Introduce Me a Good Person escrita por violet hood


Capítulo 2
II


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Eu quero agradecer muito pelos 20 comentários no primeiro capítulo ♥ Estou indo agora terminar de responder!
E Liv, Little Alice e Sunny Deep por favoritarem ♥
Espero que também gostem do segundo capítulo!!
Música: Flaws - Bastille



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II 

Look at the wonderful mess that we made; we pick ourselves undone

 

Remus encontrou Lily sozinha sentada em uma das mesas da sala dos professores. Era segunda de manhã, e os dois quase sempre eram os primeiros a chegar na escola.

— Bom dia — a cumprimentou sorrindo.

Lily se levantou rapidamente, assustando Remus.

— Remus, me desculpe! — exclamou, parecendo se sentir muito culpada, porém, ele não entedia o motivo. — Eu não acredito que a Dorcas furou com você, e ela só foi me avisar no domingo. Se tivesse me falado antes, teria te mandado mensagem.

— Lily, não tem problema e... — começou, tentando acalmá-la. E logo assegurar que, apesar de ter levado um bolo, havia se divertido muito com Sirius.

— Não acredito que ela te deixou lá esperando — reclamou. — Espero que não tenha esperado muito.

Remus ficou confuso. Lily não sabia sobre Sirius? Por que Sirius não a teria contado que foi até o restaurante? Será que nem Dorcas sabia?

Notou que ela esperava por alguma resposta dele, mas resolveu que não iria falar sobre Sirius, já que ele deveria ter tido alguma razão para não contar para Lily o que tinha acontecido.

— Está tudo bem — assegurou Remus. — Não esperei muito tempo.

A resposta parecia ter a deixado aliviada, e antes que pudesse dizer algo, professor Binns entrou na sala reclamando que quase havia atropelado um jovem descuidado que atravessava a rua olhando para o celular. Logo em seguida, ele começou a falar como eram um mal para a humanidade, e aquilo foi o bastante para Remus saber que não conseguiria conversar mais com Lily sobre o assunto.

Passou suas primeiras aulas pensando em Sirius Black.

Remus não conseguia entender por que Sirius esconderia de Lily que havia ido encontrar Remus no lugar de Dorcas. Notou que apesar de ter passado uma noite inteira conversando com ele, tinha noção que ainda não o conhecia bem.

Foi só no final da sua última aula antes do intervalo da manhã, que Remus percebeu que tinha esquecido de pegar o número de Sirius.

 Soltou um suspiro alto, assustando os alunos que faziam seus exercícios em silêncio. Eles pareciam confusos ao encararem Remus, além de perguntarem se o professor estava bem. Ele apenas sorriu sem graça e os assegurou que não havia nada de errado.

Assim que a aula acabou, Remus voltou para a sala dos professores e encontrou Lily sentada no mesmo lugar de antes, comendo algumas frutas enquanto corrigia exercícios. Ele se sentou do lado dela, queria arranjar um jeito de perguntar sobre Sirius sem deixar claro que o conhecia.

— Remus, oi — Lily sorriu, colocando seus papeis de lado. — Não vai comer?

Ele negou.

— Não sinto fome a essa hora — explicou.

Lily suspirou.

— Estou com inveja, queria não sentir fome — disse com a voz triste. — Estão vendendo croissant de chocolate hoje, e tenho que comer essas frutas e castanhas.

— Por que não pode comprar o que quer?

Lily abriu a boca para responder, porém, antes que pudesse falar, a professora Sprout apareceu entre os dois.

— É claro que ela não pode! — exclamou como se ele fosse burro por não saber. — Escolheu o vestido de casamento na sexta, agora tem que ficar de dieta para caber nele no dia do casamento.

— Mas ainda faltam dois meses — argumentou Remus.

Professora Sprout o encarou como se tivesse falado o maior absurdo do mundo.

— Você é magrelo igual um palito de dente, não sabe o quanto é difícil para nós mulheres perder peso — disse saindo revoltada de pertos dos dois.

Remus encarou Lily que parecia prestes a bater a cabeça contra a mesa.

— Está ficando cada vez pior — falou. — Ela parece minha sogra.

Remus apenas concordou, sem saber muito o que dizer.

— Não preciso fazer dieta, posso continuar no mesmo peso que estou só comendo o que sempre como — desabafou Lily. — Mas Sprout e minha sogra são amigas, então se eu sair da dieta ela vai saber.

— Isso é horrível — concluiu Remus.

Lily concordou.

— A verdade é que nem eu e nem James queríamos uma festa de casamento. Mas nossas mães quase nos mataram quando contamos.

Remus conseguia entender. Quando pediu Emmeline em noivado, imaginou que os dois iriam concordar em apenas assinar os papeis, Remus sempre achou casamentos uma perda de tempo e dinheiro, uma festa que era muito mais para os convidados do que para o casal. Porém, ela logo começou a planejar o casamento luxuoso dos dois, que nenhum deles tinha dinheiro para bancar.

— Eu entendo — disse por fim. — Já fiquei noivo uma vez, e não deu muito certo porque eu preferia não ter festa nenhuma e ela queria a maior festa da cidade — Remus riu sem graça. — Mesmo que sejam obrigados a fazer a festa, é bom que você e seu noivo estejam na mesma página.

Lily sorriu.

— Nem sempre fomos assim — contou. — James era um babaca na época da escola, foi só no final do ensino médio que ele tomou um jeito. E eu resolvi dar uma chance para ele.

Lily e James tinha se formado em Hogwarts, assim como a maioria das pessoas que viviam em Hogsmeade, aquela era a maior e mais famosa escola da região. Remus pensou que talvez Sirius poderia ter estudado com eles.

— Ele era tão ruim assim? — perguntou tentando puxar o assunto.

— O pior! — exclamou Lily exageradamente. — Ele e Sirius passavam o dia todo arrumando confusão, eu nem sabia por que vinham para a aula se nunca iam estudar. O diretor Dumbledore nem sabia mais o que fazer com os dois...

— Sirius? — indagou Remus, rápido demais e logo se arrependeu, ficou com medo que Lily notasse suas segundas intenções. Contudo, ela não pareceu achar nada de estranho na fala dele.

— O melhor amigo de James — respondeu. — Eles são inseparáveis desde crianças. Provavelmente vai conhecer ele no casamento.

Remus acenou com a cabeça, e antes que pudesse inventar outra pergunta para fazer Lily falar mais sobre Sirius, ela mesma acrescentou:

— Ele é um cara legal, mas não fique muito perto dele bêbado — disse. — Ele fala demais bêbado.

Remus sorriu e prometeu lembrar dos conselhos dela.

Passou o resto do dia fazendo o possível para se concentrar em suas aulas, ainda tinha que dar as aulas de reforço no fim da tarde. Normalmente, amava ficar em Hogwarts, era o lugar que mais frequentava além do seu apartamento. Em alguns dias sentia que morava na escola, e normalmente Remus adorava isso. Contudo, por alguma razão desconhecida não conseguia parar de pensar em Sirius Black. Será que estava a tanto tempo sem fazer novas amizades, que essa era a reação dele ao conhecer uma pessoa nova?

Cogitou estar assim, pois não havia pegado o número dele e provavelmente só teria outra oportunidade de ver Sirius no casamento de Lily. Talvez seja por isso que quando notou estava procurando em seu celular pelo endereço do bar em que Sirius trabalhava, e no segundo seguinte dirigindo até lá.

Ele não sabia o que tinha passado pela sua cabeça quando estacionou perto do Blue Moon. Remus já havia passado por aquela rua do centro da cidade, mas de dia o bar parecia quase um prédio abandonado, de noite as luzes azuis se acendiam e o movimento era intenso.

Pensou em dar meia volta e ir para casa. A força misteriosa que havia feito Remus dirigir até aquele lugar já tinha ido embora. E se Sirius não quisesse vê-lo? Ele disse que queria fazer novas amizades, mas Sirius parecia o tipo de cara que sempre estava cercado de amigos, ainda mais tendo crescido em Hogsmeade. Nada garantia que ele se lembrava da noite que havia passado com Remus, talvez a recordasse como apenas uma saída qualquer. Tinha que se contentar em provavelmente iria receber nada mais do que um “oi” educado no dia do casamento, e nunca mais se falariam depois disso.

Respirou fundo. Remus estava pensando demais, ele sempre pensava demais. Seus pais sempre disseram isso, seus amigos de Londres e Emmeline também. Precisava pensar menos, e parar de transformar todas as situações em algo maior do que realmente eram.

Pelas horas que passou na companhia de Sirius Black, sabia que ele não era o tipo de pessoa que mostraria estar irritado em vê-lo. Provavelmente seria educado, recomendaria uma bebida do bar — que não poderia aceitar, porque estava dirigindo — e daria o seu número de telefone. Remus podia fazer isso, ou ele tentou se convencer que podia. Podia entrar naquele bar e sair de lá com um amigo.

A primeira coisa que notou assim que entrou no Blue Moon foi que só tinham homens. Remus achou estranho que não tivesse nenhuma mulher sequer no estabelecimento, mas não pensou muito sobre isso, focando-se em procurar por Sirius.

Encontrou ele do outro lado do balcão do bar, preparando as bebidas e conversando com um dos clientes, felizmente aquela área do lugar não estava muito lotada, apenas cinco das diversas cadeiras em volta do bar estavam ocupadas.

Remus se sentou com quatro cadeiras de distância de onde o cliente que Sirius servia estava. Pensou em como poderia chamar a sua atenção, e por sorte não precisou pensar muito. Sirius o avistou assim que terminou de conversar com o cliente.

— Remus — sorriu ao se aproximar dele. — Não esperava te ver por aqui.

Remus forçou um sorriso, sentindo-se um pouco envergonhado.

— Você disse para eu visitar quanto pudesse.

— Mesmo assim — insistiu Sirius. — Não achei que viria.

Remus não conseguia entender o que ele queria dizer.

— Por que não?

Sirius arregalou os olhos, como se estivesse se divertindo com a situação. Apoiou os cotovelos do balcão, e se debruçou ficando com os olhos na mesma altura dos de Remus, e fazendo com que ele se assustasse pela aproximação repentina. Pigarreou desconfortável, o rosto de Sirius estava perigosamente próximo do seu.

— Olhe em volta — sussurrou, Remus sentiu todos os pelos do seu corpo arrepiando. Uma reação natural, provavelmente.

Desviou os olhos dos de Sirius — não só porque ele havia pedido, mas também porque não sabia se conseguira manter aquele olhar —, e observou o lugar. Como havia notado quando entrou, não havia nenhuma mulher ali. Além disso, notou agora, como os homens pareciam próximos uns dos outros, trocando sussurros e sorrisos. E a ficha caiu quando avistou, no fundo do bar, dois homens se beijando.

Remus se virou para Sirius na mesma hora.

— Isso é... — começou completamente atordoando.

— Um bar gay — completou Sirius com um sorriso ainda maior no rosto. Ele parecia estar se controlando muito para não rir.

Remus abriu a boca para falar, mas lhe faltaram palavras. Depois de muito pensar, e tentar controlar os pensamentos de “ele havia entrado em um bar gay”, disse:

— Eu não sabia...

Sirius riu, e se afastou, colocando uma distância segura entre os dois. Remus sentiu que podia respirar melhor depois disso.

— Imaginei que não soubesse quando te vi — pegou um copo, colocou gelo e depois uma bebida escura, que Remus reconheceu como whisky. — É por conta da casa. Acho que você precisa.

— Obrigado — agradeceu, e sem pensar muito, logo tomou um gole, sentindo a bebida queimar sua garganta. Aquilo era realmente o que ele precisava para se acalmar. Remus estava em um bar gay, mas aquele não era o fim do mundo. Ir para um bar gay não significava que ele era gay. Mais uma vez estava pensando demais. Tomou outro gole do whisky. Esquecendo completamente que havia dirigido até ali.

— Olha — Sirius chamou a sua atenção, levantando o rosto para encará-lo. — Quando te convidei para passar aqui não estava tirando uma com a sua cara. Blue Moon é o único bar gay da cidade e das cidades próximas, imaginei que soubesse já que mora aqui há quatro anos. Estava apenas brincando.

Remus concordou com a cabeça, mostrando que havia entendido.

— Eu não sabia — repetiu.

Sirius riu, um pouco mais alto dessa vez.

— Você já disse isso — disse. — Espero que não esteja bravo.

— Não estou bravo! — respondeu rapidamente. Notou o quão desesperado havia soado, por isso tentou se recompor o mais rápido possível. — Eu fiquei surpreso, apenas.

— Fico feliz — Sirius sorriu, e Remus se viu sorrindo de volta. — Pode ir embora se estiver se sentindo desconfortável. Eu vou entender.

— Não estou desconfortável! — retrucou, mais uma vez, rápido demais. — Vou terminar a bebida antes de ir.

Sirius pareceu feliz em ouvir aquilo. Mas não conseguiu manter a conversa, porque outro cliente o chamou no balcão.

Remus o observou trabalhar enquanto bebia seu whisky. Precisava admitir que estava demorando mais do que o normal para terminar a bebida. Gostava de olhar enquanto Sirius preparava as bebidas e as servia para os diversos homens no local.

O tempo parecia passar cada vez mais rápido. Às vezes Sirius procurava por seu olhar, como se esperasse que Remus já tivesse ido embora, e sorria ao vê-lo. Ele sorria de volta.

Levou o copo mais uma vez para os lábios e se surpreendeu a notar que só havia gelo. Sua bebida tinha acabo, Remus deveria ir embora. Mas ele não queria ir embora. Olhou o relógio no pulso, assustou-se ao notar que estava ali há três horas e já eram 21h. Precisava ir para casa, ele era professor e na manhã seguinte.

Por que diabos tinha achado que era uma boa ideia ir até um bar em uma segunda-feira?

Encarou Sirius e na mesma hora seus olhares se encontraram. Sirius sorriu. Remus apontou para o copo vazio e na mesma hora o sorriso de desfez. Não pensou muito sobre isso, apenas acenou para Sirius e Sirius acenou de volta.

No caminho para o seu apartamento notou que havia esquecido de pedir pelo número dele mais uma vez.

Terça foi melhor que segunda. Por mais que Remus ainda quisesse bater com a cabeça na parede toda vez que lembrava que não tinha o número de Sirius Black em seu celular. Conseguiu se concentrar mais nas aulas e reservar aqueles pensamentos apenas para os intervalos.

Ele pensou em passar no bar de novo. Mas não queria parecer inconveniente. Provavelmente, esperaria alguns dias antes de voltar lá. O suficiente para não parecer desesperado. E pegaria um táxi da próxima vez.

Mas o que Remus não esperava era encontrar Sirius no estacionamento de Hogwarts no fim daquela tarde. Ainda mais parado na frente do seu velho carro.

— Remus! — chamou animado, acenando de longe.

Eles eram os únicos no estacionamento, a maioria dos professores e alunos já tinham ido embora.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou confuso ao se aproximar.

Sirius coçou a cabeça, parecendo estar um pouco envergonhado. Remus não imaginou que alguém como Sirius Black pudesse sentir vergonha.

— É que eu esqueci de pedir o seu número ontem — explicou.

— Eu também! — Remus disse rápido e alto demais. Se viu arrependido mais uma vez com a vergonhosa agilidade para responder, enquanto sentia suas bochechas ruborizarem.

Pelo menos, aquilo foi o bastante para deixar Sirius mais relaxado.

— Que bom que vim, então — sorriu.

— Você veio até aqui pedir o meu número? — perguntou como se não tivesse feito o mesmo na noite anterior. — Não tem que trabalhar hoje?

Sirius deu os ombros.

— Não sabia quando iria te ver de novo. E eu me dei o dia de folga — respondeu. Um sorriso sugestivo se formou em seu rosto. — Já que estou aqui por que não jantamos juntos?

Contanto que não envolvesse bebidas — Remus havia notado que não era a melhor escolha beber em dias da semana —, ele não via desvantagem em ir jantar com Sirius. E para falar a verdade, estava morrendo de preguiça de cozinhar, depois de um dia exaustivo no trabalho.

— Acho uma boa ideia — disse por fim.

— Então vamos — anunciou Sirius se apoiando no carro de Remus.

— Como sabe que esse é o meu carro?

Deveriam ter no máximo cinco carros no estacionamento. Remus imaginou que Sirius estivesse parado do lado do seu carro por pura coincidência.

— Adivinhei certo? Esse carro é a cara de um carro de alguém que seria professor de matemática! — respondeu brincando.

— Isso foi uma ofensa ou um elogio?

Sirius não disse mais nada, apenas riu e entrou no carro quando Remus o destrancou.

Assim que saíram no estacionamento, notou que não tinha ideia de qual restaurante deveriam ir. Sabia que com certeza não iram para o Madame Puddifoot de novo.

— Tem algum restaurante em mente? — perguntou.

Sirius estava focado em tentar desvendar o velho aparelho de rádio do carro.

— Sua casa — respondeu sem encará-lo.

Remus quase freou o carro.

— O quê?

Sirius finalmente conseguiu colocar na estação de rádio que queria. Uma que tocava majoritariamente músicas dos anos 80. Ele esperou que Remus parasse no sinal para o encarar.

— Vou cozinhar para você — explicou, piscando para ele logo em seguida.

— E por que na minha casa? — questionou.

— Eu imaginei que estaria mais arrumada que a minha.

O apartamento de Remus estava sempre perfeitamente arrumado, até porque ele não tinha objetos o suficiente para bagunça-lo. No fim, preferiu não questionar Sirius, e dirigiu pelo o caminho familiar até sua casa.

Remus mal conhecia Sirius, aquilo era um fato. Mas havia facilmente deixado que ele entrasse no seu apartamento, mexesse em todos os seus armários da cozinha e olhasse todos os seus mantimentos — o que não eram muitos. Nem mesmo seus pais tinham feito questão de visita-lo desde que se mudou. Seu pai dizia que as passagens de ônibus estavam caras de mais, e sua mãe se recusava em subir escadas e o prédio de Remus não possuía elevador.

A primeira pessoa que entrava em seu apartamento era alguém que conhecia há quatro dias. Questionou se estava avançando muito rápido com aquela amizade, mas Sirius também não parecia se importar com a velocidade das coisas. Eles eram diferentes nisso. Talvez a única coisa que Remus fez sem pensar demais foi aceitar o emprego em Hogwarts, todo o resto de sua vida havia sido meticulosamente planejada e repensada diversas vezes. Enquanto, Sirius Black não parecia pensar duas vezes antes de fazer algo. Não pareceu que pensou mais de duas vezes ao aparecer no encontro às cegas, nem quando sugeriu que fossem jantar na casa de Remus.

Porém, ele sentia que a presença de Sirius em sua vida, estava fazendo com que ele mesmo mudasse o sei jeito de viver. Se fosse para parar para pensar, tudo que havia feito desde que conheceu o homem foi por puro impulso.

Depois de inspecionar toda a cozinha, Sirius concluiu que Remus não possuía ingredientes o suficiente para um jantar que fosse minimamente descente. O que era verdade, visto que, a maioria dos jantares de Remus se resumiam a macarrão instantâneo. Ele realmente odiava cozinhar.

Sirius decidiu que precisava fazer umas compras, então foi até o mercado mais próximo. Voltou em menos de trinta minutos, com diversas sacolas. Remus se sentiu mal e queria oferecer para pagar parte do que ele havia gastado, contudo Sirius não deixou.

Esperou inquieto no sofá, enquanto observado o intruso em sua casa preparar o seu jantar.

— Para sua infelicidade, não é macarrão instantâneo — disse Sirius assim que serviu os pratos na pequena mesa de jantar de Remus.

A comida era massa, mas parecia totalmente oposto do que ele sempre jantava. Parecia um prato que encontraria em um restaurante italiano.

— Parece bom — falou, fingindo não estar impressionado.

— Espero que seja o bastante para agradar o seu paladar refinado — Sirius entrou na brincadeira.

— É difícil ser melhor que macarrão instantâneo.

Pegou seus talheres, mas antes que Remus pudesse comer, Sirius pareceu se lembrar de algo:

— Espera! — exclamou. — Esqueci uma coisa.

Ele foi até a geladeira e retirou duas latas de cerveja, que Remus não havia notado que ele tinha comprado.

— As pessoas normalmente não comem massa tomando vinho? — perguntou, enquanto Sirius colocava dois copos com a bebida na mesa.

— Vai por mim, fica melhor com cerveja — assegurou.

Remus riu, mas logo lembrou que era terça-feira e ele não deveria mais beber dia de semana.

— Não deveria beber — disse. — Vou dar aula amanhã.

Sirius fez um bico.

— Mas é só um copo.

— Mesmo assim, não é certo... — protestou.

Sirius suspirou alto, fazendo com que Remus parecesse de falar.

— Poxa, só queria alguém para beber comigo no meu dia de folga — falou, dramático.

— Você que se deu folga — lembrou Remus.

— Preparei todo esse jantar, e meu novo amigo não pode nem beber um copo de cerveja comigo — continuou.

Remus revirou os olhos.

— Tudo bem — disse derrotado. — Mas só um copo.

Sirius cozinhava bem, Remus precisava admitir, tão bem que até questionou o que ele fazia sendo barman quando poderia ter sido um chefe de cozinha. Sirius riu, disse que gostava do seu emprego e gostava de preparar bebidas tanto quanto cozinhar.

Eles comeram, e beberam mais cerveja. A conversa era boa, e rapidamente um copo virou dois copos, depois três e depois quatro e assim por diante. Remus nem havia notado que Sirius tinha comprado tanta cerveja.

Não se lembrava como os dois tinham lavado a louça, ou se tinham se quer colocado os pratos na pia. Mas quanto notou, estavam sentados no sofá, e Remus havia perdido as contas de quantas cervejas havia tomado. Por mais irônico que fosse, tinha certeza que naquele momento não era capaz de fazer conta nenhuma.

Tudo que conseguia fazer era olhar para Sirius Black, enquanto ele contava alguma história de uma das vezes que havia levado detenção depois de aprontar com James Potter. E Remus não conseguia mais entender a história, só ria quando Sirius ria, porque parecia o certo a se fazer.

— Você tem um sorriso bonito — disse Remus sem pensar. Ele não sabia por que havia dito aquilo. Apenas pareceu certo dizer.

O sorriso de Sirius aumentou, e Remus soube que nunca iria se arrepender por ter falado algo tão abruptamente.

— Você também tem um sorriso bonito.

Remus sorriu, mas desviou o olhar de Sirius. Por alguma razão se sentia envergonhado. Sem saber o que fazer, bebeu mais um gole da sua cerveja.

— Remus — chamou Sirius, fazendo com que ele levantasse o olhar. Sirius não sorria mais, sua expressão estava séria, parecia nervoso. — Posso te beijar?

Remus não gostava de homens. Ele tinha certeza disso. Mas naquela hora quis muito dizer sim. Talvez fosse a bebida, provavelmente era a bebida. Não conseguiu encontrar as palavras certas para responder a pergunta, então, bem devagar, concordou com a cabeça. Sem tirar os olhos de Sirius.

Eles se beijaram. E por muito tempo continuaram se beijando. A cerveja já havia sido esquecida por Remus. Ele não precisava mais dela. A única coisa que precisava eram os lábios de Sirius Black contra os seus.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Adoro a cena do bar, mas não bebam antes de dirigir meus jovens!!
Espero que tenham gostado, e que e estejam gostando das fanfics do pride month elas estão maravilhosas ♥
Até domingo que vem!
Beijos
P.S. tenho um novo twitter então quem quiser falar de fanfics comigo @rosewealey