Star Ocean: O Mar Onde Encontrei o Amor escrita por Mesprit


Capítulo 2
Cardume


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo saindo do forno!
Boa leitura!



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Era mais um dia na universidade de Seul. Eduardo estava no laboratório de informática fazendo as atividades da aula. Ele não tinha aula todos os dias da semana, mas aproveitava esses momentos para estudar na faculdade, visto que conseguia se concentrar melhor num ambiente propício para isso. Quando estava em casa era muito difícil ler aqueles textos acadêmicos técnicos e cheios de palavras complexas sem ter vontade de pegar o celular e trocar figurinhas com o primeiro amigo que visse online.
Nesse momento ele estava realizando exercícios de programação. Quando recém havia entrado na faculdade, o rapaz tinha muita dificuldade com essa área, mas conforme foi passando o tempo ele foi se dando melhor até o momento de hoje que não tem mais grandes dificuldades. As vezes ainda tem problemas em lembrar que comandos utilizar para cada situação, mas dificilmente tem problemas sobre como resolver os exercícios. Nas vezes em que ele sabe exatamente o que digitar, seus códigos davam certo de primeira. Isto fazia o garoto se sentir um pouco mais confiante nas suas habilidades.
Para ele, programar era como escrever uma carta, ou um poema. Ele estava passando seus sentimentos e desejos para o computador, que através de diversas transcrições, onde comandos complicados se tornavam uma infinidade de zeros e uns, a máquina lhe respondia trazendo exatamente o que ele pedira. No entanto nem sempre era assim, várias vezes ela fazia algo fora do esperado, e é preciso um treinamento mental bem demorado para aceitar que de certa forma o computador está sempre certo, e o programador é quem não soube expressar da forma correta o que a máquina deveria fazer.
Depois de salvar o último exercício, o estrangeiro olhou para o relógio e viu que já estava no horário do almoço, e olhando ao redor viu que era a única pessoa que ainda estava dentro do laboratório. Mandou o computador desligar e enquanto isso guardava seu caderno e lápis, que usava para organizar sua lógica antes de passar para o computador, pois sentia que conseguia raciocinar melhor assim. Quando a máquina terminou de desligar, ele se levantou com sua mochila e saiu do laboratório, andando no corredor em direção ao refeitório da universidade.
Ao colocar os pés no local, já foi capaz de perceber que o local estava completamente lotado, o que não era de grande surpresa para o garoto que já via essa situação se repetindo todos os dias desde que começou a estudar na Coréia. Não que fosse algo exclusivo do país, pois de onde viera a multidão dentro do restaurante universitário era exatamente igual, a única coisa que tinha de diferente era a comida servida. As vezes sentia falta do clássico arroz e feijão, mas por enquanto tinha que se contentar com a comida tradicional. Quando tivesse os utensílios necessários em casa, iria tentar dar um jeito de cozinhar comida brasileira, mas por enquanto isso era apenas um sonho distante.
Depois de pegar sua comida, Eduardo foi em busca de um local para se sentar. Tinha tanta gente que ele nem sabia se iria encontrar um lugar vago, mas foi um dia de sorte pois rapidamente avistou um grupo saindo de uma mesa grande e indo embora. Não pensou duas vezes e foi em direção a mesa e a tomou para si. Geralmente gostava de comer nos cantos e nas mesas individuais, pois achava desconfortável sentar numa mesa grande sozinho. Na maioria das vezes em que isso acontecia aparecia alguém e se sentava na mesa junto, mas num lugar mais afastado e não puxava nenhum assunto, o que o garoto achava ainda mais desconfortável. Mas não estava afim de procurar um lugar mais isolado então ele ficaria ali mesmo.
Assim que se arrumou no seu lugar não demorou a começar a comer. Como sempre não era exatamente o tipo de comida que seu paladar estava acostumado, mas não era ruim. Aos poucos sua língua ia se adaptando e cada dia parecia que as refeições iam se tornando mais saborosas, o que era um grande ponto visto que no início a única coisa que sentia nas refeições era sua boca ardendo devido a alta quantidade de pimenta utilizada nos pratos.
Enquanto tentava saborear sua comida, percebeu um vulto se aproximando. Levantou os olhos pois pensou que poderia ser alguém pedindo licença para dividir a mesa. Eram dois rapazes que aparentavam ter a mesma idade que ele, um deles tinha olhos pequenos, bochechas ressaltadas, rosto arredondado e um cabelo castanho curto. O outro tinha o rosto redondo mas mais fino, com olhos um pouco maiores e um cabelo alaranjado. Eles pediram se podiam sentar juntos e o rapaz respondeu positivamente. Os dois então se sentaram e imediatamente começaram a comer. O garoto não pode deixar de prestar atenção na conversa pois não era como se ele tivesse algo mais interessante para se distrair. Os dois rapazes estavam extremamente entretidos falando sobre a comida, em como ela poderia estar temperada de outra forma, que acompanhamentos poderiam ser interessantes e principalmente que sobremesa iria cair bem depois desta refeição. Era um pouco engraçado, os dois eram claramente dois entusiastas de comida.
— Ei, por que você está sorrindo olhando pra gente?
O rapaz se assustou quando percebeu que estava evidente que ele prestava atenção na conversa dos dois, ficou meio sem jeito mas engoliu o que estava comendo e com certo nervosismo respondeu ao garoto de bochechas marcantes:
— Desculpe, eu apenas achei legal a conversa de vocês. Eu também gosto de falar de comida, especialmente doces.
Ao dizer isso, os dois amigos se olharam e aparentaram estar interessados, o de cabelo vermelho resolveu perguntar:
— Você é estrangeiro não é? De que país você é? Como são os doces lá?
— Eu sou do Brasil. Acho que uma coisa interessante sobre as comidas do Brasil é que existem muitas comidas que foram criadas uma versão doce, como pizza e cachorro-quente.
— Sério?! - Os dois rapazes responderam em uníssono.
A partir daí os três garotos começaram uma conversa em torno das comidas do país de origem do estrangeiro. Em meio a conversa o rapaz de cabelo castanho se apresentou como Boo Seungkwan, e o de cabelo vermelho como Hong Joochan, e os dois eram estudantes do curso de gastronomia, o que justificava sua paixão por comida. O rapaz de cabelo roxo se apresentou formalmente também como Eduardo, mas que poderia ser chamado de Duda se fosse mais fácil. A conversa durou até o fim do horário de almoço quando o trio teve que se separar para suas aulas da tarde, mas antes disso Seungkwan e Joochan deram seus contatos para o jovem na intenção de continuarem conversando e se possível aprenderem a fazer o tal do brigadeiro que ouviram falar pelo brasileiro.
Eduardo seguiu seu caminho extremamente feliz pois havia feito amigos, e amigos coreanos ainda por cima. Ele tinha a convicção de que no início o mais provável seria que ele fizesse amizade com outros estrangeiros, que era inclusive o seu plano mas ele só iria conseguir começar a sair com esse intuito quando tivesse terminado de arrumar seu apartamento e se organizado quanto a faculdade. Agora era como se um peso tivesse caído de seus ombros, se sentia mais leve e com uma empolgação que só havia sentido no primeiro dia que pisou na Coréia.
Ele mal conseguiu prestar atenção na sua aula da tarde pois estava com a mente ocupada demais imaginando todas as coisas que poderia fazer com seus novos amigos. Como os dois gostavam de comida, imaginava que poderiam ir comer churrasco, coisa que não comia desde que saiu do Brasil. Ele também poderia ensinar a fazer as comidas que ele sabia, isso poderia ajudar os dois nas suas aulas também. O rapaz realmente tinha gostado dos dois, eles transmitiam uma energia muito positiva e gentil, não havia dúvidas de que eles seriam ótimos amigos e o garoto estava disposto a se esforçar para essa amizade dar certo.
Mais tarde quando chegou em casa, o rapaz não esperou nem um segundo para pegar seu celular e criar um grupo de mensagens com Seungkwan e Joochan e os chamou perguntando como foi a aula da tarde para os dois. Não demorou muito e ele já recebeu resposta de Seungkwan.
“Foi boa, e a sua? A propósito, você sabe fazer pão de queijo? Parece muito bom”.
O rapaz sorriu e continuou trocando mensagens com o outro até o momento em que Joochan entrou no meio da conversa também.
“Podemos aprender a fazer acarajé outro dia, vamos sair pra beber! Hoje é sexta-feira!”.
Eduardo se sentiu pego de surpresa, não era muito fã de planos de última hora. Mas a empolgação em ter amigos para sair era algo muito maior que isso então prontamente aceitou o convite e foi em direção ao banheiro se arrumar. Felizmente o garoto sempre se preocupou com estilo, então mesmo para ir para aula ele tinha roupas bonitas, então achar algo ideal para sair com os amigos não foi difícil.
Combinaram de se encontrar na estação de trem, e de lá iriam para um bar, decidiram isso pois o brasileiro não sabia como chegar nos locais ainda. Por estar nervoso e ter medo de acontecer algo de errado, o garoto chegou no metrô um pouco antes do horário combinado. Logo em seguida ele pode avistar Seungkwan e Joochan, acompanhados de um rapaz mais alto que eles, com tom de pele bem branca e cabelos bem pretos que criavam um contraste bonito nele. Joochan disse que eles decidiram convidar mais alguns amigos para que a noite fosse mais divertida.
— Olá, prazer em conhecer você. Eu sou Choi Bomin, aluno de psicologia.
O estrangeiro se apresentou também, e como Seungkwan disse que o amigo dele ainda não havia chegado eles continuaram conversando por um tempo. Bomin mostrava ser um cara bem calmo mas também divertido e bem humorado como os outros, ele era o mais novo dos presentes mas não fazia questão de conversar usando a linguagem mais formal, algo que o garoto apreciava pois assim ele se sentia mais próximo dos outros já.
Passou-se alguns minutos e todos tomaram um susto com um grito que veio de trás deles. O grupo olhou para trás e viu um rapaz que tinha a mesma altura de Eduardo, com cabelos castanhos e um nariz comprido, ele estava com os olhos cerrados e rindo mostrando um sorriso tão cheio de vida e bonito que fez o coração do estrangeiro palpitar por um segundo. Seungkwan fechou a cara e cruzou os braços:
— Você chega atrasado e ainda vem com brincadeiras, Dokyeom? A primeira rodada de soju hoje é por sua conta.


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Notas finais do capítulo

Agora tivemos a aparição de alguns personagens novos! Qual será o papel deles?? Aos poucos vamos descobrindo hehe
Se você gostou deixe um comentário, irá me deixar muito feliz!
Até o próximo capítulo!



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