Lições de Amor escrita por Julie Kress


Capítulo 5
Amiga persistente


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!!

Postando aqui rapidinho.

Boa leitura!!!



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Dias depois...

Sábado, às 09h:57min...

P.O.V Da Jade

— Esses jovens de hoje em dia não largam os celulares. Cuidado, hein? - Minha mãe disse resmungando.

Eu estava trocando mensagens com o garoto misterioso. Já fazia quase uma semana que conversávamos pelo WeChat.

— Estou apenas conversando com meus amigos, mãe. - Dona Melinda era preocupada demais.

— Só tente fazer outras coisas, está bem? Hoje é sábado, convide a Kristie para sair, ficar a semana toda enfurnada em casa não é uma boa opcão. - Me aconselhou.

— Ah, mãe, não sei... Talvez eu marque alguma coisa, isso se ela já não tiver planos. - Kris estava louca para sair com Kyler, é claro que eles já tinham combinado mais um encontro.

— Já estou indo, vou visitar a Amber no hospital, eu prometi que iria ver o bebê hoje. - Pegou a bolsa e saiu para ver a amiga.

Quando minha mãe era casada, meu pai não gostava que ela saísse sozinha. Ela sempre tinha que dar satisfações a ele para tudo que ia fazer, até mesmo para ir visitar os amigos.

O que era um absurdo.

O divórcio a libertou de muitas coisas, não só ela. A mim também, Jessen West era um pai e um marido muito controlador.

"Quando é que vai me dizer o seu nome?"

Enviei a mensagem para o Mr. Mistery.

"Pensei que gostasse de um pouco de mistério, Jayz."

Me respondeu imediatamente.

Eu não sabia sua idade, apenas seus gostos. Pelos assuntos que conversávamos, ele me parecia interessante e encantador, o que aumentava a minha curiosidade.

"Ainda mora com os seus pais?"

Assim eu poderia supôr se ele era algum adolescente, ou jovem adulto... Mas ainda têm muitos quarentões por aí que moram com os pais, certo?

"Você é curiosa demais, garota. Você também não me disse a sua idade."

É, eu nem mesmo falei sobre coisas pessoais, ainda estávamos indo bem devagar. Evitando falar sobre nós mesmos.

"Tá certo, Mr. Mistery. Vamos com calma, só espero que não seja algum psicopata. Me diga algo sobre você. Não precisa ser tão pessoal."

Ele tinha que se abrir mais, como eu iria me abrir com quêm não faz o mesmo?

"Tenho olhos castanhos."

Sua resposta me fez sorrir.

"Hum... Interessante. Segundo a minha melhor amiga, garotos de olhos castanhos são mais inteligentes e fofos."

Enviei meu comentário e senti minhas bochechas arderem.

"Olha, Jayz, sobre isso, eu não sei... Mas admito que sou um cara inteligente. Sei que têm olhos claros, me diz aí a cor e o tom deles."

Nada mais justo. Digitei:

"Azuis-acinzentados, mas dependendo da luz, eles ficam esverdeados.

Meus olhos são chamativos, sempre fui elogiada por causa deles desde criança...

"Certo, suponho que seja loira."

Eu não sabia se ria ou ficava indignada, por quê toda loira têm que ter olhos claros mesmo? Isso deixou de ser padrão.

"São naturalmente castanhos-claros, mas eu pinto de preto."

Por aquela ele com certeza não esperava. Eu devia contar sobre minhas mechas tingidas de verde?

"Legal, você deve ser muito bonita. Acho que toda garota é bonita, ela só precisa reconhecer a beleza que possui e se aceitar como ela é. Toda menina deve ser reconhecida e valorizada."

Sua resposta me surpreendeu.

Isso o descartava dos caras futéis que só ligavam para rostinhos bonitos e peitos grandes. Beleza não é tudo e um dia acaba...

"É assim que você ilude pobres moças ingênuas?"

Perguntei brincando.

"Não sou um Dom Juan. Ei, o papo tá bacana, eu preciso sair agora. Vou comprar a ração do meu cachorro. Até mais tarde, DarkGirl."

Oh, ele tinha um animal de estimação.

"Okay, vai lá. Até."

Já estava se tornando tão natural conversar com ele. Toda a insegurança que eu tinha sobre conversar com estranhos pela internet ia se perdendo aos poucos.

[...]

— Vamos, Jay, vai ser legal. O Kyler têm um primo da nossa idade que estuda na Vanderweel School. Não precisa ficar com ele, apenas converse. O Kyler garantiu que é um rapaz legal. Não veja como um encontro duplo, por favor. Vamos? - Kris apelou para a súplica.

— Como você é chata, hein? Tá bom, eu vou. Você vai passar aqui para me buscar? - Perguntei.

— Mas é claro. O chato do meu vizinho me deve um favor. Vou cobrar em troca de carona. Te pego às 18h, ok? - Se eu não topasse, ela iria me buscar do mesmo jeito.

— Okay. Tchau, Kris. Preciso desligar. - Me despedi, encerrando a ligação.

— Ouvi sua conversa. A Kristie te convenceu a sair com ela? - Mamãe sentou ao meu lado, pegou o controle e ligou a TV.

Ela é uma mulher jovem e bonita, muito bonita afinal de contas. Todos dizem que herdei sua beleza e o temperamento do meu pai. Não gosto de pensar que tenho isso em comum com aquele homem.

— Vamos ao Bibble's. E não vou demorar, não estava em meus planos ir para essa sorveteria, pelo menos vou poder tomar o melhor sorvete de café da cidade. - Comentei e ela riu.

— Desde pequenininha você é louca por café. Jessen é culpado por isso. - Ela nem se deu conta de ter tocado no nome do meu pai, seu ex-marido babaca.

— Bom, mãe, já são 17h:36min. Tenho que tomar banho e me arrumar. A Kris vai passar aqui para me pegar. - Levantei apressada.

— Vai lá, querida. Aproveite enquanto é jovem. O tempo passa rápido. - Eu sabia que quando ela tinha minha idade, não havia curtido a joventude porque trabalhava para ajudar meus avós.

Minutos depois...

Dei uma última olhada no espelho, eu não costumava passar horas me arrumando. E se tratava de uma sorveteria, um programa entre amigos, nada mais.

Como o clima de Vancouver era o aposto de L.A, eu precisava usar meia-calça mais do que nunca. Meus looks eram sempre compostos por vestidos com mangas compridas, rodados e de cores escuras.

Vestido básico? Okay. Meia-calça para o frio? Okay. Botas de combate pretas? Okay... Tudo certo com a roupa.

Eu nunca sabia o que fazer com o meu cabelo, por isso sempre usava rabo-de-cavalo mesmo. Para quem têm mechas coloridas, é até estranho não mostrar as madeixas direito.

Como nunca dei à mínima para tal detalhe, passei lápis de olho pela segunda vez e mais uma camada de rímel. Enfim, eu estava pronta.

— Filha, sua amiga chegou. - Minha mãe avisou batendo na porta.

— Avisa que já estou indo. - Lembrei de passar perfume e peguei minha bolsinha transversal enfeitada com tachinhas prateadas.

[...]

— Ei, para onde estamos indo? Esse não é o caminho certo, eu já fui...

— Relaxa, amiga. Tá legal, não fica brava, está bem? Não vamos ao Bibble's. Tá rolando uma festa na casa do primo do Kyler, daí ele nos convidou e...

— Aquele tipo de festa que gente sem noção dá quando os pais estão fora? Não acredito que me enganou, Kristie. Por favor, pare o carro. - Pedi para o rapaz que era o seu vizinho.

— Ai, amiga, não é pra tanto. Os meninos vão estar lá, você não precisa...

— Você sabe muito bem o que acontece nesse tipo de festa. Eu tô fora! - Avisei séria.

A loira-morango me encarou.

— Por favorzinho? - Juntou as mãos implorando.

— Sua mãe te mata se souber que...

— Não conta pra ela, se contar vou ficar chateada com você. - Bufou.

— Você vai mesmo descer? - Seu vizinho já tinha parado o carro.

— Espera aí, Bruce. Só um minutinho. - Pediu a ele. - Poxa, Jade, vai mesmo fazer isso comigo? Eu não te deixaria na mão! - Ela não deixaria mesmo.

— Não me faça arrepender disso Kristie Loureny Billar Maxwell. - Falei seu nome todo mostrando o quanto estava falando sério.

— Eu juro que vai ser legal e você vai amar, Jadelyn Christina Davis West. - Sorriu alegre por eu ter topado.

[...]

Eu me sentia um peixe fora d'água no meio daquela gente toda. Tinha até aquecedor na piscina e bóias florescentes. Por mais que estivesse frio, o pessoal estava dançando e se agarrando, esquentando os corpos.

Era uma daquelas típicas festinhas dadas na casa de um cara riquinho.

Alguns garotos jogaram umas meninas na piscina, com roupa e tudo. Uma delas caiu até com bolsa. E lá se foi um celular de última geração.

Kristie sabia como se enturmar, foi logo atrás do Kyler. Acabaram se juntando com um grupo de alunos de um colégio só para filhinhos de papai.

Odeio riquinhos. Nunca me dei bem com gente metida e mimada.

Só aceitei aquilo para ficar de olho nela, como se bancar a babá adiantasse de alguma coisa...

Minha amiga sumiu da minha vista na primeira oportunidade que teve. Devia estar em algum lugar da enorme mansão, se enroscando com o Kyler Martin.

Só o que me restou foi ficar ali parada, torcendo o nariz para qualquer um que passasse ao meu lado fedendo à álcool.

Foi quando avistei um peixe fora d'água, digo, um rapaz isolado num canto, um tanto alheio, assim como eu, não estava bebendo.

Encostado no muro, usava capuz preto, de cabeça baixa e estava atento no celular.

— Te achei. - Alguém tocou meu ombro e eu sobressaltei.

Me virei dando de cara com um rapaz alto, cabeça raspada, olhos quase negros, segurando um daqueles copos vermelhos.

— Te conheço? - Franzi o cenho.

Ele era bonito, pele levemente morena, como se fosse naturalmente bronzeado, tinha um corpo e tanto, e uma tatuagem tribal no pescoço.

— Não. Prazer, sou Blake, primo do Kyler. - Se apresentou, o anfitrião da festa.

Era o garoto rico que estudava no Vanderweel School, o tal jogador de Lacrosse que amava dar festas.

— Jade. - Murmurei estendendo a mão.

Blake ignorou minha mão estendida, e me cumprimentou com um beijo caloroso no rosto, e se afastou sorrindo para mim.

— Seja bem-vinda à minha casa, fique à vontade. - Será que ele sabia onde o primo havia se metido com a minha amiga desmiolada?

— Obrigada. - Forcei um sorriso.

Olhei para trás, e vi que o garoto de capuz não estava mais ali.


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Notas finais do capítulo

E aí???

O que estão achando???

Curtiram o capítulo???

E o mistério prossegue hahaha

Até o próximo. Bjs



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