Lições de Amor escrita por Julie Kress


Capítulo 4
Aulas vagas - 1° dia de auxílio.


Notas iniciais do capítulo

Ei, meus amores!!!

Como estão???

Espero que bem.

Boa leitura a todos!!!



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P.O.V Da Jade

— Aqui está o meu horário, Sr. Oliver. - Lhe entreguei o papel impresso, contendo todas as minhas aulas, incluindo as aulas vagas ao decorrer da semana, eu havia sublinhado.

— Obrigado, Jadelyn. - Chamou-me pelo nome.

— Disponha, professor. - Olhei para as suas vestes bem passadas e para os sapatos polidos, impecáveis.

Seu cabelo castanho-escuro estava arrumado, preso num coque bem feito. Ele segurava um livro grosso, não dava para ver a capa.

Passou os olhos castanhos pelo papel, lendo a lista de horário impressa, e logo ergueu o rosto, me lançando um olhar gentil.

— Duas aulas vagas hoje. Nos vemos na minha sala, sem atrasos, certo? - Me encarou, fitando meu rosto, em nenhum momento desceu os olhares para o meu corpo.

Durante todas as suas aulas, nunca o flagrei olhando para as alunas com malícia, ele era um homem discreto e simpático. Sempre tratava a todos com muita educação e respeito.

— Certo. Não vou me atrasar, Sr. Oliver. - Dei minha palavra.

Ele sorriu sem mostrar os dentes e deu um leve aceno ao se despedir, e me deu as costas indo para a próxima aula, para a turma do segundo ano.

Eu tinha aula de Sociologia Avançada, que era dada por uma professora viúva, que vivia sempre atenta e não perdoava atrasos, muito menos gracinhas durante as aulas e com razão, as turmas do terceiro ano eram piores as que do primeiro.

Quando cheguei na sala, Kristie estava me aguardando, digitava algo no celular sem tirar o enorme sorriso do rosto. Sentei ao lado da loira-morango, e logo abri minha bolsa preta de couro sintético.

Olhei para trás, exatamente para a última fileira, fitando o seu Crush relaxado na penúltima cadeira, usando moletom do time de Hóquei, com certeza a jaqueta estava suja, enquanto teclava algo no celular.

Ambos estavam digitando freneticamente. Seu iPhone novo vibrava sem parar.

Fiz careta e revirei os olhos, pelo menos o idiota estava fazendo a minha amiga sorrir...

— O que tanto conversa com o Kyler? - Tirei meu estojo de canetas da bolsa.

— Estamos combinando o próximo encontro. - Respondeu apressada sem tirar os olhos da tela.

— Uou... Então, rolou mesmo? Vocês ficaram no Taki Tuki? - Indaguei.

— A gente não ficou, ele segurou a minha mão e foi até fofo, mas não me beijou. Eu até queria, mas acho que ele tá querendo ir com calma. - Explicou.

— Estamos mesmo falando do Kyler Martin? - Me surpreendi.

— Não seja boba, Jay. Ele é um cara legal. - O defendeu.

— Ele é o capitão de Hóquei, e já ficou com a metade das garotas daqui, você mesma disse e já chorou por causa dele. Por acaso já esqueceu, Kris? - Fiz questão de lembrá-la.

— Eu chorei de ciúmes, ele não tem culpa se sou uma bobona e eu nem deveria sentir, mas eu sinto porque gosto dele e ele está me dando uma chance agora. - Guardou o iPhone com capa colorida na bolsinha azul.

— Se ele te magoar vai se ver comigo. - Falei séria, encarando o grandalhão que estava olhando para mim.

Ele abaixou o celular e sorriu para mim, e logo desviou o olhar, indo abrir o caderno.

Kyler com certeza entendeu o recado somente pelo meu olhar.

Até que era um rapaz bonito, devia ter pelo menos 1,90 de altura, com ombros largos e pernas grossas. Tinha um rosto angelical apesar do tamanho, grandes olhos castanhos-claros, cabelos loiros-escuros e lábios finos, rosadinhos.

Só não era muito inteligente.

Ronnie Parkinson, seu melhor amigo, o que parecia mais um carrapato, só era alguns centímetros mais baixo, tinha a pele morena e brilhantes olhos verdes, além de um belo sorriso com dentes alinhados e branquíssimos.

Nossa professora, Vera Omar, adentrou a sala com seu humor de sempre, era séria e culta, e tinha um línguajar afiado como se tivesse vindo de outra época.

Parecia um típica matrona inglesa louca por chá.

— Boa tarde. Hoje a atividade será em dupla. Preparei algo especial para essa aula. - Só pelo sorriso, a gente teria uma tarefa complicada pela frente.

[...]

Bati na porta da sala do Sr. Oliver, confesso que estava ansiosa. Minhas mãos tremiam por conta do nervosismo também. Ele pediu para que eu entrasse.

— Com licença. - Empurrei a porta.

Adentrei o pequeno cômodo com a decoração sútil. Tinha uma única estante repleta de livro. Seu diploma estava pendurado na parede cor de cinza, junto a um quadro com uma bela pintura de uma paisagem, o que parecia ser um bosque.

A mesa era de escritório, e o Sr. Oliver estava acomodado em sua cadeira, mexendo numa papelada.

— Por favor, sente-se, Jadelyn. - Indicou  a cadeira vazia de frente para ele.

Sentei me acomodando ali. Avistei o livro que ele carregava mais cedo.

— Gostaria de beber algo? - Me ofereceu sendo gentil. - Faço um café muito bom, modestia a parte. - Sorriu.

Ao citar minha bebida quente preferida, senti imediatamente água na boca.

— Ou prefere refrigerante? - Sugeriu.

Eu continuava ali parada, pateticamente, emudecida.

Sr. Oliver me encarava com certa curiosidade.

— Café. - Minha resposta saiu com certa urgência após eu voltar a mim mesma, focando em suas sugestões. - Amo café. Não gosto de refrigerante. - Eu disse lhe arrancando um riso baixo e contido.

O que ele estaria pensando sobre mim naquele exato momento?

Sorri sem jeito, sentindo o rubor tomar conta do meu rosto, aquecendo minhas bochechas.

— Certo. Café, então... - Levantou-se indo até a mesinha onde estava a cafeteira, com os copinhos descartáveis empilhados sobre uma bandeja. - Com açúcar ou adoçante? - Perguntou.

— Com uma colherzinha de açúcar, por favor. - Respondi.

O livro grosso me chamava atenção.

Então, pude ver claramente a capa e passei os olhos pelo título.

Outlander: A Viajante do Tempo.

Oh, ele curtia Literatura Medieval. Algo em comum.

Desde quando Literatura era a minha matéria preferida?

Acho que desde sempre, comecei a ler com 3 anos. Fantasia era o meu gênero preferido.

Entre tantas matérias, a Literatura me prendia e me fascinava, me levando a outras dimensões... Na pré-adolescência, eu devorava contos sobre bruxas.

E quando entrei na adolescência, passei a gostar de livros de suspense e terror, os que acabaram me conquistando, se tornando meu gênero predileto.

— Gosta do gênero? Já leu esse livro? - Indagou me trazendo para fora do meu devaneio.

— Li ano passado. É uma boa série de livros. - Respondi com calma.

— Aqui está o seu café. - Me estendeu o copinho com o líquido puro fumegante. Do jeito que eu gostava.

— Obrigada. - Agradeci.

— O que achou dos livros? Gostou do final? - Sentou-se novamente pondo uma caneca marrom sobre a mesa.

Beberiquei um pouco do café que por sinal estava bem passado, delicioso.

— Sim, eu gostei. Assisti a série também. - Contei.

— Não sei se leio os livros ou vejo a série... - Estava pensativo, indeciso.

— Faça os dois. - O aconselhei.

— Maravilha... O farei. - Acabou concordando.

Sorri assentindo... Será que ele se excitaria com um mega romance épico?

— Você é uma moça muito inteligente. Vai cursar Literatura? - Me olhou novamente, curioso.

— Gosto muito da matéria. Desde pequena, mas não pretendo cursar. Tenho em mente Cinegrafia e Artes Plásticas, ainda estou tentando me decidir. Vou prestar teste para a Lourence Arts Academy. Estão oferencendo bolsas de até 70%. - Expliquei.

— Tenho um primo que se formou na LAA. Agora ele é dono de uma galeria de Artes recicladas. - Disse empolgado. - Que tipo de obras pretende trabalhar e investir? - Se mostrou interessado no assunto.

— Arte Gótica. - Respondi. - Faço pinturas à óleo. - Expliquei.

— Interessante... Nunca fui à uma galeria de Arte Gótica. Mas adoraria ver o seu trabalho. - Sorriu.

Retribuí seu sorriso, me sentindo uma boba com o seu comentário.

— Se fizer Cinegrafia, também vou adorar ver alguma produção sua. - Avisou.

Minhas bochechas arderam ainda mais.

— Vamos começar com as atividades do segundo ano, essa turma é a menor. - Separou a pequena pilha de atividades em duas, entregando-me uma para corrigir.

Então, passamos as duas aulas vagas lendo e corrigindo textos criativos, resumos de obras e atividades em geral.

Até que era divertida a tarefa de auxiliar de professor.

— Obrigado pela ajuda, Jadelyn. - Agradeceu me levando até à porta.

Ele tinha a postura e o comportamento tão cortez.

Aprendeu aquilo nos livros de época ou sendo educado pelos pais?

Senhor Oliver era o professor mais educado e gentil que eu conhecia...

— Disponha, professor. O senhor pode me chamar de Jade. - Falei.

— Oh, certo... Até as próximas aulas vagas, Jade. Foi bom compartilhar de sua companhia. - Me conduziu até o corredor.

— Eu que agradeço pela oportunidade. - Aquilo seria ótimo para o meu currículo escolar.

Com os pontos extras e as boas indicações dele, eu tinha grandes chances para conseguir uma bolsa da LAA.

Me despedi dele e corri para a aula de Biologia.

[...]

Às 20h:24min...

Já estava com mais um livro em mãos, desta vez não era um suspense, e sim um conteúdo para a galera jovem/adulta, contendo romance e conteúdo pra lá de picante...

O que Kristie diria se me pegasse lendo sobre dois vizinhos que eram amigos e transavam como loucos?

Afinal de contas, desde quando eu curtia esse tipo de gênero?

Todas as garotas da minha idade liam livros como este, certo?

Meu celular apitou com a chegada de uma notificação.

Deixei o livro de lado, peguei o aparelho, desbloqueei a tela e me deparei com o e-mail recém-chegado na minha caixa de entrada.

Era o garoto misterioso.

De: mr.Mistery@gmail.com

Para: darkGirl@gmail.com

Assunto: Ainda quer continuar conversando comigo?

Cara, DarkGirl, gostei muito de conversar com você. Você é uma moça muito interessante... Pelo visto temos assuntos em comum.

Gostaria de te conhecer melhor. Você usa o WeChat?

Sim... Eu tinha perfil no WC.

Resolvi lhe responder sem demora.

De: darkGirl@gmail.com

Para: mr.Mistery@gmail.com

Assunto: Ainda quer continuar conversando comigo?

Olá, Mr. Mistery, sim, eu gostaria de continuar conversando com você. Também quero te conhecer melhor.

Com certeza o WeChat será melhor para conversarmos. Lhe passarei meu contato.

E-mail enviado.

Mandei meu contato para ele me chamar no WC.

Em menos de um minuto, ele me mandou uma mensagem.

Logo abri seu perfil para descobrir seu nome e finalmente ver alguma foto dele.

Nome de usuário: Mr. Mistery.

A imagem do perfil era uma foto em preto e branco, de um cara de costas, usando capuz escuro.

Pela silhueta era alto e esguio.

Meu user no WC era "Jayz".

A imagem como foto do meu perfil era de uma fada da noite, que eu mesma havia desenhado por aplicativo.

 "Gostei do seu apelido. Belo desenho... Foi você quem fez?"

Resolvi responder o cara misterioso... Ele também não sabia minha identidade.

Até quando duraria todo o mistério sobre nós?


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Notas finais do capítulo

E aí???

O que acharam???

Curtiram os momentinhos entre Beck e Jade???

Olha que tudo é possível...

Sei que o palpite de vocês é o Oliver.

Mas será mesmo que ele é o tal Mr. Mistery???

Até o próximo. Bjs



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