recebeu a notificação no seu celular. Ao abrir a mensagem enviada pelo outro e carregar a imagem enviada se surpreendeu com o que viu, fazendo o outro rapaz atrás dele erguer os olhos para observar também, o que lhe deixou ainda mais surpreso que o estrangeiro.
Na foto aparecia Seokmin utilizando uma armadura medieval e segurando uma espada, enquanto atrás dele apareciam outros atores também vestidos de acordo com a proposta. No topo havia bem grande o título da peça, “Excalibur”, e na parte de baixo estavam informações da data e o local da apresentação, indicando que seria daqui três semanas e no teatro da universidade. Ao que tudo indicava, Dokyeom seria mesmo o protagonista.
— Uau, então você será o Rei Arthur? O personagem principal? - Eduardo exclamou, Jangjun estava atrás com um olhar que claramente queria saber a mesma coisa.
— Sim, é a minha primeira vez fazendo um papel principal. - respondeu o ator um pouco envergonhado - Acho que se deve ao fato de que será um musical, e eu sou um dos poucos que sabe cantar no clube.
— E com razão, não da pra chamar o que você faz com a voz apenas de cantar. Sua voz é um espetáculo, a voz mais bonita que eu já ouvi na minha vida.
Dokyeom sorriu constrangido mas agradeceu. Continuaram conversando sobre detalhes da peça enquanto saíam do trem e se direcionavam ao ônibus que levava para a universidade. Eduardo estava super empolgado e queria saber todos os mínimos detalhes que ele poderia extrair do rapaz, que lhe contava apenas o mínimo para não acabar contando a história toda. Não demorou muito e o coreano anunciou que estava na parada que ele deveria descer.
— Foi muito bom te encontrar hoje, espero que você possa comparecer no dia. E vamos tentar nos ver antes também!
— Com certeza eu estarei lá, na primeira fileira se eu conseguir! E vamos marcar alguma coisa sim!
Dokyeom deu seu belo sorriso brilhante novamente e acenou enquanto descia do ônibus. Eduardo estava todo derretido e realizado, além de extremamente empolgado para o dia da peça. Se virou para o lado para se deparar com um Lee Jangjun notavelmente emburrado.
— Não sabia que você ficava de mau humor. Aconteceu algo? - perguntou ao coreano.
— Não sabia que você andava com outras celebridades, não achei que encontraria esse tipo de adversário.
Duda não entendeu o que o outro quis dizer, mas ignorou já que não era a primeira vez que isso acontecia.
— Mas eu estou muito ansioso para essa peça! Nunca vi um musical ao vivo antes, vai ser muito divertido. Espero conseguir comprar meu ingresso logo.
— Compre pra mim também quando for fazer isso, eu te pago depois.
— Você vai querer ir junto? - Eduardo estranhou.
— Querer eu não quero, mas preciso conhecer minha concorrência para saber o que me espera.
Dizendo isso, a porta do ônibus se abriu e Jangjun começou a descer, não sem antes acenar em despedida para o outro rapaz, que ficou sem entender nada do que havia acontecido.


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