Jane escrita por Lucca


Capítulo 16
A B C


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não desisti dessa história. Só não consigo mais tempo para escrever... Mas sigo tentando levá-los até o final. Talvez eu encurte um pouco a sequência dos fatos para que não fiquem sem um desfecho. Vamos ver como tudo acontece.
Queria ter levado essa história um pouco mais adiante nesse capítulo, mas novamente os afazeres me engoliram. E, se não postar agora, nem sei quando poderia fazer isso. Então...
Bethany voltou! A garotinha tem seus problemas e também tinha uma missão a concluir. Veremos o desfecho disso nesse capítulo.
Boa leitura.



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A semana passou tranquila. Jane quis ir à escola todas as manhãs. Existia uma sintonia inexplicável entre ela e as crianças de lá. Ela simplesmente entendia onde a conexão deles com a leitura e a escrita falhava e se sentia impelida buscar um novo caminho por eles. Na maioria das vezes, isso era fácil. Bastava um pouco de atenção sobre o que os cercava para que uma possibilidade de encontro com o letramento brotasse.

E as crianças se encantavam com seus desenhos, tanto aqueles que estava marcados definitivamente em sua pele quanto os que ela produzia durante os momentos que compartilhavam, inspirados no que viveram para marcar tudo que haviam aprendido juntos. Existia algo realmente grande ali. A cada obstáculo que uma daquelas crianças superava, ela se sentia salvando o mundo e salvando a si mesma. Eles precisavam dela. Apenas ela era capaz de criar as pontes que os levariam mais longe. E ela precisava deles para se sentir útil e necessária. Era como ser reabastecida de força, paz e esperança a cada manhã.

Nesses novos caminhos, ela desabrochou para leitura e escrita rapidamente, afinal esse conhecimento sempre esteve lá, apenas não estava acessível após a progressão da contaminação pelo novo ZIP. E tantas outras habilidades e conhecimentos afloraram. Logo isso se refletiu fora da escola.

Nas tardes com Patterson, na ONG, além de acompanhar algumas aulas com os meninos, ela passou a demonstrar interesse nas tarefas administrativas. A loira era incrível para solucionar enigmas, mas um tanto desorganizada ao tentar conciliar essa parte de seu trabalho com as aulas. De início, tudo que Patterson pensou foi em dar espaço em coisa bem pequenas, mas logo percebeu que poderia confiar em Jane para muito mais. A parceria fluía com muita naturalidade. Algumas semanas a frente, descobriria que as habilidades de persuasão e intimidação da amiga eram extremamente úteis e eficazes para lidar com fornecedores de produtos e serviços.

A produção de telas com Boston também ganhou novo ritmo. O conjunto de cinco telas ganhava atenção alternada de acordo com o humor dela. Jane chegava sempre cheia de energia que parecia ganhar ainda mais vida na pintura.  Mas nunca eram muitas horas de dedicação. Ele brincava dizendo que ela tinha seu momento Remi segurando o pincel e castigando a superfície com tintas. Depois da pintura, ela sempre estava disposta a conversar, demonstrando interesse por seus conhecimentos da arte, sua trajetória pessoal e seu relacionamento com Rich.

Não se tratava apenas de retomar as antigas habilidades cognitivas, maior equilíbrio nas habilidades emocionais também se fortaleceu rapidamente. Ela se sentia mais segura separada de Kurt, apesar de ainda desejar muitos momentos ao lado dele. E pronta para o nascimento de sua filha caçula ou para lidar com o relacionamento a distância com a mais velha.

Foi por isso que Jane passou a fazer vídeo-chamadas diárias com Avery que, na primeira delas, teve uma enorme surpresa já que a mãe se mostrava resistente a isso desde que saíra do coma. Algumas conversas eram rápidas outras mais demoradas, mas havia sempre a declaração implícita do quanto se importavam uma com a outra e aquele “eu te amo” antes da despedida que firmava a certeza dos laços que seriam eternos.

Bethany chegou com Allie na tarde de quinta e já quis ir direto para a casa do pai. Para a surpresa de Kurt, o interesse da pequena estava em Jane que a recebeu carinhosamente. Nem ele nem a Allie admitiriam, mas lá no fundo isso incomodava um bocadinho. E as atitudes da pequena tinham muita razão de ser. Primeiro porque a madrasta entendia suas diferenças cognitivas como ninguém e a ajudava a superá-las com uma compreensão e carinho que os pais não estavam conseguindo alcançar. Depois porque Jane era a única pessoa capaz de conectá-la com sua nova irmãzinha. Ela amava poder sentir a outra se remexendo ainda dentro do ventre enquanto fazia planos de brincadeiras futuras entre as duas com a madrasta.

— Zoo!... Comida para os patinhos no lago!...Dança maluca!...Pula-pula!... – Bethany sugeria pausadamente empuleirada nas pernas de Jane com as duas mãozinhas na barriga dela esperando os movimentos da bebê em resposta. E eles vinham a toda hora, talvez por empatia com a voz de outra criança soando pela casa, talvez porque Bethany saltitava ao perceber os movimentos fazendo um Kurt todo preocupado tentar intervir sem sucesso algum. Ou ainda porque Jane ria demais com a situação toda: a empolgação de Bethany, as reações da bebê, o zelo exagerado de Kurt. Era tudo tão perfeito!

Na manhã seguinte, Allie foi conhecer a escola e admitiu a excelência do trabalho realizado pela instituição. À tarde, foi a vez de Bethany conhecer o lugar. Kurt acompanhou a filha com Allie. Mesmo após muito diálogo procurando criar uma expectativa positiva, a reação da menina foi a mesma na porta da escola: choro e resistência.

O casal já estava quase desistindo da tentativa diante da determinação de Bethany em se negar a visitar a escola. Foi quando Jane apareceu no corredor principal ao lado de uma das professoras. Como sempre, ela estivera ali a manhã toda.

— Ei. – disse sorridente vindo ao encontro da família. Não esperava encontrá-los ainda ali. Achava que já estariam visitando as salas de aulas. E logo se compadeceu da pequena com o rosto fechado molhado de lágrimas, braços cruzados, cabisbaixa. Jane deu um longo suspiro e se sentou no banco ao lado dela, passando suavemente a mão em suas costinhas.

— Eu não sabia que você também tinha vindo, Jane. – Allie puxou outro assunto para tentar se acalmar.

— Estou aqui todas as manhãs. Estou reaprendendo muita coisa com a ajuda deles.

— E ensinando também. Jane tem uma facilidade incrível para se conectar com as crianças. E isso tem nos ajudado bastante. – a professora esclareceu. – Então, você é a famosa Bee? Jane fala muito sobre você. – e a pequena olhou para ela desconfiada sem responder coisa alguma.

— Desde que conhecemos a escola, Jane tem vindo todas as manhãs. Foi graças a metodologia utilizada aqui que ela conseguiu retomar a leitura e a escrita. – Kurt esclareceu orgulhoso.

— Acho que seria bom darmos um pouco de espaço a elas. – a professora sugeriu indicando um lugar mais a frente para os pais e assim o grupo de afastou deixando Bethany e Jane sozinhas no banco. Quando estavam há uma distância segura, continuou – Jane tem uma habilidade de persuasão fora do comum, tenho certeza que convencerá sua pequena. Ela nunca desiste de nenhuma de nossas crianças e não desistirá da tão querida Bee dela.

Allie sorriu meio desgostosa e disse:

— Acho que só estou cansada do “fora do comum”. Um pouquinho de normalidade seria bom. – e expirou cansada.

Kurt preferiu ignorar a reação dela porque seus olhos e seu coração estavam sobre aquelas duas no banco lá no final do longo corredor. Jane falava e gesticulava enquanto Bethany parecia intransigente.

— Eu gosto daqui. Tem muita coisa que me desafia e pessoas legais. É um lugar novo, Bee. Não é igual à sua outra escola. – tentou argumentar com as mãos apoiadas na beirada do banco.

A garotinha torceu o pescoço exatamente como seu pai fazia quando estava irritado. Essas semelhanças eram tão caras à Jane e aqueciam seu coração.

— Meu pai já disse isso. E minha mãe também. Todo mundo já disse isso. – Bee contra argumentou com a voz carregada de decepção como se Jane tivesse se juntado ao número dos adultos que não a compreendiam.

Jane não conhecia a pequena tão bem como gostaria. Desde que acordara do coma, seus momentos com Bee foram raros e, algumas vezes, tumultuados. Mas ela conhecia Kurt e havia tanto dele em sua garotinha. Então, ela deixou o banco e se agachou em frente à menina, ficando praticamente da sua altura, para que seus olhares se conectassem. Ao longe, Kurt deu um sobressalto, aflito por medo que aquela posição tivesse consequências ruins para a gravidez já complicada, mas a professora o conteve. De longe, ele acompanhou Jane pegando a mãozinha de sua filha e levando ao seu peito, onde a cobriu com as suas. Se a distância fosse menor, ele teria a ouvido dizer algo muito parecido com o que disse a ele um dia:

— Eu sei que todos já disseram muitas coisas à você sobre a escola, inclusive sobre essa escola, Bee. Mas você ainda não ouviu de mim. Eu não espero que você fique ou que goste daqui, mas espero que seja corajosa para entrar e conhecer esse lugar que gosto tanto. E você não está sozinha. Se você quiser, podemos fazer isso juntas.

Bethany encarou Jane por um segundo e puxou a mãozinha de volta. Ela era pequena, mas sabia que cederia com muito mais facilidade de deixasse aquilo continuar por mais tempo. Bufou e se colocou em pé. Secou as lágrimas e disse estendendo a mãozinha:

— Vamos, mas de mãos dadas.

Jane segurou a mãozinha entre as suas e olhou para o final do corredor gesticulando sutilmente com a cabeça para acalmar os pais aflitos. A frente delas, todo um novo mundo as aguardava.

Kurt observou a cena sentindo o peito quase explodir de orgulho por suas meninas. Uma imensa gratidão o envolveu. Desde que Jane voltar do coma ele acreditava que grande parte desse milagre era reconexão com traços de sua antiga fé. Deus havia ouvido suas preces e compreendido que ele não poderia viver sem ela. Agora se deu conta do quanto estava enganado. Aquele milagre tocaria muitas vidas.

Foi muito mais demorado do que qualquer um dos adultos ali poderia imaginar. A cada nova sala, a cada nova criança, Bethany se envolvia e fazia a visita se arrastar por mais tempo. Descobrir crianças com dificuldades até maiores que as dela despertavam nela a vontade de ficar a ajudar.

— Ela é sua mãe? – um garotinho questionou num dos momentos que Jane se afastou da mesa de atividades para buscar mais cubos.

— Não. Ela é casada com meu pai. – Bethany respondeu sem tirar os olhos da atividade que realizava.

— Então ela é sua madrasta? É  brava como a madrasta da Cinderela e da Branca de Neve? – outra menina disse espantada.

— Não! Ela não é assim, tá? Ela é... diferente. Ela é a minha... Jane. E ela é boa. – então, apertando os olhinho para mostrar a seriedade do que diria, inclinou o corpinho para frente e disse de forma um pouco intimidadora – Ninguém dá massinha pra ela. Ela põe na boca.

As crianças ao redor da mesa deixaram escapar interjeições de espanto com os olhinhos arregalados e balançaram as cabecinhas fechando aquele acordo importante.

Jane ouviu apenas o final do diálogo. Não foi muito. Ela não se lembrava de muita coisa e isso muitas vezes a entristecia. Mas, a partir de agora, ela tinha uma lembrança da qual jamais se esqueceria, Bee dizendo que era sua Jane. Isso a fez se sentir muito, muito importante.

Alguns dias depois

Avery se juntou a família para o evento mais importante antes da chegada da nova irmãzinha. Precisavam escolher o nome da pequena. Uma missão difícil, já que individualmente nenhum deles tinha chegado a um nome que parecesse adequado.

As guloseimas se espalharam pela toalha. Kurt ajudou Jane a se juntar à eles no gramado. O parque foi uma escolha dela. A natureza, a família reunida, era o lugar mais apropriado para um momento tão especial.

— Bem, estamos aqui para escolher o nome da mais nova integrante da família. – Kurt anunciou solenemente.

— O que, aliás, já está acontecendo bem tarde. O nome vai deixar essa espera mais concreta. Não estaremos esperando uma bebê qualquer. Será a nossa ... Ah, vocês entenderam o que quero dizer, né? – Avery disse antes de colocar uma uva na boca.

— Sim, já é hora de termos um nome. E Bee é quem vai dar as sugestões como eu falei que seria. – Jane concluiu usando o guardanapo para limpar as manchas que os morangos estavam deixando na pele alva de Bethany.

— Eu ainda não sei os nomes. – a pequena confessou.

— Não tem problema, meu amor. Todos podemos ajudar, juntos como uma família. – Kurt disse a puxando para um beijo.

— Mas não pode ser qualquer nome, papai. Eu sei como ele deve ser, só não sei qual nome é. – Bee disse após a risada pela cócega que a barba do pai lhe causava.

— Só melhora. Como sempre, tudo nessa família tem que se complicar em algum momento... – Avery disse rindo.

— E como é que esse nome deve ser, hein? – Kurt disse fazendo cócegas na barriga de Bethany.

— Tem que ser como A-ve-ry e Be-tha-ny. – a pequena revelou pausadamente.

— Bem, isso nos deixa com uma lista bem vasta já que são dois nomes com praticamente nada em comum. – Kurt concluiu.

— Os dois nomes terminam com y. Já temos algo. – Avery colocou.

— E são três sílabas. Acho que é por isso que Bee marcou a parte fonética. Os nomes tem uma sonoridade marcada em três. Como Bri-ta-nny. – Jane tentou teorizar a fala da pequena fazendo Kurt e Avery se entreolharem com riso nos olhos pela loucura daquilo.

— Isso! Isso! – Bethany disse ficando em pé e saltitando. – Mas não pode ser Britanny. A maior é Avery. A do meio é Bethany. Então a pequena tem que ter um nome com ... “A B C / easy as / one two three” – finalizou cantarolando a canção dos Jackson 5.

— Bom, agora a lista diminuiu bastante. Isso vai ser rápido: três sílabas, começando com a letra C e terminando com y. – Kurt disse arqueando a sobrancelha porque nenhum nome lhe vinha em mente.

A escassa lista de nomes foi sendo apresentada sem cativar nenhum membro da família: Cassidy, Camilly, Courtney, Cecily... O tempo passava e continuavam sem saber como chamariam a pequena.

— Chamem a Patterson porque nem no Google estou achando algo que se encaixe nessas regras. – Avery parecia desolada olhando a tela do celular.

— Não. Conseguimos sem o Google e sem a Patterson. Mas talvez seja necessário mudar algumas coisinhas. Podemos tentar apenas duas das três exigências para buscarmos mais nomes. – Jane sugeriu ainda empolgada.

Assim foram ampliando a lista com novos nomes colocados para apreciação de todos. Ainda assim nenhum parecia se encaixar. Novas concessões foram feitas e tentaram nomes que atendessem a apenas uma das três pré-condições elencadas.

Num momento qualquer, entre a repetição de tantos nomes diferentes, a voz de Kurt soou numa sugestão. Era curto, mas na voz dele pareceu perfeito para Jane.

— É lindo. – Jane disse emocionada.

— O significado tem a ver com novos brotos de plantas. Era o apelido da deusa grega Deméter, responsável pelas colheitas fartas. – Avery comentou após uma pesquisa rápida. – Esse brotinho é o motivo de estarmos todos aqui hoje. Sem ela, os aparelhos teriam sido desligados e... não quero nem pensar. – e abanou a cabeça querendo dissipar a possibilidade.

— Eu gostei! – Bethany aplaudiu e voltou a cantar – “A B C/ easy as/ one two three...”

— A vida brotando de novo em mim graças a ela. Podemos ficar com esse nome? Eu realmente achei perfeito. – o nome realmente ganhou a empatia de Jane.

— Bem, acho que todos nós concordamos que temos um nome. Mas agora falta consultar a pessoa mais importante. – Kurt falou aconchegando Jane em seus braços enquanto as filhas também se aproximavam para acompanhar a reação da irmãzinha. E, roçando o polegar na lateral da barriga da esposa, disse calmamente. – Você é a nossa Chloe?

A ondulação se formou devagar, mas veio forte se mostrando decidida a compartilhar esse momento em família. Todo riram e fizeram questão de beijar a barriga.

Enquanto isso, os amigos tentavam conter Rich que estava a ponto de ter um ataque de ansiedade querendo saber o nome escolhido para a bebê.

— Rich, eu juro que se você atrapalhar esse momento deles, farei pior do que prometi fazer com você um dia usando aquele grampo de gravata! – Zapata ameaçou.

— Wow! Vamos com calma todos vocês. Rich, nada de interromper esse piquenique com ligações ou mensagens. A ideia de aparecer casualmente por lá é pior ainda. E, Tasha, tenha mais paciência com Rich. Teria sido muito mais lógico e eficaz fazer a escolha por aplicativos, mas vocês sabem como os dois gostam de fazer as coisas à moda antiga.

— A chance disso dar errado sem a minha participação é gigantesca. Stubbles nervoso mais rosna que fala, Jane não tem memória. Vão restar sugestões como Corujita do PJ Mask ou Justin Bieber. Os nomes do futuro rolam da Dark Web, a minha praia! – Rich estava inconformado por não ter poder de escolha nesse caso.

— Dark Web... é só o que me faltava. Jane é uma artista. Eu devia ter feito uma compilação dos grandes nomes da pintura pelo menos desde o Renascimento Cultural... – a reflexão em voz alta de Boston fez Zapata balançar negativamente a cabeça.

— A escolha do nome cabe somente à eles. – a latina insistiu. Ela sentiu na pele o incômodo das sutis sugestões a bem pouco tempo. Virando-se para Boston e Rich continuou – E, falando em bebês, acho que já é hora dos pombinhos aí planejarem esse casamento e pensarem em adoção. Quanto à você, Patterson, menos tecnologia e mais interação humana. Nenhum aplicativo daria à Kurt e Jane os momentos inesquecíveis em família que estão tendo agora. Quando você insiste nessas coisas, chego a pensar em deixar Maya com Boston e Rich para sairmos juntas só pra ver se você paquera um pouco.

Antes que Patterson pudesse verbalizar uma defesa, o celular dela tocou pedindo uma chamada de vídeo.

— São eles. Todos disfarcem. Vamos fingir casualidade e pouco interesse. – a loura disse abrindo o laptop enquanto Rich fingia se exercitar fazendo agachamentos numa cadeira próxima e Boston abria um livro qualquer. Zapata ajeitou Maya no colo e se aproximou abanando a cabeça inconformada pela péssima atuação dos amigos. – Oi. Olá. Boa tarde. E aí, como estão?

— Três cumprimentos são um pouco demais, Patterson. – Zapata a interrompeu. – E, então, o nosso casal favorito tem um nome para sua pequena benção? Estamos ansiosos.

O sorriso largo de Kurt e Jane assim como o brilho nos seus olhos diziam que sim. Anunciaram o nome entre suspiros de felicidade. Os amigos os parabenizaram e desligaram.

— É tão curtinho. – Boston comentou.

— E bastante comum. – foi a vez de Patterson continuar.

— Nada impactante. – Rich mencionou.

— E a cara deles! – Zapata concluiu.

Todos tinham lágrimas nos olhos e uma imensa gratidão nos corações que levantavam preces silenciosas pedindo bênçãos para pequena Chloe e seus pais.

Já no final da noite, no apartamento de Jane e Kurt, o casal estava abraçado na cama, se preparando para dormir.

— Você está feliz agora que sabe que terá Bethany aqui e que ela gosta da escola? – Jane questionou entrelaçando os dedos aos do marido.

— Eu estou muito feliz, muito mesmo. Mas Bethany é só uma parte de tudo que faz com que eu me sinta o homem mais sortudo do mundo. – ele confessou afastando aquela mecha de cabelo que sempre insistia em cobrir o rosto dela.

Jane deu um longo suspiro e sorriu. Em seguida se ajeitou continuou:

— Chloe... esse nome já é tão dela. Eu me lembro do nome e uma sensação boa me aquece. Mesmo sem ter os três requisitos iniciais é tão perfeito. – disse se aconchegando ao marido.

— Sei como se sente. Toda vez que uma de vocês diz esse nome, um sorriso invade meu rosto e fica ali. Acho que essa é a prova de que fizemos uma ótima escolha. E, estive pensando, o nome tinha que ter algo em comum, mas também uma diferença marcante com os nomes das irmãs. Afinal, Chloe é a única de nossas filhas que é totalmente nossa. – Kurt disse enquanto acariciava suavemente a barriga de Jane e beijava seus cabelos.

— Ela é única. Cem porcento Jeller. – ela disse procurando os lábios do marido para selar aquele momento.

— Cem porcento Jeller. - ele murmurou retribuindo.


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Notas finais do capítulo

Alguém ainda comigo? Por favor, compartilhem suas impressões desse capítulo. Acompanharei cada comentário com todo carinho e prometo respondê-los assim que puder.
Muito obrigada pela leitura.