Natasha - Minha História escrita por blindrepata


Capítulo 10
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Existem decisões difíceis, mas que precisam ser tomadas.



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Natasha estava deitada sobre o peito dele após fazerem amor. Era tão bom tê-lo de volta após mais de uma semana. Ela nunca precisou de homem para defendê-la, mas saber que ele estava ao seu lado lhe dava o dobro de segurança. Ele já havia pego no sono, mas ela ainda se permitia ficar mais um tempo acordada pensando em sua vida. Em tudo o que a fez chegar até o dia de hoje.

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— Você já está indo? – Reade pergunta ao vê-la vestida assentada na beira da cama calçando suas botas.

— Sim. – Ela confirmou. – Peguei uma toalha no armário e tomei um banho. – Tasha falou enquanto continuava se arrumando.

— Pode usar o que você precisar, você sabe. – Ele respondeu se assentando na cama com os lençóis cobrindo apenas da cintura pra baixo. Ela olhou de relance e não pode deixar de perceber como ele estava mais tranquilo do que quando ela chegou na noite anterior.

Enquanto tomava banho Tasha repassou todos os acontecimentos. Assistir o vídeo foi terrível. De longe uma das piores experiências de sua vida, mas se Reade precisava dela para esse momento ela estaria com ele. E depois que a fita terminou tudo aconteceu muito rápido. Tasha não sabia dizer o que deu nela para tomar essa atitude. Hoje pensando no que fez tinha certeza que o momento não fora propício, e ainda teria que lidar com as consequências. Ela sabia que induziu Reade, pois ele não estava pensando direito devido a tudo o que estava acontecendo. Não que ela achasse que ele não quisesse, porém eles eram amigos e ela mesma já havia deixado isso claro quando ele a beijou.

— Eu vou preparar o café da manhã pra gente. – Reade se levantou pegando suas roupas pelo chão.

— Não precisa, Reade. Eu compro algo no caminho. – Tasha pegou sua bolsa que estava jogada na cadeira e revirou seu interior procurando o celular.

— Tash... – Reade a chamou.

— Sim. – Ela desviou sua atenção do que fazia e o encarou pela primeira vez desde que ele acordou.

— Nós vamos ficar bem? – Ele perguntou preocupado.

— Claro. Sempre ficamos. – A garota afirmou.

— Tudo que aconteceu ontem... – Ele fez uma pausa. – A fita, e depois...

— Reade! Está tudo bem, de verdade. – Ela lhe dirigiu um sorriso sincero. – Eu quero saber de você. O que você está pensando em fazer?

— Vou arrumar algumas coisas e vou conversar com Weller. Me desculpar e pedir uma licença. – Reade já estava vestido e se aproximou de Tasha que estava perto da porta.

— Fico muito feliz, Reade. – Ela disse sorrindo. – Eu estava muito preocupada com tudo o que estava acontecendo com você. – Ela disse bem baixo realmente preocupada.

— Eu sei, Tasha. Me desculpa pela maneira como te tratei. – Reade disse arrependido. – Você não tinha culpa de nada e eu despejei tudo em você.

— Está tudo bem. – Ela lhe dirigiu um sorriso sincero. Se ela ficasse mais um minuto naquele apartamento sabia que poderia ter o impulso de se atirar nos braços dele e repetir todas as ações da noite anterior. Mas ela não poderia fazer isso. Eles eram amigos, e Tasha nem era o tipo dele. – Eu vou indo.

 

Se passaram algumas semanas após a noite em que assistiram a fita. Tasha via Reade muito pouco. Na maioria das vezes que se encontravam era quando ele ia ao SIOC para as sessões com a Dra. Sun e para o treinamento de tiro. O que ele estava fazendo foram as condições de Weller para que ele voltasse e não fosse passado aos superiores o que havia acontecido.

Tasha estava feliz que ele havia conseguido uma segunda chance e estava disposto a mudar. Ela e Reade não conversaram sobre o que fizeram naquela noite. Ambos sabiam que foi um impulso em um momento de fraqueza extrema. Foi bom, muito bom, isso nenhum dos dois negaria. Dormir nos braços dele a fez se sentir feliz e segura, mesmo em uma condição como aquela, e ela sabia que o fez se sentir assim também. Ela sabia que se pudesse escolher jamais voltaria atrás ou mudaria o que fizeram.

O problema é que a imprudência dos dois trouxe um outro motivo de preocupação para a morena que já estava quase arrancando os cabelos com essa possibilidade. Os dias passavam e ela não havia tido coragem de fazer um exame, pois estava em negação. De uma coisa ela sabia, nenhum dos dois tinha condições de criar uma criança na situação que se encontravam. Reade todo bagunçado se recuperando de seus traumas e Tasha cada vez mais exigida no trabalho, pois estavam em um momento crucial de uma investigação para desmantelar uma organização terrorista e que pelo jeito estava longe de acabar, e sem Reade estavam com um a menos e ela precisava dar tudo de si para sua equipe.

Ela sempre fora do trabalho, sempre viveu para isso e não achava que conseguiria mudar assim de repente. Um filho. Não, eles não podiam, não agora. Ela não poderia trazer Reade para essa situação. Eles não precisavam passar por isso. Ela sabia qual seria a atitude correta a tomar. Precisava apenas esperar mais alguns dias para criar coragem e fazer o maldito exame.

Naquela manhã ela acordou decidida. Quando voltasse do trabalho passaria na farmácia e compraria o exame. Estava cansada de adiar. Ela já havia chorado de medo do resultado. Tasha nunca pensara em ser mãe, porém sabia que talvez esse dia chegaria, mas ela esperava estar preparada, pois queria ser uma pessoa boa para seu filho e ela sinceramente não se sentia pronta, mas também não sabia se teria coragem de fazer um aborto. Um filho de Reade. Era tudo o que ela poderia pedir, pois ela sabia que o amava de verdade. Mas Reade iria querer um filho dela? Isso a estava destruindo por dentro e ela nem sabia explicar como estava conseguindo se concentrar no trabalho. Patterson havia percebido que ela estava preocupada, pois chegou a lhe perguntar, mas ela inventou uma desculpa qualquer que parece ter convencido a loira a lhe deixar em paz.

Pronto! Exame comprado. Agora era só realizar os procedimentos. Ela tinha que saber. Precisava tirar isso da sua cabeça. Abriu a embalagem e seguiu os procedimentos. Enquanto aguardava foi até a cozinha preparar um café. Aqueles cinco minutos pareciam uma eternidade. Ela voltou para o banheiro e conferiu o exame. Uma linha vermelha. Ela escorregou contra a parede fria do banheiro e se assentou no chão. Deixou as lágrimas escorrerem. Não sabia se era alívio ou decepção. Por mais que soubesse que não tinha condições de ter um filho nesse momento ela se sentiu triste. E se nunca mais tivesse oportunidade? Um filho de Reade era mais que ela poderia sonhar. Mas por outro lado ela nem sabia se ele queria ter um filho com ela e ele não se sentiria forçado a essa situação. Ela nem era seu tipo.

Já passado o susto ela pegou o celular e ligou pra ele. – Reade! – Disse empolgada assim que ele atendeu. – Vamos sair para beber?

 

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Hoje ela pensava que se tivesse mesmo grávida e fizesse o aborto teria se arrependido amargamente. E Reade jamais a perdoaria se ela fizesse isso sem lhe contar e ele descobrisse depois. Natasha se achava muito imatura e insegura na época. Não tinha noção da grandiosidade que era a maternidade. E se tivesse acontecido naquela época e ela tivesse levado a gravidez adiante talvez tivesse lhe poupado tomar muitas atitudes que deixaram mágoas em várias pessoas que ela amava.

— Ainda acordada? – Ele perguntou ao vê-la se remexendo na cama. – Vem cá ele a puxou para mais perto.

A morena aconchegou seu corpo no dele e fechou os olhos sucumbindo ao sono. Não tinha nada melhor que fechar os olhos à noite e ter um sono leve e tranquilo. Era assim que ela se sentia. Em paz.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e não deixe de me dizer o que estão achando.!



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