Jane escrita por Lucca


Capítulo 17
Happy Birthday, Jane!


Notas iniciais do capítulo

Para ser breve, eis o resto do capítulo passado que fiquei devendo.

O começo do capítulo traz um conteúdo mais quente. Então, se você não se sentir confortável com isso, pode avançar para o momento em que Kurt deseja feliz aniversário à Jane. A partir daí, o capítulo segue como os demais.

Boa leitura.



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Sua primeira reação foi simplesmente ignorar a sutil vibração que vinha de debaixo do seu travesseiro. Ele estava cansado e queria dormir um pouco mais. Mas assim que aquilo se repetiu, seus olhos estalaram e Kurt se viu completamente desperto, coração dando uma leve disparada ao se lembrar do motivo daquilo. Entretanto, ele não se moveu. Cautela era tão necessária quanto a agilidade nessa hora. Lentamente deslizou a mão para debaixo do seu travesseiro procurando o celular para desligar o despertador. Respirou aliviado quando conseguiu concluir a primeira das “operações de campo” planejadas.

Em seguida, estreitou os olhos para observar a mulher ao seu lado na cama. Nenhum movimento, respiração compassada. Novo alívio. Jane ainda dormia. Ponto pra ele! A esposa estava de costas pra ele numa camisola de malha bordô com discretos poás espalhados para suavizar a cor forte. Nenhuma das roupas de dormir sexy providenciadas por Zapata ainda serviam. E as aquisições em conjunto com Avery tornavam as noites dele um pouco mais tranquilas. Não tanto quanto ele desejaria, mas ainda assim era grato por isso.

Deus, como ela conseguia ser ainda tão sensual já avançando no terceiro trimestre de gravidez? Ele jurava que quando chegassem a essa fase, sexo não seria uma opção. Allie e Tasha não ficaram nada desejáveis nessa fase da gestação. Com Jane estava sendo tão diferente. Seus seios tão mais fartos agora o convidavam de forma irresistível. Ainda o assustava a diferença dos momentos em que conversavam com Chloe e daqueles que viviam sua vida sexual. Era meio surreal. Kurt riu se lembrando que gostava de pensar que a filha herdara o sono profundo dele e dormia pesado enquanto ele e Jane se amavam.

Ficou por mais alguns minutos a observando enquanto revisitava seu plano, operação por operação, como fazia com seus casos do FBI, afinal isso era tão importante quanto seu trabalho. As primeiras etapas pareciam estar na ordem errada agora. Jamais daria certo seguir esse roteiro. Por que mesmo ele planejou essa sequência que agora parecia destinada ao fracasso? E pra que tanto rigor nisso? Desde que Jane entrou em sua vida, seu trem saiu definitivamente dos trilhos. Nada era previsível. E ainda assim tudo ficou tão melhor! Dane-se o plano inicial. Ele seguiria seus instintos, a única regra que dava certo quando se tratava de Jane.

Ele inalou aquele aroma que só ela exalava e se deixou degustar o calor da pele dela colada a sua. Kurt sabia o que fazer e como fazer. Conhecia Jane como ninguém. Então, inclinou a cabeça para frente com um sorriso maroto no rosto. Suavemente, depositou um beijo na curva do pescoço dela cuidando para que seus lábios não se fizessem tão marcantes quando sua barba mal feita.

A reação dela foi imediata: balbuciou seu nome ainda meio caminho entre o sono e a vigília já impulsionando o corpo para trás a procura dele. E Kurt continuou castigando sua nuca e toda a extensão de pele descoberta dos ombros. Jane fez menção de se virar, ansiosa por unir seus lábios aos do marido. Mas Kurt a envolveu com seus braços, impedindo-a de realizar seu intento.

— Ainda é cedo, Honey. Muito cedo. – sussurrou em seu ouvido. – Está cansada?

— Um pouco... – ela respondeu em meio a um bocejo enquanto lutava para abrir os olhos pesados.

— Então, relaxe. – ele continuou falando muito mais próximo dela agora, com o rosto quase colado ao seu enquanto suas pernas buscavam espaço entre as dela e despertando o corpo da esposa antes que sua mente estivesse totalmente lúcida.

— Não! – ela respondeu com urgência, agarrando-se aos braços dele, desesperada diante da possibilidade de perder aquilo.

— Shshshsh. – ele insistiu levando à mão ao rosto dela e delicadamente convidando seus olhos a se manter fechados. – Apenas aproveite.

Mesmo na penumbra do quarto, a luz que rasgava o espaço entre as cortinas iluminava o rosto dela o suficiente para se deliciar com a forma como seus lábios se curvaram num sorriso malicioso à espera do que viria.

Kurt não a deixaria esperando. Imediatamente repetiu a sequência de beijos em seu pescoço enquanto deslizava os dedos pela pele do braço dela. E soprou suavemente atrás da sua orelha quando seus dedos alcançaram o decote da camisola.  Aquele tecido transpassado era tão fácil de afastar! Ele deixava seus lábios roçarem quase sem querer na orelha dela enquanto descobria seus seios fazendo a mesma brincadeira cruel e provocante com os dedos na pele dela.

A respiração cada vez mais pesada de Jane era tudo que ele precisava para continuar. Ele sempre fazia questão de perceber as reações dela antes de prosseguir. Na jornada insólita daquela gravidez, já passaram por dias em os mamilos não estavam disponíveis para o amor. Mas nesse momento, ela parecia gostar daquilo. Constatar essa permissão só fez sua ereção lutar ainda mais contra o tecido do boxer que usava desesperado por eliminar todas as barreiras o separavam a maciez da pele dela. A vontade era tamanha que chegava a doer não poder se saciar.

Por um breve momento, quando seus dedos atingiram a área procurada, ele apenas observou. Os movimentos do peito dela arfando em ansiedade pelo que teria a seguir impulsionava o encontro dos dois. Mas seus olhos estavam curiosos, buscando pistas na escuridão. Não eram as linhas das tatuagens que mostrariam o que ele queria, mas os raros vãos entre elas. Talvez agora que estavam mais fartos fosse possível vislumbrar a pele real por baixo da tinta. A região foi praticamente toda coberta e ele sonhava descobrir a cor da pele original. Seriam claros como a pele alva dela ou escuros forjando a beleza pelo contraste de cores e tons? Merda, a penumbra era seu algoz. Não descobriria agora.

Desistindo da visão, voltou sua atenção ao tato e, percebeu que ela queimava por ele, dava para sentir isso por seu corpo todo. O calor dos mamilos quase gritava pelo toque dos dedos dele. “Eu posso deixar isso ainda pior, meu amor.” Pensou maliciosamente deixando sua língua úmida deslizar pela orelha dela.

Jane soltou um gemido rouco e baixo quando ele finalmente pousou as mãos por completo sobre seus seios e começou a acariciá-la. Deus, ele conseguia ler seus pensamentos, antecipando cada toque desejado. Ele a levava com tanta facilidade ao paraíso que ela chegou a pensar que precisaria pedir um tempo, segundos que fossem, para ser capaz de respirar entre as pulsações contínuas do sangue que parecia correr à velocidade da luz em suas veias.

Não foi necessário. Ele sabia. Ele sempre sabia tanto o momento de acelerar quanto de parar. E ela pode puxar o ar para encher seus pulmões segundos antes de voltar a senti-lo, agora com beijos molhados descendo por suas costas.  Seu corpo se entregou novamente. Pra que lutar ou resistir? Ser dele era tão importante pra ela.

E Jane também sabia o que o marido pretendia. Ela também podia antecipar onde aqueles beijos terminariam enquanto ele migrava cada centímetro mais ao sul. A única coisa que ela desconhecia era o ponto a partir do qual ela perderia totalmente a sanidade já que enlouquecia mais e mais cada vez que a língua dele roçava sua pele.

Ele prosseguiu até encontrar a fenda ao final de sua coluna e então deixou que suas mãos percorressem com força os dois lados envolvendo as coxas dela e a obrigando a mudar de posição. Colocou-se perigosamente entre suas pernas e parou.

Ela se ajeitou emergindo para a realidade surpresa com a pausa, ainda buscando racionalidade naquele mar de embriaguez sensual que ele causara. E olhou para ele buscando aflita por uma resposta.

Kurt sorriu maliciosamente deixando a cabeça cair para um dos lados e roçando a barba na parte interna da coxa dela.

— Confortável? – sussurrou num misto de cuidado e permissão.

Jane revirou os olhos a ponto de dizer um palavrão em resposta. Ele era sempre tão protetor e mesclar isso com seu lado quente era tortura demais para ela. Como não amar esse homem?

Aquela breve lucidez a fez se lembrar que aquela posição logo traria desconforto respiratório se seu dorso não estivesse elevado o suficiente para aliviar a pressão da bebê nas veias abdominais. Rapidamente, ela puxou mais um travesseiro para apoiar as costas. Tinha pressa em liberá-lo para continuar:

— Sim. – respondeu logo, sem esconder o desejo quase desesperado em sua voz.

Kurt deu um breve sorriso e manteve seu olhar preso ao dela enquanto afastava devagar o cetim enxarcado de sua calcinha. Então, ele soprou fazendo a puxar o ar e abrir a boca para responder, mas a sensação a calou por completo:

— Olhos fechados, Honey. Apenas relaxe, você precisa descansar.

Ela expirou rindo, mas obedeceu. Irônico pensar em descansar quando seu corpo estava sendo levado a limites tão próximos do colapso. E se entregou, deixando-se apenas sentir o que viria.

Kurt brincou com ela soprando mais uma vez, bem mais perto dessa vez. E depois roçou seus dedos nos lábios endurecidos pela excitação.

— Kurt... – ela implorou sussurrando o nome dele.

Entendendo o que ela queria, ele finalmente tirou sua calcinha.

Enquanto beijava suas coxas deixando sua barba castigar a pele sensível dali, afundou um dedo dentro ela. Foi então que ele precisou parar um segundo, mordendo o lábio e buscando ar para ser capaz de controlar a si mesmo. Ela estava tão quente e molhada que sem essa pausa tudo que ele faria era possuí-la naquele momento mesmo. Felizmente deu certo e ele pode continuar da forma que pretendia.

Após alguns movimentos que foram do lento e carinhoso para algo mais intenso e forte, ele recuou. Precisava sentir o sabor dela. E a cobriu deixando que sua língua explorasse cada dobra e ponto enquanto seus ouvidos estavam atentos aos sons roucos que a esposa emitia, eles eram seu guia para repetir, intensificar ou desacelerar.

Ele riu quando ouviu um gemido quase se transformar em palavra aos mordiscá-la e sabia que ela estava perto demais do ápice quando seus dedos se afundaram nos cabelos dele. E levá-la até lá era tudo que ele queria.

Mas os movimentos rápidos dela o surpreenderam. O pé no seu ombro o teria afastado mesmo que ele resistisse. Ela era forte demais e isso o enchia de orgulho.

No instante seguinte as posições estavam invertidas e ela avançava sobre ele de uma forma ameaçadoramente sensual. Kurt recuou até bater na cabeceira da cama e se sentou. Jane se arrastou para cima dele com movimentos que misturavam graça e poder.

E suas bocas colidiram numa busca desesperada enquanto as mãos exploravam tudo que podiam do corpo do outro.

Por mais um minuto, eles pararam e se entreolharam. Precisavam daquele contato visual. Havia tanto sentimento ali, isso precisava ser compartilhado.

— Eu te amo, Jane. – ele falou primeiro envolveu o rosto dela com a mão.

— Eu também te amo. Muito. Muito mesmo, Kurt. – ela respondeu.

E sem romper a conexão do olhar, ela o alcançou e conduziu até a borda deixando a sensação de estarem tão pertos mais ainda separados enlouquecê-los de desejo.

Bem devagar, talvez até cruelmente devagar, centímetro a centímetro, os dois se fundiram num só. Os quadris dele se impulsionavam para cima tentando alcançá-la. E se moveram juntos, fazendo cada minuto valer uma vida toda. Era como ser e ter tudo ao mesmo tempo em que se desmanjavam pelo outro se fazendo nada.

Os primeiros raios do sol penetraram o quarto anunciando o amanhecer e iluminando aquela união. A nova luminosidade provocava a ilusão de que os dois brilhavam agora após tanta escuridão. Era mágico e real. Não havia por que retardar mais nenhuma sensação sou sentimento.

Kurt estremeceu e paralisou primeiro. Jane se contraiu para chegar ao limite junto à ele. E então desabaram um contra o outro. Ela procurando seu peito e ele a recebendo em seus braços. O riso ecoou pelo quarto enquanto se recuperavam da exaustão.

Pouco depois, já bem menos ofegantes, se afastaram apenas o suficiente para reconectarem seus olhares.

Kurt acariciou o rosto dela e sorriu para dizer:

— Feliz aniversário, Jane.

Ela puxou o ar, surpresa e feliz, seu olhar brincando com um sorriso. Quando o primeiro impacto da notícia passou, disse:

— Wow. Então é assim que acordamos no dia do aniversário? Isso foi muito bom. Podemos repetir todos os dias até chegar o próximo?

— Todos os dias? – Kurt repetiu refletindo e sorrindo. E então passou para uma expressão bem mais provocante – Só se você estiver cansada.

— Hmmm. Teremos uma linda bebê em breve. Acho que posso conseguir estar cansada todos os dias com certeza.

Ele riu alto.

— Ponto pra você! Falta de cansaço não será nosso problema. – e a puxou para um beijo.

Então, ele abriu a gaveta da mesa de cabeceira e puxou uma caixinha.

— Isso é para você. -  e entregou a ela.

Após um breve aceno um pouco tímido, ela rapidamente abriu seu presente, movida pela curiosidade. Um fio de ouro trazia uma discreta esmeralda em forma de coração como pingente.

— É lindo! – ela apreciou suspirando.

— Quando nos conhecemos, eu achava que você era uma amiga minha de infância que tinha desaparecido. E te dei uma joia parecida que pertenceu à mãe dela. Depois descobrimos que você não era Taylor. Desde então, eu queria de dar algo assim, mas que fosse realmente seu. A esmeralda tem a cor dos seus olhos.

— Obrigada. Eu amei. – ela disse olhando carinhosamente pra ele. – A história de Taylor é mais uma daquelas que você quer esperar mais antes de me contar?

— É, essa é uma das histórias que mencionei. Sei que deve ser difícil pra você, mas...

— Devem ser histórias complicadas e minha vida até aqui já está complicada demais, não é mesmo? Podemos deixar isso para depois que Chloe nascer.

— Isso. Vamos deixar isso para depois. Hoje é um dia especial. O passado não importa, mas o presente e nosso futuro. – disse pousando a mão na barriga dela. – E vou precisar que continue cansada por mais um tempo. – disse se levantando. - As meninas querem preparar o café da manhã e trazer na cama pra você.

— Hmm, acho que eu vou precisar de mais um cochilo mesmo.

E assim Kurt deixou o quarto para direcionar os trabalhos na cozinha do apartamento. Avery e Bethany logo estavam acordadas e ajudaram bastante nos preparativos. As flores chegaram no horário combinado.

Jane soube fingir bem a surpresa quando os três entraram no quarto carregados de pacotes, flores e a bandeja de café da manhã. Comeram juntos na cama como qualquer família normal. Almoçaram fora como parte das comemorações daquele dia.

No meio da tarde, Allie veio buscar Bethany e Avery se arrumou para sair com o pai. Pouco depois, Kurt convidou Jane para um passeio. Deixaram o apartamento não muito tempo depois das filhas.

Quando ele dirigiu em direção ao subúrbio da cidade, isso a surpreendeu. Ela esperava um parque ou algum shopping.

Entraram num condomínio amplo. As casas não eram luxuosas e tudo parecia acolhedor e com clima familiar: crianças andavam de bicicleta, casais caminhavam, uma velhinha cuidava do seu jardim.

Estacionaram em frente a uma típica casa do lugar. O amplo gramado verde era convidativo. As portas e janelas brancas combinavam com as cores suaves das paredes. Era como estar num típico seriado de TV protagonizado por uma linda família.

Antes de descer do carro, Kurt esclareceu:

— Ainda não montamos a quarto da bebê e, bem, nosso apartamento está ficando pequeno para nossa família. São três quartos, três filhas em idades diferentes, Sarah e Sawyer que sempre vêm nos visitar... Então, pensei: talvez seja o momento de investirmos numa casa maior. Gostei bastante dessa daqui. Tem tudo que precisamos, a vizinhança é ótima e cabe no nosso orçamento. Quero muito que você conheça o lugar. Se ficar tão empolgada quanto eu, podemos ficar com ela.

Jane sorriu e assentiu com a cabeça. Uma casa nova não era algo que ela esperasse, mas um quartinho para Chloe seria bem vindo. Ela desceu do carro e entrelaçou a mão à do marido, totalmente aberta ao que viria.

Kurt falava animadamente. Eram raros os dias nos quais ele estava falante assim. Deixaram os casacos no hall de entrada que ela observou sem muito cuidado.

— A decoração está bem clean. Podemos mudar isso, deixando mais com a nossa cara. – ele disse colocando a mão nas costas dela para conduzi-la pelos cômodos.

Assim que entraram na sala, tudo era muito diferente do que ela podia imaginar. O espaço era aberto conjugando sala, cozinha e sala de jantar num espaço amplo que estava supreendentemente ocupado. Todos os amigos estavam ali, em silêncio, esperando por ela com sorrisos acolhedores. As palmas começaram devagar e foram se tornando mais intensas, uma forma de dar boas vinda sem gritaria ou pequenas explosões de confete que poderia assustá-la, um cuidado a mais com a mamãe do ano. Havia balões pendurados no teto. E a longa mesa estava posta para o jantar.  Kurt se apressou em transpor o espaço e alcançar o bolo. Rich, Boston, Anna, Allie com Bethany, Tasha com Maya, Patterson, Jeremy com Avery, todos ali reunidos por ela e finalmente disseram juntos:

— Feliz aniversário, Jane!

Jane olhou para tudo aqui e seus olhos encheram de lágrimas. Seu sorriso foi desaparecendo e a respiração começou a ficar pesada. Recuou os primeiros passos com rapidez enquanto cerrava os punhos e assumia uma postura enrijecida, claramente na defensiva.

— Não. – sua voz saiu rouca e pesada fazendo todos na sala congelarem. – Não! – disse num tom de súplica olhando para Kurt que tentava entender o que estava acontecendo. – Eu não vou fazer isso! – ela quase gritou enquanto seus olhos vasculhavam todo o espaço repetidas vezes, indo e vindo pelo ambiente e no grupo a frente dela.

Todos ficaram imóveis lendo claramente a postura defensiva dela e percebendo que precisavam ter cautela a partir dali. Allie pegou Bethany que se encolheu assustada no colo da mãe.

— Jane, está tudo bem...- Kurt disse preocupado já entregando o bolo à Jeremy que estava ao seu lado.

— Não, não está. Eu não quero falar sobre isso, Kurt! – a voz dela soou ameaçadora.

Mesmo assim, ele avançou dois passos em sua direção. Algo estava acontecendo com ela e tudo que Kurt queria era abraçá-la.

— Não se aproxime! – ela ordenou com fúria - Eu não quero que você me toque. – rosnou.

Bethany começou a chorar e Allie saiu na direção da cozinha. Jeremy a seguiu com o bolo.

Recuando mais um passo, Jane se viu acuada pela parece atrás dela.

— Por favor, apenas respire, isso vai te acalmar. – Kurt insistiu.

— Me acalmar...Eu não vou me acalmar, Kurt! E não vou fazer isso. Chega!

— É só uma festa surpresa de aniversário, Jane. Boom, eeeee, parabéns pra você. – Rich disse tentando mostrar o lado divertido.

— Isso não de graça, Rich! Nada disso tem a menor graça. – ela disse balançando a cabeça.

Os amigos trocavam discretos olhares tentando entender as reações dela.

— Por que vocês estão fazendo isso? – ela perguntou com decepção no olhar.

Kurt a observava enquanto buscava uma razão para tudo aquilo. De repente, seu cérebro fez as conexões necessárias. E ele fechou os olhos, amaldiçoando a si mesmo por não ter imaginado que uma festa de aniversário poderia trazer de volta um pesadelo do passado. Antes que ele pudesse pensar numa estratégia, Avery disse:

— Nós amamos você. – a garota falou com firmeza agora que suas pernas pareciam mais firmes e avançou em direção à mãe.

— Pare! – Jane foi firme estendendo a mão para interromper a garota. – Tudo tem um limite, Avery. Esse é o meu. Chega!

— Jane, meu amor, escute: eu sei que você já teve pesadelos com isso... – Kurt começou.

— Cala a boca, Kurt! Eu não vou deixar você me dizer o que é real.

— Ela tem pesadelos com festas de aniversário? – Bostou questionou.

— Teve. No bunker. – Kurt esclareceu.

— Cala a boca, Kurt! Custa você fazer isso por mim? Eu só não quero saber! É sempre assim, sempre assim! Eu tô cansada disso. Toda vez que eu estou feliz tudo acaba arrancado de mim.

— Não é mais assim, Jane. Passou. Estamos todos bem agora. – Zapata tentou já sentindo seus olhos enchendo de lágrimas.

— Tasha, você sabe que eu não sou uma pessoa boa como vocês. – e olhou para a cozinha onde Bee continuava no colo da mãe. Ver a entedeada assustada por culpa dela a dilacerava. Mesmo assim se manteve firme. - Eu não posso, Tash... – a tatuada rebateu. E olhando para todos na sala continuou – Eu sinto muito, mas eu não sou boa. É isso que vocês precisam ouvir? Querem uma confissão? EU NÃO SOU BOA!

— É claro que você é! – Tasha tentou já em lágrimas.

— Esperem, como uma festa de aniversário se torna um pesadelo? – Boston insistiu.

— A champanhe estava envenenada e todos morremos. – Kurt esclareceu.

— Então, é simples. Olhe, Jane, nenhum de nós está bebendo. Tudo vai ficar bem.

—  Você sabe que não é só isso, Boston! É esse looping de finais felizes... isso machuca... isso me machuca!

— Looping de finais felizes... – Patterson repetiu pensativa. – Isso foi uma consequência do ZIP, não foi?

— Tudo isso foi uma consequência do ZIP, Patterson. Sempre tem o maldito ZIP nessa história. Keaton disse que vai se repetir até o fim. Todos os finais felizes de cada um de vocês que eu estraguei. E meu final feliz... – e as lágrimas escorreram. – minha última tortura é ver tudo isso desaparecendo porque...Não! Eu não vou falar sobre isso. – e limpou o rosto com fúria.

— Você não estragou nada. As coisas só mudaram depois que você chegou. Mudanças não são ruins. – Patterson tentou ajudar. Estava sentindo as emoções subindo rápido e precisava agir antes disso. – E quem disse que não estamos felizes agora? Eu estou! A ONG é melhor do que qualquer app que eu tenha criado.

— Sem você, eu não teria conhecido todos aqui. Provavelmente teriam me matado após usarem meus serviços. Ter o desenho do meu irmão tatuado na sua pele salvou minha vida e a de muitas outras pessoas que iriam morrer por causa do rastreador que criei. – Anna lembrou.

— E quanto a mim, hein? Também só faço parte desse team por causa de suas tatuagens. Sem isso, eu não teria me regenerado. Ia continuar rico, vivendo a vida loucamente, mas muitas vidas pagariam um preço alto por isso. – foi a vez de Rich colocar.

— Talvez eu nunca tivesse engravidado da Maya. Reade era muito fechado por traumas de infância e uma de suas tatuagens o forçou a procurar ajuda e se tratar. Só depois disso, nos aproximamos. – a latina salientou beijando a cabecinha da filha. – E o Kurt mal falava com a gente. Ele só rosnava.

— Eu era realmente muito... - e limpou a garganta emocionado. – muito fechado. Além de não ser feliz, nem deixava a Sarah ser.

Kurt estava evitando falar porque percebeu que ela ficava ainda mais assustada toda vez que tentava.

— Sem você, eu nem existiria. – Avery disse secando as lágrimas. Ela estava muito emocionada. – Sem te conhecer, não teria essa família. E se eu tivesse sido filha biológica dos meus pais, estaria sozinha hoje.

— Isso que estamos vivendo hoje é real. Não é apenas mais um evento nesse looping de finais felizes. É pra valer. O looping acabou e você sobreviveu. Acredite em nós.  – a loira insistiu.

— Eu acreditei, Patterson. Todas as outras vezes que aconteceu, eu acreditei. – Jane contra-argumentou cansada.

— Nós não sabemos o que o ZIP te fez ver. Nem sabemos como fazer para você acredite em nós só dessa vez. Mas precisamos que você seja corajosa como sempre foi, Jane. Só assim poderemos te ajudar. – a voz de Kurt era mansa apesar de tomada de emoção.

Jane permanecia imóvel e tensa. As propostas eram tentadoras, mas ela ainda temia que ceder trouxesse de volta toda a dor que viveu ao perdê-los repetidas vezes.

— E se tentarmos uma forma de psicologia reversa? Podemos tentar pela parte mais difícil. Se é um final feliz que te assusta, podemos te mostrar que nossa realidade está longe de um conto de fadas. Eu não tenho mais meu dedo e isso me obrigou a inventar novas formas de pintar. – Boston mostrou a mão para Jane.

— E a Chloe? Ela é real. Você consegue senti-la, não consegue? – Avery apontou para a barriga da mãe esperançosa de que a irmãzinha a ajudasse a perceber que não se tratava de mais uma alucinação.

Jane puxou o ar três vezes buscando se acalmar. Então, lentamente levou a mão até a barriga. Ela estava muito trêmula e todos ao seu redor perceberam.

— Ela é melhor que qualquer final feliz que eu poderia desejar... – disse abraçando a barriga protetoramente.

— Porque ela é real, Jane. É a nossa garotinha. Nosso pacotinho de felicidade. Somos reais como ela e não vamos te deixar. – os olhos de Kurt demonstravam tanto amor que ela apenas cedeu balançando a cabeça em concordância.

Avery não esperou mais nada. Venceu a distância e abraçou a mãe. Kurt a seguiu. Todos foram se aproximando devagar.

Jane se deixou aninhar no abraço de Kurt enquanto Avery deslizava a mão pelo seu braço em movimentos suaves. Jeremy voltou da cozinha com um copo d’água.

— Pronto. Está tudo bem agora. – ele sussurrou estreitando os braços ao redor dela enquanto Avery pegou a água e foi oferecendo pra ela devagar, esperando o tempo certo entre os espasmos que ela tinha.

Todos se entreolhavam preocupados. Queriam ajudar e não sabiam como.

— Precisamos saber o que disparou tudo isso para cortar esse estímulo. – Anna lembrou em voz baixa. – Esses dados precisam entrar para o Jane Alert.

— O que é Jane Alert? – ela questionou atônita mesmo ainda mergulhada nos braços do marido.

— É um programa criado por Patterson. Nós queremos te ajudar de alguma forma pra evitar que momentos que te deixam muito abalada se repitam. Estamos rastreando disparadores do que te deixa assim e do que te faz apagar. – Zapata esclareceu.

— É por que minha cabeça não funciona direito?

— Não. É porque prestamos pouca atenção em você no passado. Você passou por muita coisa e só ignoramos super valorizando sua força para superar sozinha. Suas crises depois que voltou do coma e até mesmo o que te fez agir sozinha antes disso mostra que você é humana e precisa de nós da mesma forma que precisamos de você. – Kurt foi esclarecendo de forma bem mansa, colocando todo o carinho que podia na voz porque sabia que processar tudo isso seria difícil pra ela. – Você sempre foi fechada e depois do coma quase não falava. Esse programa que a Patterson está desenvolvendo é pra tentar te ajudar antecipando possíveis problemas a respeito de coisas que você não se lembra do passado, mas nós sim. Não queremos te perder, Jane. Amamos você. – e beijou os cabelos dela.

— E agora que sua fala está mais fluente, você mesma vai poder colaborar muito com isso. Pode se abrir conosco sobre tudo que sente. E pode também procurar ajuda profissional. Se isso te deixar desconfortável, também podemos parar. Só o que queremos é ajudar para que você não precise fazer todo o caminho sozinha. – Patterson abordou de forma doce e colocou a mão no braço da amiga dando um leve aperto para mostrar seu carinho por ela. - Somos uma família, Jane. Tudo isso aqui, por exemplo. Para nós, está tudo bem, mas tem algo aqui que te lembra esse looping do terror que relatou. O Jane Alert tenta descobrir o que é para não deixar se repetir e assim te poupar disso.

Jane assentiu com a cabeça e respirou fundo. Estava comovida com o carinho de sua família, mas ainda muito abalada e confusa com os últimos momentos que viveu. Mesmo assim, ela sabia que tanto carinho merecia sua coragem para enfrentar seus maiores pesadelos. Apertando a mão de Kurt, disse fechando os olhos levando a outra mão até a cabeça:

— Eu sempre tento esquecer... – e sorriu enquanto mais um espasmo a sacudia. – Esquecer o pouco que me lembro. É só que...

— Dói demais pra ficar revisitando o que existe ali. – Avery completou. – Faço o mesmo com as lembranças da doença da minha mãe adotiva. Prefiro voltar só aos bons momentos. Nós entendermos.

Ela olhou para a filha e tentou sorrir. Depois fechou os olhos e respirou fundo:

— Nós...estávamos todos ao redor da mesa... numa enorme cabana...felizes.

Os amigos se entreolharam e se apressaram em desmontar a mesa posta para o jantar enquanto Kurt a levava para a sala.

— Por favor, não vão ainda... – Jane pediu ao ver todos se afastando.

— Ninguém vai embora. Vamos todos ficar aqui com você. – Kurt garantiu.

— Podemos transformar isso num tipo de piquenique no tapete até que você se sinta melhor, Jane. O que acha? – a sugestão partiu de Boston.

Ela concordou e pouco depois todos estavam sentados no chão conversando. Bethany voltou da cozinha e fez questão de abraçar Jane.

Ainda trêmula, ela quis falar sobre a alucinação do jantar, contando com detalhes tudo que viu. Todos ouviram comovidos. As lembranças daquele dia ainda eram muito vívidas a todos. Perceber a carga extra que afetava Jane durante aqueles eventos os deixavam ainda mais tristes por tudo que aconteceu.

— Se isso ajudar... – Jane disse com olhos fixos no chão, tomando outro gole de água.

— Ajuda muito. Muito mesmo. – Boston disse se aproximando e apertando a mão dela. – Obrigada por dividir conosco.

Ela continuava de cabeça baixa, sem encarar os amigos.

— Espero que algum dia minha cabeça volte a funcionar direito pra eu não assustar mais vocês. – disse por fim.

— Não se preocupe conosco, Jane. É você quem precisa de cuidados agora. Pode pedir a nossa ajuda sempre for necessário. Ficaremos felizes em poder te ajudar a ficar bem. Isso é importante pra nós. – Patterson reforçou.

—Eu travei algumas vezes em campo após a morte do Reade. – Tasha disse de repente, surpreendendo a todos. – E cheguei a vê-lo em pé ao meu lado numa dessas ocasiões. Mesmo sem ZIP, tudo o que passamos mexeu demais com nosso emocional. Alucinações não são um privilégio seu, Jane. – e sentiu Patterson a abraçando. – Claro que nada disso se compara com uma alucinação na qual nós duas nos casamos numa cerimônia celebrada pelo Bill. Mesmo porque Kurt interromperia várias vezes pra elogiar ou rir das colocações dele e esse casamento jamais chegaria ao fim.

Todos riram.

— Com certeza, Kurt é o maior fã do meu pai. E já que estamos confessando alucinações... Quando estive em coma, revivi aquele dia em looping diversas vezes. Conversei com David num desses loopings e... Encontrei com Roman pelado no elevador. A gente flertou... Sim, eu tinha um crush enorme no seu irmão, Jane. Ele era lindo, inteligente, sensível e... seu irmão. – a confissão de Patterson deixou todos boquiabertos.

Rich continuou:

— Crush no Roman. Quem nunca? Aquilo era o mal caminho inteirinho ida e volta.

— Sou obrigado a concordar. – Boston finalizou apesar de estar com uma pontinha de ciúmes do seu partner.

— Eu pensei que vocês odiavam Roman...

— Não sabíamos que ele estava doente. Hoje entendo que ele precisava de ajuda, de apoio. Da mesma forma que você quando voltou a ser Remi. São histórias longas e complexas, Jane. Enfim, sabendo tudo que sei agora, com a experiência de tudo que vivemos, eu teria tratado Roman de forma diferente. E já desejei muito que ele estivesse vivo para fazer parte dessa família da mesma forma como todos nós aqui. – apesar de ainda ter sentimentos conflitantes com relação ao cunhado, Kurt disse o que sabia que Jane precisava ouvir.

Jane olhou para ele tomada de emoção:

— Kurt, isso significa muito pra mim.

— Eu sei, Honey. Eu sei. – e a puxou para um abraço.

Continuaram a conversa, tentando trazer um lado mais leve de tudo que viveram. Jane foi se acalmando e se soltando. Com um clima melhor, comeram e cortaram o bolo.

Decidiram fragmentar a despedida daquela noite, deixando a casa aos poucos. Cada amigo fez questão de ter um momento privado com a aniversariante:

— Não desmerecendo a Patt Pimentinha. – Rich disse – Mas se na próxima alucinação o trisal for entre você, eu e Stubbles, isso seria muito mais divertido.

— Jane, um trisal pode ser um final mega feliz para o Rich, mas... eu sou mais conservador. Prefiro que sejamos um casal. – Boston desabafou. – Pode me achar possessivo, não ligo. Talvez eu seja. Se eu não levar Rich na rédea curta, o mundo todo é pouco pra ele.

— Bem, eu não estava naquele jantar, mas quero fazer parte do final feliz real. Gosto muito de vocês e estar fazendo parte dessa família agora tem sido muito importante pra mim. Fique bem. – Anna disse antes de sair.

— Ainda temos muito pela frente, Jane. Temos a ONG, Maya e Chloe. E não se se esqueça: formar um trisal entre eu, Tasha e Roman seria muito mais interessante. – Patterson finalizou com uma piscadinha. - Um trisal com Rich e Boston, acredite, seria o inferno e não um final feliz pra mim!

— Eles nunca vão te deixar, Jane. Mesmo que você queira partir, eles vão atrás para tentar te trazer de volta. Sabe por quê? Todos aqui precisam de você. Bethany precisa de você. Se for para se lembrar de uma coisa só, lembre-se disso e tudo ficará bem. Boa noite. – Allie se despediu e saiu levando a filha.

— Estou chegando agora e, ainda tentando me encaixar nessa família e na sua história e de Avery. Na vida, estamos sempre recomeçando. Algumas coisas passam, outra chegam... Todos aqui te amam. E, se esse sentimento existe, é porque conviver com você fez bem pra eles. Como fez pra mim. Foi bom no passado e está sendo ótimo agora. Obrigada por Avery. É só porque você está aqui que estou tendo a oportunidade de conhecer todos e tentar me reencontrar. Eu estava muito sozinho. Por tudo isso, você sempre terá a minha admiração. Feliz aniversário. – Jeremy terminou já puxando-a para um abraço caloroso que ela retribuiu de forma tímida observando o jeito desconsertado de Kurt diante disso.

— Bye, bye, tia Jane. Estamos indo. – Tasha começou acenando com a mãozinha gorda da filha. – Nós duas tivemos uma história cheia de altos e baixos. E nos tornamos grandes amigas, então... Olha, Jane, a vida é cheia de surpresas e o final feliz nem sempre é do jeito que imaginamos. Seria perfeito se Reade estivesse aqui. Sempre vou carregar a dor desse luto. Mas ainda existe um final feliz me esperando. E não vou terminar sozinha como muitos apostavam. Maya está aqui e tenho todos vocês que são minha família. Por hoje, quero que você se lembre de algo que vou dizer: sabe aquele cara ali? – e aponto Weller – Ele nunca terá um final feliz sem você. Acredite, nós conhecemos o Kurt antes da Jane, o Kurt da Allie, e acho que nem ele mesmo se suportava. Tá, vamos dizer que esse jantar que você alucinou acontecesse. Eu não estaria lá porque eu estaria brava demais com Weller por se enfiar no meio das pernas da Allie pra tentar superar sua perda. Então, fique viva pra essa família continuar, por favor! E vem aqui nos dar um abraço. – finalizou enxugando as lágrimas.

Somente Avery, Kurt e Jane ficaram na casa, sentados no sofá, olhando ao redor. O lugar era realmente lindo.

— Só pra deixar bem claro, eu nunca teria ido àquele jantar. Se terminar sem você, não teria razão pra minha presença. Você é a cola que me une a todos que estavam aqui. Provavelmente, eu agradeceria e dispensaria de forma educada. – Avery concluiu apertando a mão de Jane que continuava abraçada a Kurt. – É assim que eu me sinto com relação a tudo isso. E você, como se sente agora?

Jane sorriu para a filha. Depois puxou o ar num longo suspiro.

— Foi um bom aniversário. Ainda estou tentando entender tudo o que me disseram hoje. Tem um sentimento bom aqui dentro porque agora realmente sinto que tenho um lugar aqui, com vocês. E isso é bom. Muito bom. Mas também estou muito... cansada. Agora acho que... quero ir pra casa. – soltou num desabafo.

— Eu acho justo. Muita coisa mudou nos últimos anos. E é bom que algo continue do mesmo jeito. Você está se recuperando e, desde que deixou o hospital, se sente em casa no nosso apartamento. Podemos esperar para nos mudarmos pra uma casa maior. – Kurt não parecia nem um pouco decepcionado. Aquele dia trouxe muitas revelações. – Na verdade, eu também estou louco para voltarmos para nossa casa agora.  – confessou.

— Eu super concordo.  Lá foi o lugar onde nos tornamos uma família de fato com discussões e momentos felizes. E é disso que mais precisamos: ser uma família. Chloe tem que viver momentos especiais e ter muitas fotos no famigerado apartamento Jeller. Bora? Amanhã meu voo sai bem cedo. – a garota apressou o casal.

Em minutos estavam a caminho de casa. Entrando no apartamento, Kurt e Avery encurralaram Jane num novo abraço demorado. Em seguida, a garota deu boa noite e foi para seu quarto. Kurt envolveu Jane pela cintura:

— Melhor agora? Estamos em casa. E nem sem Jeremy por perto. – ele perguntou arqueando as sobrancelhas.

— Muito, muito melhor. – Jane respondeu suspirando.


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Notas finais do capítulo

E você, já sentiu o peso de salvar o mundo enquanto navega sozinho? Muitas vezes é preciso falar abertamente sobre isso com todos que nos rodeiam para conseguir apoio na jornada.
Jane acerta até mesmo quando surta.
E quanto a história, ainda tem sentido pra vocês? Compartilhem comigo suas impressões deixando um comentário. Sugestões e críticas são bem vindas.
Muito obrigada pela leitura.



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