Star Ocean: O Mar Onde Encontrei o Amor escrita por Mesprit


Capítulo 3
Lua Nova


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo saindo do forno.
Boa leitura!!



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Eduardo apenas observava Seungkwan dando uma bronca no rapaz que havia acabado de chegar, enquanto esse apenas ria mais a cada soco que o outro dava em seu ombro. Joochan e Bomin apenas riam da situação também, fazendo o estrangeiro pensar que talvez isso fosse uma situação recorrente. Seungkwan cansou de reclamar e olhou para trás procurando os seus outros amigos, e se lembrou de algo importante ao olhar para o estrangeiro.
— Anda, ao menos se apresente direito para nosso convidado.
Dokyeom, como aparentemente era seu nome, olhou para onde Seungkwan apontava em busca de quem ele estava falando. Ao se deparar com o garoto de cabelos roxos seus olhos arregalaram e ele fez uma expressão de surpresa. Andou rapidamente em direção a Duda, passando reto pelos outros dois que ele nem havia cumprimentado ainda e se curvou em saudação.
— Olá, eu sou Lee Seokmin, mas todos me conhecem por Dokyeom. É um prazer lhe conhecer.
O rapaz ficou meio sem jeito com a forma de aproximação do outro. Não estava esperando um cumprimento tão formal visto que esse tipo de saudação não era comum no Brasil. Ainda um pouco constrangido, decidiu retribuir na mesma saudação e se apresentou também.
Após receber reclamações de Joochan por ter ignorado eles e o rapaz se desculpar, o grupo então tomou seu rumo em direção a dentro da estação de trem, onde iriam pegar o meio de transporte para chegar ao seu destino. Eduardo percebeu que durante todo o trajeto entre comprar as passagens e chegar ao ponto de embarcação Dokyeom o observava de forma nada discreta. Quando eles pararam para esperar a chegada do trem os dois acabaram por ficar lado a lado, talvez de forma proposital do coreano. O brasileiro se sentiu no dever de acabar com esse silêncio desconfortável.
— Está tudo bem? Você não para de olhar para mim.
— Desculpa, é que eu fiquei curioso, de que país você é?
— Brasil.
— Brasil? Isso quer dizer…SAMBA!
Após dizer isso Dokyeom começou a tentar sambar no meio da estação de trem, o que fez várias pessoas ao redor olharem para ele com estranheza, porém tanto o brasileiro quanto os outros não se aguentaram e acabaram por rir.
— Dokyeom você parece mais uma salsicha balançando do que um dançarino brasileiro - Disse Joochan em meio as gargalhadas.
O rapaz começou a rir junto e ficou tão constrangido de si mesmo que foi correndo e abraçou Seungkwan. Duda ficou sem entender essa reação e olhou para isso com estranheza e curiosidade. Bomin percebeu e decidiu explicar.
— Não se preocupe, isso é bem normal dele. Ele faz essas coisas esquisitas e depois fica com vergonha dele mesmo, e então tenta se esconder abraçando o amigo mais próximo, é interessante - explicou o rapaz com tranquilidade demonstrando realmente achar esse comportamento intrigante.
Por mais que fosse algo inusitado, o garoto não podia negar que achou essa característica de Dokyeom bem divertida, ficando assim curioso para saber o que mais ele iria ver essa noite.
O trem chegou e o grupo prontamente já adentrou o veículo, segundo a explicação de Seungkwan, que queria ensinar o caminho para o novo integrante do grupo, eles iriam descer em cinco estações, então teriam um tempinho dentro do trem até chegarem no seu destino. Após a explicação, Dokyeom tentou puxar mais assunto com o brasileiro, que aparentava ser na tentativa de incluir ele mais no grupo e fazer ele se sentir bem vindo. Eduardo percebeu isso e sentiu muito grato por essa atitude do rapaz.
— Edu…Ar…Do? É assim que se fala?
— Verdade, eu e o Joochan ficamos tentando repetir isso mais cedo também - Exclamou Seungkwan sobre a pergunta do outro.
— Não sei se vocês estão acostumados com esse som, é Eduardo - Respondeu o brasileiro pronunciando corretamente seu nome.
Os quatro coreanos tentaram repetir o nome algumas vezes, mas por mais que era possível compreender que eles estavam falando o seu nome, a pronúncia deles era bem diferente, o que fez o garoto rir junto deles.
— Acho que é mais fácil se vocês me chamarem de Duda, é um apelido - O garoto tentou ajudar e todos concordaram em usar esse nome.
— É fofo de falar - Riu Bomin.
— Qual seu signo? - Perguntou Seungkwan.
— Sou de Câncer - Respondeu o brasileiro pensando o que eles entenderiam por isso, visto que seu signo não é geralmente visto com bons olhos.
— Você gosta de água? - Perguntou Joochan, visto que era um signo de água.
— Quem é que não gosta de água? - Debochou Seungkwan.
— Eu quis dizer coisas como praia, rios e tal - Explicou Joochan rindo.
— Eu gosto de tudo que envolve a água - Esclareceu Duda rindo também.
— Então você seria um dobrador de água naquela série animada! - Disse Dokyeom.
Ao mesmo tempo ele começou a fazer movimentos de luta e como se estivesse controlando algo, possivelmente a água, e então começou a rir e correu em direção a Bomin que era o mais próximo no momento, que riu também e olhou para Eduardo com um olhar para remeter à sua explicação mais cedo.
Após um tempo eles chegaram no seu destino e desceram do trem, precisavam caminha apenas alguns minutos até chegarem no bar que haviam escolhido. Segundo Joochan, é um bar que eles já estão acostumados a ir, que possui comida boa, o soju é barato e ainda tem salas de karaokê para eles se divertirem, além de já terem se tornado amigos do dono, de tanto que frequentam o local. Chegando no bar Duda percebeu que realmente valia o trajeto de ir até lá, pois realmente era um local muito bonito e receptivo, iluminação aconchegante e bem espaçoso, visto que já havia clientes no local e ainda haviam várias mesas para grupos grandes como o dos garotos.
Seguiram dentro do bar em direção ao caixa onde encontraram um homem alto, com cabelos pretos e que era nitidamente alguns anos mais velho que os rapazes. Os garotos o cumprimentaram e apresentaram o seu novo amigo estrangeiro, que entendeu que se tratava então do dono do bar, este também se apresentou.
— Prazer, sou o dono desse bar, Lee Daeyol. Espero que goste do nosso serviço.
— Muito prazer, eu já adorei o local, é muito bonito.
Daeyol ficou feliz com o elogio e reconhecimento, pois investiu muito para que o local ficasse agradável aos olhos dos clientes, então sempre que o estabelecimento recebia boa avaliação ele sentia orgulho do seu trabalho. Ele então direcionou os meninos para uma mesa vazia e lhes entregou o cardápio. Sem muitas delongas os meninos pediram soju e cerveja para misturar, além de algumas porções de comida para irem comendo aos poucos. Dentre as comidas, Eduardo ficou feliz por terem pedido mandu, o pastel no vapor, que era seu prato preferido até o momento na Coréia.
Quando o pedido chegou, o grupo rapidamente começou a se servir para que fizessem um brinde, comemorando o momento e o novo integrante do grupo. O estrangeiro constrangido começou a beber, afim de receber uma ajuda externa para se soltar mais. Bomin bebia com calma, parecia ser um rapaz bem controlado. Joochan e Seungkwan estavam mais interessados na comida do que em beber, e Dokyeom estava no meio termo, bebendo e comendo na mesma proporção. O brasileiro prestava atenção no rapaz e sentiu que ele também precisava puxar assunto com ele, retribuindo a receptividade de antes.
— Então Dokyeom, você estuda o que?
— Eu curso Artes Visuais - Respondeu o coreano.
— Nossa que legal! Eu acho muito legal saber desenhar e pintar! Na faculdade você aprende que tipo de ilustração? - Eduardo ficou surpreso de forma positiva, pois adora ver ilustrações dos outros e nunca conheceu alguém que buscasse trabalhar com isso. Isto ajudou a dar continuidade à conversa.
— Nós aprendemos de tudo, desenho no papel e em tela, e pintura digital também.
— Eu adoraria ver seus trabalhos alguma hora!
Empolgado, Dokyeom pegou seu celular e começou a procurar por fotos de alguns de seus trabalhos e mostrou para Eduardo a pintura em que estava trabalhando no momento. Aparentava ser uma figura humana carregando uma jarra de água, que se despejava no oceano, enquanto a luz da lua brilhava no céu, o desenho seguia um estilo mais abstrato, as formas dos elementos presentes não seguiam as formas da realidade, mas pela boa técnica era possível compreender o cenário. O brasileiro achou que era um estilo artístico que combinava bastante com o rapaz, que já havia percebido ser bem excêntrico.
— Eu gosto muito de artes que fogem da realidade, são muito interessantes de se ver. Já está muito lindo, mas estou curioso para ver quando estiver pronto! - o garoto elogiou em voz alta.
Dokyeom ficou feliz mas ao mesmo tempo constrangido com o elogio, virando o copo na sua boca rapidamente para tentar se distrair, ato que o estrangeiro achou fofo. Então o pintor continuou mostrando outros trabalhos para o outro, enquanto do outro lado da mesa Seungkwan e Joochan estavam muito ocupados tentando imaginar como aquele kimchi poderia ficar ainda mais saboroso, e Bomin apenas observava e ria vendo os dois amigos, enquanto também olhava o clima que estava entre os outros dois que não paravam de conversar.
Assim que o grupo estava devidamente alimentado e levemente alcoolizado, Joochan puxou a frente e decidiu que era hora deles irem para uma sala de karaokê. O grupo adorou a ideia e se direcionaram até Daeyol para ver uma sala livre. Assim que o dono do estabelecimento lhes apontou qual sala poderia ser usado o grupo prontamente já se direcionou para ela. Seokmin tomando a iniciativa já foi pegando o controle remoto e ligando os equipamentos, mas algo que ele fez deu errado e ele conseguiu tirar a televisão do programa de karaokê.
— Não sei porque você ainda tenta mexer nessas coisas se você sabe que tem dificuldade até para mexer no celular - Reclamou Seungkwan, denunciando a falta de habilidade com eletrônicos do seu amigo.
Eduardo pediu o controle para Dokyeom, e rapidamente conseguiu colocar tudo de volta ao normal, mesmo sendo sua primeira vez mexendo nesse tipo de equipamento tecnológico. O artista ficou surpreso e empolgado, pois por ter dificuldades com esse tipo de coisa, aprecia conhecer aqueles que tem um bom domínio com tal. Tinha ouvido antes do estrangeiro que ele estava num curso de computação, mas ver os conhecimentos em ação mesmo em algo relativamente simples para a maioria das pessoas chamava a atenção do jovem.
Por ter botado o equipamento de volta ao normal, os garotos deram para Eduardo as honras de ser o primeiro a cantar, este ficou constrangido e disse que era a primeira vez dele, mas os outros não mudaram de ideia em ele ser o primeiro e inclusive fizeram uma torcida para motivar o rapaz. Ainda sem jeito ele acabou por escolher uma música em inglês, pois não se sentia confiante em cantar em coreano, fora que não conhecia quase nenhuma das músicas nacionais do catálogo.
Logo em seguida foram Seungkwan e Joochan cantando um dueto. O estrangeiro ficou surpreso que os dois cantavam bem, talvez eles realmente gostassem de cantar tanto que desenvolveram essa habilidade. Logo em seguida foi Bomin, que cantou uma música mais animada, e Eduardo se sentiu menos intimidado pois o estudante de psicologia cantava mais normalmente. Por último Dokyeom se posicionou com o microfone, e escolheu uma balada lenta de seu cantor preferido. Assim que a melodia começou, Duda já havia gostado da música, mas a situação se transformou para algo acima das suas expectativas quando o artista começou a cantar.
A voz do rapaz parecia encobrir o ambiente com um cobertor de veludo, extremamente aconchegante, que aquecia o corpo e a alma de todos os que estavam no recinto ouvindo. O coração do estrangeiro sentiu um aperto e junto da melodia extremamente romântica da música, o brasileiro não pode evitar se emocionar e sentir seus olhos marejarem um pouco. A letra da música já era linda, mas o garoto passou a duvidar se a versão original poderia ser tão boa quanto o que ele estava presenciando nesse momento.
Ao terminar a música, o karaokê revelou a precisão de 100% da música, o que fez todos na sala aplaudirem e Dokyeom começou a fazer uma dancinha de comemoração que fez todos rirem. Bomin perguntou se Eduardo estava bem pois percebeu que o garoto tinha ficado emocionado com a música. Ele respondeu que sim, só tinha ficado surpreso com a voz de Dokyeom, que ficou constrangido enquanto Seungkwan respondia que eles já estavam acostumados então não se surpreendiam mais, mas de fato ele era muito bom.
— É por isso que ele vai ser a estrela da próxima peça do clube de teatro não é - Revelou Joochan.
— Parem, assim eu fico sem jeito! - Disse Seokmin fingindo estar envergonhado e depois caindo na gargalhada.
Duda ficou surpreso com a notícia que estudante de gastronomia revelou, não sabia que Dokyeom estava em um clube de teatro, e ainda por cima iria fazer o papel principal de uma peça. Gostaria de falar mais sobre isso com ele outro momento, mas agora ele já estava sendo empurrado para o microfone novamente.
Assim a noite foi se passando com os rapazes se divertindo. Era noite de Lua Nova, noite de mudanças e início de novos ciclos. E nessa noite de novidades o jovem estrangeiro se sentia imensamente grato por ter conhecido pessoas tão boas e que a partir de agora ele não estaria mais sozinho em um outro país. Agora ele tinha amigos, que estavam o preenchendo com sentimentos bons, alguns destes sentimentos nem mesmo ele sabia que estavam sendo despertados, mas que o tempo iria trazer as respostas, iluminando sua mente assim como a lua ilumina o oceano.


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Notas finais do capítulo

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Obrigado e até o próximo!



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