Colônias Galácticas escrita por Aldneo


Capítulo 34
Buscando a verdade...




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— Senhor Jamie Gollstën Lemarck-Montez? - o homem de terno, parado do lado de fora da porta, perguntou, inclinando-se suavemente na direção do interior do veículo, olhando seu ocupante através do vidro. Tendo seu carro sido hackeado e o conduzido até um homem desconhecido que o chamara pelo nome completo, era desnecessário dizer que o jovem estava apavorado. Seu pavor era tamanho que, diante da indagação, tudo o o que conseguiu foi gaguejar uma resposta afirmativa, enquanto tentava forçar os músculos de seu corpo para não tremer, o que também não estava conseguindo fazer muito bem. Recebendo a confirmação de identidade e vendo claramente o terror nos olhos do rapaz, o homem de terno o tentou acalmar: - Não se preocupe, senhor, não estou aqui para lhe fazer nenhum mal, e lhe afirmo que o senhor não está correndo qualquer risco comigo.

Jamie pareceu relaxar um pouco, porém ainda se mantinha tenso ante a situação que lhe era completamente nova e estranha. Sua cabeça fora instantaneamente inundada por dezenas de pensamentos de o que deveria ser aquilo. Por um instante os tempos de faculdade passaram por sua mente e ele temeu que teriam descoberto alguns “feitos questionáveis” que teria realizado, mas tais pensamentos se perderam enquanto repetia em sua mente as palavras “você não está em risco” e a pergunta “então o que seria isto?” retornava repetidamente. Ele foi tirado do transe de pensamentos que o havia arrebatado ao ouvir o homem lhe dizer: “Por favor, abra a porta.” Mesmo voltando a atenção de volta ao homem, ele permaneceu sem reação, ao que o homem de terno se virou ligeiramente e falou a um outro, que estava pouco atrás dele, o qual Jamie ainda não tinha percebido. Este segundo homem, permanecia mexendo em um pequeno computador portátil e recebeu a ordem do primeiro: “Abra a porta.” O tempo de alguns poucos comandos na tela do aparelho depois, a porta do veículo se abriu, atraindo a atenção do rapaz em seu interior e devolvendo-lhe parte do medo que parecia já o ter deixado. Vendo que o temor voltara ao rapaz, o homem de terno lhe repetiu que não estava em perigo, pedindo que se acalmasse e que o acompanhasse até fora do carro. Ainda que relutante, Jamie acabou colaborando e saindo. Já do lado de fora e de frente ao homem, o qual agora se podia perceber que era bem alto, este lhe mostrou uma credencial em seu aparelho portátil, de forma mais rápida do que seria preciso para que se pudesse realmente ver qualquer coisa, e se apresentou:

— Eu sou Eduardo Narlakh, peço desculpas pela forma como o trouxe até aqui, porém, espero que o senhor compreenda que é por uma razão muito importante que recorri a tais recursos. Gostaria apenas que me confirmasse algumas informações.

— Que tipo de informações? - o rapaz respondeu precavidamente e ainda sem conseguir um tom firme na voz.

— O senhor deve saber que, a cerca de uma semana, a duquesa Karine Innaz de Ortega Palus, desapareceu enquanto estava a serviço do IICE, em Marte. Temos informações de que o senhor teria sido a última pessoa com quem ela se comunicou antes do desaparecimento. O senhor confirma ter realizado esta videochamada no dia em que ela desapareceu? E também temos informações de que vocês dois seriam parceiro sexuais, confirma isso?

Em um primeiro instante, tais perguntas soaram como um alívio na mente do rapaz, não o estavam seguindo por algo que ele fez, mas seria um investigador do caso de Karine. Porém, o temor lhe voltou quando um pensamento lhe passou pela mente, o que o levou a responder rapidamente:

— Eu… eu não tenho nada a ver com o caso… Conversamos apenas coisas triviais… Sem importância… Eu não faria…

— Acalme-se senhor, - Narlakh lhe falou de forma tranquilizante. - não se preocupe, estou apenas buscando informações do caso, peço desculpas se lhe fiz pensar que era suspeito de algo. Tenha certeza de que o senhor não está em nenhuma lista de suspeitos ou qualquer coisa do tipo. - Percebendo-o mais calmo, o indagador continuou: - Mas bem, então, o senhor, confirma que se comunicou com ela no dia do ocorrido, certo?

— Ah… Sim, nós conversamos no dia.

— E o senhor poderia me conceder o acesso ao conteúdo de tal conversa, para que eu possa buscar qualquer informação relevante para minha investigação?

— Sim, não creio que possa realmente ter algo que possa ajudar… mas, tome. - Jamie lhe respondeu entregando-lhe seu aparelho portátil.

— Qualquer informação é útil nestas investigações. - Narlakh comentou enquanto pegava o aparelho e o entregava ao outro homem que permanecia pouco atrás dele, voltando-se em seguida para o rapaz a sua frente, que lhe questionava de uma forma como se sentisse obrigado a manter a conversa:

— E vocês já sabem o que aconteceu com ela, onde ela pode estar…?

— Infelizmente, não. - Narlakh lhe respondeu como se também se sentisse obrigado a conversar, mas sem a mínima vontade de fazê-lo. - Não consegui muitas informações ainda, mas estou me esforçando nisto.

Antes dele terminar de falar, o outro homem lhe sinalizou com o aparelho de Jamie, devolvendo-o. Após o pequeno aparelho retornar as mãos de seu dono, o indagador lhe sorriu profissionalmente e lhe estendeu a mão para um cumprimento e uma despedida cortês:

— Bem, muito obrigado pela colaboração. Tenha um bom dia de trabalho.

Jamie lhe devolveu uma despedida também educada, a qual sequer foi terminada antes do outro homem lhe virar as costas e deixá-lo. Retornando ao carro e religando o computador de bordo, Jamie o comandou para que fosse ao seu destino original, ou seja, para o trabalho. Parte dele se ressentia por saber que chegaria um pouco atrasado, mas outra parte sentia que tal atraso seria amenizado por ter ajudado na investigação de um caso que já era do conhecimento de muitos. Ele seguiu o resto da viagem, refletindo sobre a situação em que sua amiga poderia se encontrar, se perdendo algumas vezes em dúvidas sobre qual tipo de investigador seria aquela tal Eduardo Narlakh e qual relação ele teria com a polícia ou com o governo para investigar tal caso, além de o porquê de tal nome lhe parecer familiar, como se já o houvesse ouvido antes, ainda que não se lembrasse de onde.


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