Star Ocean: O Mar Onde Encontrei o Amor escrita por Mesprit


Capítulo 10
Água com Gás




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O silêncio no corredor era cessado pela batida de pés agitados que um rapaz de cabelos roxos fazia em frente a uma porta. Eduardo já estava lá a mais de 15 minutos desde que avisou ao seu companheiro de idas à faculdade que passaria em seu apartamento para lhe entregar o ingresso para o musical que havia prometido comprar. O porteiro já conhecia o garoto então deixou ele entrar para que não precisasse ficar esperando do lado de fora, e o rapaz já havia sido informado que poderia subir pelo próprio amigo pelo telefone mas ainda assim estava plantado do lado de fora.
Nisso o jovem percebeu que embora já havia esperado pelo atleta no saguão diversas vezes, nunca havia entrado no apartamento do outro. Se pegou então imaginando como deveria ser com base no que ele conhecia dos gostos do amigo. Certamente seria uma visão de causar impacto.
Depois de mais algum tempo pensando finalmente pode-se ouvir o som de uma porta sendo destrancada e enfim sendo aberta, trazendo junto a visão de um Jangjun com cabelos um pouco molhados e vestindo uma calça de moletom e uma camiseta comprida branca, revelando que não devia ter acordado faz muito tempo. O rapaz então deu um sorriso amarelado e cumprimentou sua visita:
— Dudayah!! Não repare na bagunça ok? - disse dando passagem para que o outro pudesse entrar.
Definitivamente era um apartamento que causava impacto a primeira vista, mas pelo fato de que simplesmente era impossível não reparar na bagunça. As coisas espalhadas pelo chão, desde roupas até canetas e papéis, a pia repleta de louças para lavar e a porta do quarto aberta mostrando a cama totalmente bagunçada. Algo dentro de Eduardo lhe dizia que Jangjun estava enrolando para abrir a porta para ele pois estava tentando minimizar o estrago, mas a bagunça era tanta que ele entendeu que seria impossível consertar isso sem deixar o outro esperando o dia inteiro do lado de fora.
Ele resolveu simplesmente balançar a cabeça e fingir que realmente não estava reparando. Virou-se para o coreano de cabelos platinados e lhe entregou o ingresso que havia prometido. O jovem pegou e agradeceu, depois disso fez uma careta de estar pensando em algo e em seguida abriu um sorriso como se tivesse tido uma ideia.
— Dudayah! Você está livre hoje? Eu tenho que levar o Maru na petshop, depois disso podemos ir passear e eu te pago um churrasco pelo ingresso. O que acha?
Eduardo ponderou. Era sábado então ele estava livre com certeza, e comida de graça sempre é bom. Mas quem é Maru?
— Quem é Maru?
— Meu cachorro.
— Você tem um cachorro? - perguntou de forma meio incrédula e o outro apenas concordou com a cabeça. - Nesse apartamento?
Gesticulou mostrando com o braço uma pilha de roupas que se encontrava na sala. Neste mesmo momento a pilha de roupas começou a se mexer e cair aos poucos, saindo de baixo um pequeno vulto de pelos brancos que logo se mostrou ser um cachorrinho shitzu. Eduardo ficou sem palavras e Jangjun apenas coçou a cabeça totalmente constrangido.
— Certo… Vamos então? - o brasileiro mudou de assunto.
— Vamos! Só deixa eu me trocar!
Dito isso, o Jangstar foi correndo em direção ao quarto e parou, olhou para trás e foi em direção à pilha de roupas e pegou uma camiseta. Porém olhou para Eduardo de novo e soltou a peça no chão e voltou para o quarto. O jovem de cabelos roxos ficou indignado e olhou para o cachorro que lhe encarava. Se ajoelhou e começou a fazer carinho no animal.
— Seu dono é maluco.

***

Agora os dois rapazes estavam na rua indo em direção à Pet Shop em que deixariam Maru. Segundo Jangjun a loja era perto e eles podiam ir a pé, e aproveitaram para deixar o cachorro ir caminhando para se exercitar um pouco. As patinhas curtas do animal já davam sinais de cansaço mesmo estando a pouco tempo caminhando, mas ainda assim ele demonstrava estar contente podendo sair de casa. Talvez fosse por estar respirando um ar mais limpo do que as roupas sujas do seu dono.
— Você mora sozinho a muito tempo? - perguntou o brasileiro a fim de puxar assunto, e também tentar entender como o outro foi parar naquela situação doméstica.
— Hmm acho que já faz uns 4 anos? Foi quando vim para Seul para fazer a faculdade.
— Você era da onde?
— Hwaseong. Um dia posso levar você lá! Meus pais iriam adorar!
— Por eu ser estrangeiro? Ou por eu ser seu amigo?
— Por você ser você! Eles querem saber como é a pessoa que de quem eu estou sempre falando…
Eduardo automaticamente corou e sentiu seu coração bater mais rápido. O que ele queria dizer com isso? Ele encarou Jangjun e não conseguiu perceber nenhuma mudança de expressão no rapaz. Ele falou com tanta naturalidade que não poderia ser o que ele havia pensado,não é?
Não demorou mais muito tempo e eles enfim chegaram na Pet Shop que pela placa também era uma clínica veterinária. Os dois adentraram o local e foram indo em direção ao balcão onde puderam perceber que já havia um cliente sendo atendido, mas parecia mais é que estava acontecendo uma discussão.
— Você não cansa não? Já é a terceira vez essa semana que você vem aqui pra dar banho no cachorro! Você não está por acaso jogando ele de propósito na lama pra ter motivo para vir aqui não é?
O atendente parecia irritado, e seu rosto estava um pouco avermelhado lembrando vagamente o tom de seus cabelos que estavam tingidos de um tom de vermelho escuro. Ele era bem baixinho e vestia um jaleco branco. O cliente por outro lado era extremamente alto e tinha cabelos pretos, raspado de um lado, onde havia vários piercings decorando sua orelha. Este demonstrava uma indignação claramente falsa.
— Como você é malvado Seungmin! É claro que eu não faço isso, a Choco apenas é muito elétrica e sempre acaba se sujando. Eu moro em apartamento e não posso deixar ela sujar a casa toda!
— Se você mora num apartamento onde ela vai para se sujar Youngtaek?
— …Na pracinha que tem atrás do prédio. Mas eu tenho que levar ela brincar!
— Está bem… - o ruivo bufou e revirou os olhos. - Pode vir buscar ela mais tarde.
O rapaz mais alto ficou feliz e entregou a poodle marrom para o funcionário, que sorriu para ela e fez um carinho na sua cabeça enquanto ela abanava o rabinho, levando ela até uma sala ao lado e depois voltando. Depois de mais algumas palavras trocadas com Youngtaek o mesmo foi embora e ele pode atender Jangjun e Eduardo.
— Olha só para você Seungmin! Arrasando corações! - Jangjun chegou já provocando o atendente, revirou os olhos novamente.
— Lee Jangjun não estou com saco para suas piadas hoje. - Disse isso com uma cara fechada, que mudou totalmente ao direcionar seu olhar para Maru, abrindo um sorriso fofo. - Oi Maruzinho! Vamos tomar banho hoje?
Ele saiu de trás do balcão e foi em direção ao cachorro o pegando no colo. Maru parecia muito feliz em ver Seungmin, devia frequentar o local a um bom tempo. Só então o ruivo percebeu a presença do brasileiro e o cumprimentou.
— Prazer, sou o Seungmin. Você é amigo do Jangjun?
— Muito prazer, sou o Eduardo. Somos amigos sim.
— Pode chamar ele de Duda! - o atleta disse isso passando o braço por cima dos ombros do brasileiro e abrindo um sorriso olhando para o mesmo. - E nós somos suuuper melhores amigos não é?
O brasileiro ficou nervoso com a aproximação. Seungmin olhou estranho para a dupla. Jangjun continuou na mesma posição enquanto acenava concordando com sabe-se lá o que.
— Eu teria cuidado se fosse você se envolvendo com ele ein. - o ruivo disse direcionando sua voz para Eduardo. - Ele trás o Maru todo final de semana, mas eu tenho certeza que ainda assim o cachorro toma mais banhos que ele durante o mês.
O de cabelos roxos não conseguiu se conter e riu. Ele olhou para Jangjun e ele parecia levemente ofendido. Com base no que viu hoje, não duvidaria que fosse verdade, embora ele prefira que não. Depois que o brasileiro e o ruivo pararam de rir da cara do platinado, eles combinaram o horário em que buscariam Maru e se retiraram da loja.

***

Agora a dupla estava em uma típica churrascaria coreana. Jangjun dizendo ser expert em churrasco fez todo o pedido garantido que o outro iria adorar. Pediu também uma garrafa de soju para beberem, seria para comemorar seu primeiro churrasco juntos, o que o brasileiro achou fofo. Eduardo aproveitava para contar sobre como era um churrasco brasileiro.
— Então a carne vem toda em um espeto e geralmente vai sendo passada pela mesa.
— E a carne que mais tem é de gado mesmo? Nossa isso deve ser incrível - Jangjun estava pasmo e claramente salivando. - Será que é canibalismo eu que sou do ano do Boi gostar tanto da carne deles?
O de cabelos roxo ria enquanto via o jogador de basquete maravilhado. Na verdade o rapaz há um tempo estava reduzindo seu consumo de carne. Antes de ir para a Coréia ele já nem comia mais, porém quando chegou acabou voltando devido aos choques de cultura e não ter conhecimentos de como faria para se alimentar sem carne no país novo. Então ele iria aproveitar esses momentos enquanto podia com seus amigos, já que não tinha ideia de quanto tempo ele conseguiria fazer isso.
Ele se arrependeu na mesma hora que os pratos de carne chegaram. O que era aquilo? Parecia tão diferente do que ele costumava comer no Brasil. Resolveu perguntar para o outro e se arrependeu: intestino e barriga de porco. Porco já era a carne que ele menos gostava, e agora teria que comer as piores partes dele. Seria melhor comer sem ter perguntado.
O de cabelos platinados empolgado começou a grelhar os pedaços de carne e os outros acompanhamentos que vieram juntos, como cogumelos e vegetais. Eduardo tomou encheu os copos dos dois de soju novamente, pois iria precisar anestesiar sua boca para comer o que estava por vir sem magoar o outro.
A medida que a carne ia grelhando o rapaz ficava mais aflito. Ia comendo os acompanhamentos da forma mais ansiosa possível preocupado com o que iria achar.
— Está pronto! - o atleta anunciou sorrindo. - Agora vou lhe ensinar como se faz.
Jangjun pegou o pedaço de barriga de porco e uma folha de alface, passou um pouco de molho de pimenta no vegetal e colocou a carne no meio, enrolando a folha e formando uma trouxinha. Em seguida colocou ela tudo de uma vez na boca e se deliciou por inteiro. Então olhou para o amigo e fez um gesto com as mãos indicando que era a vez dele.
O brasileiro engoliu em seco. Era a hora da verdade. Ele pegou o pedaço de carne e evitou ao máximo olhar com nojo para aquele pedaço enorme de pura gordura que ele sempre detestou em qualquer carne. Pegou a alface e foi passar o molho de pimenta, e pensou que poderia ajudar se ele botasse muito mais molho de pimenta do que o normal, assim não sentiria gosto de nada. Passou uma quantia nenhum pouco generosa do molho que deixou os olhos do coreano arregalados. Fez a mesma trouxinha e a colocou na boca de uma vez só rezando para que não desse tudo errado. A medida que ele mastigava sentia lágrimas saindo dos seus olhos, mas não sabia dizer se era pela ardência que sentia na boca ou o desgosto pela situação que ele passava. Jangjun não parava de rir.
— Você é louco? Nem a gente que é acostumado consegue comer tudo isso de pimenta de uma vez. - ele já estava com a mão na barriga de tanto rir. - Dudayah você é louco!
Duda se sentiu levemente ofendido considerando que foi chamado de louco pela pessoa mais louca que ele já conheceu na sua vida. Mas por bem ou por mal seu plano tinha dado certo e ele conseguiu comer sem parecer deselegante. E agora sua boca não sentia mais nada então ele poderia comer qualquer outra coisa estranha que não teria problema algum. Então ele apenas riu sem jeito também.
Seguiram então comendo e bebendo, sem parar de dar muitas risadas vindo dos dois lados. Ficaram boas horas ali e quando se deram por conta da hora já estava quase na hora de buscar Maru na Pet Shop de novo. Eduardo foi notificar isso para o amigo e se deu conta de algo terrível: Jangjun estava podre de bêbado e falando mais baboseiras do que o costume.
— Jangjun…Nós precisamos ir buscar o Maru.
O coreano levantou seu olhar para o outro e ele estava realmente acabado. Achou melhor chamar o garçom e pedir uma água e a conta. Iria pagar e depois os dois se acertavam quando o garoto estivesse melhor. O garçom chegou com a água e a conta e Eduardo deu para o outro ir bebendo enquanto ele iria pagar a conta, percebeu que o outro nem tinha energia para discordar, uma vez que ele tinha insistido antes que ele pagaria. Depois de pagar o rapaz ficou sentado um tempo esperando o outro se recuperar o mínimo necessário para conseguir andar.
— Francamente, quem é que bebe tanto assim num sábado de tarde?
— Você também bebeu! - Jangjun protestou com sua voz denunciando como ele ainda estava alterado.
— Mas não tanto quanto você. - o rapaz foi olhar a garrafa de soju para ver o teor alcoólico do produto e se assustou. - Se eu soubesse que isso era tão forte eu teria impedido você!
Depois de alguns minutos o Jangstar disse que estava pronto para ir, então eles se levantaram e saíram do estabelecimento, não demorou muitos passos para Eduardo sentir o braço do outro por cima de si, que lhe deu um grande susto.
— Deixa eu me escorar em você porque se não eu posso cair. - o coreano se justificou dando uma risadinha.
O brasileiro ficou constrangido mas resolveu apenas aceitar, felizmente ele não estava depositando tanto peso em cima de si então estava tranquilo ainda de andar. Nessa posição deveria ser mais visível a diferença de altura dos dois, mas Eduardo agora não sabia mais dizer quem era o mais alto. Na verdade nem lembrava quando foi a última vez que tinha se medido, então talvez eles tivessem a mesma altura. Talvez fosse os resquícios de álcool no seu corpo, mas o rapaz por um momento pensou que seria legal se Jangjun fosse mais alto que ele. Tentou ignorar esse pensamento besta e focar em atravessar a rua sem ser atropelado. O rapaz não lembrava muito bem o caminho para a Pet Shop, mas Jangjun estava consciente o suficiente para guiá-lo. Ou ao menos era o que ele pensava, mas sentia que eles estava dando algumas voltas a mais do que fizeram na sua ida até o restaurante.
— Dudayah… - Ouviu o outro o chamar, e a voz rouca e baixa perto do seu rosto o deixou meio nervoso. - Eu estive pensando… Você nunca me trata com respeito sendo que eu sou mais velho que você. Nós precisamos mudar essa sua atitude…
— No meu país as coisas não funcionam assim, deve ser por isso que nem me toquei. - o brasileiro explicou dando uma risadinha sem entender como que eles entraram nesse assunto. - As pessoas ganham nosso respeito pela atitude delas, e não por serem mais velhas. E só vamos respeitá-las se elas nos respeitarem de volta também.
— Entendi… Faz sentido, mas eu não gostei. Quero que você mude isso comigo.
— Você quer que eu faça o que exatamente? Que eu te chame de hyung?
Jangjun ficou pensativo por um tempo e negou com a cabeça fazendo uma careta de desaprovação.
— Quero que você me chame de oppa.
— Você tá maluco? - Eduardo ficou super constrangido só de imaginar a situação. - Isso não é pra ser usado só por mulheres? As pessoas vão achar que eu estou desrespeitando a língua coreana.
— Não estou nem aí. Problema delas. Eu quero que você me chame de oppa se não eu não irei mais te acompanhar até a faculdade todo dia! Você sabia que eu vou com você mesmo nos dias que eu só tenho aula mais tarde?
Aquela revelação mexeu com o coração garoto. Isso era muito legal da parte do outro, muito fofo pra falar a verdade. Duda ficou muito feliz em ouvir aquilo e sorriu feito um bobo. Acho que não custaria nada agradar o outro dessa forma não é? Nada a não ser a sua vida social arruinada caso fosse pego falando isso por algum conhecido.
— Tudo bem, tudo bem. Vamos nos apressar e buscar o Maru… Oppa.
Ouvir aquela palavra foi como música para os ouvidos de Jangjun, que sentiu uma onda de motivação no seu corpo e até começou a andar menos arrastado. Logo chegaram na Pet Shop novamente e avistaram um Seungmin cansado sentado no balcão. O ruivo avistou os dois e automaticamente se levantou e foi buscar um novo Maru que exalava cheiro de lavanda de longe. Ele foi entregar o animal para seu dono mas recuou franzindo o rosto ao sentir o cheiro de soju forte vindo dele.
— Credo Lee Jangjun. Não tomar banho é uma coisa, mas feder dessa forma é outra. Vê se dá alguma dignidade pro seu cachorro uma vez na vida. - ele virou o rosto para Eduardo e lhe entregou Maru. - Toma, você leva, não quero que meu trabalho tenha sido em vão.
Maru abanou o rabinho no colo de Eduardo. Ele era bem mais calmo que seu dono, inclusive o olhar que direcionava para o mesmo fazia o brasileiro acreditar que ele sentia vergonha alheia de ter um dano tão doido. Ele riu vendo como o mais velho tinha ficado ofendido com as palavras de Seungmin.
Então os dois se despediram do menor e foram rumo para casa. O mais novo achou que deveria deixar Jangjun em casa antes, para garantir que ele conseguiria chegar vivo, e que não se jogaria em cima de uma pilha de sujeira por cima do pobre Maru. Agora o rapaz já caminhava normalmente, embora ainda estava meio tonto, enquanto o outro caminhava segurando o animal pois não queria que seus pelos brancos e cheirosos já ficassem sujos andando na rua, embora isso não duraria depois que ele estivesse em casa.
Chegaram então na portaria do prédio do Jangstar, cumprimentaram o porteiro e subiram juntos no elevador. Chegaram na frente do apartamento do atleta e foi uma luta até que ele encontrasse as suas chaves no meio dos seus bolsos cheios de papel de bala. Ele achou e deu um grito de vitória seguido de uma risada boba que fez Eduardo apenas revirar os olhos.
Eles entraram e o brasileiro soltou o cachorro que automaticamente foi correndo e sumiu da vista dos dois. Jangjun foi tirando seus calçados enquanto Eduardo ficou parado na frente da porta.
— Você não vai entrar? - perguntou o mais velho.
— Não sei, eu deveria ir embora acho?
— Que isso, venha eu sei que está uma bagunça desgraçada mas eu quero te mostrar o apartamento, e a gente pode jogar videogame ou algo assim.
Jangjun foi até Eduardo que deu um passo para trás em recuo, que foi interceptado pelo mais velho pegando na sua mão e o puxando, o que foi um erro visto que o pé do outro tropeçou nos tênis largados no chão e o fez cair. O jogador de basquete na tentativa de impedir o acidente tentou segurar o outro mas enroscou-se nos pés do mesmo e caiu junto.
Por mais ridículo que fosse, a queda não foi nem um pouco dolorosa graças a pilha de roupas sujas que amorteceram as costas de Eduardo. Ele nunca pensou que seria grato pela sujeira de alguém. Mas então ele percebeu algo ainda pior. Lee Jangjun estava completamente em cima de si, o olhando fixamente com um olhar penetrante e respirar ofegante que fez o brasileiro gritar internamente. Eles ficaram se encarando por alguns segundos tentando processar a situação.
— Jangjun… Oppa… Eu…
Jangjun não respondeu nada. Invés disso começou a aproximar seu rosto lentamente em direção ao rosto de Eduardo. Este nervoso e realmente sem saber como reagir tomou a melhor pior decisão de todas. Segurou a primeira coisa que sentiu nas suas mãos e a jogou em frente ao rosto do mais velho o empurrando para longe e podendo sair de baixo dele. Quando se levantou e olhou de volta para o outro, percebeu que havia jogado na cara do grande Jangstar nada mais nada menos que uma cueca usada. O mais velho olhou para ele boquiaberto e sem saber o que pensar.
— Eu acho melhor eu ir indo… Tenho que estudar… Nos vemos segunda oppa!
Eduardo usou a primeira desculpa que veio à sua mente e simplesmente saiu correndo. O que havia acontecido ali? Ele não sabia a resposta, mas tinha certeza apenas de uma coisa: precisava tomar um banho e lavar bem a mão.


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