Seungcheol sabia desde o início que havia entrado em uma enrascada das grandes, porém não podia negar que parte dele adorava a emoção do perigo e aventura que estava vivendo. Ele sabia que, de alguma forma que ele realmente não sabia, sua vida acabou parando na boca do povo, e todos que viam ele só sabiam falar desse assunto quando o encontravam. Era desconfortável e um pouco constrangedor porém, como bom leonino que era, também amava estar no centro das atenções.
Andava pelos corredores do prédio dos cursos de linguística, carregando uma bola de basquete por de baixo dos braços, sem motivo algum a princípio, ele apenas gostava de exibir que era o capitão do time, por isso também sempre andava com a faixa de capitão no braço, que também dava maior atenção ao seu bíceps. Basicamente todas as decisões de Seungcheol pareciam ser tomadas com base no que iria lhe fazer parecer mais descolado e deslumbrante aos olhos alheios.
Parou em frente a uma sala e olhou pela janela dentro do corredor. Lá estava ele, o motivo de todo o caos que sua vida havia se tornado, com os cabelos loiros até o pescoço caindo por seu rosto que estava concentrado nas suas anotações, o silêncio apenas era interrompido pelo som do lápis tocando na mesa, sendo balançado pelas mãos delicadas do rapaz. Para Seungcheol, a beleza de Jeonghan poderia ser facilmente comparada a um anjo
O capitão do time de basquete aproveitou que a porta estava aberta e resolveu começar a se aproximar de fininho, queria fazer uma surpresa para o mais novo. Ao chegar por trás do menor o silêncio foi quebrado pela voz do mesmo.
— Nem pense em fazer isso se não quiser que eu enfie esse lápis você sabe aonde.
A espinha do capitão gelou só de imaginar, definitivamente um lápis não deveria parar naquela região, nem nenhuma outra coisa, um verdadeiro alfa não poderia permitir isso. Se recompôs e fez uma cara de desapontado por sua surpresa ter dado errado.
— Como você sabia que eu estava aqui?
— Você é bem menos silencioso do que pensa. É um péssimo caçador.
O loiro riu debochando do outro, que ficou com a cara avermelhada e fechada. Para provocar ainda mais, roubou um selinho do mais velho sem aviso, deixando ele ainda mais vermelho e sem palavras.
— Tá maluco? Alguém pode nos ver!
— Mas essa que é a graça!
Abriu um sorriso malicioso que obrigou Seungcheol a rir em descrença. A verdade é que por mais que Jeonghan tivesse uma aparência angelical, sua personalidade era totalmente o contrário. Ele era um lobo em pele de cordeiro, ou melhor, um diabo em pele de anjo. Não resistiu e puxou o menor pela cintura, dessa vez sendo ele a roubar um beijo que durou apenas alguns segundos, mas que foi o suficiente para matar a sede dele naquele momento.
— Estava estudando?
— Que nada, estudar é para pessoas burras, e eu sou inteligente. — falou convencido, fazendo o maior revirar os olhos. — Eu estava escrevendo uma fanfic.
O mais velho franziu a testa tentando se lembrar o que eram fanfics. Deduziu que eram as histórias que o rapaz gostava de escrever e botar na internet, geralmente sobre as séries e livros que ele consumia. Se revirou por dentro ao lembrar que Jeonghan adorava acrescentar coisas bem… peculiares nas suas histórias e ficou com receio de perguntar sobre o que era a história, mas fez mesmo assim, deixando o loiro com os olhos brilhando de empolgação em divulgar suas ideias, coisa que o mais velho achava fofo.
— É sobre um soldado espacial bonitão que vai parar em um planeta desconhecido e acaba num triângulo amoroso com dois alienígenas. Só que a história é no universo da Sônica então todos os personagens são meio furry, e também é um omegaverso.
Seungcheol ficou ainda mais perdido sobre o que cada um daqueles termos significava, nem sequer sabia de que universo ele estava falando, mas concluiu que era melhor ficar sem saber e preservar sua inocência quanto ao que acontece na internet. Porém se atentou ao início da descrição do enredo.
— Espera aí, triângulo amoroso com um soldado espacial bonitão? Você está escrevendo uma história sobre mim?
— Você está muito convencido pra achar que é o bonitão da história — debochou do parceiro novamente, que sentiu a pontada e se escorou na mesa. — Mas talvez eu tenha me inspirado um pouco sim…
— Jeonghan! Ainda não entendo como que você se diverte com essa situação, queria que você fosse mais ciumento comigo…
O estudante de Letras lançou um olhar indignado para o mais velho e por fim abriu um sorriso cínico que assustou um pouco o estudante de Educação Física.
— Ora, eu me divirto com essa situação porque ela é extremamente divertida! Você já olhou pra sua cara no espelho? É impagável o quão divertido é ver você se contorcendo por um problema que não existe.
O capitão do time de basquete ficou boquiaberto e inconformado. Agora estava mais do que óbvio: Jeonghan apenas queria ver o circo pegar fogo. Já desconfiava disso, mas agora tinha ainda mais certeza de que era ele quem havia espalhado a fofoca para toda a universidade, apenas para rir da sua cara depois. O pior de tudo é que isso lhe deixava indignado e irritado, mas também um pouco excitado. Ele não conseguia resistir ao jeito sádico de ser do outro.
— Bom, eu preciso ir indo agora. Tenho que dar monitoria hoje a tarde — o rapaz terminou de juntar seus materiais e acenou para o mais velho se direcionando para a porta logo em seguida. — Tchauzinho.
Seungcheol acenou de volta sem vontade, ainda processando o que tinha acabado de acontecer. Ele foi para lá fazer uma surpresa e acabou sozinho na sala e com a inescrupulosa verdade de que ele havia perdido o controle da sua vida por conta de um amor de festa. Sim, ele havia conhecido o loiro em uma festa da faculdade, reparou nele de longe e se aproximou, sem fazer ideia do perigo que se escondia por de trás daquele rostinho lindo. E graças a isso agora ele estava amarrado nos truques e encantos de Jeonghan, como uma pobre mosca presa nas teias de uma aranha.
Deu um longo suspiro e se levantou, não adiantava de nada ficar ali. Saiu do prédio e foi andando emburrado até o estacionamento. Iria pegar seu carro, voltar para casa e assistir o jogo do seu time favorito de futebol enquanto questionava suas péssimas decisões na vida. Ao avistar seu carro, percebeu a presença de alguém lhe esperando que já na mesma hora lhe fez jogar no lixo quaisquer eram os planos que o rapaz tinha anteriormente.
— Joshua! Você está a muito tempo aqui?
— Acabei de chegar, por pura coincidência meu carro estava estacionado ao lado do seu — respondeu dando ênfase na palavra “coincidência” deixando bem claro que tinha sido intencional. — Como estava indo embora resolvi esperar para ver se te encontrava, fiquei com saudades.
Falou a última frase com um tom de voz manhoso e se aproximou do mais velho pegando a sua mão. Seungcheol sentiu uma flecha perfurando seu coração com o olhar meigo e charmoso do outro, Joshua sabia ser um verdadeiro sedutor além de ser sempre super carinhoso e romântico. Total oposto de Jeonghan. O jogador de basquete checou as roupas do parceiro e, como sempre, as roupas de Hong Jisoo eram impecáveis, elegantes e bem passadas. Seungcheol até se sentia constrangido em sair com o rapaz pois mesmo sua melhor roupa não era a altura das roupas de dia a dia do mais novo, se perguntava se em algum momento o rapaz usava as famigeradas roupas de ficar em casa, ou se até dentro de casa ele estava sempre deslumbrante.
O estudante de educação física deu uma olhada rápida para os lados, se certificando de que não havia ninguém ao redor, e em seguida puxou o mais novo para perto lhe dando um beijo carinhoso. Ao se separarem sorriu ao ver o rosto corado do menor.
— Você quer ir lá em casa? — Seungcheol perguntou de forma sugestiva.
— Tenho que consultar o meu assessor — Joshua respondeu e fingiu estar pensando, fazendo logo em seguida os dois rirem. — Quero sim, pena que estou de carro também. Não vamos poder ir juntos.
Complementou de forma carinhosa enquanto massageava as mãos grandes do mais velho, deixando o rapaz morrendo de amores como sempre. Sempre que Joshua se comportava dessa maneira, Seungcheol sentia como se estivesse comendo na palma da mão do mais novo. Ele era totalmente incapaz de resistir aos chamegos de um cavalheiro. Talvez o destino do homem era de sofrer por homens bonitos e de aparência angelical, seja a personalidade de acordo com a aparência ou não.
Deram mais um selinho rápido e se separaram, indo cada um para seu respectivo carro. Se olharam pelos vidros e depois Seungcheol saiu primeiro, guiando o caminho para o outro. Não demoraram muito para chegar no seu destino, uma vez que o capitão do time de basquete não morava tão longe da universidade. Na verdade ele poderia tranquilamente ir para as aulas a pé, mas assim ele não poderia exibir o carro que ganhou dos pais no seu último aniversário.
Estacionaram na frente da casa do rapaz e adentraram o local. Seungcheol bisbilhotou a sala e a cozinha para ter certeza de que estavam sozinhos e puxou o mais novo pela mão o levando até seu quarto sem esperar um único segundo entre fechar a porta e jogar o estudante de Direito na sua cama, subindo por cima dele em seguida e voltando a beijá-lo de forma lenta e carinhosa.
Seungcheol ainda lembrava claramente o dia em que eles se conheceram, até porque esse dia fazia menos de um mês. Ele estava irritado com Jeonghan, que nunca aceitava a ideia de os dois assumirem um namoro. O loiro dizia que não estava interessado em ter algo sério a esse ponto, e que não se importava se o atleta também se relacionasse com outras pessoas. Por conta disso foi exatamente isso que o rapaz pretendia fazer quando foi em uma festa com seus amigos, estava com o objetivo de passar o rodo naquela noite.
Ao menos era esse o plano até ele avistar um belo rapaz que estava vestido como um príncipe. Se aproximou na intenção de dar apenas alguns beijinhos e depois cair fora atrás do próximo alvo, porém quando ele tentou beijar o rapaz este o interrompeu colocando a mão em seu peito, falando que não fazia essas coisas antes de uma boa conversa. De início o maior achou isso uma chatice, mas como o rapaz era muito bonito achou que valeria a pena no final. Porém, Joshua era tão encantador e divertido de se conversar que Seungcheol só foi ter noção do tempo quando seus amigos lhe chamaram avisando que estava na hora de ir embora. Ficou triste achando que havia perdido a oportunidade de beijar o rapaz, mas então foi surpreendido com um convite do mais novo para ir até sua casa, onde acabou rolando até mais do que meros beijos.
Se separaram do beijo e Seungcheol saiu de cima do mais novo, deitando ao seu lado e o puxando para mais perto. Joshua aconchegou a cabeça no peito do atleta e inclinou sua cabeça para apreciar o rosto do mesmo. Se viu pensando sobre o quanto gostava do rapaz e desejava que o relacionamento dos dois pudesse dar certo, mas sabia que havia um terceiro elemento nessa equação que tornava as coisas bem complicadas. De início Joshua considerava Jeonghan como um rival no amor, mas hoje ele tinha a sensação de que a situação não era exatamente essa, ele só não sabia ainda explicar o porquê.

*****

Ele ficou sabendo do problema em que havia se metido a poucos dias na verdade. Foi fazer uma surpresa para o capitão na faculdade, afinal já haviam ficado outras vezes e o garoto achou que estavam sérios um sobre o outro. O que não era mentira, mas o garoto que tinha acabado de voltar de Los Angeles não tinha noção da real magnitude da situação. Ele entrou na quadra de basquete logo após o treino do dia ter acabado, ele havia visto os outros jogadores saindo da quadra e indo embora, confirmando que Seungcheol estaria sozinho lá nesse momento. Fez uma careta ao sentir o cheiro desagradável de suor que pairava no ar, certamente não tinha interesse em ver o rapaz com esse odor, torcia para que ele já estivesse no banho.
Porém quando chegou no vestiário ficou boquiaberto com a cena do mais velho beijando o pescoço de um loiro que poderia facilmente apostar que estava cursando Odontologia. Joshua ficou estático vendo a cena, que não percebida por nenhum dos dois por um tempo, até Jeonghan olhar para o lado e perceber. Porém a única reação do estudante de letras foi abrir um sorriso para o até então desconhecido e separar devagar Seungcheol de seu pescoço. O capitão não tinha entendido o motivo de ser interrompido até olhar para o lado e se assustar com a visita inesperada.
— Joshua eu posso explicar! — falou quase comendo as palavras de tanto nervosismo.
— Não tem o que explicar. Você não estava levando nossos encontros tão a sério quanto eu. Simples assim.
O rapaz se virou para ir embora, Seungcheol tentou ir atrás dele mas Jeonghan o interrompeu com a mão e foi até Joshua invés dele. Puxou ele pelo ombro para se virar e percebeu que o rapaz por mais engomadinho que aparentasse, estava realmente chateado.
— Prazer, Jeonghan. Não precisa se preocupar, eu e ele não temos nada sério, é apenas um passa tempo. Eu que disse para ele que ele podia sair e conhecer outras pessoas.
Jeonghan falava com muita tranquilidade e com um sorriso simpático, que assustou o rapaz. Ele realmente estava sendo sincero e nem um pouco sarcástico, Joshua até tentou mas não conseguiu entender o que se passava na mente dele. Tirou a mão dele de seu ombro e foi embora a passos apressados.
— Você é maluco! — gritou para Jeonghan que deu apenas uma risadinha.

*****

Depois daquele dia Joshua jurou para si mesmo que não ia mais olhar na cara de Seungcheol, porém quando o capitão apareceu na porta da sua casa e se ajoelhou pedindo desculpas e tentando se explicar, o rapaz não conseguiu resistir e quando se deu por conta já estavam na sua cama de novo. Depois disso ele se deixou levar e ficou preso numa teia que não sabia ao certo como se soltar.
Ele nunca apoiaria que nenhum amigo ficasse na mesma situação em que ele se encontrava, mas uma parte dentro dele dizia que estava tudo bem e as coisas dariam certo no fim. Se perguntava se isso queria dizer que Seungcheol iria escolher ele. Sim, escolher, pois Joshua tinha certeza que o estudante de Educação Física gostava dos dois e não sabia o que fazer. Também devia estar preparado para caso sua intuição estivesse lhe pregando peças e no fim ele tomaria um pé na bunda e acabaria sozinho, porém a situação atual era tão gostosa e prazerosa que ele não queria nem imaginar essa possibilidade. A essa altura do campeonato Joshua já havia chutado o balde e entregado para o destino decidir qual seria o resultado dessa marmelada de banana.
— Então… eu estava pensando em você jantar lá em casa. Queria que você conhecesse meus pais. — Joshua quebrou o silêncio.
— Seus pais? — o rapaz ficou meio receoso e limpou a garganta antes de responder. — Não está meio cedo para isso?
— Não penso assim, por quê você acha isso? — falou estranhando e se levantando para olhar o outro nos olhos.
— Bem, você sabe — Se levantou e descansou suas costas na cabeceira da cama. — Ainda não é nada oficial.
Joshua bufou e saiu da cama irritado. Ele tinha certeza de que iria ouvir algo assim mas também já estar pronto para ouvir a resposta não o impediu de ficar chateado ao ouvi-la. Foi direção a porta do quarto e após sair já foi andando em direção a porta de saída da casa, Seungcheol demorou para entender o que estava acontecendo e ir atrás do mais novo, que só lhe olhou com os olhos tristes antes de sair da casa do capitão do time de basquete.
Entrou no seu carro e suspirou pesado enquanto escorava a cabeça no banco. Aquilo foi bem exagerado e desnecessário, admitia. Porém por mais que estivesse a pouco tempo nessa situação, talvez no fundo lhe incomodasse mais do que pensava. Ele sabia que Seungcheol gostava dele, mas eles só estavam juntos porque Jeonghan não queria nada sério. Ele sabia também que hoje mesmo o atleta foi atrás do loiro, e só estava com ele nesse momento por conta do outro ter lhe dispensado. Joshua era sempre a segunda opção, o prêmio de consolação, e isso era degradante para sua própria autoestima.
Decidiu que estava na hora de resolver isso de uma vez. Colocou o cinto e ligou o carro, entrando na rua e indo em direção à universidade. Não sabia ao certo o número do quarto, mas sabia que Jeonghan morava no dormitório dos estudantes. Não demorou muito para chegar e estacionar na frente do local. Chegou na portaria e por sorte havia uma lista de todos os alunos que moravam lá, em alguns minutos achou o número do apartamento do estudante de Letras e foi até o elevador.
Chegou na frente da porta e sentiu suas mãos tremerem e seu coração acelerar, não sabia se tinha coragem de realmente falar com o rapaz. Chacoalhou a cabeça afirmando que quando mais ponderasse mais difícil seria fazer isso, e então ergueu sua mão e tocou a campainha. Não demorou muito e a porta se abriu, revelando um Jeonghan que se encontrava apenas de toalha e com os cabelos ainda úmidos. Joshua sentiu um rubor percorrer seu rosto e desviou o olhar, enquanto o outro apenas riu ao mesmo tempo que estava surpreso de ver o outro na sua porta.
— Que visita inesperada. Pode entrar — o loiro fez um gesto abrindo mais a porta para o outro passar.
— Obrigado por me receber — falou se esforçando para não gaguejar.
— E a que eu devo a honra de receber o galã de novela da universidade na minha humilde residência?
Joshua ainda estava com o olhar fixo em qualquer lugar que não fosse o corpo seminu do outro. Ele queria ter uma conversa séria e seria difícil fazer isso com belo corpo na sua frente só de toalha. Sim, ele teria que admitir que Jeonghan era muito atraente.
— Yoon Jeonghan, eu te peço que seja responsável pelos sentimentos alheios. Eu realmente gosto do Seungcheol, mas ele não consegue assumir nada comigo pois gosta de você também, e você só fica de joguinhos com ele. Por favor, aceite os sentimentos dele ou o dispense de uma vez!
O estudante de Direito falou tudo muito rápido mostrando o nervosismo dele, mas tentou manter sua postura firme, não iria sair de lá sem ter isso definido. Jeonghan lhe olhou sério, demonstrando compreensão, mas depois abriu um sorriso cheio de segundas intenções.
— Sabe Hong Jisoo, eu gostei da sua personalidade. É um cara elegante, educado, parece ser bem carinhoso e romântico. Eu acho que era isso que estava faltando…
— Faltando no que? — perguntou sem entender.
— Na minha relação com o Seungcheol! Sabe, ele é legal e tem várias qualidades, mas quando ele fala de ter um relacionamento sério eu sempre senti que iria faltar alguma coisa, um espaço que não poderia ser preenchido por nenhum de nós dois em dinâmicas de casal. Eu acho que o que estava faltando é você!
O maior ficou com uma expressão extremamente confusa, realmente não sabia onde que Jeonghan queria chegar.
— O que você quer dizer com isso? Onde quer chegar?
— Estou querendo dizer que talvez o Seungcheol não precise escolher entre eu ou você. — Jeonghan estava realmente empolgado com a sua própria ideia. — Ele poderia ficar com nós dois! E nós ficarmos juntos também!
— O que? Ficou maluco? De onde você tirou que eu iria querer ter algo com você?
— Tirei isso do jeito que você está me olhando desde que chegou aqui.
Joshua engoliu em seco, pelo visto ele era mais fácil de se ler do que imaginava. Jeonghan botou as mãos na cintura e riu, em seguida começou a se aproximar a passos lentos do maior, que foi recuando sem entender o que estava acontecendo. Chegou na cama de Jeonghan e acabou tropeçando e caindo sentado nela, o mais velho não perdeu a oportunidade de subir em cima do outro colocando um joelho no meio das pernas dele e uma mão em seu peito. O cavalheiro ficou estático sem saber como reagir, enquanto o loiro apenas começou a deitá-lo a medida que aproximava o rosto dos dois. Logo depois, Joshua cedeu aos seus instintos e colocou as mãos na cintura de Jeonghan e o beijou.
Não ficaram muito tempo no beijo, pois logo o mais novo recobrou a consciência e se separou, botando Jeonghan para o lado e se sentando novamente, enquanto recuperava o fôlego e tentava processar o que estava acontecendo. Jeonghan se ajeitou na cama e abraçou o outro por trás, sussurrando em seu ouvido.
— De repente minha proposta não se tornou tão ruim assim não é mesmo?

*****

Seungcheol estava deitado na sua cama olhando sua conversa no celular com Joshua, já se passaram algumas horas desde que o rapaz foi embora de sua casa e ainda não tinha visualizado suas mensagens preocupado. O atleta estava conformado de que tinha estragado tudo, e agora não teria nem Jeonghan e nem Joshua para si.
A campainha tocou e ele mesmo com preguiça se forçou a levantar e ir atender. Quando abriu a porta teve que se segurar para não cair no chão com o susto que tomou ao ver Joshua e Jeonghan juntos lhe esperando. Jeonghan parecia muito empolgado em lhe contar alguma coisa enquanto Joshua estava com o rosto escondido e avermelhado.
— Seungcheol! Vamos ser um trisal! — o loiro falou animado.
— É o que?
— Sim, acontece que o que faltava em você era alguém como o Joshua! E então está tudo bem você fazer sexo comigo e com ele contanto que ele também possa fazer comi… — Jeonghan falava as palavras sem parar até que Joshua morrendo de vergonha calou sua boca com a própria mão.
— O que ele quis dizer… — fuzilou Jeonghan com um olhar cínico. — É que não tem porquê você escolher entre apenas um de nós, talvez nós possamos tentar nós três termos uma relação, e assim o problema fica resolvido.
O jeito polido e certinho que Joshua havia falado denunciava que o rapaz ficara o caminho todo ensaiando o que iria dizer, os outros dois perceberam e em silêncio apreciaram o quão fofo esse jeito do rapaz era. Seungcheol se recompôs e limpou a garganta.
— Isso quer dizer que estamos todos juntos? — perguntou com os olhos brilhando.
— Acho que sim, embora não sei como que trisais funcionam… — Joshua ponderou.
— Eu também não, mas é pra isso que serve a internet — concluiu Jeonghan.
Seungcheol não aguentou a emoção e se aproximou dos dois, os puxando para um abraço desengonçado. Joshua foi pego de surpresa e corou, enquanto Jeonghan só ria de novo, mas os dois retribuíram o abraço e ficaram ali um tempo parados.
— É agora que a gente dá um beijo triplo? — Jeonghan quebrou o silêncio claramente empolgado.
Os outros dois reviraram os olhos e ficaram em silêncio, na verdade eles queriam experimentar. Os rostos dos três começaram a se aproximar lentamente, até que as cabeças se chocaram e tiveram que se separar, inclusive do abraço, para passar a mão nas suas cabeças. Depois os três começaram a rir sem parar e se olharam felizes. Eles não faziam ideia de como conduzir um relacionamento a três, mas estavam felizes e empolgados de descobrirem, um ao lado do outro, o que essa experiência iria trazer para a vida deles.