Lições de Amor escrita por Julie Kress


Capítulo 11
Sessão caseira com ele


Notas iniciais do capítulo

Hey, amores!!!

Demorei, mas voltei com mais um capítulo!!!

Boa leitura!!!



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P.O.V Da Jade

Era a primeira vez que eu visitava a casa de homem, especificamente a casa de um professor. Meu professor de Literatura, o Sr. Oliver. Claro que já fui na casa de um garoto, afinal de contas, fui melhor amiga do André desde o primário, nossa amizade ficou mais firme quando nos tornamos colegiais.

Nossa amizade não acabou, embora a gente tenha se afastado com a distância, não nos falamos como antes, a culpa não é minha, parte da culpa é dele, aliás, a verdadeira culpa têm nome e sobrenome.

Seu namoro com Tori Vega meio que me deixou chateada, deve ser egoísmo meu, eu devia ficar feliz por meu melhor amigo, não devia?

Mas acontece que eu não gosto dessa garota, não passa de uma patricinha que só quer ser o centro das atenções. Além do mais, o Harris pisou na bola comigo escondendo a relação deles. Só descubri quando os vi juntos naquela chamada de vídeo.

Até quando ele iria omitir que estava namorando?

A questão nem é essa, pensei que fôssemos amigos. Amigos não escondem coisas, não têm segredos e não metem, certo?

Paguei a corrida do táxi, e lá estava eu em South Granville, um dos bairros mais populares da cidade, as casas eram do mesmo estilo, construções bonitas cercadas por muretas de concreto, com jardins aparados cobertos pela geada, e calçadas espaçosas.

Mandei uma mensagem para o Sr. Oliver avisando sobre minha chegada.

Não demorou para que ele aparecesse para poder abrir o portão de ferro que estava trancado. Era uma noite fria, o clima típico da região, nevava pouco, Albert, ou melhor Beck como os amigos e os colegas de trabalho o chamavam, abriu o cadeado e tirou a corrente.

O portão foi aberto, com as mãos enfiadas dentro do casaco com forro de lã, passei por ele soltando baforadas de ar frio, escolhi meu melhor jeans que valorizava meu corpo, calcei minhas botas sem salto, debaixo do casaco, a minha blusa de gola alta e mangas compridas ajudava aquecer meu corpo que era acostumado com o clima da minha cidade natal.

Como eu sentia saudades de morar na Costa Oeste. L.A e seu clima caloroso me fazia falta, apesar de eu amar clima chuvoso e nublado. Noites e tardes chuvosas me agradavam.

— Pensei que sua mãe não fosse deixar. - Disse quando eu o segui.

— Eu disse que ela não iria me proibir, não estamos cometendo nada de errado. - Omiti toda a conversa que tivemos antes da minha mãe me dar permissão.

Ele assentiu, vestia uma calça escura e um moletom azul-marinho, abriu a porta e tive a visão de sua sala de estar, não foi bem o que imaginei à caminho dali, mas me surpreendi com toda a decoração.

Ao invés de cores neutras como cinza, preto e até mesmo branco, as cores da parede davam um ar jovial e moderno para o ambiente, num tom verde-escuro, com o rodapé cor de creme.

Quadros lindos e coloridos, emoldurados enfeitando duas paredes, havia pequenos arranjos de plantas pendurados num suporte próprio para aquilo, os vasos pintados de marrom.

O chão escuro de madeira bem polido. Um carpete vermelho não tão grande sobre o centro da sala, com uma mesinha de madeira ali com enfeites de cerâmica.

Um belo jogo de sofás de couro marrom-escuro. A estante que era enorme, TV que devia ter 42 polegadas, também havia almofadas azuis arrumadas sobre os quatros sofás e por último uma poltrona de couro preta.

— Sua sala é muito bonita. - Elogiei.

Nada luxuoso apesar da TV que era maior que a da minha casa, tirando esse detalhe, tudo era harmonioso e simples, organizado e decorado com um bom gosto.

— Obrigado. Pode ficar à vontade. Quer que eu pendure seu casaco? - Perguntou.

— Sim, por favor. - Antes que eu fizesse qualquer movimento, ele se prontificou em me ajudar segurando meu casaco enquanto eu passava os braços para fora das mangas.

Um verdadeiro cavalheiro. O que era uma raridade.

— Obrigada. - Agradeci assim que ele deixou pendurado no cabideiro perto da porta.

Estava tão encantada com a decoração e os quadros bonitos que nem havia notado a lareira acesa, só reparei quando senti o calor emanando dali.

Na minha casa não tínhamos uma lareira. Só o aquecedor.

— Sente-se, Jadelyn, eu separei alguns filmes. Aqui está a caixa, você já pode ir escolhendo. - Ele pegou a caixa de papelão que estava sobre o carpete e me entregou.

Me acomodei no sofá de dois lugares após retirar minhas botas que incomodavam, as deixei junto com os calçados perto da porta, ficando apenas com minhas meias quentinhas.

Comecei a vasculhar o conteúdo, havia cerca de 30 DVD's ali, todos em suas capas duras e originais, após separar por gêneros, três títulos acabaram chamando minha atenção.

"Casablanca, 1942." "A Princesa e o Plebeu, 1953." "The Philadelphia Story, 1940."

— Vamos de romance, então? - Perguntou olhando para os filmes que eu havia separado.

— Algum problema, ou o senhor prefere filmes sobre guerra? Vi que têm alguns de drama que parecem interessantes. - Falei.

— Você é minha convidada, pode escolher o que quer assistir. - Sentou no outro sofá.

— Minha mãe adora esse. - Mostrei a capa do filme Bonequinha de Luxo.

— É um bom filme. - Sorriu.

— Já escolhi. The Philadelphia Story. - Entreguei o DVD a ele enquanto esticava o corpo.

— Um quarteto amoroso, você tem certeza disto? - Perguntou incerto.

— Me parece interessante, me diz o senhor, sua opinião importa. - O encarei.

Ele olhou novamente para a capa que segurava, depois me olhou e deu de ombros.

— Está bem. O filme é legal, só não me peça spoilers. - Levantou. - Ah, antes eu preciso lembrar que sou apenas Albert aqui em casa, e fora do colégio, nada de senhor ou professor, está bem? - Ele foi até o aparelho de DVD.

— Por mim sem problemas. - Concordei. - Beck é apenas para os íntimos? - Indaguei sem controlar a língua.

— Como? - Virou para mim após colocar o DVD no aparelho.

— Seus colegas te chamam de Beck. - Senti minhas bochechas ruborizarem ao pronunciar seu apelido pela segunda vez. - Você pode me chamar de Jade. Nada de senhorita ou Jadelyn, que tal? - Eu estava mesmo sugerindo aquilo em voz alta?

— Certo, no colégio voltamos à formalidade. - Ele aceitou. - Eu te ofereceria uma taça de vinho se fosse pudesse beber, mas já que não pode e eu sou o responsável por você enquanto estiver na minha casa, vou fazer pipoca pra gente, tenho refrigerante na geladeira. - Informou.

— Quer ajuda? - Me ofereci.

— Não, você fica aqui. Não vou demorar. - Disse antes de me deixar sozinha na sala.

O filme estava esperando para ser reproduzido. Bastava apenas dar o play.

Levantei para dar uma olhada em suas fotos, havia alguns porta-retratos sobre a estante. Vi uma dele pequeno, estava vestindo um macacão jeans, estava todo sujo de lama e aquele sorriso grande era de um garotinho danado.

A segunda foto era dele soprando a velinha de 8 anos, estava com crianças ao lado, de olho no grande bolo de chocolate coberto por jujubas.

Na terceira foto, ele estava no meio de um casal, deviam ser os pais dele. Um homem moreno, parecia um indiano sorridente, o Oliver era a cara do pai. A mulher tinha a pele clara, os cabelos loiros, não se parecia nada com ele, mas estava radiante na foto, ela tinha olhos lindos que brilhavam quando aquele momento foi registrado.

Peguei uma das fotos onde ele aparentava ter uns 10 anos, segurava um embrulho cor de rosa, que se tratava de um bebê enrolado numa manta.

Uma garotinha. Ele tinha uma irmã caçula. Achei fofo a maneira que ele sorria para ela a segurando com cuidado, estava sentado numa cama, tinha um sorriso enorme.

— O que está fazendo? - Sobressaltei com o susto.

Oliver arrancou o porta-retrato das minhas mãos e o colocou no lugar.

— Sabia que não é legal mexer nas coisas dos outros sem permissão? - Parecia mesmo bravo.

Eu nunca tinha o visto assim.

— Me desculpe, só estava olhando. Já ia colocar no lugar. - Encolhi meu corpo.

Me senti um pouco assustada e muito constrangida.

— A pipoca já está pronta, só vim perguntar como gosta. Têm manteiga derretida e calda de chocolate, o que prefere? - Mudou de assunto tão rapidamente.

— É melhor eu ir pra casa, me desculpe, eu não devia...

— Ei, calma, aí. Eu te assustei? - Me segurou pelos ombros.

O olhei surpresa, ele não parecia mais bravo e sim preocupado.

— Não... - Menti. - Eu só pensei que...

— Está tudo bem. Me exaltei um pouco, acontece que não gosto que mexam nas minhas coisas, essas fotos são importantes para mim... Me desculpa por eu ter sido grosso com você, não foi minha intenção... - Estava arrependido.

— Sei disso, eu só... Tá tudo bem, é melhor a gente ver o filme antes que fique tarde. - Falei mais calma.

— Me desculpa mesmo. - Afagou meus braços e me soltou. - Vou pegar a pipoca e o refrigerante. - Se afastou.

Olhei de novo para sua foto, a que ele tinha puxando como se quissesse proteger algo precioso, manter distante de tudo e de todos.

A culpa foi minha. Não devia ter bisbilhotado.

Voltei a sentar no sofá, ele retornou para a sala com uma bacia grande cheia de pipoca, duas tigelinhas, duas latas de Coca-Cola e com dois potinhos contendo manteiga derretida e chocolate.

— Doce ou salgada? - Perguntou me entregando uma das tigelinhas para que eu pudesse colocar minha pipoca.

— Salgada. - Respondi.

— Prefiro doce. - Ele voltou a sorrir como se nada tivesse acontecido.

Peguei o potinho e espalhei a manteiga sobre a minha. Ele colocou chocolate derretido na dele.

— Espero que goste do filme. - Finalmente deu play.

Era um filme em preto e branco.

Sentou ao meu lado, pensei que ele ficaria na poltrona longe de mim, abri minha Coca, o filme começou e nós dois olhamos para a enorme TV.

Eu tinha ido ali para assistir o filme com ele. E era o que eu faria. Me permiti relaxar e curtir aquele momento.


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Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam do capítulo???

Por quê será que o Beck ficou tão nervoso quando ela pegou aquela foto???

E como vai acabar essa sessão de semana???

Até o próximo. Bjs



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